Promotor de Justiça Marcelo Milani reforçou tese de envolvimento do
ex-governador de São Paulo no esquema denunciado pela Siemens e pediu ao
procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa, chefe do Ministério
Público Estadual, “uma investigação mais aprofundada”; ex-diretor da
multinacional Nelson Branco Marchetti disse à Polícia Federal que Serra
fez de tudo para defender a espanhola CAF em contrato de reforma de dois
trens da CPTM, em 2008.
247 – O promotor de Justiça Marcelo Milani reforçou a
tese de envolvimento do ex-governador José Serra no cartel montado em
contratos de trem e metrô em governos tucanos, desde a gestão de Mario
Covas, em 1998. "Eu já firmei opinião no sentido de que há indícios da
participação do ex-governador", disse.
Serra já era alvo de inquérito do promotor Silvio Antonio Marques, do
Ministério Público de São Paulo, sobre suposta omissão na gestão de
2007 a 2010 em coibir a ação do cartel: "Segundo a representação, o
ex-governador José Serra supostamente sabia que as empresas do ramo
metroferroviário, dentre elas Alstom e Siemens, teriam fraudado as
licitações, mediante a formação de cartel, o superfaturamento dos preços
ofertados o pagamento de propinas a funcionários públicos, tendo,
inclusive, sido delas alertado pelo Ministério Público do Estado de São
Paulo e pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Mas, mesmo
assim, não teriam tomado as medidas cabíveis", escreve Marques, da
Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social do MP-SP.
Reportagem desta quinta-feira de Fausto Macedo, do Estado de S. Paulo (leia aqui),
aponta agora que Milani vê indícios da participação do tucano na
reforma de dois trens da CPTM, de 2008, baseado em depoimento do
ex-diretor da Siemens Nelson Branco Marchetti à Polícia Federal.
Segundo o executivo, o ex-governador lhe disse em uma feira na
Holanda que, caso a Siemens conseguisse na Justiça desclassificar a
empresa espanhola CAF em uma licitação de compra de trens da CPTM, o
governo iria cancelar a concorrência porque o preço da multinacional
alemã era 15% maior. “No edital havia a exigência de um capital social
integralizado que a CAF não possuía. Mesmo assim, o então governador e
seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”, afirmou o
executivo.
O promotor pediu ao procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa,
chefe do Ministério Público Estadual, “uma investigação mais aprofundada
da participação do então governador”.
http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/131645/H%C3%A1-ind%C3%ADcios-da-a%C3%A7%C3%A3o-de-Jos%C3%A9-Serra-no-cartel.htm
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