terça-feira, 19 de agosto de 2014

Uma explicação para a postura imperial de William Bonner diante de candidatos









por Luiz Carlos Azenha

Trata-se de um simulacro de jornalismo, que nem original é. Nos Estados Unidos, muitos âncoras se promoveram com agressividade em suposta defesa do “interesse público”. Eu friso o “suposta”. Lembro-me de um, da CNN, que fez fama atacando a invasão do país por imigrantes ilegais. Hoje muitos âncoras do jornalismo policial fazem o mesmo estilo, como se representassem a sociedade contra o crime.

William Bonner está assumindo o papel de garoto-propaganda da criminalização da política. Ao criminalizar a política, fazendo dela algo sujo e com o qual não devemos lidar, ganham as grandes corporações midiáticas. Quanto mais fracas forem as instituições, mais fortes ficam as empresas jornalísticas para extrair concessões de todo tipo — do Executivo, do Legislativo, do Judiciário.

A postura supostamente independente de Bonner, igualmente agressivo com todos os candidatos, faz parecer que as Organizações Globo pairam sobre a política, que nunca apoiaram a ditadura militar, nem tentaram “ganhar” eleições no grito. Que os irmãos Marinho não fazem politica diuturnamente, com lobistas em Brasília. Que os irmãos Marinho não tem lado, não fazem escolhas e nem defendem com unhas e dentes, se preciso atropelando as leis, os seus interesses. Como em “multa de 600 milhões de reais” por sonegar impostos na compra dos direitos de televisão das Copas de 2002 e 2006.

A agressividade de Bonner também ajuda a mascarar onde se dá a verdadeira manipulação da emissora, nos dias de hoje: na pauta e no direcionamento dos recursos de investigação de que a Globo dispõe. Exemplo: hoje mesmo, no Bom Dia Brasil, uma dona-de-casa do interior de São Paulo explicava como está fazendo para economizar água.

A emissora não teve a curiosidade de explicar que a seca que afeta milhões no Estado não é apenas um problema climático, resulta também de falta de investimentos do governo de Geraldo Alckmin, que beneficiou acionistas da Sabesp quando deveria ter investido o dinheiro no aumento da capacidade de captação de água. Uma pauta complicada, não é mesmo?

A não ser que eu esteja enganado, a Globo não deslocou um repórter sequer para visitar o aeroporto de Montezuma, que Aécio Neves mandou reformar quando governador de Minas Gerais perto das terras de sua própria família. Vai ver que faltou dinheiro.

Tanto Alckmin quanto Aécio são tucanos. Na entrevista com Dilma, Bonner listou uma série de escândalos.

Não falou, obviamente, de escândalos relacionados à iniciativa privada, nem em outras esferas de governo.

 Dilma poderia muito bem tê-lo lembrado disso, deixando claro que a corrupção é uma praga generalizada, inclusive na esfera privada, envolvendo entre outras coisas sonegação gigantesca de impostos. Mas aí já seria coisa para o Leonel Brizola.

http://www.viomundo.com.br/opiniao-do-blog/uma-explicacao-para-postura-imperial-de-william-bonner-diante-de-candidatos.html

Marina é problema de Aécio, não de Dilma




Pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial recém-divulgada traz más notícias, sim, mas não para Dilma. Quem se deu mal com a reviravolta no quadro eleitoral foi Aécio Neves e até os “nanicos”, que já chegaram a somar 9 pontos percentuais e agora somam 5.

Para este Blog, nenhuma surpresa. No começo da tarde de sábado, este que escreve já avisava, via Twitter, o que o Datafolha mostraria.
 

Antes de prosseguir, vale comentar “análise” de Elio Gaspari que a mídia “bombou”. O resultado do Datafolha mostra como esses “colunistas” não escrevem análises, mas torcidas.

O título do texto de Gaspari basta para esclarecer do que se trata: “Aécio atingido é dúvida, mas dano a Dilma na eleição é certeza”. O título perdurou durante toda a tarde de domingo na home do UOL, com o exato teor acima. Porém, foi alterado para “O PR-AFA de Eduardo Campos acertou Dilma”.

Seja como for, os fatos mostram que quem perdeu mais com a candidatura de Marina foi Aécio.

Em primeiro lugar, Aécio, que tinha presença garantida em um eventual segundo turno, tendo mais de 10 pontos à frente de Eduardo Campos, agora está (numericamente) em terceiro lugar na disputa. Dilma continua com larga vantagem à frente do segundo colocado, Marina.

Em segundo lugar, a aprovação ao governo Dilma cresceu SEIS pontos.

Em terceiro lugar, a vantagem de Dilma sobre Aécio em um eventual segundo turno entre ambos, aumentou bastante. Chegou a ser de 44% a 40%, ou 4 pontos, no Datafolha; agora, contra Aécio a vantagem é de OITO pontos, ou seja, dobrou.

Numericamente, Marina tem 4 pontos à frente de Dilma no segundo turno (47% a 43%), o que configura empate técnico porque a diferença fica na margem de erro de 2 pontos percentuais – Marina pode ter 45% e Dilma, também. Mas essa situação tem tudo para ser transitória.

Em primeiro lugar, a pesquisa foi feita em meio à comoção com a morte de campos. Em segundo lugar, pesquisa recente de uma divisão da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) sobre como o noticiário está tratando os candidatos a presidente (o dito “manchetômetro”) mostra que Dilma – e só Dilma – está sendo massacrada pela mídia, mas isso mudará com o início do horário eleitoral, a partir desta terça-feira.

Passada a comoção e com a campanha de Dilma finalmente podendo dar a sua versão dos fatos no maior tempo de televisão e rádio entre todos os candidatos, será difícil que Marina continue se projetando sobre a petista no segundo turno. A tendência é de que fique com o patamar de Eduardo Campos ou de Aécio.

De sábado para cá, aliás, Reinaldo Azevedo, um porta-voz quase assumido do PSDB, já começava a bater em Marina, criticando a exploração política que ela tem feito da morte de Campos.

Nesta segunda-feira, Reinaldão continua batendo em Marina. Não há prova maior de que Aécio está perdendo muito com a candidatura dela.

Claro que a militância petista também criticou Marina por rir e fazer “selfies” durante o velório do ex-companheiro de chapa no velório dele, sobre seu caixão. Porém, a militância não tem as informações de Reinaldo, que já foi muito bem instruído pelo PSDB.

O comportamento desse jornalista tucano aponta para o que deve acontecer até o dia 5 de outubro: Marina e Aécio vão se engalfinhar pelo segundo lugar, mas o Datafolha mostra que Marina tem muitas vantagens sobre ele.

Marina, pelo menos até aqui, não tem esqueletos no armário como o tucano – Aécioportos, etc. Dilma carrega o peso do PT (mensalão, etc.), mas contra si não pesa nada. Tanto quanto contra Marina.

Aliás, se forem analisar partido por partido o PSB também tem muita gente acusada de corrupção.

A questão é a imagem dos candidatos. O Datafolha revela a fraqueza da candidatura de Aécio e a força da candidatura de Dilma, que está no seu piso há muito tempo. Imaginar que poder dar sua versão dos fatos no horário eleitoral não irá melhorar sua aprovação, é temerário.

Mais uma vez: hoje, a voz de Dilma é quase inaudível diante do massacre midiático que o “manchetômetro” da UERJ revelou. A partir desta terça, Dilma, Lula e o PT vão poder falar. E terão muito, muito, muito espaço para tanto.

A previsão deste Blog, pois, é a de que a campanha de Dilma vai simplesmente deixar Marina e Aécio se engalfinhando pelo segundo lugar, de forma que aquele entre os dois que chegar ao segundo turno, chegará meio estropiado.

Claro que Aécio tomará cuidado porque, caso passe para o segundo turno, precisará do apoio de Marina. Contudo, se ela se aliar a ele oficialmente no segundo turno, atrairá sua rejeição, que deverá crescer muito.

Com todo o bombardeio que tem sofrido, Dilma não perdeu um único ponto. Aécio perdeu pouco (tinha 21% e agora tem 20%), mas perdeu. Dilma ganhou aprovação ao seu governo e perdeu rejeição. Tudo de bom para ela. Chega à campanha na TV melhor do que disse a maioria dos “analistas” da grande mídia.

Além de tudo isso, nas próximas semanas o Brasil saberá mais sobre Marina. A coordenação de sua campanha por uma das donas do banco Itaú é um fato que a população não sabe, mas que, ao saber, fará com que reveja a imagem de candidata “socialista’.

Finalmente, àqueles que possam julgar que Marina no poder não seria a mesma coisa que Aécio, digo que se enganam. Seria uma títere da mídia e do capital.

Contudo, Marina tem um problema com o capital, com o agronegócio. Aécio, não. Por mais que o capital não tenha tanta força em eleições quanto se pensa, seguramente tem influência e acha que Marina é menos previsível do que o tucano.
 
Trocando em miúdos: o capital não deve fazer tanta força por Marina quanto fará por Aécio.

Para Dilma, às portas do início do horário eleitoral no rádio e na tevê, o quadro é muito melhor do que o esperado. Quem estiver pensando em pular fora do barco dela, convém aguardar. A tendência é de que ganhe musculatura eleitoral nas próximas semanas.


 http://www.blogdacidadania.com.br/2014/08/marina-e-problema-de-aecio-nao-de-dilma/

Dilma já enfrentou torturadores piores que os do Jornal Nacional




A presidente da República bem que poderia ter incorporado o espírito de Leonel Brizola e, após ter dito tudo que tantos brasileiros têm a dizer sobre a Globo, deixado William Bonner e Patrícia Poeta fazendo suas caras e bocas (de nojo) sozinhos. Se não fosse uma dama, poderia ter dito que recebeu o Jornal Nacional para ser entrevistada, não para ser agredida.

O que se viu na noite de terça-feira, 18 de agosto de 2014, na TV Globo, não foi uma entrevista dura como foram – em alguma medida – aquelas a que foram submetidos Aécio Neves e Eduardo Campos. Foi uma agressão, um desrespeito.

E não só pelo tom dos entrevistadores, mas pelo tempo que gastaram com suas perguntas. Bonner e Poeta gastaram um terço dos 15 minutos que durou a entrevista. Mais especificamente, 4 minutos e 48 segundos. Isso sem contar o tempo das interrupções. Não houve nada igual nas entrevistas com Aécio Neves e Eduardo Campos.

Aqui se poderia questionar o teor das perguntas. No caso da pergunta sobre saúde, por exemplo, com Poeta fazendo caras e bocas (de nojo), opinou que 12 anos seria “tempo demais” para Dilma não consertar problemas que a saúde pública no Brasil ostenta há 500 anos.

Dilma poderia ter respondido isso, que os problemas da saúde do país não têm 12 anos e que não serão solucionados completamente por governante nenhum em um, dois ou três mandatos, mas preferiu se restringir às suas responsabilidades em respeito ao público.

Sobre corrupção, Dilma também poderia ter respondido à pergunta de Bonner com outra. Poderia ter perguntado que governante brasileiro, entre prefeitos e governadores, não tem problemas de corrupção entre seus comandados.

Dilma poderia, por exemplo, ter dito que o escândalo dos trens em São Paulo envolve “módicos” 11 bilhões de reais e que não houve nada sequer parecido em seu governo.

Mas Dilma é uma dama e uma mulher ciente de suas responsabilidades. Não seria uma sessão de tortura psicológica levada a cabo por aprendizes de torturadores que iria fazê-la perder a linha ou esmorecer. Faltou competência ao casal de energúmenos até para exercer o poder dos torturadores.

Mas se Dilma não cedeu nem à tortura física da ditadura, não seriam um mauricinho e uma patricinha de quinta que iriam dobrá-la.

Em 18 de agosto de 2014, com seu casalzinho de torturadores perfumados, a Globo fez lembrar ao país que continua sendo aquela mesma Globo que rastejou aos pés da ditadura para que esta lhe enchesse os bolsos com dólares que os americanos aqui despejaram para destruir a nossa democracia, para seviciar nosso povo durante mais de vinte anos.

A data dessa sessão de tortura midiática entra agora para a história do jornalismo brasileiro como exemplo de falta de compostura profissional. Bonner e Poeta teriam feito papel menos odioso se emulassem os energúmenos que, na abertura da Copa, vociferaram o infame “Dilma, VTNC”. Só faltou berrarem isso diante da presidente da República.

http://www.blogdacidadania.com.br/2014/08/dilma-ja-enfrentou-torturadores-piores-que-os-do-jornal-nacional/

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Os boatos na internet e a intolerância



Por Ricardo Kotscho, no blog Balaio do Kotscho:

"Você já viu o que está circulando na internet? Tem foto e tudo. Estou com medo de deixar filho meu sair de casa"

"Vi agora no Facebook que vai faltar água e luz, a inflação vai explodir, a coisa está feia".

Quem ainda não ouviu ou recebeu um e-mail com este tipo de comentário? É assim que surgem os boatos e se alastram como pólvora na grande rede, nos táxis, nos ônibus, nos botecos, no boca a boca por toda parte, criando um clima de medo e intolerância, revolta e ódio, mau humor generalizado, pessimismo, o caldo de cultura que acaba levando à morte, como aconteceu quando mais de 100 pessoas lincharam a dona de casa Fabiane Maria de Jesus, no último domingo, no Guarujá, em São Paulo.

Quando li a notícia sobre mais este crime hediondo fiquei tão chocado que não sabia nem o que escrever. E começo a me perguntar: adianta escrever alguma coisa depois de ver o vídeo desta barbaridade promovida no balneário mais chique dos paulistas? São tantos os casos de violência extrema acontecidos ultimamente que já deveria estar anestesiado a esta altura do campeonato da vida de jornalista, mas ainda reajo com o inconformismo do início da carreira e procuro entender primeiro o que está se passando na alma dos brasileiros, aquele povo outrora chamado de cordial por Sérgio Buarque de Holanda.

Linchamentos e chacinas sempre aconteceram, não são novidade no Brasil nem no mundo civilizado, mas não me lembro de alguém arrancar e jogar um vaso sanitário do alto da arquibancada nas pessoas que estão passando na rua, como vimos no último final de semana, no Recife. De uns tempos para cá, porém, noto que a violência e a intolerância se disseminaram na nossa sociedade, em todas as relações humanas, nas diferentes classes sociais, no trânsito, nas filas, no transporte coletivo, no trabalho, nos comentários na internet, na política, nos jogos de futebol, nas baladas e até na família. Concorrentes e adversários viraram inimigos, e a vida vale cada vez menos. São tempos de vale tudo, de salve-se quem puder.

Quem pensa diferente de nós é um idiota ou um vendido, quem prega fraternidade, paz, tolerância é um poeta inocente a serviço dos bandidos, quem defende o desarmamento de espíritos é um sujeito que está fora do mundo, quem procura se colocar no lugar do outro e ouvir diferentes opiniões antes de emitir a sua está perdendo seu tempo.

É um tempo de certezas absolutas, de donos da verdade, de tudo ou nada, preto ou branco, escreveu não leu, o pau comeu. No jornalismo, por exemplo,para se dar bem hoje em dia, tem que ser mais radical do que os outros, pregar a justiça com as próprias mãos, mandar prender todo mundo porque ninguém presta. Isso dá aumento de salário, prestígio e rende novas propostas de trabalho.

"Eu também tenho filhos e o papo que rolava é que estavam matando crianças. Não sabia se ela era inocente ou não", disse candidamente à policia o primeiro assassino preso no Guarujá, o eletricista Valmir Dias Barbosa, de 47 anos.

Quer dizer que, se Fabiane de Jesus, de 33 anos, mãe de dois filhos, não fosse inocente, ele e o restante da malta enfurecida teriam todo o direito de mata-la a pauladas porque "o papo que rolava" é que a dona de casa que carregava uma Bíblia na mão sequestrava crianças para fazer magia negra.

Sabe-se agora que a boataria se espalhou a partir de um retrato falado feito pela polícia do Rio há mais de dois anos e reproduzido, sem nenhuma checagem ou apuração, no dia 25 de abril, pela página do Facebook do "Guarujá Alerta", que tem mais de 55 mil seguidores. A imagem teria sido retirada, segundo o advogado do "responsável" pelo Facebook, depois de ele perceber que era um boato, mas o estrago já estava feito, alarmando a população de Morrinhos, um bairro pobre de 40 mil habitantes.

"A gente não pode culpar ninguém, tem que culpar a internet", disse aoR7o ajudante Jonas Thiago Andrade, que aparece no vídeo do linchamento e também foi ouvido pela polícia.

Como assim, culpar a internet? Vão prender todos os provedores e computadores da grande rede? Internet é apenas um instrumento, um equipamento eletrônico como o rádio e a televisão. Culpados, além da centena de linchadores, são os responsáveis pelos conteúdos irados e apopléticos que estão instigando a violência, disseminando boatos, assassinando reputações, atirando primeiro para depois pedir documentos, jogando a população contra governantes e políticos em geral, como se a democracia e a justiça pudessem ser feitas com as próprias mãos, conforme o que der na telha de cada um.

Às vésperas da grande festa que poderia ser a Copa do Mundo no Brasil, programam-se novas manifestações de protesto e uma onda de greves, tendo como pano de fundo a campanha eleitoral, em crescente clima de beligerância nas redes sociais, como se o mundo fosse acabar amanhã. E a CPI da Petrobras ainda nem começou. Tudo parece seguir um roteiro macabro, que acaba desaguando em cenas dramáticas como a do linchamento no Guarujá, com o virando inimigo do próprio povo. É disso que Fabiane Maria de Jesus foi vítima. E vida que segue.



http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/05/os-boatos-na-internet-e-intolerancia.html


CPI dos pedágios tentará abrir a maior caixa-preta do governo de SP



No último ano do atual mandato do governador Geraldo Alckmin finalmente a oposição conseguiu aprovar sua primeira CPI, a dos pedágios. Parece mentira, mas, em quase quatro anos, a oposição ao governo paulista na Assembleia Legislativa jamais conseguiu aprovar uma CPI que a situação, ou melhor, que o Palácio dos Bandeirantes não quisesse ver instalada.
Em 2011, logo no início da atual legislatura, a bancada do PT conseguiu o número regimental de assinaturas para protocolar a CPI dos Pedágios. Na ocasião, a base do governo Alckmin, valendo-se de um verdadeiro passa-moleque, inundou a fila de pedidos de investigação a fim de impedir o que, em nível federal (no Congresso), o PSDB chama de “direito da minoria”.
Desde 2011, a Assembleia Legislativa paulista teve, entre outras CPI’s pitorescas, a da gordura transgênica, a da pesca predatória e a do uso abusivo do álcool, mais conhecida como “CPI da Manguaça”. Mas não conseguiu instalar a CPI dos pedágios, dos quais dez entre dez usuários das estradas paulistas reclamam.
Para conseguir impedir a instalação de uma CPI que obteve assinaturas suficientes de parlamentares devido à grande grita da sociedade paulista por investigação e providências, o PSDB usou do autoritarismo que caracteriza o partido em São Paulo. O episódio vale a pena ser divulgado para que se tenha ideia de como o Estado mais poderoso do país se transformou em um feudo.
A bancada do PT, visando burlar norma que o deputado estadual do DEM Rodrigo Garcia conseguiu aprovar para dificultar a instalação de CPIs a pedido da minoria – a norma de que qualquer investigação só seja instalada pela ordem cronológica –, colocou um funcionário de plantão no protocolo da Assembleia, para ser o primeiro da fila.
Para que se tenha ideia, em 2011 o assessor da Bancada do PT, Salvador Khuriyeh, ficou 12 horas em pé em frente ao relógio de ponto para garantir o protocolo do pedido de CPI elaborado pelo Partido dos Trabalhadores, com o objetivo de fiscalizar os contratos entre o governo e as empresas concessionárias das rodovias estaduais
A Presidência da Casa, então exercida pelo tucano Barros Munhoz, praticou uma legítima molecagem. Mandou retirar o funcionário da bancada petista da fila alegando que ele não poderia permanecer no local porque a Assembleia ainda não tinha instalado seus trabalhos. Porém, atrás desse funcionário havia funcionários da bancada da situação com uma dezena de pedidos de CPIs para protocolar, entre as quais a “CPI da manguaça”, supracitada.
Os funcionários do PSDB e do DEM, entre outros, não foram retirados da fila de protocolo da Assembleia e foi só o funcionário petista ser retirado para que os funcionários governistas protocolassem seus pedidos de CPI, fazendo com que a dos pedágios fosse para o fim da fila.
Por conta disso, demorou quase três anos para que chegasse a vez da CPI dos pedágios. Isso porque, na Assembleia Legislativa de São Paulo, CPI’s têm prazo de funcionamento de 120 dias, podendo ser prorrogadas por mais 60, totalizando quase seis meses por CPI. Assim, a bancada governista vinha estendendo suas CPIs pitorescas ao máximo para impedir a dos pedágios de ser instalada.
A preocupação do governo Alckmin com a CPI dos pedágios, portanto, é suspeitíssima. E quando se analisa outras condutas desse governo a questão se torna ainda mais suspeita.
Por exemplo: o governo do Estado se recusa a divulgar o valor arrecadado nas praças de pedágio de São Paulo, mas, de acordo com o Pedagiômetro, esse valor, em 2013, chegou a R$ 6,891 bilhões.
São Paulo tem os pedágios mais caros do Brasil. Segundo o vice-presidente da CPI dos pedágios, o deputado Antonio Mentor (PT), uma viagem entre a capital paulista e Ribeirão Preto (interior do Estado) custa, só em pedágios, 70 reais, enquanto que o mesmo trajeto em uma estrada federal custa 9 reais.
O PSDB e a mídia de São Paulo argumentam que o preço exorbitante dos pedágios no Estado decorre da melhor qualidade das estradas paulistas. Resta saber se o custo 700% maior desse pedágio proporciona estradas 700% melhores que as federais, o que, obviamente, não ocorre. Teriam que ser estradas folhadas a ouro…
No vídeo abaixo, o deputado Antonio Mentor exorta os cidadãos paulistas a acompanharem uma investigação que interessa a todos, porque mesmo quem não usa – ou usa pouco – as estradas paulistas acaba pagando pelo pedágio exorbitante, pois este encarece os preços dos produtos transportados por essas estradas, os quais se espalham por todo o país, o que faz desse problema um problema nacional.

Apesar da importância do assunto, não será fácil conseguir fazer essa investigação avançar. Apesar de haver fortes suspeitas de irregularidades nos contratos do governo do Estado com as concessionárias, a base governista assumiu o controle da investigação – dos 9 membros da CPI, 7 são governistas.
A base governista escalou sua “tropa de choque” para a missão: Bruno Covas (presidente da CPI), Edson Giriboni, Davi Zaia (todos ex-secretários estaduais), Cauê Macris (líder da Bancada do PSDB), Aldo Demarchi, Orlando Bolçone e Campos Machado. Já a oposição escalou Antonio Mentor e Gerson Bittencourt, ambos do PT.
Vale dizer que é absolutamente estranho um líder de bancada integrar CPI, como ocorre com líder dos tucanos, Cauê Macris.
Para o líder da Bancada do PT, deputado João Paulo Rillo, é tudo muito suspeito:
Se a base do governo escalou sua tropa de choque para a CPI é porque sabe que nós, da oposição, vamos querer abrir essa caixa-preta dos pedágios. Essa CPI tem que mostrar para a população do Estado para onde vão os lucros exorbitantes das empresas concessionárias que administram as rodovias paulistas
Para tornar tudo ainda mais suspeito, a publicação da instalação da CPI no Diário Oficial da Assembleia Legislativa tem, apenas, um mísero parágrafo. Veja, abaixo, a nota diminuta para comunicar a instalação de investigação que pode detectar escândalo ainda maior do que o do cartel envolvendo o metrô e a CPTM.
Além de ser tão difícil instalar CPI’s no Estado de São Paulo, o aparelhamento delas pelo PSDB tentará impedir depoimentos, apresentação de documentos etc. Porém, as fontes do Blog garantem que o tamanho da roubalheira dos pedágios irá colocar a dos trens no chinelo. Por isso o PSDB fez tanto esforço para impedir essa investigação.
http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/cpi-dos-pedagios-tentara-abrir-a-maior-caixa-preta-do-governo-de-sp/

Ações da Petrobras saltam quase 50% em 51 dias.Vamos conversar, Aécio?



Em menos de dois meses, as ações da Petrobras saltaram quase 50% e recuperaram parte do que tinham perdido desde novembro. Isso ocorre em meio à instalação de uma CPI no Congresso. 

As ações preferenciais da estatal (PETR4), que dão prioridade na distribuição de dividendos, valiam R$ 12,02 em 17 de março. Nesta quarta-feira (7), elas fecharam cotadas a R$ 18,58. Isso representa um salto de 47,8% em 51 dias. 

Já as ações ordinárias da Petrobras (PETR3), que dão direito a voto, eram avaliadas em R$ 12,02 em 17 de março. Hoje, fecharam a R$ 17,40, com uma valorização de 44,76% nesse mesmo período.

Com essa valorização que vem ocorrendo desde meados de março, os papéis da estatal recuperaram uma parte do valor que tinham perdido. Em 18 de novembro, tanto as ações preferenciais quanto as ordinárias chegaram a atingir o pico de R$ 21,44. A pergunta Do Valor Econômico

Dólar fecha em queda cotado a R$ 2,218 na venda

O dólar comercial fechou em queda pelo segundo dia seguido nesta quarta-feira (7), com desvalorização de 0,49%, cotado a R$ 2,218 na venda. Na véspera, a moeda norte-americana tinha caído 0,79%.  

No contexto brasileiro, o resultado foi influenciado pela entradas de dólar no país. Investidores ouvidos pela agência de notícias Reuters afirmam que o patamar de R$ 2,20 tornou-se um valor mínimo informal para a moeda no curto prazo. Eles acreditam que esse patamar agrada o BC, pois não gera inflação e, ao mesmo tempo, não prejudica as exportações. 

Entrada de dólares supera saída em US$ 2,8 bi em abril, aponta BC

Em abril, as entradas de dólares no país superaram as saídas da moeda em US$ 2,783 bilhões, segundo dados de fluxo cambial divulgados pelo Banco Central nesta quarta-feira (7).
É o melhor resultado mensal desde maio de 2013.

No mês passado, o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) ficou negativo em US$ 1,015 bilhão, enquanto o comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) registrou saldo positivo de US$ 3,798 bilhões.

A imprensa e o candidato  tucano Aécio Neves, disse que o Brasil está em crise... Imagine se estivesse tudo bem?!

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/05/acoes-da-petrobras-saltam-quase-50-em.html

Sheherazade é, sim, sócia da barbárie


Por Renato Rovai, em seu blog:


Valmir Dias Barbosa foi detido no bairro Morrinhos, a mesma região onde Fabiane Maria de Jesus foi brutalmente espancada até a morte, no Guarujá, litoral de São Paulo. Ela foi vítima de uma brutalidade insana. E ele em boa medida vítima do ódio distribuído em pílulas diariamente pela mídia tradicional por pessoas como a apresentadora Rachel Sheherazade, que ainda é âncora do Jornal do SBT e que estava de namoro com a Band para ir ganhar 350 mil reais por mês para voltar a incentivar a violência numa outra concessão pública.

Valmir foi reconhecido após as imagens do linchamento terem sido entregues à polícia. Outras duas pessoas foram levadas à delegacia. Segundo o delegado responsável pelo caso, elas testemunharam os fatos, conheciam a vítima e o homem que foi preso.Em sua defesa, Valmir alegou que tem filhos e que participou da ação por acreditar que as acusações à vítima, de que sequestrava crianças para rituais de magia negra, eram verdadeiras. “Aconteceu e aconteceu. Não posso fazer mais nada”, teria dito.

Valmir é o principal suspeito do crime, já que teria sido ele quem acertou a cabeça de Fabiane com um pedaço de madeira. “Dá a impressão que aquilo piorou a situação dela, o que contribuiu e reforçou que seja ele o principal autor desse homicídio”, afirmou o delegado à imprensa local.

Segundo o delegado, outras cinco pessoas aparecem em algumas imagens e a polícia depende da identificação e do endereço desses suspeitos para encontrá-los. Fabiane foi vítima dessas pessoas. 

Mas os autores são vítimas, em boa medida, repito, da disseminação do ódio praticado por comunicadores como Sheherazade, que ganha dinheiro clamando por justiceiros. E não por justiça. E que vai continuar fazendo isso enquanto nossa mídia for esse mar de lama atual. E vai continuar fazendo pose por aí, enquanto Valmir vai apodrecer numa cadeia pelo ato bárbaro que cometeu e seus filhos vão ficar desprotegidos. E enquanto Fabiane está morta. É por isso que lutar contra insanidades que Sheherazade vocifera não é censura. É lutar pelos direitos humanos. E impedir a barbárie.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/05/sheherazade-e-sim-socia-da-barbarie.html

domingo, 4 de maio de 2014

Se Dilma deixar, oposição surfará em horário eleitoral exclusivo até agosto




Aos poucos, vai ficando claro por que a entrevista do ex-presidente Lula a blogueiros, no início do mês passado, provocou tanta comoção nos grandes meios de comunicação – Globo à frente. Sem essa entrevista, muito provavelmente a presidente Dilma não teria tomado as iniciativas que vem tomando no sentido de reagir ao bombardeio midiático.

O endurecimento do discurso da presidente – e, com sua anuência, de membros de seu governo, sobretudo de seus ministros – contra a oposição e seus candidatos à Presidência decorreu, claro, de números desfavoráveis apurados em pesquisas obscuras que, para quem as acompanha, sabe que forçaram a mão a favor da oposição ou contra a situação. Mas, em grande medida, decorreu também – e principalmente – da senha dada por Lula.

Dilma engajou-se na administração do país em 1º de janeiro de 2011 e acabou esquecendo do resto. Esqueceu-se de como a política pode ser eficiente em distorcer a realidade.

A presidente achou que a manutenção do bem-estar dos brasileiros em meio a uma hecatombe econômica mundial seria suficiente para mantê-la politicamente forte, mas deixou de contar com um fato: manter o bem-estar não significa aumentá-lo.

Como aumentar significativamente a qualidade de vida no país seria praticamente impossível em um momento em que o mundo se debate em desemprego e recessão no âmbito da maior crise econômica mundial da história, a falta da continuidade da melhora dessa qualidade de vida seria explorada politicamente com grande eficiência devido ao fato de a oposição dispor de máquina propagandística tão avassaladora quanto é a grande mídia.

Dilma acreditou no poder da realidade contra o poder da comunicação, a qual, ao longo de seu governo, relegou a segundo plano, dispondo-se, inclusive, a repetir os chavões dos grandes impérios de mídia com os quais respondem aos questionamentos sobre a absurda concentração de propriedade desses meios que vige no Brasil.

Dilma adotou a tese midiática do “controle remoto” como que fazendo uma oferta de paz àqueles impérios de comunicação. Algo como “Deixem-me governar que não incomodo vossos oligopólios, com os quais vêm enriquecendo tanto”. A presidente não entendera, pois, que a mídia não quer apenas ganhar dinheiro, mas também governar o país…

Por “controle remoto”.

Sem estratégia de comunicação, fazendo ar blasé para ataques reiterados dos adversários na mídia, acreditando que o massacre dos petistas condenados no julgamento do mensalão não a afetaria apesar de esses ataques criminalizarem o PT, partido ao qual a presidente é filiada, ela se manteve ocupada, “apenas”, em impedir que a sociedade sentisse os efeitos da crise internacional.

E conseguiu. Dilma conseguiu manter o país a salvo da crise. A vida dos brasileiros não só não piorou como ainda melhorou um pouco, ainda que bem menos do que durante a era Lula, que só viveu dois anos de uma crise que já dura quase seis.

Mas o que aconteceria se os brasileiros não soubessem a gravidade da crise econômica internacional? E se ela fosse tratada pelos meios de informação disponíveis aos brasileiros como “nada demais”, como um fato incapaz de justificar que o ritmo da melhora da qualidade de vida no país tenha diminuído?

Foi o que aconteceu. Vermos as críticas que temos visto tanto na grande mídia quanto nas ruas do país a uma política econômica que impediu que fôssemos contaminados pelo desemprego e pela queda da renda que se espalharam pelo planeta, chega a ser surreal.

Quando falam da inflação, parece que estamos no fim do governo Sarney, do governo Collor ou no fim do governo FHC, quando a inflação de dois dígitos deixava os salários e a renda das famílias na poeira. Nem parece que por mais de uma década seguida o Brasil mantém a inflação dentro da meta do Banco Central e que os salários têm dado um baile na inflação.

Nem parece, aliás, que há hoje no país uma empregabilidade altíssima inclusive para grande parte da mão-de-obra não especializada e que os salários estejam em níveis jamais imaginados ao longo das duas décadas anteriores à chegada do PT ao Poder.

Alguns dirão que Dilma acordou tarde demais e que já não haverá tempo para reagir, mas tal premissa não passa de desconhecimento da realidade do país, não passa de uma premissa fundada em torcida ou pessimismo exagerado.

A eleição presidencial de 2014 mais uma vez irá contrapor realidade e fantasia – ou realidade e efeitos especiais. O que vivenciamos de concreto hoje no país é uma coisa, o que a máquina propagandística de oposição está enfiando em algumas cabeças, é outra.

Ora, basta fazer o cidadão olhar ao seu redor, usar a memória para lembrar o passado e decidir se quer arriscar o que tem.

A máquina propagandística da oposição está vendendo um “Viaduto do Chá” aos brasileiros, acenando com melhoras que não virão e que, pelo contrário, em vez de melhoras serão pioras, pois quem acompanha a política conhece muito bem as plataformas de Aécio Neves e Eduardo Campos vendidas ao grande empresariado, de impor “medidas amargas” à ralé.

O fato é que o horário eleitoral na televisão e no rádio com o qual o PT e sua candidata esperam fazer os brasileiros pensarem, só começa daqui a mais de 90 dias. Até lá, o governo, sua titular, o partido dela e os aliados estarão literalmente amordaçados nos meios eletrônicos, enquanto que a oposição terá uma mídia que faz a sua vez nesses meios todo dia, de segunda a segunda.

A realidade hoje é que enquanto Dilma apanha todo dia nas tevês, nos jornais expostos em cada esquina e nas rádios, meios nos quais a grande massa se informa, a oposição aparece de forma heroica enfrentando “o poder”, inclusive reclamando de estar sendo prejudicada pela “máquina estatal” nas mãos dos adversários.

Na comunicação de massas, porém, só Dilma apanha. A economia estaria em frangalhos, a Petrobrás teria sido falida, a corrupção teria explodido e todos os problemas que são de responsabilidade de Estados e municípios, grande parte dos quais são administrados pela oposição, tornam-se responsabilidade da presidente da República.

Enquanto isso, alguém se lembra de uma única reportagem negativa para Aécio Neves ou Eduardo Campos? Até surgiram episodicamente na mídia, há vários meses, algumas denúncias contra o PSDB de São Paulo, como no caso dos trens superfaturados de Alckmin e Serra, mas Aécio e Eduardo são mantidos intocados e só aparecem no ataque, repetindo o que diz o noticiário.

Eis por que o recente pronunciamento de Dilma em cadeia de rádio e tevê deixou a mídia e a oposição de cabelo em pé. A presidente fez a única coisa que não pode fazer para que os planos dos adversários deem certo: deu a sua versão contra a versão esmagadora do noticiário.

Ora, censura só funciona se for para valer e a oposição midiática depende de Dilma continuar calada para poder fazer prevalecer sua versão da realidade, impedindo os brasileiros de refletirem sobre o que têm e o que estarão colocando em jogo em outubro próximo.

Desse modo, se Dilma não continuar falando – e muito – terá dois meses de exposição na tevê e no rádio para convidar o país a refletir, enquanto que a oposição, só neste ano, terá tido OITO meses. A oposição, assim, terá desfrutado de um horário eleitoral exclusivo na mídia eletrônica que terá sido quatro vezes maior do que o que terá tido a situação.

Em condições tão desiguais, a disputa ficará difícil para Dilma. A menos que ela continue falando, pois só a sua voz tem peso suficiente para não poder ser ignorada ou escondida. E mesmo que a cada fala sobrevenham os ataques, a militância terá argumentos e não vai dar para simplesmente tapar os ouvidos e não ouvir o que o outro lado tem a dizer.

Eis, portanto, a contribuição deste blog aos estrategistas da campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição.

http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/se-dilma-deixar-oposicao-surfara-em-horario-eleitoral-exclusivo-ate-agosto/


Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada:

Rui Falcão falava no comício do PT , quando anunciou os dois compromissos prioritários do Partido: a reforma política, com plebiscito e Constituinte Exclusiva; e a Ley de Medios.

Aí, a plateia, em coro, bem alto, gritou:

“A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura”.

Lula tocou no mesmo nervo exposto: “a maior oposição é a da grande mídia”.

E ouviu: “É o PiG (*)!”.

Num outro ponto, a plateia gritou: “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo!”

Finalmente, o PT, o Lula e – inevitavelmente – a Dilma se deram conta de que a Globo é o inimigo #1!

É a Globo que interdita o debate político no pais.

Dizia o Dr Roberto: “o importante não é o que o Globo publica, mas o que não publica!”.

A Globo e sua editoria “o Brasil é uma m…” é que não deixam o povo saber que o copo está mais mais cheio que vazio.

A Globo incentiva o Golpe.

Como dizia o Jango, ela envenena o Brasil.

A Globo é o Clarín da Cristina K, a da Ley dos Medios.

É preciso fracionar, quebrar a Globo em pedaços, como a K fez com o Clarín.

Como o Theodore Roosevelt fez com a Standard Oil …

Uma Ley de Meios como a de TODOS os países civilizados.

Os filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio – teceram a armadilha em que caíram.

Vem ai a licitação do 4G.

O Google vai googlar a Globo.

Enquanto a audiência cai fantasticamente, sob a regência iluminada do Gilberto Freire com “i”(**).

As receitas fora da tevê aberta não pagam o salário do Cala a Boca Galvão …

Os filhos do Roberto Marinho nunca tiveram Plano B.

Ou era o neolibelismo (***) da Urubóloga, incorporado ao Principe da Privataria, ou nada.

Não imaginaram que pudessem viver tanto tempo fora do poder.

(Embora continuem a mamar no BV que levou o Pizzolatto à condenação…)

Os filhos do Roberto Marinho terceirizaram a opinião.

Os editoriais do Globo não tem a mínima importância, a mínima repercussão – como nos tempos do Jorge Serpa e do Dr Roberto.

Quando o Jorge Serpa – a mando do Dr Roberto – publicava aqueles tijolaços na primeira pagina de O Globo, a Republica tremia – ou caía na gargalhada…

O editorial é A voz do dono !

Agora, mandam os colonistas (****).

1001 colonistas que, somados, não tem a importância de meio Jorge Serpa (com o Dr Roberto, por trás…).

Como os filhos do Roberto Marinho não têm a competência do pai para fazer o jogo da política – e da opinião, do que NÃO publicar – entregaram a opinião e o que NÃO publicar a empregados.

Que precisam garantir o emprego, com a faca no dentes.

E se tornaram mais realistas que o Rei.

São empregados que se engalfinham na reunião de pauta – como o “i” e o Ataulfo (*****) – para ver quem concorda mais com o patrão.

E exageraram.

Destruíram as pontes.

Foram longe demais.

Mais longe do que seria compatível com a sobrevivência da empresa.

Colocaram-se a empresa na linha de fogo.

O PT e a Dilma não têm mais como recuar: ou atiram ou morrem !

Essa eleição é sobre a Petrobras – clique aqui para ler “como vai ser a CPI – Joel Rennó vs pré-sal para o povo”.

E também sobre a Globo.

A Globo vai tentar destruir a Dilma.

É um questão empresarial.

Porque a Organização (sic) não sobrevive a um segundo mandato da Dilma.

(E, se, depois do segundo mandato da Dilma, o Lula volta, como ele disse no comício ?)

A Globo não vai fazer caixa para sustentar o custo de ser a Globo.

Vai faltar grana.

Quanto mais ela mantém “o padrão de qualidade”, mais ela se enforca.

“Meu pedacinho do chão” só se paga enquanto ela conseguir embolsar 80% da verba de tevê aberta com menos de 40% da audiência.

Um dia, os anunciantes vão desconfiar…

Tão caro por tão pouco ?

E vão pedir o BV de volta.

Não dá para perder 30% de audiência em 10 anos e 10% num ano e ficar tudo na mesma.

A Globo vai ficar obsoleta como líder de audiência.

Como a Veja.

Como a Time.

Como a Look.

É a morte anunciada.

Que o Dr Roberto saberia evitar: porque sabia também o que publicar …

A Globo vai morrer gorda.

Como um dos filhos do Dr Roberto.

*****

Em tempo: na Globo se atribuía ao Dr Roberto outra interessante observação: “o Boni pensa que isso aqui é um circo. Isso aqui é uma fábrica de poder !”.

(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

(**) Ali Kamel, o mais poderoso diretor de jornalismo da história da Globo (o ansioso blogueiro trabalhou com os outros três), deu-se de antropólogo e sociólogo com o livro “Não somos racistas”, onde propõe que o Brasil não tem maioria negra. Por isso, aqui, é conhecido como o Gilberto Freire com “ï”. Conta-se que, um dia, D. Madalena, em Apipucos, admoestou o Mestre: Gilberto, essa carta está há muito tempo em cima da tua mesa e você não abre. Não é para mim, Madalena, respondeu o Mestre, carinhosamente. É para um Gilberto Freire com “i”.

(***) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.

(****) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

(*****) Ataulfo de Paiva foi o mais medíocre – até certa altura – dos membros da Academia. A tal ponto que seu sucessor, o romancista José Lins do Rego quebrou a tradição e espinafrou o antecessor, no
discurso de posse . Daí, Merval merecer aqui o epíteto honroso de “Ataulfo Merval de Paiva”, por seus notórios méritos jornalísticos, estilísticos, e acadêmicos, em suma. Registre-se, em sua homenagem, que os filhos de Roberto Marinho perceberam isso e não o fizeram diretor de redação nem do Globo nem da TV Globo. Ofereceram-lhe à Academia.E ao Mino Carta, já que Merval é, provavelmente, o personagem principal de seu romance “O Brasil”.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/05/agora-e-dilma-versus-globo.html

Globo mente sobre Padilha e Labogen





Por Altamiro Borges

A mídia tucana, que está em plena campanha para derrotar Dilma Rousseff no pleito presidencial deste ano, tem outros objetivos para a batalha em curso. Ela teme, também, que as forças de esquerda cresçam nas eleições dos governos estaduais, que jogam um peso decisivo na definição da correlação de forças do país. Neste sentido, ela fará de tudo para evitar desastres no chamado “triângulo das Bermudas” – que reúne os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. O caso paulista é dos mais emblemáticos. Isto explica a ferocidade midiática contra Alexandre Padilha. Nesta sexta-feira (2), o jornal O Globo voltou a vincular o petista ao laboratório Labogen, do doleiro Alberto Youssef.

Segundo a “reporcagem”, o ex-ministro da Saúde teria assinado, como testemunha, um termo de compromisso com o laboratório, atualmente acusado de ser uma empresa de fachada para a lavagem de bilhões de dólares. A matéria também garante que a assinatura ocorreu apesar das recomendações técnicas feitas contra o acordo comercial. Em entrevista no programa Roda Vida, da TV Cultura, Alexandre Padilha rechaçou todas as acusações contra ele, mas a mídia demotucana não se deu por satisfeita. Diante dos novos ataques desferidos pelo jornal O Globo, o Ministério da Saúde divulgou neste sábado uma nota oficial esclarecendo o episódio. Reproduzo abaixo a íntegra da nota:

*****

O Ministério da Saúde esclarece que não firmou contrato com o laboratório Labogen, nem realizou pagamentos no âmbito da PDP firmada com o laboratório da Marinha, a Labogen e a EMS, cujo termo de intenções foi assinado no fim do ano passado. O Ministério informa, ainda, que a PDP está suspensa e os documentos da parceria foram entregues à Justiça e à Polícia Federal.

O Ministério da Saúde informa que a PDP é exclusiva para a aquisição de medicamentos para hipertensão arterial pulmonar. É importante destacar que em todas as PDPs firmadas pelo Ministério os produtores se comprometem a atender a dosagem solicitada pelo Ministério da Saúde.

No caso desta PDP, o foco é para o medicamento de 20mg, que é a dosagem de maior limitação no mercado para o tratamento desta doença. Mas a PDP também previa o medicamento na apresentação de 50 mg, de uso residual, assim sua aquisição foi prevista em escala complementar.

Os laboratórios normalmente utilizam o preço tabelado pela CMED, (órgão que fixa os preços máximos dos medicamentos no mercado) no início das negociações. Nesta PDP, o Ministério da Saúde já havia negociado uma redução de 74% em relação à oferta inicial do laboratório. Isso, ao longo dos cinco anos da PDP, representaria economia de R$ 29 milhões em relação ao valor pago atualmente pelo SUS. Com isso, se atingiria o objetivo da política de transferir tecnologia com economia de recursos.

Além disso, conforme dispositivo das PDPs, uma vez concretizado o convênio, em 2015 o Ministério da Saúde poderia reduzir ainda mais o valor, caso houvesse redução do valor no mercado.

A Labogen só entraria com o fornecimento de matéria-prima em 2016. Mas o processo de autorização na vigilância local já estava em andamento e o laboratório teria até o primeiro trimestre deste ano para estar apta a fornecer em 2016 para o laboratório público da Marinha. Caso não obtivesse a autorização ou não atendesse os requisitos, a PDP permite a troca do fornecedor da matéria-prima.

Como a empresa já tem as demais apresentações, ela já está apta para se adequar à apresentação de 20mg, que é de uso para o tratamento da hipertensão arterial pulmonar.

A adequação já estava prevista para o primeiro ano da parceria, portanto, para este ano. Cabe destacar que o registro desde o início seria do laboratório público da Marinha, com local de fabricação inicial na EMS, passando a ser produzido nas instalações do laboratório da Marinha a partir do 3º ano da parceria, em 2016.


*****

A nota de esclarecimento do Ministério da Saúde, porém, não deverá conter a onda de histeria contra o candidato petista. Nem sequer a recente declaração do deputado licenciado André Vargas, que negou que o ex-ministro tenha indicado um ex-assessor para dirigir o Labogen – conforme alardeou a mídia durante vários dias –, mereceu qualquer destaque nos jornalões e nas emissoras de televisão. O que está em curso no país é uma guerra e, como já foi dito, na guerra a verdade é a principal vítima. A mídia fará de tudo para evitar uma quarta vitória das forças progressistas na disputa presidencial e, de quebra, para impedir qualquer desastre no chamado “triângulo das Bermudas”. 

Alexandre Padilha que se cuide. Ele apanhará muito daqui até outubro. Os almoços e jantares promovidos para apaziguar os barões da mídia de nada serviram! Para os que ainda se iludem com a “neutralidade” da imprensa, esta campanha eleitoral será muito instrutiva... e dolorida!

 http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/05/globo-mente-sobre-padilha-e-labogen.html

Datafolha desta semana tentará repetir Sensus



Pesquisa do instituto Sensus sobre a sucessão presidencial divulgada pela revista IstoÉ na madrugada de sábado passado chegou vencida; foi realizada oito dias antes da divulgação e já chegou sob fortes questionamentos, alguns dos quais insuspeitos, como o de um colunista do jornal O Estado de São Paulo, José Roberto de Toledo, que apontou vícios na sondagem.
Apesar da ampla divulgação que essa crítica recebeu, é importante que seja reproduzida no âmbito destas considerações. Abaixo, pois, trechos do “blog” de José Roberto de Toledo no portal de O Estado de São Paulo.
—–
O ESTADO DE SÃO PAULO
2 de maio de 2014
José Roberto de Toledo
02.maio.2014 17:54:17
A pesquisa Sensus a ser divulgada neste sábado vai dar o que falar. Se não pelos seus números, ao menos pelos seus métodos. O instituto, que vinha trabalhando para o PSDB até pouco tempo atrás, foi criativo ao apresentar as perguntas aos eleitores.
Em vez de mostrar ao eleitor um cartão circular com os nomes dos candidatos – para não privilegiar nenhum deles -, o instituto mineiro apresentou uma lista em ordem alfabética. Desse modo, o nome de Aécio Neves (PSDB) aparece sempre em primeiro lugar.
Além de contrariar a prática do mercado (institutos como Ibope e Datafolha apresentam a cartela circular), o Sensus mudou sua própria maneira de fazer a pergunta de intenção de voto. Em eleições passadas, como em 2010, o instituto sempre usou a cartela circular, e não a lista em ordem alfabética.
[...]
Outro fato chama a atenção nesta sondagem do Sensus: o registro da pesquisa no TSE ocorreu bem depois de as entrevistas terem terminado. A pesquisa de campo foi feita entre os dias 22 e 24 de abril, mas só foi registrada no dia 28. Ou seja, ao registrá-la é provável que o instituto já soubesse o resultado – o que pode ou não ter influenciado na decisão divulgá-la.
Como no caso da MDA/CNT, a pesquisa do Sensus foi feita logo após a propaganda eleitoral do PSDB no rádio e na TV. E terminou muito antes do pronunciamento de Dilma na véspera do 1º de Maio. Mas como demorou tanto a ser divulgada, vai ficar parecendo que a sondagem do Sensus é mais recente do que de fato é.
A pesquisa foi paga pelo próprio Sensus, segundo o registro no TSE. Mas será divulgada com exclusividade pela revista IstoÉ. Segundo o site da publicação, a parceria envolverá a divulgação de sete sondagens sobre a eleição presidencial este ano.
[...]
—–
O questionamento acima comprova que business are business. E só.
O instituto Sensus envolveu-se em outra polêmica, em 2010. Só que, naquela oportunidade, o instituto de pesquisas mineiro atuava em sentido contrário, sendo então considerado tendente a “ajudar” Dilma Rousseff contra José Serra, apesar de sua relação histórica com o PSDB mineiro ou, melhor dizendo, com Aécio Neves, então injuriado com o colega paulista por ter lhe tomado a candidatura a presidente pelo partido de ambos.
À época, matéria da Folha de São Paulo, abaixo reproduzida, questionava o Sensus por sua metodologia, que acabara de detectar empate entre Dilma Rousseff e José Serra. Abaixo, a acusação da Folha ao Sensus em 2010.


 

De fato, a petista acabou confirmando as pesquisas de Sensus e Vox Populi contra o Datafolha; Dilma, partindo de um patamar baixíssimo nas pesquisas, alcançara Serra.
O que é de estranhar é que, desta feita, quando o Sensus é acusado de beneficiar um tucano contra Dilma, a Folha, à diferença do Estadão, manteve-se silente enquanto corria ao TSE para protocolar uma nova pesquisa a ser divulgada ao longo da semana que entra, mais provavelmente no próximo sábado ou domingo.
A nova pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial terá campo nos dias 7 (quarta-feira) e 8 (quinta-feira) de maio, com estimativa de 2.880 entrevistas. A data da divulgação do resultado deve variar de acordo com o que a sondagem apurar.
Se Dilma tiver ganhado pontos ou se mantido na posição da pesquisa Datafolha de abril, o resultado pode ser divulgado na sexta-feira mesmo, dia de menor interesse por notícias ante a chegada do fim de semana. Essa divulgação se daria no meio da tarde, horário de menor interesse em um dia de pouco interesse sobretudo por política.
Se Dilma tiver perdido pouco e/ou seus adversários tiverem ganhado pouco, a divulgação ocorrerá no sábado, um dia de maior repercussão que a tarde de sexta, mas, ainda assim, dedicado a outras atenções.
Se Dilma tiver perdido um percentual considerável e/ou seus adversários tiverem ganhado, a divulgação ocorrerá no domingo, ou no fim da tarde de sábado, quando a Folha de São Paulo distribui seus exemplares de domingo nas bancas. Assim, a repercussão começaria na tarde de sábado e se avolumaria no domingo.
A nova pesquisa é menos ampla do que a anterior, que teve cerca de 40 perguntas – a atual tem 29.
Nesta nova edição do Datafolha, uma pergunta surpreende pelo alto grau de indução da resposta do entrevistado que deve provocar. Chega a ser espantoso. A pergunta número 20 pede ao entrevistado que responda como votará se “A situação econômica do país se agravar até o dia das eleições”, já partindo do pressuposto de que a situação atual é grave.
Leia, abaixo, o formulário da nova pesquisa Datafolha que será divulgada no fim da semana que entra.
 

 A pesquisa, por si só, constitui uma peça de propaganda eleitoral negativa contra Dilma Rousseff. Até porque, espalhará versões sobre má situação econômica do país para um universo de quase três mil pessoas, que atuarão como propagadoras do desânimo com o governo que advirá depois dessa saraivada de pessimismo.
Contudo, como o Datafolha, à diferença do instituto Sensus, afirma que não “esquenta” o entrevistado com perguntas sobre economia e outras antes de perguntar em quem esse entrevistado irá votar, sempre há a possibilidade de Dilma ter recuperado pontos ou pelo menos ter permanecido com o patamar anterior, de abril.
Se Dilma permanecer com o patamar de Abril, é muito provável que a boa e velha “margem de erro” (de 2 pontos percentuais) seja usada para forçar uma sua “queda” ou “subida” dos adversários, mais precisamente de Aécio Neves, confirmando os números do Sensus, os ideais, neste momento, para a mídia tucana e seu candidato a presidente.

 http://www.blogdacidadania.com.br/2014/05/datafolha-desta-semana-tentara-repetir-sensus/