sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Dois Pesos Duas Medidas.

ESCÂNDALO TUCANO JÁ TEM UM MORTO;
CONTRA PSDB, JORNAIS EXIGEM PROVAS

Em 2005, Roberto Jefferson deu uma entrevista exclusiva à "Folha", em que lançava dezenas de acusações contra o governo federal. Foi nessa entrevista, também, que Jefferson cunhou a expressão "Mensalão". Vocês se lembram da manchete da "Folha de S. Paulo" na época? Não?Então, relembremos: "PT dava mesada de R$ 30 mil a parlamentares, diz Jefferson".
"Para ´Folha´, ele pode acusar à vontade, mas Luciana Genro precisa apresentar provas"
Agora, comparemos com o título da última sexta-feira (20/02/2009 - no "pé" da primeira página da "Folha"), sobre a denúncia do PSOL de Luciana Genro contra Yeda Crusius, governadora do PSDB:"Sem provas, PSOL acusa tucanos de corrupção no RS".
Lucian Genro - Deputada Federal do PSOL - RS
Por que este "sem provas" tão cuidadoso, no título da última sexta-feira (20/02/2009)? Por uma questão de isonomia, o correto seria "Governo tucano tucano tem corrupção e caixa dois, diz PSOL".Por que o mesmo "sem provas" não apareceu na manchete quando Jefferson deu sua entrevista?
Hum...
Bem, talvez para a "Folha", Jefferson valha mais do que o PSOL. Gosto não se discute.Ou, mais provável: qualquer denúncia contra o partido de Serra (o editorialista preferido da família Frias) merece todo cuidado! Por que a sigla "PSDB" não aparece nem na primeira página, nem na manchete de página interna? (Isso me lembra a cobertura da "Globo", na reta final da eleição de 2006. Os aloprados que tentaram comprar o dossiê contra Serra eram "petistas".
O Freud Godoy era "petista". Na hora de falar de Abel Pereira, um sujeito que intermediaria negócios na gestão de Barjas Negri (PSDB) no Ministério da Saúde, aí ninguém falava em "governo do PSDB". A fórmula era: "ministro no governo anterior".) Mas, voltemos ao caso da corrupção no Rio Grande do Sul. A denúncia é gravíssima. E já há um cadáver.
Marcelo Cavalcant, ex-assessor de Yeda Crusius, apareceu morto no Lago Paranoá, em Brasília.
Ele deveria ter uma reunião com o Ministério Público Federal em Brasília, logo após o Carnaval.
Hum, hum...
"Cavalcanti trabalhava para governadora do PSDB; corpo dele apareceu boiando em Brasilia"

Yeda Crusius - Governadora do RS - PSDB
Na "CartaMaior", em reportagem de Marco Aurélio Weissheimer (http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15702), leio que os parlamentares do PSOL que fizeram a denúncia "disseram que a governadora Yeda Crusius reuniu-se com Marcelo, semana passada, em Brasília, informação confirmada pela esposa do mesmo.
Segundo a deputada, o presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, teria participado da conversa que não teria sido nada amigável, o que foi negado no final da tarde pelo senador tucano.
"Hum, hum, hum...
Imagine se um ex-assessor do governo da Bahia, do PT, tivesse morrido, poucos dias antes de depor ao Ministério Público, num caso que envolve corrupção? Imagine as manchetes a essa altura? Eu imagino: "Ex-assessor petista aparece morto em Brasília".
Seria manchete semana inteira, com matéria na "Veja", e editorial na "Folha".
A essa altura, confesso que nada do que vem da "Veja" ou da "Globo" de Ratzinger me surpreende mais.
Mas, é triste constatar que a "Folha" também tomou o caminho da indecência jornalística.
Nesta sexta-feira, esse comportamento indecente aparece em dois momentos: na manchete a proteger tucanos gaúchos do PSDB, e na resposta mal-criada a dois intelectuais que "ousaram" contestar editorial da família Frias, sobre a ditadura militar.
No editorial canhestro, a "Folha" definiu a ditadura brasileira (1964-1985) como "ditabranda". Maria Victória Benevides e Fábio Konder Comparato escreveram ao jornal para protestar. Otavinho Frias não gostou. Disse que a indignação dos dois era "cínica e mentirosa".

Do Blog do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Denúncia.

Um filho de chocadeira
Sou casado e tenho quatro filhos, sendo três mulheres. Tenho também uma neta. Além disso, tenho mãe, o que não parece ser o caso desse infeliz desse blog abjeto que aparece na imagem acima, desse empregadinho da mídia golpista, desse sujeitinho à toa que acha que a escolha dessa manchete para uma matéria relativa a foto mostrando a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, e a ex-prefeita Marta Suplicy, é coisa de homem. Eu não acho. Como filho, esposo, pai e avô, tenho, ao todo, seis bons motivos para não descer a esse ponto na guerra política, ao ponto a que desceu esse degenerado sem mãe.

FHC pede a PSDB que boicote no Congresso medidas anticrise de Lula.

por Conceição Lemes

Deputados tucanos reuniram-se em São Paulo nesta terça-feira com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Motivo: debater a necessidade de o PSDB lançar o quanto antes o nome do candidato da sigla que disputará a sucessão presidencial em 2010.

"Os deputados saíram da casa de FHC também com a recomendação de exercerem mais fortemente a oposição no Congresso em relação a medidas do governo Lula, incluindo aquelas voltadas para impedir o avanço da crise internacional", afirma a jornalista Carmen Munari, em reportagem da Reuters.

Agora, é oficial o que já se conjecturava.
Estavam presentes ao encontro os seguintes deputados do PSDB:
* Julio Semeghini (SP)
* Walter Feldman (SP)
* Paulo Renato Souza (SP)
* Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES)
* Ricardo Tripoli (SP)
* Vanderlei Macris (SP)
* Fernando Chucre (SP)
* João Almeida (BA)
* Carlos Brandão (MA)

A impressão que passa a "recomendação" do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é de que ele pede aos tucanos que trabalhem para que a crise econômica mundial arraste o Brasil e o leve ao fundo do poço, como aconteceu na gestão dele. O que é isso: quanto pior, melhor? Mesquinhez? Irresponsabilidade? Tiro no pé?

Inviabilizar a adoção de medidas do governo Lula para combater a crise, é um crime contra o país. E agora, a menos que o ex-presidente dê alguma explicação para o teor de sua "recomendação", a impressão que fica será a de que ele quer sabotar o país para seu grupo político voltar ao poder.

Reunidos com FHC, tucanos querem apressar nome para 2010
por Carmen Munari

SÃO PAULO (Reuters) - Deputados tucanos debateram nesta terça-feira com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso a necessidade de o PSDB lançar o quanto antes o nome do candidato da sigla que disputará a sucessão presidencial em 2010.

O principal ingrediente para a pressa é a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de turbinar a candidatura pelo PT da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o que a leva a ocupar amplo espaço na mídia ao participar de cerimônias e eventos públicos do governo federal.

"O ex-presidente acredita que é preciso definir o mais rápido possível. O PSDB tem deixado para se decidir na última hora, enquanto a Dilma já está definida", disse à Reuters o deputado Julio Semeghini (SP), presente ao encontro realizado na casa de FHC.

O partido se debate entre as candidaturas dos governadores José Serra (SP) e Aécio Neves (MG). "Uma só pessoa deve falar pelo partido", afirmou. Para o grupo, este anúncio deve acontecer "o mais rápido possível".

A ala pró-Aécio prega a realização de prévias para a escolha do candidato, enquanto os serristas passaram a falar em "fila". Por esta tendência, seria a vez de Serra se candidatar, enquanto Aécio aguardaria a sua vez.

"Precisa contextualizar a fila. O Serra é o candidato natural do partido, o mais preparado, que já disputou a Presidência e foi ministro", acredita Semeghini. Em seu relato, a realização de prévias foi assunto pouco comentado no encontro.

A disputa entre Serra e Aécio teve reflexos na bancada da Câmara. Na semana passada, a vitória de José Aníbal (SP) para liderar a bancada tucana recebeu a contestação de 19 dos 58 deputados, muitos deles presentes na casa de FHC nesta terça-feira. Aníbal teria sido eleito por articulação do governador mineiro, que nega.

Após a conversa com FHC, o grupo que chegou a pedir a renúncia de Aníbal recuou. "Foi um erro ter deixado acontecer, e depois, um desgaste", disse Semeghini.

Esta é a terceira vez que o partido se divide em eleições majoritárias. Em 2006, Serra disputou e o ex-governador Geraldo Alckmin levou a indicação para disputar a Presidência. No ano passado, os dois tiveram outro enfrentamento na sucessão da prefeitura paulistana.

Os deputados saíram da casa de FHC também com a recomendação de exercerem mais fortemente a oposição no Congresso em relação a medidas do governo Lula, incluindo aquelas voltadas para impedir o avanço da crise internacional.

Estavam presentes também os deputados Walter Feldman (SP), Paulo Renato Souza (SP), Luiz Paulo Vellozo Lucas (ES), Ricardo Tripoli (SP), Vanderlei Macris (SP), Fernando Chucre (SP), João Almeida (BA) e Carlos Brandão (MA).

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Lorde Acton e a Globo.


Guardadas as proporções evidentes, a Globo adotou, faz tempo, uma doutrina em seu telejornalismo que de alguma forma se assemelha à famosa Doutrina Bush, que previa guerras “preventivas”. Todavia, o que caracteriza hoje essa poderosa emissora, que se tornou o que se tornou por ter sido vitaminada pela ditadura militar, remonta a inspiração bem mais longinqua no tempo.

A emissora carioca engajou toda a sua programação no projeto político do PSDB e do PFL de retomarem o governo do país. Para isso, espalhou ataques ao governo Lula e ao PT e blindagem a políticos e partidos aliados por toda sua programação, desde os telejornais até programas humorísticos nos quais ridiculariza a imagem do presidente da República e o apresenta como corrupto.

Alguns dirão que isso não é de agora, mas começo a perceber um certo desespero no comportamento global.

Na semana que chega ao fim, o telejornalismo da Globo entrou num caminho sem volta ao literalmente censurar notícias contrárias aos seus interesses políticos.

No edição do Jornal Nacional de seis de fevereiro, pode-se ver reportagem sobre aquele deputado do PFL que tem um castelo medieval não declarado ao imposto de renda e que ocupava a Corregedoria da Câmara. A reportagem simplesmente omitiu a que partido o sujeito pertence.

Na terça-feira, 3 de fevereiro, dia da divulgação da pesquisa CNT-Sensus que revelou disparada na avaliação de Lula, a Globo foi a única emissora do país que não divulgou a notícia.

Agora, diante do escândalo da merenda escolar no governo Kassab, onde sucedem-se denúncias de fornecimento de comida estragada às crianças e ainda em quantidade inferior para cada aluno à que determina a lei, a emissora simplesmente não divulgou nada.

Enquanto isso, Record e Gazeta fizeram extensas reportagens sobre o assunto.

Não assisti os telejornais do SBT, da TV Cultura ou da Band. Quem souber se noticiaram o escândalo da merenda, agradeço se postar a informação aqui nos comentários do blog.
Há também a já famosa propaganda do SBT elogiando Lula e pedindo às pessoas para que não se deixem engolir pela crise.

O fato é que já se pode ver a Globo caminhando para um desejável isolamento ao se manter como linha auxiliar do projeto Serra 2010. A impressão que se tem é a de que a Globo acredita que o que ela não divulgar, não existe. E isso num momento em que já se sabe que ela perdeu 6% de sua audiência para a Record no ano passado.

O que está acontecendo com a Globo? Será possível que não enxerga que mesmo o público mais ingênuo acabará vendo em qualquer outra tevê - ou mesmo em jornais - o que ela censurou?
Quantos terão visto a notícia sobre a popularidade de Lula e à noite, chegando em casa, ao não verem a notícia na Globo acabaram dando razão a quem diz que ela tenta prejudicar o presidente?

Não é à toa que a popularidade de Lula está subindo tanto. Quem, normal dos miolos, pode aceitar uma emissora de tevê que acha que pode escolher o que as pessoas devem ou não saber?

No século XIX, o pensador inglês Lorde Acton disse que o poder corrompe. No decorrer da história, pudemos comprovar esse fato. A tendência dos muito poderosos de abusarem do poder que têm acabou virando consenso.

Mais de cem anos depois num país do hemisfério Sul, vai ficando claro que, além de corromper, o poder parece que também enlouquece.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

A diferença entre a Governadora do Pará e o de São Paulo: como tratar Dantas.

. José Pedágio, governador de (e tudo para) São Paulo mantém relações cordialíssimas com Daniel Dantas.
. A filha de Serra e a irmã de Dantas são (ou foram) sócias num negócio da China: a irmã de Dantas entrou com milhões de dólares e a filha de Serra com o expertise em concorrências públicas…
. Veja os documentos do Estado da Florida sobre a empresa Decidir.Com Inc
. É um negócio de pai para filha…
. A governadora do Pará joga noutro time.
. Ana Júlia Carepa entrou na Justiça para tomar as terras que Dantas “comprou” de grileiros no Pará e, portanto, pertencem ao Governo do Pará.
. Terras onde, na parte de cima, Dantas cria gado.
. E, na parte de baixo, provavelmente com a ajuda de Eike Batista (que tem uma vocação impressionante para saber o que está debaixo da terra do Brasil*) provavelmente explora minérios …
. “O Juiz Líbio Araujo de Moura, da titular da Vara de Redenção, no Pará, bloqueou os títulos das fazendas Castanhal Espírito Santo e Castanhal Carajás, que integram o conjunto de propriedades adquiridas naquela região pela Agropecuária Santa Bárbara Xinguara, do banqueiro Daniel Dantas… As duas fazendas totalizam 10 mil hectares e teriam sido adquiridas por cerca de R$ 85 milhões.” (Estadão, pág. A11)
(*) É realmente impressionante a capacidade que Eike Batista tem de, sem instrumentos especiais de prospecção, perceber onde há potencial mineral em terras brasileiras. É impressionante. Um dom, na verdade. Tão impressionante que ele se associou a Daniel Dantas em atividades minerais, como percebeu a Operação Satiagraha. Dantas entrou com a grana e Eike com a intuição. Só a genética explica isso: deve ser um talento herdado de pai para filho…
Paulo Henrique Amorim
Leia a entrevista que fiz com a Governadora do Pará sobre, então, a intenção de tomar de volta as terras do bandido condenado, como diz o ínclito delegado Protogenes Queiroz

CONFIRMADO: GLOBO NÃO DEU PESQUISA COM POPULARIDADE RECORDE DE LULA.

Leitores escrevem para confirmar: o “Jornal Nacional” de terça-feira, mais uma vez, divorciou-se da notícia. A “Globo” não deu a pesquisa CNT/Sensus, em que Lula -apesar da crise econômica - bate recorde de popularidade (84%).

Isso é notícia em qualquer lugar do mundo. Menos na Globo.

Confirmei o fato, também, com algumas boas fontes que mantenho na Redação da TV Globo. Uma dessas pessoas disse-me que é escancarada a intenção de favorecer Serra, especialmente na cobertura dos telejornais locais em São Paulo.

Como escrevi há pouco, nada mais me espanta nas atitudes de Ratzinger – o agente das sombras do jornalismo global.

Ele deve ter baixado uma espécie de bula papal, proibindo a divulgação da pesquisa nas Organizações(!) Globo. Aos editores, coube apenas curvar-se, em silêncio obsequioso.

O “Jornal da Globo” (aquele que vai ao ar no começo da madrugada) também não publicou nada. E o jornal “O Globo” trouxe uma pequena referência à pesquisa CNT/Sensus, na capa desta quarta-feira (04/02/2008), mas em vez de destacar a popularidade de Lula, preferiu manchetar: “Dilma sobe e Serra lidera”.

O fato é estranho, mesmo para os padrões jornalísticos de Ratzinger.

Talvez haja algo se movendo nos bastidores das comunicações do país.

Se a idéia fosse apenas esconder a notícia, o “normal” seria a “TV Globo” dar uma nota, discreta, sobre a pesquisa lá pelo meio do JN. Mas, ao ignorar a notícia solenemente, talvez tenha mandado um recado ao Palácio do Planalto.

Digo isso porque outro fato estranho ocorreu no último fim-de-semana. Vocês viram o anúncio publicado pelo “SBT” em jornais e revistas de todo o país? Parece um recado no sentido oposto: “Presidente, estamos com o senhor, não torcemos contra”. Sílvio Santos procura ocupar espaço, como a dizer: “não somos como a turma lá do Jardim Botânico”.
O “SBT” sabe que a animosidade da “Globo” contra o governo Lula cresceu? Há motivos políticos, ou há também uma luta pela distribuição das milionárias verbas publicitárias controladas pelo governo?

Ou o Sílvio Santos ficou sabendo antes da pesquisa, e quis pegar carona na popularidade de Lula?
Vejam: estou apenas testando hipóteses.

O que Lula e Dilma vão fazer diante disso? Provavelmente, nada.

Lula, como eu já disse num outro texto, às vezes lembra mais Jango do que Vargas.

Cabe a nós, ao menos, espalhar pela internet o que se passou nesse caso. Mais um episódio didático, a apontar como atua boa parte da “grande imprensa” no Brasil. É uma imprensa cada vez mais minúscula.
Do Blog do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/

Ditadura da burrice.


Jornalismo político e econômico tornou-se uma “ciência” rasteira. Seu objetivo primordial deveria ser o de esmiuçar para o público os meandros da política e da economia. Orientar, não induzir, deveria ser a preocupação dos analistas.

É com muita preocupação que não consigo ver analistas da grande imprensa interpretando correta e honestamente um fato da maior importância como a recente pesquisa CNT-Sensus sobre a popularidade de Lula e de seu governo.

Minha régua para medir jornalistas é a forma como lidam com assuntos considerados “tabu” como a própria imprensa, na condição de vidraça em vez de estilingue.

Nenhum jornalista sério seria capaz de negar que essa pesquisa sobre a popularidade de Lula consistiu num recado do povo aos meios de comunicação, de que não acredita neles. Do contrário, a aprovação de Lula deveria cair, em vez de subir.

Ora, tomemos apenas o intervalo entre 15 de dezembro, data da divulgação da penúltima pesquisa Sensus, e 3 de fevereiro, quando foi divulgada a última pesquisa. Nesse intervalo de tempo, ninguém bom da cabeça (incluindo os mentirosos, que, para mentir nisso, teriam que ser loucos) seria capaz de negar que todos os jornais, tevês, rádios e grandes portais de internet venderam que Lula apenas teria “surfado” na “bonança” econômica internacional que teria vigido até setembro do ano passado, e que agora, tendo ele que administrar de verdade o país, tudo iria piorar.

As previsões sobre a inevitável queda de Lula nas pesquisas estão em todos os jornais, telejornais, rádiojornais, e-jornais etc. Não estou inventando nada. Basta recorrer aos arquivos dos jornais. Em suma: a mídia disse uma coisa, com enorme alarido, ao ponto em que não se podia ligar a tevê sem ver a venda dessa tese, e o governo disse outra.

Pergunto: em quem o povo acreditou? Se a pesquisa Sensus mostrou que mais gente ainda, na proporção de mais de 80% da população, aprova a condução do país pelo presidente Lula, será difícil entender que isso significa que essas pessoas, conscientemente, não acreditam na imprensa?

Será possível que é tão duro, para uma pessoa normal, entender isso? Negar esse fato, para mim, ou é muita burrice ou muita má fé. Se fosse burrice, teria que ser ao ponto de a pessoa nem conseguir amarrar seus sapatos sozinha. Pode haver alguém tão burro, mas não tanta gente burra como as pessoas que se lê nas caixas de comentários dos blogs da grande mídia, por exemplo, negando esse fato.

A imprensa, porém, estimula a burrice. Se eu fosse esses donos de jornais, tevês, rádios, portais de internet etc, ficaria preocupado por ter um público que em enorme parte se mostra tão burro, e me sentiria um estelionatário por permitir que tanta gente junta (por mais que não represente nada, no conjunto da sociedade) acreditasse nas bobagens que se leu nessas caixas de comentários de blog.

Andei lendo essas caixas de comentários. São dezenas de pessoas que, demonstrando não terem a menor idéia do que seja a ciência estatística, dizem que o instituto Sensus entrevistar duas mil pessoas para aferir a opinião de quase 200 milhões era uma farsa.

Essas pessoas literalmente acabaram com a Estatística. Inclusive dizendo que, como nunca foram entrevistadas por um pesquisador, pesquisas não existem. Seus números seriam fabricados em laboratório por indivíduos subservientes ao governo Lula.

Tenham certeza de que os Marinho, Frias, Civita, Mesquita, Cantanhêdes, Rossis, Mervais, Mainardis, Azevedos e congêneres ficariam ruborizados ante tão monumentais abobrinhas. Diriam que estúpidos há dos “dois lados” etc. E é verdade, mas quando o assunto é pesquisa de opinião só se vê direitistas falando essas bobagens.

E não porque são piores, mas porque a mídia os estimula à burrice. Aliás, conta com ela. Essas pessoas fazem o trabalhinho sujo de difundirem dúvidas em seu gueto opinativo, dúvidas de que a realidade é a realidade, de forma a manter a moral desse exíguo contingente social que fala de virtualidades diante de materialidades.

Pode-se questionar se Lula merece ou não merece a aprovação que tem. Ninguém pode dizer que merece só porque é tão popular. Porém, não se pode questionar um fato: a mídia usou tudo o que tinha para desmoralizar Lula, e não conseguiu.

Por que, diante das ironias sobre a “marolinha”, das críticas incessantes de Arnaldos Jabores e outros comentaristas políticos de tevês, rádios e jornais, as pessoas continuam aprovando Lula e seu governo? Como negar que é porque não acreditaram na mídia? Como negar que o povo mandou a ela um recado claro, cristalino?

Este é um daqueles momentos que me fazem querer ouvir, apenas ouvir essas pessoas, no mínimo, alucinadas. Nem quero responder. Digam o que quiserem, os que não entenderam mais este recado popular à direita e aos seus meios de comunicação. Creio que todos queremos saber como funciona esse processo de negação da realidade.
Escrito por Eduardo Guimarães
Do blog do Eduardo Guimarães:http://edu.guim.blog.uol.com.br/index.html

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Lula pede ousadia a ministros e reforço no PAC para enfrentar crise.

Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu hoje (2) “ousadia” para impedir que o país desacelere ainda mais por causa da crise econômica mundial. Em reunião na Granja do Torto, o presidente orientou os ministros a manter os investimentos públicos e prometeu aumentar o número de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
“Na reunião, o presidente falou em ousadia. Este não é um momento para uma reação tímida da nossa parte. Não seguiremos a rota da desaceleração”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao sair do encontro, que durou cerca de dez horas.
Apesar do contingenciamento de R$ 37,2 bilhões no Orçamento da União anunciado na semana passada ter resultado no bloqueio de R$ 14 bilhões em investimentos, Mantega afirmou que as obras e os programas previstos para este ano estão preservados.
Segundo ele, isso será possível porque o governo remanejará gastos de custeio (manutenção da máquina pública) para os investimentos considerados prioritários.Entre as medidas em estudo, está a ampliação do número de obras do PAC. Mantega, no entanto, não forneceu detalhes sobre os setores e empreendimentos beneficiados. “Vamos dar um reforço no PAC.
A ministra Dilma [Rousseff, da Casa Civil da Presidência da República] vai anunciar as mudanças na próxima quarta-feira [4] ”, afirmou o ministro da Fazenda.Mantega afirmou ainda que o presidente Lula encomendou um estudo à equipe econômica sobre o spread bancário (diferença entre os juros do Banco Central e as taxas cobradas pelas instituições financeiras).
De acordo com o ministro, o governo está empenhado em reduzir o custo dos empréstimos.“Nós formamos uma comissão e estamos analisando o que fazer. Mas eu posso garantir a vocês que nós conseguiremos reduzir os juros e o spread bancário”, declarou Mantega.
Ele ressaltou que o governo está fazendo a sua parte, com a diminuição dos juros nos bancos públicos e a redução de um ponto percentual na taxa Selic, decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) no último dia 21.
O ministro disse ainda que se reuniu com a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) para entender os fatores que tornam o spread bancário no Brasil o maior entre os países em desenvolvimento. “Estou conversando com a Febraban e vamos encontrar um caminho”, ressaltou.

Sabesp é investigada no Rio e tenta comprar jornalistas de SP.

A propaganda em escala nacional da Sabesp de Pedágio chamou a atenção do TRE do Rio de Janeiro. De acordo com o gerente de comunicação, a justificativa é divulgar o nome da Sabesp para todo o país. Veja abaixo reportagem veiculada pela Folha.

São Paulo, terça-feira, 03 de fevereiro de 2009
Comercial da Sabesp em rede nacional vira alvo do TRE-RJ
Eventual uso da máquina em benefício de possível candidatura de Serra será analisado.
Gerente de comunicação da Sabesp disse que, como só agora a empresa pode atuar em outros Estados, quer divulgar seu nome no país.

ANDRÉ ZAHARDA SUCURSAL DO RIO
CATIA SEABRADA REPORTAGEM LOCAL


O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio pediu às TVs Globo e Bandeirantes informações a respeito de campanhas publicitárias da Sabesp (Companhia de Saneamento de São Paulo) veiculadas no Estado. Só à Globo foram pagos R$ 7,450 milhões para participação da campanha nacional de verão.
O TRE quer analisar eventual uso da máquina em benefício de possível candidatura do governador José Serra (PSDB) à Presidência. As inserções foram exibidas pela Globo duas vezes por dia, durante 45 dias, de dezembro a janeiro.
Segundo ofício da emissora ao tribunal, a agência Nova S/B pagou um total R$ 7,450 milhões para patrocinar a campanha. Uma das inserções, de cinco segundos, foi ao ar antes do Mundialito Feminino de Triatlo Rápido. O evento, realizado em Balneário Camboriú (SC), teve exibição nacional.
O pacote também incluiu a exibição, em cadeia nacional, de peças publicitárias do projeto Onda Limpa veiculadas anteriormente apenas em São Paulo. Em uma delas, a locução: “O governo do Estado traz uma onda de boas notícias para o litoral paulista”.
O anúncio destaca investimento de R$ 1,470 bilhão em obras de saneamento na Baixada Santista e encerra com a logomarca do governo e o slogan “Trabalhando por Você”.
O TRE-RJ alega que a medida adotada foi preventiva. As explicações ficarão arquivadas para que, caso Serra formalize a candidatura e se houver denúncias de uso da máquina, sejam juntadas aos processos. A Bandeirantes ainda não respondeu ao ofício.
O presidente do TRE-RJ, desembargador Alberto Motta Moraes, disse ter visto a inserção da Band, que lhe “causou surpresa”.
“É uma empresa pública estadual, sem prestação de serviço no Rio. Tive contato com o presidente do TRE do Amapá, onde também houve esse tipo de propaganda. Ele vai adotar a mesma providência. Vamos entrar em contato com o Ministério Público Eleitoral. O Tribunal Superior Eleitoral também será informado”, disse Moraes.
Procurada pela Folha no fim do ano passado, a gerente de comunicação da Sabesp, Paula Fontenele, alegou que o interesse por uma campanha nacional nasceu das mudanças de regras para o setor. Como só agora a Sabesp pode atuar em outros Estados, quer divulgar seu nome para o resto do país. Fontenele não informou o custo da campanha.
Em nota, a Sabesp afirmou ter sido uma das quatro patrocinadoras do Verão Espetacular, “cuja programação inclui a realização de 16 competições esportivas em diversas cidades do Brasil”, várias delas promovidas na capital e no litoral paulista, como a Corrida de São Silvestre.
“Não se trata de assumir posição como grande anunciante da TV brasileira. A visibilidade nacional adquirida pela empresa deve-se diretamente ao fato de que não existem cotas publicitárias locais ou regionais no Verão Espetacular”, diz a nota.
O governo detém 50,3% do capital da Sabesp.
Além disso, a Sabesp, a maior estatal paulista, que vende esgoto até no Acre, agora tenta comprar os jornalistas de São Paulo.
Veja o anúncio de página inteira, que o governo de José Pedágio mandou publicar no jornal Unidade, do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.
É uma sugestão do amigo navegante Alexandre:
É uma sugestão do amigo navegante Alexandre:
Alô PHA!
Viu o jornal do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo? Até lá o Serra encontrou um meio de fazer propaganda da Sabesp.
Comprou a contracapa inteira do jornalzinho Unidade do mês de janeiro…

A "FOLHA" DEBOCHA DO FÓRUM DE BELÉM.

Não chega a ser novidade, mas é sempre irritante quando isso acontece: a imprensa corporativa brasileira (com raríssimas exceções) não consegue cobrir o "Fórum Social Mundial" de outra forma que não seja "folclorizando" o que se passa por lá.
Na primeira página desta sexta-feira, a "Folha" traz a fotografia de Hugo Chavez cantando ao lado da filha de Che Guevara, sob o título: "Karaokê no Fórum Munidial".
Não há nenhuma informação sobre o que se discutiu no histórico encontro dos presidentes, que reuniu Chavez, Morales, Lugo Correa e Lula.
Na página interna, entre os milhares de participantes do Fórum, a "Folha" escolheu (para ilustrar a "reportagem") um rapaz deitado na grama, de frente pro rio.
Claro que nada disso é mentira. Chavez cantou e o rapaz deitou na grama (aliás, a vista para o rio - a partir da Universidade Federal do Pará - é belíssima; o rapaz tem toda razão em aproveitar a rica paisagem paraense).
As escolhas são sintomáticas. Passam a imagem de que tudo, em Belém, não passa de deboche e descompromisso. É o oposto do que vi por lá. Passei por Belém no início da semana. Vi centenas de pessoas reunidas em escolas, ginásios, auditórios, debatendo formas de superar a barbárie neo-liberal. Ou, simplesmente, se articulando para batalhas futuras.
Nada disso está nos jornais. Ao fazer esse tipo de cobertura, a "Folha" talvez imagine que esteja ajudando a esvaziar o Fórum. A "grande imprensa" não percebeu que ocorre justamente o contrário: é a imprensa que se esvazia, ao tratar de forma canhestra um evento que reúne no Brasil quase cem mil pessoas de todas as partes do mundo.
Do blog do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/