terça-feira, 31 de julho de 2012

Ex-ministro Márcio Thomaz Bastos desiste de defender Carlinhos Cachoeira




 Por: Luciana Lima, da Agência Brasil 

Brasília – O escritório do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos deixa hoje (31) a defesa do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. De acordo com a advogada Dora Cavalcanti Cordani, que pertence ao escritório, a petição informando a saída do caso será protocolada hoje.
Ela informou ainda que a saída não guarda relação com a suposta tentativa de suborno por parte da mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça. Segundo a advogada, já havia um acordo com a família de Cachoeira que previa a saída após as audiências na 11ª Vara Federal em Goiânia ocorridas na semana passada.
"Tínhamos combinado que após as audiências começaríamos a transição para um outro escritório escolhido por eles. Estamos em reunião com a família e acho que até o final da semana já poderemos repassar o processo", explicou a advogada. Thomaz Bastos já estava fora do caso há duas semanas. Ele foi ministro da Justiça na gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cachoeira é acusado de envolvimento em um esquema de jogos ilegais e de liderar uma organização criminosa que teria cooptado políticos e empresários. Ele está preso desde o dia 29 de fevereiro, em Brasília. Ontem (30), a mulher de Cachoeira foi detida sob suspeita de tentar subornar o juiz responsável pela investigação Alderico Rocha Santos.
Andressa prestou depoimento na Polícia Federal em Goiânia, foi liberada, mas terá que pagar R$ 100 mil de fiança. Além disso, Andressa – considerada pelo Ministério Público como mensageira do grupo de Cachoeira – ficou impedida de ter contato com os réus no processo, inclusive com seu marido. Caso ela desrespeite essa determinação, poderá ser presa.

 http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2012/07/ex-ministro-marcio-thomaz-bastos-desiste-de-defender-carlinhos-cachoeira

Lista do mensalão tucano é notícia, menos para a nossa mídia


Causa estranheza o silêncio nas redações da velha imprensa sobre a publicação na revista CartaCapital desta semana dos documentos que mostram o caixa 2 da campanha de reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais em 1998. O pouco que foi publicado a respeito foi Marcos Valério negando a autoria do documento (curioso é que quando o mensalão é tucano, a simples negativa de Valério é aceita sem maiores apurações jornalísticas).

Também apareceram declarações do ministro do STF Gilmar Mendes, negando ter recebido R$ 185 mil constantes na listagem, inclusive dizendo que na época não estava na Advocacia Geral da União (AGU), como sugere a matéria, e sim servindo na Casa Civil do governo Fernando Henrique Cardoso.

Anexo à listagem, tem cópias de depósitos e transferências bancárias que confirmam alguns nomes e valores da lista. Não há destes comprovantes para valores mais altos, que correspondem à maioria de políticos e autoridades famosas, como Aécio Neves, FHC e o próprio Gilmar Mendes (o que tem lógica, para não serem captados pelos alertas do Conselho de Controle de Atividades Financeiras – Coaf, nem deixar rastros).

O fato é que não dá para a velha imprensa esconder essa denúncia do noticiário político. Se for verdadeira é grave e se for falsa também, pois é do interesse do próprio Gilmar Mendes esclarecer quem estaria envolvendo seu nome no mensalão tucano.

Afinal a quem interessaria incluir o nome de Mendes nesta listagem? Ele não é candidato a cargos políticos para ser abatido por escândalos. E se o material for parte de um dossiê político falso, forjado por adversários inescrupulosos, não interessaria colocar um ministro do STF na confusão, porque dividiria as atenções com o alvo, sob risco de enfraquecer e desviar o foco dos políticos do PSDB.

Assim, o mais lógico é que, ou o conteúdo da listagem é verdadeiro na íntegra, ou é parcialmente verdadeiro, e quem estava nela é que se interessou em incluir nomes do Judiciário para causar confusão e anular provas de processos.

É assunto para Polícia Federal esclarecer, mas também para imprensa informar. A CartaCapital publicou na internet a íntegra dos documentos que teve acesso, mostrando-se sintonizada com o jornalismo deste século. A imprensa alternativa, blogs e redes sociais também estão tratando do assunto com a dimensão que merece. O vexame da tentativa de abafar a notícia fica por conta da velha imprensa corporativa.

 http://www.redebrasilatual.com.br/blog/helena/lista-do-mensalao-tucano-e-noticia-menos-para-a-nossa-midia

CPI da Veja convocará Policarpo para depor


“Está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa”, disse o deputado Paulo Teixeira.

 O Conversa Afiada reproduz texto da Carta Maior:

CPMI do Cachoeira convocará jornalista da Veja para depor



Nesta segunda, juiz que investiga o caso Cachoeira acusou a mulher do contraventor de tentar chantageá-lo com base em dossiê produzido pelo diretor da sucursal da Veja em Brasília, Policarpo Junior. “Com os acontecimentos de hoje, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa. Discutiremos a convocação na primeira reunião da CPMI”, disse à Carta Maior o vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Najla Passos

Brasília – O diretor da sucursal da revista Veja em Brasília, o jornalista Policarpo Junior, será convocado para depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investiga os crimes cometidos pela organização criminosa chefiada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. “Com os acontecimentos de hoje, está colocada a relação do jornalista com a organização criminosa. Já iremos discutir a convocação na primeira reunião da CPMI”, afirmou à Carta Maior o vice-presidente da Comissão, deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Nesta segunda (30), a mulher de Cachoeira, Andressa Mendonça, foi detida sob a acusação de tentar chantagear o juiz da 11ª Vara Federal de Goiânia, Alderico Rocha Santos, com base em dossiê produzido por Policarpo Junior, no qual o magistrado apareceria ao lado de políticos e empresários. O juiz relatou a chantagem ao Ministério Público Federal (MPF), que pediu a prisão da mulher do contraventor. Andressa foi detida pela Polícia Federal (PF) e liberada após firmar compromisso de pagar fiança.

“Isso demonstra que esta organização criminosa está ativa, buscando corromper e constranger autoridades públicas. E que Andressa não é apenas esposa de Cachoeira, mas um membro atuante desta quadrilha, que precisa ser desarticulada”, disse o vice-presidente da CPMI. Segundo ele, a acusada está convocada para depor na CPMI no dia 7. Já Policarpo, ainda terá data agendada.

Indústria de dossiês
Desde o início dos trabalhos da CPMI do Cachoeira, são muitas as denúncias que indicam relações entre a revista Veja e a organização criminosa, que seriam intermediadas por Policarpo. Confira algumas:

As ligações entre Cachoeira, escolas chinesas em Goiás e Veja

Cachoeira: “O Policarpo, ele confia muito em mim, viu?”

Os encontros entre Policarpo, da Veja, e os homens de Cachoeira

Jornalista da Veja favoreceu Cachoeira em depoimento de 2005

Empresa do candidato Celso Russomanno tem bens bloqueados

 
 
A ND Comunicação, agência de publicidade da qual o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (PRB) é sócio, está bloqueada judicialmente e com os bens indisponíveis. O bloqueio, pedido pela Fazenda Nacional e autorizado pela Vara da Fazenda Pública de Diadema, ocorreu em 19 de março deste ano e tem como alvo o empresário Laerte Codonho, sócio do candidato e dono da marca de refrigerantes Dolly.

O Estado revelou no sábado, 28, que, em 2004, Russomanno, que se apresenta ao eleitorado e em programas de TV como defensor dos consumidores, usou seu mandato na Câmara para defender Codonho em audiência pública. Depois, o empresário tornou-se, além de sócio, o maior doador de campanha do ex-deputado federal na disputa ao governo paulista em 2010 e patrocinador de um de seus programas de TV.

Codonho foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto em novembro de 2011, por crime contra a ordem tributária. Ele recorre da decisão em tribunais superiores.Na ação penal a que o empresário responde e que corre sob segredo de Justiça, a desembargadora Ramza Tartuce informa que Codonho foi condenado por crimes relatados pela Receita Federal. Segundo a desembargadora, o Fisco informou ter verificado, em auditoria feita na Dolly, a sonegação de impostos por meio da omissão de receitas. A Receita, então, encaminhou uma representação criminal contra Codonho e a empresa.

Esquema.

Uma testemunha que relatou à Justiça o suposto esquema de sonegação foi o ex-funcionário Pedro Quintino de Paula, que trabalhou na Dolly entre 1995 e 2001. Em entrevista , Quintino afirmou que Codonho ordenava o pagamento de 20% dos tributos devidos."No ano 2000, eles chegavam a sonegar entre R$ 1,8 milhão e R$ 2 milhões por mês", afirmou. "Desde o inicio pagávamos 20% do valor dos impostos que deveriam ser pagos. Nunca se recolheu 100%."

Quintino disse que uma gráfica imprimia notas fiscais em duplicidade para a Dolly. "Repetia o mesmo número duas vezes, ou até três, quando precisava para fazer um valor de 20% para o Fisco e de 100% do cliente."

O ex-funcionário foi convidado por Russomanno para a audiência em que ele defendeu a Dolly. Segundo Quintino, a reunião foi um jogo de "cartas marcadas". "A audiência toda foi comandada pelo Laerte Codonho." Ele disse avaliar que o empresário e Russomanno tenham combinado o tom do encontro. - Com informações do, O Estado de S. Paulo


http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2012/07/empresa-do-candidato-celso-russomanno.html

Policarpo, Andressa e a Veja na CPI





Por Altamiro Borges
O portal G1, da insuspeita Organizações Globo, publicou hoje uma notícia que pode alterar os rumos das investigações da  CPI do Cachoeira. Caso a informação seja confirmada, os parlamentares não terão mais como escapar da obrigatória convocação de Roberto Civita, dono do Grupo Abril, para depor sobre os vínculos da revista Veja com o crime organizado. Reproduzo abaixo os principais trechos da notícia:

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Juiz afirma que mulher de Cachoeira tentou chantagem para soltar bicheiro

Versanna Carvalho, do G1 - GO

O juiz federal Alderico Rocha Santos afirmou ao G1 nesta segunda-feira (30) ter sido chantageado por Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Santos é responsável pelo processo da Operação Monte Carlo na Justiça Federal, que culminou na prisão do bicheiro em fevereiro.

Segundo o magistrado, Andressa o procurou na quinta-feira (26) afirmando que teria um dossiê contra ele e, em troca da não-publicação, teria pedido um alvará de soltura para Cachoeira.

O juiz diz ter encaminhado ao Ministério Público um papel com nomes escritos por Andressa e imagens de sua entrada e saída no prédio da Justiça Federal.

(...)

Conforme relatou o juiz ao G1, na versão de Andressa, o dossiê teria sido produzido a pedido de Cachoeira pelo jornalista Policarpo Júnior, repórter da sucursal da revista "Veja", em Brasília...

Ainda segundo Santos, Andressa teria pedido para falar com ele mesmo sem a presença do seu advogado. Como ela insistiu em ser atendida, o juiz diz que concordou em recebê-la e chamou uma de suas assessoras para acompanhar a reunião.

Depois de cerca de 20 minutos, diz ainda o magistrado, Andressa teria dito para que a assistente fosse retirada sala. Depois de mais 25 minutos, teria insistido. “Ela disse: ‘Quero falar com o senhor a respeito das minhas visitas ao Carlos e vou falar de questões pessoais. Não queria que questões da minha intimidade fossem reportadas a terceiros’. Então concordei com a saída da minha assessora”, relatou.

Conforme o juiz, Andressa teria dito: "Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê".


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"Padrões éticos" dos mafiosos
O relato do juiz federal Alderico Rocha Santos é gravíssimo. Ele garante não temer o tal "dossiê" escrito por capangas do mafioso Carlinhos Cachoeira. Já a direção da revista Veja, procurada pelo G1, tentou se safar da denúncia, mas não convenceu. Ela afirmou que seu departamento jurídico "está tomando as providências para processar o autor da calúnia que tenta envolver de maneira criminosa a revista e seu jornalista com uma acusação absurda, falsa e agressivamente contrária aos nossos padrões éticos".
Quanto aos tais "padrões éticos" da Veja, ninguém bota um pingo de fé. O argumento é risível. Já sobre as relações do editor da revista com o mafioso Carlinhos Cachoeira, as escutas telefônicas da PF na Operação Monte Carlo não deixam sombra dúvida. Segundo fontes seguras, além dos grampos existem ainda outros documentos e até vídeos que comprovam as sinistras ligações. O caso, porém, complica-se ainda mais com a tentativa de chantagear um juiz com base num "dossiê" redigido pelo editor da Veja a pedido do mafioso.
Responsabilidade moral da CPI
Os deputados e senadores que integram a CPI do Cachoeira não têm mais como fugir da responsabilidade de convocar imediatamente Policarpo Júnior e Bob Civita para prestarem depoimentos. A não ser que eles queiram agradar os barões da mídia ou temam algum tipo de "dossiê" forjado pela revista sensacionalista de direita. A batata quente agora está nas mãos dos nobres parlamentares!
 
 http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/07/policarpo-andressa-e-veja-na-cpi.html

Juiz diz que mulher de Cachoeira o ameaçou com dossiê na revista Veja

 
Autor do material difamatório seria o jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal em Brasília; objetivo da chantagem era libertar o bicheiro 
 
São Paulo – A mulher do bicheiro Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça, teria ameaçado o juiz federal Alderico Rocha Santos de soltar um dossiê contra ele, na revista Veja, caso este não emitisse um alvará de soltura em favor de seu marido – preso desde fevereiro. A chantagem, segundo o juiz, ocorreu na quinta-feira passada (26). Na manhã de hoje (30), Andressa foi detida pela Polícia Federal e prestou depoimento na superintendência do órgão em Goiânia. Ela agora está proibida de visitar Cachoeira e terá de pagar R$ 100 mil fiança.

O dossiê, de acordo com o que Andressa disse ao juiz, teria sido montado pelo jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal da Veja em Brasília, a pedido do próprio Cachoeira.

Conforme Rocha Santos contou, em entrevista ao portal de notícias G1, Andressa o procurou e insistiu para conversar a sós. Então ela teria dito: “Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Jr.? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê”.

O juiz respondeu que não tinha nada a temer, quando teria ouvido de Andressa: “O senhor tem certeza?”.

A mulher de Cachoeira teria então escrito o nome de três pessoas em um pedaço de papel e perguntado se ele as conhecia: o ex-governador do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB), que teve o mandato cassado em setembro de 2009 por suspeita de abuso de poder político nas eleições de 2006; um fazendeiro da região do Tocantins e Pará, conhecido como Maranhense; e Luiz, que seria um amigo de infância do juiz e supostamente responderia a processo por trabalho escravo.

De acordo com o juiz, Andressa afirmou que Policarpo tem fotos do magistrado com essas três pessoas.
“Não tenho nada a temer. Eu não vejo Marcelo Miranda há mais de quatro anos. O Maranhense, ou quem imagino que possa ser o Maranhense, também não vejo há bastante tempo. Já o Luiz é meu amigo de infância. As terras da família dele fazem divisa com as do meu pai, no Maranhão, há mais de 50 anos”, disse Santos ao G1.

Também ao site das Organizações Globo, Veja respondeu que "está tomando providências para processar o autor da calúnia que tenta envolver de maneira criminosa a revista e seu jornalista com uma acusação absurda, falsa e agressivamente contrária aos nossos padrões éticos".

 http://www.redebrasilatual.com.br/temas/politica/2012/07/juiz-diz-que-mulher-de-cachoeira-o-ameacou-com-dossie-na-veja

CPI do Cachoeira deve convocar envolvidos em denúncia de juiz




 O juiz federal Alderico Rocha Santos afirmou ao portal G1 que sofreu tentativa de chantagem da mulher do bicheiro Carlos Cachoeira, Andressa Mendonça, para que concedesse habeas corpus ao seu marido. O juiz afirma que ela o teria ameaçado com um dossiê que disse ter sido feito pelo jornalista Policarpo Júnior, da “Veja”, a pedido de Cachoeira.
Em razão da denúncia do juiz, Andressa foi submetida pela Justiça a medidas cautelares que a impedem de se comunicar com o marido e com os outros envolvidos no caso e a obrigam a pagar fiança de cem mil reais em até três dias para não ser presa.
O Jornal Nacional ocultou do público a informação sobre o envolvimento da Veja. Repórter que narrou o caso durante o telejornal mentiu dizendo que Andressa teria ameaçado o juiz de entregar o dossiê à imprensa, pois o que o juiz disse foi que a imprensa é que teria feito o dossiê a pedido de Cachoeira. Essa ocultação da notícia pelo JN é cheia de significação.
O potencial do episódio é tão bombástico que a Globo passou recibo. Ao esconder a notícia, só fez confirmar a sua gravidade. E, mais uma vez, mostrou à opinião pública que esse conclave midiático que integra ao lado de Veja, Folha de São Paulo e Estadão realmente acha que tem o poder e o direito de decidir o que as pessoas devem ou não saber.
A Globo, como se vê, vive no século XX. Ou em alguma outra época em que ainda não existia internet…
Após analisar tudo o que foi possível sobre o episódio, o blog decidiu saber a versão da Veja. E, para tanto, nada melhor do que ler o blogueiro Reinaldo Azevedo. Segundo ele, ou Andressa mente ou o juiz mente ou ambos mentem. Além disso, atribuiu à blogosfera a culpa pela denúncia do juiz (?!!).
Azevedo ainda comunicou que a Veja irá à Justiça. Só não disse se processará a mulher do bicheiro ou o juiz. Ou a blogosfera.
Em seguida, a Ajufe, Associação dos Juízes Federais, emitiu nota de apoio ao juiz Alderico Rocha Santos. A nota serve para mostrar que quem cita a Veja não é um blogueiro “sujo e nazista”, mas um juiz federal. E que a fé pública que se atribui naturalmente às palavras de um magistrado dessa importância certamente exigirá conseqüências.
Para confirmar tal percepção sobre a gravidade do caso, o blogueiro manteve contato com fonte da CPI do Cachoeira que confirmou o que esperava, que assim que a Comissão retomar seus trabalhos será impossível evitar que seja feito pedido de convocação dos três envolvidos: do juiz, da esposa e do jornalista da Veja. Antes tarde do que nunca.

 http://www.blogdacidadania.com.br/2012/07/cpi-do-cachoeira-deve-convocar-envolvidos-em-denuncia-de-juiz/

R$ 7 milhões: Russomanno é citado em grampo da Operação Monte Carlo de Cachoeira



Em conversa flagrada pela PF, membros da quadrilha de Cachoeira dizem que R$ 7 milhões em uma conta do grupo seriam do candidato à prefeitura de São Paulo

Ex-deputado federal e candidato à prefeitura de São Paulo, Celso Russomanno (PRB) é citado em um diálogo entre integrantes da quadrilha comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, como sendo detentor de R$ 7 milhões em uma conta operada pela organização criminosa. A conversa foi interceptada pela Polícia Federal (PF), com autorização da Justiça. Nela, Alex Antonio Trindade, apontado pela PF como o membro do grupo responsável pela remessa de grandes valores para fora do país, afirma a um interlocutor identificado apenas como Fábio que ele tinha um contrato assinado como Russomanno e sabia que o montante em questão estava disponível, sendo R$ 4 milhões em um cofre e os outros R$ 3 milhões na conta, prontos para "serem transferidos".  As informações são do jornal Correio Braziliense

As investigações mostram a proximidade de Alex Antonio Trindade com Gleyb Ferreira da Cruz, homem de confiança de Cachoeira encarregado de coordenar as transferências de recursos do bando de instituições financeiras, brasileiras e internacionais, para empresas de fachada e beneficiários da quadrilha. Gleyb foi preso durante a Operação Monte Carlo, assim como o bicheiro, mas foi solto em junho.

Os agentes flagraram diversos contatos telefônicos da dupla, em fevereiro deste ano, parte deles tratando de remessas de dólares para o exterior. De acordo com a PF, Alex Antonio, Gleyb e Fábio chegaram a participar de uma teleconferência, em que Fábio afirma ter o número de uma conta no México e que "o dinheiro está em um cofre do banco". Na ocasião, ele pedia garantias para não ser preso ao fazer um depósito. Em outro contato, Alex Antonio e Fábio conversam a respeito de uma nova transação. Segundo a Polícia, Alex afirma que Fábio estava se fazendo de desentendido, já que "o dinheiro usado na transferência pertenceria ao deputado federal Celso Russomanno".

As informações constam no relatório da Superintendência da PF do Distrito Federal, relativo à Operação Monte Carlo, que apurou as relações de Cachoeira e aliados com políticos de diversas esferas e representantes de empresas privadas. O documento não esclarece, porém, qual é a origem do dinheiro nem para quem seria depositado. Também não informa se Russomanno é considerado suspeito. Além do monitoramento telefônico, a polícia interceptou mensagens eletrônicas enviadas e recebidas por Gleyb, comprovando crimes contra o sistema financeiro nacional e lavagem de dinheiro.

Transferências

As investigações dão conta de um esquema que consistia no envio de valores para fora do país e, em seguida, transferências para empresas de fachada e pessoas físicas no Brasil. "Nos e-mails (...) a Gleyb são encaminhados comprovantes de depósitos, em que coincidem nomes, contas e valores", esclarece o relatório da PF. O mesmo documento informa que as quebras de sigilos bancários de Gleyb e de outros comparsas investigados comprovam que eles não têm capacidade econômica para fomentar tais negociações e que "essas seriam realizadas em favor de Carlos Augusto de Almeida Ramos".

http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2012/07/russomanno-e-citado-em-grampo-de.html

O QUE FAZ EM BRASÍLIA O DEPUTADO LIRA MAIA DEM, QUE NÃO APRESENTOU EMENDA PARA TRAZER DINHEIRO PARA A SAÚDE?

 

 PARÁ NÃO TERÁ VERBA

Sem esforço de congressistas, estado fica fora do investimento de R$ 20 milhões na saúde
 
BRASÍLIA, DF - Da Sucursal
 
O Pará não será contemplado pelo investimento de R$ 20 milhões anunciado ontem pelo governo federal para a melhoria das estruturas de saúde nos municípios. Segundo o Ministério da Saúde, o Estado não receberá nenhuma fatia desses recursos federais porque nenhum representante do Estado no Congresso Nacional direcionou emenda para esse projeto. A região está fora da divisão dos R$ 13,9 milhões para a construção de novas Unidades Básicas de Saúde e dos R$ 6,1 milhões para os novos pólos de Academia de Saúde. Em todo o Brasil, 23 Estados receberão a verba.
 
Na região Norte, Acre e Rondônia também não receberão nenhuma fatia do recurso. O dinheiro será repassado às secretarias municipais de saúde em três parcelas. A primeira corresponde a 10% do valor total; a segunda, a 65%; e a última, a 25%. As duas últimas parcelas são liberadas mediante comprovação do andamento da obra pelos gestores locais do Sistema Único de Saúde (SUS). Os recursos financeiros são transferidos diretamente do Fundo Nacional de Saúde (FNS) para os fundos municipais de saúde.
 
As Unidades Básicas de Saúde (UBS) são a porta de entrada preferencial do SUS. O objetivo desses postos é atender até 80% dos problemas de saúde da população, sem que haja a necessidade de encaminhamento para hospitais. Nas UBS, os usuários do SUS podem realizar consultas médicas, curativos, tratamento odontológico, tomar vacinas e coletar exames laboratoriais. Além disso, há fornecimento de medicação básica e também encaminhamentos para especialidades, dependendo do que o paciente apresentar.
 
Já o Programa Academia da Saúde estimula a criação de espaços adequados para a prática de atividade física, orientação nutricional, oficinas de artes cênicas, dança, palestras e demais atividades que promovam modos de vida saudáveis. O objetivo é estimular a promoção da saúde, bem como a prevenção e a redução de mortes prematuras por Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Previstas no Plano de Ações Estratégicas para Enfretamento das DCNT, as medidas têm como meta melhorar indicadores relacionados ao tabagismo, álcool, alimentação inadequada, sedentarismo e obesidade até 2022.(Amazônia ORM)

 http://zezoferreira.blogspot.com.br/2012/07/o-que-faz-em-brasilia-o-deputado-lira.html

Defesa de Dirceu sustenta tese de que ‘mensalão’ não passa de uma farsa



 Por Redação - de São Paulo 

A defesa de José Dirceu de Oliveira e Silva, personagem central do processo conhecido como ‘mensalão’, vai sustentar na Tribuna do Supremo Tribunal Federal (STF) que “a história foi montada por Roberto Jefferson” e que o esquema de compra de apoio parlamentar “não existiu”. A apenas três dias do início do julgamento, José Luís Oliveira Lima, criminalista, defensor do ex-ministro, mira Roberto Jefferson, ex-deputado do PTB, autor da denúncia que levou à cassação de Dirceu. A Procuradoria-Geral da República classifica o ex-chefe da Casa Civil no governo Lula de principal articulador da engrenagem do mensalão, “sofisticada organização criminosa”.
Oliveira Lima mantém a serenidade quando indagado sobre o desafio que o espera. As próximas horas ele passará debruçado, como já o fez no fim de semana, sobre os autos da ação penal 470. Aqui e ali, rastreia atalhos para fustigar a denúncia do Ministério Público Federal, que formalmente atribui a Dirceu formação de quadrilha e corrupção ativa.
– Foram mais de 500 depoimentos, nenhuma testemunha confirma as acusações levantadas por Roberto Jefferson – afirmou o advogado a jornalistas. Ele chegará a Brasília na quarta-feira.
Nas alegações finais, Oliveira Lima rechaçou o libelo da procuradoria contra seu cliente.
“Derrubando cada um dos indícios brandidos pela denúncia, a prova judicial assegurou que José Dirceu se dedicava exclusivamente ao governo, não comandava os atos dos dirigentes do PT, não tinha controle nem ciência das atividades de Delúbio Soares, não decidia nomeações e não mantinha vínculo com Marcos Valério.”
Nesse documento, da página 113 e até a 144, um capítulo só para golpear Jefferson.
“As contradições e as inconsistências nas manifestações de Roberto Jefferson sobre a imaginada compra de votos são incontáveis e se agravam ainda mais quando se referem à suposta participação de José Dirceu. Provou-se nesta ação penal que Roberto Jefferson estava acuado e no foco de investigações no exato momento em que formulou a acusação de compra de votos”.
Na sexta-feira, dia 3, os ministros do Supremo e o País vão ouvir o criminalista em sua manifestação na Corte. A ele caberá a primeira da longa série de sustentações orais. Dele e de seus argumentos depende o destino de José Dirceu.
Ainda segundo a defesa de Dirceu, “as alegações finais demonstram quão frágeis são as acusações e como não há nada na minha conduta que venha a justificar uma eventual condenação. As denúncias já foram exaustivamente investigadas. É importante frisar: além de inquérito policial, foram instauradas duas CPIs, houve buscas e apreensões, quebras de sigilo bancário, fiscal e telefônico, requisições de documentos e tomados inúmeros depoimentos.

Solidariedade
Em seu blog, na internet, Dirceu relata suas atividades antes do julgamento no STF.
“Tenho andado muito pelo Brasil, reunindo-me com amigos e companheiros, fazendo palestras, participando de debates. Recebo, aonde vou, a solidariedade e o apoio dos que têm plena consciência de que a punição a mim imposta por 293 deputados foi injusta e política. Não cometi nenhum crime, não feri o decoro parlamentar, não me envolvi em negociatas. Meus adversários políticos, que pregaram a minha cassação para afastar-me da vida pública, não conseguiram uma só prova documental ou testemunhal para justificar a decisão tomada pela Câmara dos Deputados.
“Mesmo sem provas, o procurador-geral da União incluiu-me na denúncia que apresentou ao Supremo Tribunal Federal contra 40 pessoas que ele considera envolvidas no episódio que ficou conhecido como “mensalão”. Não apenas me incluiu, entendeu que eu era o chefe do que ele denominou “organização criminosa”. Até hoje essa denúncia não foi apreciada pelo STF, deixando-me na incômoda situação de réu sem julgamento.
“Ao lado disso, meus adversários procuraram me envolver em vários outros episódios largamente explorados pela imprensa. Tentaram, a todo custo, acabar com minha vida pública, construída com muita luta desde a adolescência. Não tiveram sucesso.
“Como disse no discurso em que fiz minha própria defesa, na sessão da Câmara em que a maioria decidiu pela cassação de meu mandato e decretação de minha inelegibilidade por oito anos, não abandonarei a vida pública e a luta política em nenhuma circunstância.
“Continuo militante político, embora sem mandato e sem função de direção partidária. E continuarei lutando, sobretudo, pelo reconhecimento de minha inocência.
“Esta publicação, preparada por amigos e companheiros que têm travado essa luta ao meu lado, tem o objetivo de apresentar meus argumentos e mostrar minhas razões de forma simples e direta. Agradeço a todos pela iniciativa, um instrumento a mais para que os que ainda têm alguma dúvida possam entender melhor a enorme injustiça cometida contra quem nada quer além de combater a injustiça e restabelecer a verdade”, afirma.

Genoíno
No julgamento em curso no STF, a defesa do ex-deputado federal José Genoino se concentrará em afastar as atividades do então presidente do PT – descritas por seus advogados como meramente políticas e institucionais – das decisões financeiras, função do ex-tesoureiro Delúbio Soares. Também tentará provar que Genoino mantinha relações apenas políticas com parlamentares do PP e do PTB e rebaterá as acusações de formação de quadrilha, sustentando que não houve crime nenhum.
As alegações finais, entregues em setembro do ano passado, ressaltam o estilo de vida modesto do ex-parlamentar.
– Não tenho bens. Vivo há 28 anos na mesma casa em São Paulo, me hospedo no mesmo hotel simples há mais de 20 anos em Brasília, cidade onde trabalho de segunda a sexta – relata Genoino.
Genoíno, seus advogados e amigos demonstram que ele continua a ser o mesmo de antes, com uma trajetória de vida ligada à resistência ao governo militar, que incluiu cinco anos vividos na prisão após sua participação na guerrilha do Araguaia. Segundo o advogado Luis Fernando Pacheco, responsável pela defesa de Genoino, o ex-deputado espera com ansiedade pelo desfecho do julgamento e por uma decisão que o considere inocente das acusações sofridas.
– Será de cabeça erguida, peito aberto e coluna ereta que Genoino poderá dizer a toda sociedade: ‘Meu nome é José Genoino Neto e eu fui absolvido das acusações do mensalão’. Tenho certeza de que ele sonha com esse dia – concluiu.

 http://correiodobrasil.com.br/defesa-de-dirceu-sustenta-tese-de-que-mensalao-nao-passa-de-uma-farsa/493238/

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Reinaldo: ou juiz é parte da máfia ou Andressa tentou incriminar Veja perdendo R$ 100 mil

blog

O TERROR DO NORDESTE


Será que esse cara é normal? Custo muito a acreditar.
Nos últimos dez anos, Veja e Carlos Cachoeira mantiveram estreita parceria. Diversos escândalos foram produzidos em conjunto, em dossiês preparados pelo trio formado pelo bicheiro, pelo policial Jairo Martins e pelo araponga Idalberto Matias. Portanto, a ideia de que Cachoeira tenha encomendado um dossiê contra o juiz Alderico Rocha Santos, que tem o poder de libertá-lo ou mantê-lo na prisão parece plausível. Afinal, seria apenas mais um, entre tantos outros.

Por isso mesmo, ao receber de Andressa Mendonça a insinuação de que o jornalista Policarpo Júnior, chefe de Veja em Brasília, preparara um dossiê contra ele, o juiz Alderico determinou a prisão de Andressa – e ela só foi libertada após garantir o pagamento de uma fiança de R$ 100 mil.

No entanto, segundo o blogueiro Reinaldo Azevedo, primeiro personagem da Abril a se pronunciar sobre o caso, tudo não passa de uma tramoia para colocar a revista no banco dos réus – como seria o desejo da “máfia mensaleira”. Seu texto, publicado há poucos instantes, permite duas leituras. Ou o juiz Alderico Santos faz parte dessa conspiração contra Veja ou Andressa teria bolado uma jogada para envolver a revista no escândalo e, assim, aliviar a situação do seu marido. Um estranho acordo em que ela perderia R$ 100 mil. Leia, abaixo, o texto de Reinaldo:




Faz dois dias, veio a público aquilo que deveria ser uma “bomba” contra Gilmar Mendes: uma suposta lista de gente que teria recebido propina de Marcos Valério. A estrovenga teria sido elaborada em março de 1999 e, pasmem!, assinada por Marcos Valério. Vale dizer: o empresário não só admitiria o crime — no caso, corrupção ativa — como ainda assinaria embaixo. Gilmar aparece ali, em março de 1999, como titular da AGU. Ele só foi indicado para o cargo em janeiro do ano seguinte. Na lista, também está o agora senador Delcídio Amaral (MS), um petista. Mas não um petista qualquer: foi presidente da CPMI dos Correios, que apurou uma boa parte da lambança dos mensaleiros. Em 99, ele nem havia se candidatado ainda a cargo eletivo. Por que alguém se interessaria em, digamos, comprá-lo? Isso fala sobre a seriedade da lista. A “bomba” falhou. Armada por ineptos.Já expliquei isso aqui:Mendes, antes de ser ministro da AGU, prestou relevantes serviços ao governo Itamar e FHC.Delcidio, antes de se filiar ao PT, desempenhou cargos relevantes no governo FHC.Portanto, esse argumento tosco do comedor de bola de Cahoeira não cola.

O artefato explosivo desta segunda envolve Andressa, a mulher de Carlinhos Cachoeira, e o juiz federal Alderico Rocha Santos. A história que veio a público, se verdadeira fosse, atingiria em cheio a imagem da VEJA e do jornalista Policarpo Júnior. Mas se trata, evidentemente, de uma armação estúpida. Quem está por trás e com quais propósitos, é algo que terá de ser apurado na instância adequada. Vamos ver. A história já começa toda errada.

Segundo Rocha Santos, Andressa insistiu em falar com ele mesmo sem a presença dos seus (dela) advogados. Tanto ela fez, diz, que ele acabou concordando. Já aí, dados os antecedentes da turma, não é doutor?, está dando um primeiro mau passo. Mas ele se precaveu. Só aceitou receber Andressa na presença de uma assessora sua. Tá. Digamos. No curso do bate-papo, ela alega que tem questões pessoais a tratar, que dizia respeito à sua vida pessoal. Solicitou que a assessora saísse, com o que o doutor Rocha Santos concedeu.

O segundo mau passo — este, então, impensável. Se não me engano, e não me engano, este juiz substitui um outro, que se disse ameaçado pela quadrilha de Cachoeira. Considerando que o doutor Rocha Santos não é consultor sentimental, não é conselheiro matrimonial nem pertence à Vara da Família, o que Andressa teria a lhe dizer ou informar que não devesse ser feito pelos trâmites normais? Àquela altura, tudo ali era anormal. Ele tem fama de rigoroso, e nada sei que o desabone. Nesse caso, o procedimento não foi o melhor, certo?

Segundo a versão do juiz, ela então lhe disse que Cachoeira teria contratado Policarpo, da VEJA, para fazer um dossiê contra ele. Caso seu marido não fosse beneficiado por um habeas corpus, o dossiê seria tornado público. É mesmo, é?

Vamos ver…

Numa história que começou toda errada e continuou no erro, o desfecho não poderia mesmo ser grande coisa. O juiz oferece, como evidência de que Andressa esteve com ele e fez a chantagem, imagens de sua presença no prédio da Justiça Federal e um papel em que ela escreveu três nomes que o implicariam em coisas suspeitas. Encaminhou na quinta-feira um relato do que teria acontecido ao Ministério Público. A mulher de Cachoeira prestou depoimento à PF e terá de pagar fiança de R$ 100 mil; caso contrário, pode ter a prisão preventiva decretada.

O papel dos safados é mesmo tentar manchar a reputação das pessoas honradas. Acompanhamos, desde o início da CPI do Cachoeira, as sem-vergonhices que se tentaram contra VEJA, em particular contra Policarpo. Quem não se lembra das supostas 200 ligações havidas entre o jornalista e o bicheiro? Eram duas… Ainda que fossem 2 mil, elas provariam o quê? Provado está, dada a transcrição das gravações, que lá estava um jornalista em busca de informação.
 
Digo, pois, com alguma ironia, que os vagabundos cumprem o seu papel ao acusar a revista e seu jornalista de conspirações dessa natureza, mas abusam da estupidez dos que lhes dão crédito ao inferir, então, que ambos são idiotas. Por óbvio, nem um nem outro se dariam a tal desfrute. Mas digamos que sim; digamos que essa fosse a ética vigente por aqui. Só tomados por rematada imbecilidade VEJA e Policarpo correriam esse risco, dado o ambiente intoxicado.
 
Não, não! Eles sabem que revista e profissional são decentes e não fazem esse tipo de jogo sujo. Sabem também que não estão lidando com idiotas. Mas apostam, sim, tudo na ignorância daqueles que lhes dão crédito. VEJA já deu início aos devidos procedimentos legais. O chiqueiro financiado por dinheiro público, no entanto, faz a festa e se encarrega de tratar a história como se verdade fosse.
 
Quem e o quê estão por trás disso? Qual é a hipótese?

Começo pelo “quê”. É evidente que se trata de mais um passo na inútil tentativa da canalha de atacar a VEJA. O resultado tem sido contraproducente. Mais eles batem e rosnam ,mais a revista e produtos jornalísticos a ela associados se consolidam como referência de milhões de pessoas. Não se conformam.
 
Não posso dizer com certeza de “quem” é a mão que balança o berço. Posso, no máximo, estabelecer alguns caminhos lógicos. Descarto, por exemplo, que Dona Andressa tenha tido só uma ideia infeliz: “Vou lá, chantageio o juiz, uso o nome da VEJA, ele fica com medo e faz o que eu quero. E vou fazer isso sozinha”. Não, acho que não! Até porque a moça é formada em direito. Pode não ser uma “jurista”, mas idiota não é.

Vamos cuidar aqui de uma hipótese, e tenho o direito de levantar algumas. Tudo tendo ocorrido como relata o juiz, não estaria querendo Andressa provocar justamente o efeito que provocou? Poderia alguém, com pleno conhecimento da parte pantanosa da Justiça e da Polícia, ter convencido o senhor Cachoeira de que o preço de uma aliviada na situação é botar VEJA na linha de tiro? Não sei se foi assim; não estou dizendo que tenha sido assim, mas sustento que se trata de algo absolutamente plausível. Afinal, como diz a canalha mensaleira (sim, ela mesma!), “VEJA tem de ir para o banco dos réus”. A revista incomoda os candidatos a tiranetes do Brasil.

Sou lógico
Sou uma pessoa lógica. Tenho claro que nada disso estaria acontecendo sem os dois maus passos dados pelo juiz Rocha Santos. Na presença de seus advogados, certamente Andressa não faria o que fez. Acho que o doutor Márcio Thomaz Bastos, que defende Cachoeira, não endossa esses procedimentos. Ou estou enganado? Também não teria acontecido se a assessora do meritíssimo tivesse testemunhado toda a conversa. Se tudo aconteceu como o relatado, foi a conveniência de um encontro privado que permitiu o assédio e a divulgação de uma mentira asquerosa.

VEJA vai cobrar na Justiça o agravo. É o que lhe cabe fazer. E vai continuar a noticiar o que tem de ser noticiado. No sábado, houve a tentativa de intimidar um ministro do Supremo; na segunda, um ataque à revista. Comecei a contagem regressiva para que surja uma “bomba” contra o procurador-geral. E assim vai.

O país está sendo assombrado por uma máfia. Denunciá-la, combatê-la e condená-la — viram, senhores ministros do Supremo? — é um dever moral, ético e legal.Que força tem esse vagabundo para influenciar os votos dos ministros do STF?


Da redação, com informações do Brasil 247 e do Facebook

Brindeiro quer melar o mensalão ?



O Conversa Afiada duvida que Peluso condene Dirceu e, por extensão, Lula e a Dilma, sem provas: porque os mervais passam e a biografia fica.


Saiu na Folha (*) notícia de colonista (**) que se tornou variante de certa ” imprensa” que trata de advogados (certos advogados):

Advogados do mensalão querem acessar nova peça de acusação de Gurgel


Se verdadeira, o brindeiro Gurgel acaba de fazer monumental besteira.

Deu motivo para que Marcio Thomaz Bastos e José Carlos Dias (este, tucano de carteirinha e advogado do Padim Pade em ação – perdida – contra este ansioso blogueiro) recorram ao Supremo para adiar o julgamento do mensalão.

Os mervais cortariam os pulsos.

Onde já se viu, dar motivo para o Ministro Peluso não condenar o Dirceu ?

O Conversa Afiada duvida que Peluso condene Dirceu e, por extensão, Lula e a Dilma, sem provas: porque os mervais passam e a biografia fica.

O ansioso blogueiro, agora elevado à categoria de ” nazista”, na companhia do LuiSS NaSSif, concorda com o Vander.

E acha que, quanto mais cedo o STF absolver o Dirceu (e o Lula e a Dilma ), por falta de provas, melhor será.

(Sobre o nazismo do Nassif e deste ansioso blogueiro, não deixe de ler o Mauro Santayana e o Marcos Coimbra, dois mineiros que entendem de Liberdade.)

Mas, seria uma impagável ironia o brindeiro Gurgel – por quem a Globo põe as mãos no fogo e que o Senador Collor mandou a Corregedoria do MP investigar se se trata de um prevaricador- logo ele, o IMPLACÁVEL ACUSADOR, o MÁXIMO ALGOZ jogar água na fervura e não deixar o Peluso votar.

Se soubesse que havia esse risco, os mervais não iriam a Salzburg.

Paulo Henrique Amorim
(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma e depois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.
(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.

PiG ignora denúncias da Carta Capital


A grande imprensa está fazendo do Brasil uma pálida cópia do que Alice encontrou no País das Maravilhas.


O Conversa Afiada republica texto de Marcio Sotelo Felippe, extraído do blog A rês pública:


Por Marcio Sotelo Felippe*

Ontem a Carta Capital publicou uma matéria bombástica.

Tratou do chamado “mensalão mineiro”. Consta que Gilmar Mendes (entre outros próceres da República) teria recebido alguns milhares de reais em 1998 em um esquema mais uma vez organizado por Marcos Valério

Há indícios razoáveis para uma investigação.

O problema é que Gilmar Mendes vai julgar o “mensalão”, que envolve o mesmíssimo Marcos Valério. Neste momento a situação ultrapassa perigosamente os limites do surrealismo, ou, talvez, do realismo fantástico que a literatura latino-americana criou para falar adequadamente deste continente insano do hemisfério sul.

O que causa, no entanto, a mais profunda repulsa (ou asco. Ou nojo) é o comportamento da assim chamada “grande imprensa”, que cada vez mais faz jus à alcunha PIG. A Folha de São Paulo ignora a matéria da Carta Capital. Sua manchete de hoje, sábado, 28 de julho, porém, explora de forma sensacionalista uma peça processual do procurador-geral de República encartada no processo do “mensalão”: “Mensalão foi o mais atrevido ‘esquema’, afirma Procurador”. Mas não informa que um dos ministros que irá julgar o caso pode ter recebido dinheiro ilicitamente do réu que vai julgar, Marcos Valério, o que circulava na internet desde a noite de quinta-feira

Inacreditável. A grande imprensa está fazendo do Brasil uma pálida cópia do que Alice encontrou no País das Maravilhas.

Reparem que quando o PIG se refere aos blogs progressistas, hoje praticamente a única fonte de informação isenta e honesta de que dispõe a sociedade, invariavelmente usa a expressão “militantes”, ou “militantes petistas” das redes sociais. Nunca são veículos legítimos de expressão, nunca são parte da imprensa. São desprezíveis “militantes”. Claro que as famílias Genovese, Bonanno, Gambino, Lucchese e Colombo, etc. (ops, Civita, Marinho, Frias, etc.) não têm qualquer interesse político-partidário. Só os outros é que são “militantes”. Eles não são militantes de coisa alguma, embora até as pedras das ruas saibam quais partidos e candidatos eles apoiam e saibam que usam seus veículos despudoramente para tentar elegê-los.

O partido notoriamente beneficiado pela grande imprensa acaba de entrar com uma representação contra os blogs de Nassif e Paulo Henrique Amorim. A tese é que tais blogs recebem patrocínios de verbas públicas para apoiar o governo. Eu, como cidadão, quero então saber qual o volume do dinheiro que a grande imprensa recebe dos orçamentos públicos para desinformar a sociedade, defender seus interesses empresariais e apoiar partidos e candidatos.

Chamar esses senhores da grande imprensa de militantes é uma demasia. São militontos. Imaginam que nada disso terá consequências, que não está ficando cada vez mais nítido para a parte lúcida da sociedade o papel ignóbil que eles desempenham e que, afinal de contas, vai ficar por isso mesmo.

Sempre chega o dia do acerto de contas. Quem deve para o diabo sempre paga. Esse pacto nunca foi um bom negócio.


*Marcio Sotelo Felippe é jurista, ex-Procurador Geral do estado de São Paulo (1995-2000), autor do livro Razão Jurídica e Dignidade Humana, publicado pela editora Max Limonad.

http://www.conversaafiada.com.br/pig/2012/07/30/pig-ignora-denuncias-da-carta-capital/

Não foi Marina quem conduziu a Bandeira Olímpica, foi o Brasil




Algumas polêmicas são tão inúteis quanto é possível que sejam. Por exemplo, um certo incômodo que causou a escolha de Marina Silva para conduzir a Bandeira Olímpica durante a abertura das Olimpíadas da Grã Bretanha. Esse incômodo não tem o menor sentido.
A escolha de uma personalidade política, porém, não foi a mais adequada. Até porque os outros escolhidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) não eram políticos e, ao convidarem política de um país para receber a honraria, entraram em terreno incerto.
Os outros escolhidos foram Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU, o ex-boxeador Muhammad Ali, o fundista etíope Haile Gebreselassie, o maestro argentino Daniel Barenboim e quatro ativistas de direitos humanos, alguns ganhadores do prêmio Nobel.
Todavia, o que parece é que o COI cometeu apenas uma gafe ao querer homenagear o Brasil, próxima sede dos Jogos Olímpicos.
Há milhares de Marinas Silvas espalhadas pelo mundo. Ou seja: pessoas que lutaram contra a pobreza, a ignorância e a adversidade e se tornaram expoentes na defesa de boas causas. O que se depreende é que cabia um lugar ao Brasil, daí a escolha dela.
Marina não foi escolhida entre tantos brasileiros por sua ação política, mas por seu simbolismo em um mundo que tem na defesa do meio ambiente uma das suas causas mais urgentes. A mim pareceu isso.
Sejamos claros: há pessoas que claramente pareceram ter sentido desagrado por Lula não ter sido escolhido. Sobre isso, francamente acho que não faria sentido. Haveria certo desagrado de outros ex-chefes de Estado que estariam à altura de ser homenageados.
A escolha poderia não ter recaído sobre uma personalidade política? Poderia, mas será que vale a pena pagar mico semelhante ao que pagou repórter da Globo ao perguntar a um dirigente do Instituto de Estudos Políticos de Paris por que escolheu Lula e não FHC para homenagear?
Ora, foi ridículo o que fez a mídia àquela época. O Science Po escolheu Lula assim como o COI escolheu Marina. Não cabe perguntar por que nas duas situações. Quem escolhe, nesses casos, é quem concede a homenagem. Ponto.
Ora, bolas, que se dê a Marina a honraria. Apesar de sua atuação política dúbia e questionável durante a campanha eleitoral de 2010, não se pode negar a ela o mérito de sua belíssima trajetória de vida.
Alguns parecem sugerir que teria havido má intenção na escolha de Marina. Não se pode descartar nada, obviamente. Grupos de pressão brasileiros como a mídia podem ter feito gestões para materializar essa escolha. Todavia, se isso ocorreu foi uma idiotice.
Aliás, se a pressão por Marina ocorreu mesmo, só não foi um furo n’água como ataque político porque algumas pessoas passaram recibo…
Particularmente, senti orgulho ao ver o Brasil ter sido um dos raros países que tiveram cidadãos escolhidos para a homenagem. É óbvio que a escolha tem relação com o fato de que sediaremos os próximos Jogos Olímpicos e todos sabem a quem isso se deve.
Muito melhor do que perder tempo com essa bobagem teria sido refletir sobre quem mais está perdendo com as Olimpíadas de 2012. Afinal, as atenções do mundo se voltaram para Londres na sexta-feira e não foi a Globo que transmitiu o evento.

Bomba ! FHC espionou adversários do neolibelismo (*)




Saiu na Carta Maior:

Serviço Secreto de FHC monitorou militantes antineoliberalismo

Documentos sigilosos do governo FHC, já desclassificados, indicam que militantes e políticos de esquerda, do Brasil e do exterior, foram monitorados pelo serviço secreto quando participavam de atividades antineoliberalismo. “Me assusta saber que um governo tido como democrático tutelou de forma ilegal pessoas que participavam de eventos pacíficos, que não representavam nenhuma ameaça à segurança nacional”, afirmou à Carta Maior o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto de Carvalho.

Najla Passos (*)

Brasília – Documentos sigilosos do governo Fernando Henrique Cardoso, abertos à consulta pública no Arquivo Nacional, indicam que militantes e políticos de esquerda que participavam de seminários, encontros e fóruns contra o neoliberalismo foram monitorados pela Subsecretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), o órgão que substituiu o Serviço Nacional de Inteligência (SNI), em 1990, até a criação da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), em 1999.

Como a maioria dos documentos desclassificados são os de nível reservado e se referem apenas ao período 1995-1999, não é possível precisar o grau deste monitoramento. Pela nova Lei de Acesso à Informação, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em maio, os documentos reservados são liberados decorridos cinco anos, os secretos, 15 e os ultrassecretos, os mais importantes, somente após 25 anos. Mas o acervo já disponível deixa clara a linha de atuação do serviço.

Há registros que fazem referências explícitas às informações colhidas em revistas e jornais, prática tida como recorrente no serviço que perdera status e orçamento após o fim da ditadura. Mas outros revelam espionagem direta. O seminário “Neoliberalismo e soberania”, por exemplo, promovido pela Associação Cultural José Marti, a Casa da Amizade Brasil-Cuba, no Rio de Janeiro, de 5 a 9 de setembro de 1999, foi integralmente gravado em 12 fitas cassetes, entregues ao escritório central da SAE.

Chiapas
Em julho de 1996, o serviço deu especial atenção à realização, em Chiapas, no México, do Encontro Internacional pela Humanidade e contra o Neoliberalismo. “A significativa presença internacional de ativistas de esquerda transforma a região em novo polo de atração revolucionária latinoamericana”, dizia o documento produzido pelo escritório central da SAE. Os relatórios também contêm pautas de discussões, análise de conjuntura e listas de participantes brasileiros.

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto de Carvalho, figura nesta lista. “Me assusta muito saber que um governo tido como democrático tutelou de forma ilegal pessoas que participavam de eventos absolutamente pacíficos, que não representavam nenhuma ameaça à segurança nacional”, afirmou à Carta Maior. Na época secretário nacional de Comunicação do PT, o ministro disse recordar-se que não divulgara sua participação no evento. “É possível até que a SAE tenha contado com o apoio de algum serviço secreto de outro país”, acrescentou.

Mesmo fazendo a ressalva de que tais procedimentos poderiam não ser de total conhecimento do presidente à época e que as informações sobre a natureza do trabalho da SAE no período ainda estão incompletas, o ministro avalia que a simples menção do nome de uma pessoa que participou de um evento democrático em documentos oficiais do serviço secreto é uma prática condenável. “O que a gente espera do serviço secreto de um governo democrático é que ele esteja atuando para defender as fronteiras do país, evitar ameaças externas, e não para monitorar pessoas que estavam lutando pelo aprimoramento da democracia”, acrescentou.

O coordenador do Projeto Memória e Verdade da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, Gilney Viana, na época deputado federal pelo PT, foi outro fichado por participar do evento em Chiapas. Ex-preso político da ditadura por dez anos, ele sabia que seus passos foram ostensivamente seguidos pelos agentes secretos até a extinção do SNI, mas ficou chocado ao saber que continuou a ser alvo durante um governo democrático. “Eu até compreenderia que os Estados Unidos estivessem monitorando o evento de Chiapas, mas o serviço secreto brasileiro realmente me surpreendeu”, disse.

Belém
O II Encontro pela Humanidade e contra o Neoliberalismo mereceu atenção redobrada por ter sido realizado em território brasileiro. Mesmo as etapas preparatórias do evento, que ocorreu em Belém (PA), de 6 a 11 de dezembro de 1999, estão registradas na SAE. Um relatório antecipa a mensagem do subcomandante Marcos, do Exécito Zapatista para Libertação Nacional do México, para o evento. Há relações de participantes e descrição dos assuntos debatidos nas etapas preparatórias de pelo menos Belém, Salvador, Brasília e Macapá.

O lançamento do evento, patrocinado pela prefeitura de Belém, também foi documentado. No relatório da SAE, há a informação de que os organizadores queriam incrementar a geração de recursos por meio da venda de objetos com a logomarca do evento, a realização de shows com artistas locais bem como com as inscrições. Entre os participantes do II Encontro, estão o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a filósofa Marilena Chauí, o sociólogo Chico de Oliveira e o ex-governador do Rio Leonel Brizola, além dos escritores José Saramago e Luiz Fernando Veríssimo.

Foro de São Paulo
Considerado à época o principal organismo aglutinador de partidos e entidades de esquerda do continente, o Foro de São Paulo, criado em 1990 pelo PT com o apoio do então presidente cubano Fidel Castro, também teve suas atividades amplamente monitoradas. A 6ª edição, realizada em El Salvador, em julho de 1996, está registrada em relatório sobre as atividades internacionalistas do PT.

A 7ª edição, que aconteceu em Porto Alegre (RS), em 1997, foi ainda mais espionada. O pacote de documentos realtivos ao evento inclui relatórios setoriais produzidos pelos grupos de trabalho, lista completa de presenças e até fotos dos participantes. São citadas lideranças de esquerda, nacionais e internacionais. Entre os brasileiros, o ministro Gilberto de Carvalho, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro e o deputado estadual gaúcho, Raul Pont (PT).

Em relatório específico, a SAE observou que, durante o evento, o então ex-prefeito da capital gaúcha Tarso Genro havia lançado o livro “O orçamento participativo – a experiência de Porto Alegre”, escrito em parceria com o então secretário de formação do PT, Ubiratan de Souza, classificado como “ex-militante da VPR”.

Os relatórios relativos à 8ª edição, que ocorreu no México, em 1999, registraram as presenças de vários brasileiros, como o atual líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) e do hoje assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia.

Grupo do México
O 4º Encontro do Grupo do México, realizado em Santiago, no Chile, nos dias 10 e 11 de maio de 1997, foi registrado pela SAE em relatório como o “marco do surgimento de uma política que transcende a esquerda”. De acordo com o serviço secreto brasileiro, “o Grupo do México é formado por representantes de partidos de centro-esquerda e teve sua origem a partir do PNUD, com o objetivo de buscar a construção de um projeto econômico para a América Latina, alternativo aos padrões neoliberais”.

Na documentação, estão descritos os principais pontos de unidade entre os presentes e há uma lista com os nomes dos brasileiros presentes. Entre eles, o ex-presidente Lula, seus ex-ministros petistas José Dirceu e Mangabeira Unger, o ex-governador do Rio, Leonel Brizola (PDT), os ex-deputados Vivaldo Barbosa (PDT-RJ) e Zaire Resende (PMDB-MG), além de Marco Aurélio Garcia e Tarso Genro, entre outros.

Attac no Brasil
O diretor-presidente da Carta Maior, Joaquim Palhares, também foi citado em documentos da SAE, principalmente por ter sido, em 1996, ao lado do ativista Chico Whitaker, um dos fundadores no Brasil da Associação pela Tributação das Transações Financeiras para ajuda aos Cidadãos (Attac), criada na França, com o objetivo de instituir um imposto sobre transações financeiras internacionais. “Muitos militantes de esquerda ainda tinham a impressão de estarem sendo monitorados mesmo após a ditadura. Mesmo assim, a confirmação desta prática causa indignação”, afirma.

Crítica contundente da ciranda financeira de capitais voláteis alimentada pelo neoliberalismo, a Attac foi preocupação constante para a SAE. A visita ao Brasil do presidente internacional a entidade, o ativista francês e diretor do jornal Le Monde Diplomatique, Bernardo Cassen, entre 1 a 5 de março de 1999, foi acompanhada com atenção. Os relatórios do serviço informam que Cassen proferiu palestras em cinco capitais brasileiras (Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre), nas quais apresentava os objetivos da organização, traçava o histórico da crise econômica mundial, defendia a adoção da chamada Taxa Tobin para a taxação do capital especulativo internacional e exortava as plateias a lutarem contra o projeto neoliberal.

Nos documentos produzidos, também constavam os nomes dos militantes identificados nas plateias de Cassen. Do escritório da SAE em Belo Horizonte, por exemplo, chegou o informe das participações de Lula, então presidente do PT, do coordenador do MST, João Pedro Stédile, do ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, do geógrafo Milton Santos e do cientista político Cezar Benjamin, entre outros. Os ex-presidente Lula tinha suas atividades relatadas pela SAE, tanto pela sua militância antineoliberalismo como por ser o principal adversário político de FHC.

Viagens a Cuba
Mesmo com o fim da guerra fria e da ditadura, as viagens de brasileiros a Cuba continuaram a ser alvo de preocupação do serviço secreto. Principalmente quando se cruzavam com a luta antineoliberal. De 21 de julho a 21 de agosto de 1996, foi realizado, em Cuba, o curso de formação sindical “Neoliberalismo e Globalização da Economia”. Informes registram a participação de brasileiros, entre eles os sindicalistas Adriano Torquato, Francisco Nascimento Araújo, José Nunes Passos e Nonato César.

Há relatório de alerta para a realização em Cuba, em 1997, do Seminário Internacional sobre o Neoliberalismo, promovido pela Federação Mundial da Juventude Democrática, com a presença de militantes do MR8. No relatório pós-evento, está relatada a participação de 1,2 mil trabalhadores de 453 organizações sindicais, políticas e acadêmicas de 63 países. Do Brasil, participaram cerca de 300 sindicalistas, incluindo representantes da CUT. Há menção detalhada dos participantes. Um informe exclusivo apontava, por exemplo, o embarque de dois vereadores de Montes Claros (MG): Aldair Fagundes (PT) e Lipa Xavier (PCdoB).

Outro informe alertava que a edição seguinte seria realizada no Brasil, em 1999. O evento, organizado pela CUT, no Rio de Janeiro, de 1 a 3 de setembro de 1999, também foi documentado pelo serviço, que apresentou os textos integrais da declaração da Federação Sindical Internacional, do discurso do delegado de Cuba, Pedro Ross Leal, do delegado da França, Freddy Huck, e a proposta da CUT, entre outros.

Atividades internacionais do MST
Em 1996, a SAE acompanhou a participação integrantes do MST no seminário “Crisis del Neoliberalismo Y Vigências de las Utopias em La America Latina”, na Argentina, entre os dias 8 e 13 de outubro. Antes do embarque dos militantes sem-terra, um informe produzido pelo escritório central já alertava sobre a viagem.

Também em 1996, o serviço registrou a participação do coordenador do MST, João Pedro Stédile, no seminário América Livre, em Buenos Aires, com Emir Sader e Frei Betto.

Atividades rotineiras
Sader é citado também por sua participação em eventos comuns, como o lançamento do livro “O século do crime”, dos jornalistas José Arbex Junior e Cláudio Tognolli, em São Paulo, no dia 7 de agosto de 1996. Conforme o relatório da SAE, os autores “enfatizaram que a proliferação e o crescimento das máfias foram estimulados pela era neoliberal”.

O mesmo ocorreu com o deputado estadual gaúcho Raul Pont (PT), monitorado tanto quando participava de eventos internacionais, como o Foro de São Paulo, quanto em atividades rotineiras. A SAE registrou, por exemplo, que em novembro de 1995, quando era vice-prefeito de Porto Alegre, Pont foi recebido por papeleiros da Associação Profetas da Ecologia, na companhia do teólogo Leonardo Boff. “Eu me lembro vagamente que visitei essa cooperativa, que tinha o apoio da prefeitura e realizava um trabalho pioneiro em reciclagem de lixo”, relatou à Carta Maior.

De acordo com o relatório da SAE, o registro do evento se deu porque Boff relacionava os problemas ambientais do planeta à adoção crescente do modelo neoliberal. “Esta foi uma das atividades mais pacíficas de que já participei. Não havia nada que indicasse perigo ao governo da época. É difícil acreditar que esse tipo de coisa ocorria no governo do príncipe da sociologia”, disse.

Estudos sobre a doutrina
Um documento produzido em 1997 pelo escritório central da SAE justifica a importância dada ao tema neoliberalismo. Conforme a interpretação dos arapongas oficiais, o neoliberalismo é a teoria econômica criada após a segunda guerra como anteparo a expansão do comunismo no mundo. Teve a Inglaterra e os EUA como seus principais defensores e caracteriza-se, basicamente, pelo livre comércio, austeridade nas contas públicas, privatização, crescimento do sistema financeiro e fortalecimento do mercado.

Os agentes da SAE se debruçavam também sobre obras relativas ao tema produzidas por intelectuais de esquerda. O professor da Universidade de Nova York, James Petras, que já tinha suas atividades monitoradas pelo SNI desde a ditadura, recebeu atenção especial.

O livro “Latin American: The left strikes”, sobre a atuação das esquerdas latinoamericanas em contraposição ao neoliberalismo e à globalização, liderados pelos Estados Unidos, foi objetivo de relatório específico, principalmente porque destacava que as esquerdas latinoamericanas já haviam encontrado uma nova e eficiente forma de atuação. Os exemplos citados na obra são o MST, no Brasil, os Zapatistas, no México, as organizações camponesas, no Paraguai, e os plantadores de coca, na Bolívia e na Colômbia. Todos eles movimentos monitorados pelo sistema.

Em 1999, a SAE voltou a dividir com todo o sistema de inteligência o conteúdo de um outro livro de Petras, o recém lançado “Neoliberalismo, América Latina, Estados Unidos e Europa”. Um documento produzido pelo escritório do Rio de Janeiro resumiu os capítulos da obra e ainda relatou atividades correlatas promovidas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Antes disso, o serviço secreto registrou a visita de Petras ao Brasil para o lançamento da obra, ocorrido em 20 de maio de 1999, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

(*) Colaborou na pesquisa histórica Rafael Santos

(*) “Neolibelê” é uma singela homenagem deste ansioso blogueiro aos neoliberais brasileiros. Ao mesmo tempo, um reconhecimento sincero ao papel que a “Libelu” trotskista desempenhou na formação de quadros conservadores (e golpistas) de inigualável tenacidade. A Urubóloga Miriam Leitão é o maior expoente brasileiro da Teologia Neolibelê.