quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

A "OPERAÇÃO CONDOR” E O ENCONTRO DOS PRESIDENTES NO LINDO "HANGAR" DE BELÉM.


Acabo de acompanhar mais uma conferência aqui em Belém: dessa vez, o palestrante foi Giancarlo Capaldo (juiz italiano). Ele falou sobre a “Operação Condor” - articulação que reuniu as Forças Armadas do Cone Sul para prender e torturar quem se opunha às ditaduras nos anos 60/70. A conferência faz parte do Quinto Fórum Mundial de Juizes – um dos eventos paralelos ao Fórum Social Mundial, em Belém do Pará
Saio da conferência e caminho pelo Hangar, o lindo Centro de Convenções em Belém (FOTO). Ele foi construído a partir de um hangar de verdade, do antigo Parque da Aeronáutica. Mas, trata-se de um projeto moderno, belíssimo. A estrutura metálica – instalada num bairro afastado do centro - contrasta com o casario colonial, de inspiração portuguesa, que é a marca da Cidade Velha e da região central de Belém.

Na minha caminhada pelo Hangar, topo com um enorme vão livre, onde há dezenas de cadeiras em frente a um palco. Ali, deve acontecer um dos encontros mais esperados desse Fórum. No dia 29, estarão juntos: Evo Morales (Bolívia), Hugo Chavez (Venezuela), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai) e Lula. Todo o “eixo do mal” detestado pela revista “Veja”.

Olho para a arquuitetura moderna do Hangar de Belém. Vejo a luz entrar pelas janelas de proporções amazônicas. E penso na escuridão da “Operação Condor”. Lembro que, há três décadas, a marca desse nosso sub-continente era a tortura e a ditadura. Era a subserviência aos Estados Unidos.

Há três décadas, Morales, Chavez, Correa, Lugo e Lula poderiam estar entre as vítimas atiradas ao mar dos helicópetros que pairavam sobre nossas cabeças. O temível “condor” não pouparia nenhum deles.

Não é à toa a avaliação de Emir Sader (sociólogo da UERJ): ele diz que a América do Sul é hoje o principal bastião de resistência ao Capitalismo liberal.

O professor Emir Sader participou do programa “Entrevista Record – Mundo”, apresentado por mim na Record News, e que vai ao ar nesta segunda-feira, dia 26.

O tema será o Fórum Social Mundial.
Foi na América Latina – disse o professor durante a entrevista - que o neo-liberalismo chegou mais longe , durante os anos 90.

Lembremos das “relações carnais” de Menem (o bufão que presidiu e quebrou a Argentina) com os Estados Unidos, da decisão absurda do Equador de abrir mão de sua moeda (até hoje, é o dólar que circula em Quito), da tentativa de privatizar a água na Bolívia, e da tentativa de privatizar tudo aqui no Brasil também.

Algo se moveu. Muita gente gosta de dizer que nada mudou no Brasil, que Lula não significou avanço algum. Então, pergunto: por que ele será o anfitrião de todo esse povo em Belém do Pará?

O encontro dos presidentes no Hangar de Belém é um símbolo inequívoco da mudança na América Latina. Falta muito ainda. No Brasil, especialmente, falta coragem para julgar os responsáveis pela “Operação Condor” e outras atrocidades. Vamos pressionar e lutar pelas punições.

Mas, enquanto isso, podemos reconhecer o óbvio: algo mudou no Brasil e nos vizinhos mais próximos. E não foi pouco.

P.S.: o que não mudou foi o encanto que o Brasil provoca entre os estrangeiros. Quando acabava de escrever essas linhas, o próprio Giancarlo Capaldo sentou-se a meu lado, na sala de imprensa do fórum; queria pesquisar na internet preços de hotéis no Rio. Perguntei, mas ele não quis falar sobre a Operação Condor.

Queria saber em qual praia teria a vista "pio bella", Copacabana ou Leblon?
"Tanto faz, senhor Capaldo, vai gostar do Rio de qualquer jeito", respondi numa mistura de italiano e espanhol.

Adoro aquela terra! Não há nada igual à luz do Rio numa manhã de outono à beira-mar.
Do blog do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/

domingo, 25 de janeiro de 2009

Com o fim do recesso no STF, recurso do diploma vai a julgamento em 2009.


Não incluído nas sessões do Supremo Tribunal Federal de 2008, o julgamento do Recurso Extraordinário RE 511961, que questiona a constitucionalidade da exigência do diploma em Jornalismo como requisito para o exercício da profissão, deve ser apreciado pelo STF em 2009. Empenhados em fazer com que tal exigência seja finalmente reconhecida pela Corte maior do Brasil, a direção da FENAJ e a Coordenação da Campanha Nacional em Defesa do Diploma pretendem que o movimento entre em 2009 com força ainda maior.

Vencedora na maioria dos embates judiciais até o momento, a constitucionalidade da exigência do diploma em curso superior para o exercício do Jornalismo foi questionada pelo Ministério Público Federal de São Paulo e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo.
Mas tal questionamento não resistiu à análise de que a profissão de jornalista é protegida pelo artigo 220 e pelo inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal, garantidores de que nenhuma lei poderá conter dispositivos que possam causar embaraço à plena liberdade de informação jornalística em qualquer veículo de comunicação social desde que observadas as qualificações profissionais que a lei estabelecer.

No período em que o Decreto-Lei 972/69 completa 40 anos, a FENAJ quer o esforço particularmente dos jornalistas, professores e estudantes da área na defesa de seus interesses como categoria de trabalhadores. Mas quer fundamental e especialmente da sociedade brasileira, o empenho para assegurar seu direito à informação com qualidade. Neste sentido, a Executiva da Federação reúne-se em Brasília nos dias 24 e 25 de janeiro.
Entre outros temas em pauta, a campanha em defesa do diploma e a luta para salvaguardar a regulamentação profissional da categoria ocupará espaço privilegiado nos debates. O objetivo é traçar novas estratégias e orientações para que já em fevereiro a campanha ganhe novo impulso.

Também no sentido de que o movimento não perca seu ritmo neste período inicial do ano, a Coordenação da Campanha orienta as entidades apoiadoras a continuarem promovendo ações como a ocorrida em dezembro passado no Recife, no Encontro Nordestino de Professores de Jornalismo – que aprovou um manifesto em defesa do diploma -, e a divulgação, lançamentos e sessões de autógrafos do livro “Formação Superior em Jornalismo – Uma exigência que interessa à sociedade”, a exemplo do que ocorreu no dia 11 de janeiro na Paraíba, além de busca de novos apoios políticos ao movimento.
Outra orientação da Coordenação é para que os blocos de jornalistas também sejam aproveitados para divulgação do movimento junto à sociedade no período de Carnaval.

Fonte: Fenaj

A cada dia, sua agonia... e uma nova tecnologia...


Por Nicia cristina Rocha Riccio

“A cada dia, sua agonia...”. Ouvi esta frase de uma professora (que já é avó) referindo-se a uma fala de sua avó. É um pouco isso que sentimos frente à revolução das novas tecnologias de informação e comunicação. Embora nem tão novas assim, e nem revolução no sentido original da palavra – retorno ao ponto de partida (certamente não ao paraíso, como pensavam as classes populares em relação às revoluções burguesas). No entanto, uma nova a cada dia, gerando uma agonia permanente e uma angústia aparentemente sem solução.
Como se sentirá, por exemplo, um professor do ensino fundamental (com 15, 20 anos de carreira) de uma escola pública (precisamos ir para o interior, ou da própria capital?) do estado da Bahia, frente a essas novidades tecnológicas que são pregadas como fundamentais para a melhoria da qualidade do ensino? Ditas como indispensáveis para que a escola entre e faça parte da sociedade do conhecimento? Como se sentirá um professor que, nunca tendo tocado num mouse, depara-se com uma turma de alunos ávidos por conhecer, tocar, experimentar – sem medo de ser feliz – essa novidade que é o computador? Como o professor pode manter o seu lugar no “centro” do processo ensino-aprendizagem, como sempre soube que deveria ser, quando dispunha apenas de quadro negro e giz?
Mas, antes de mais nada, será que o lugar do professor ainda deve ser este centro? Esta é uma questão amplamente discutida na academia, e já se tem um consenso de que o professor não pode mais ocupar este centro do processo ensino-aprendizagem – estando ou não as novas tecnologias envolvidas neste processo. Discute-se hoje sobre um centro que se desloca constantemente, uma organização em rede onde cada nó desta rede pode ocupar, momentaneamente o centro do processo. Assim pode-se ter uma atenção a cada elemento envolvido, a cada momento. O papel do professor, nesta visão, é o de um mediador na construção do conhecimento que possibilita e promove o deslocamento deste “centro” entre cada participante (inclusive ele mesmo) tendo como objetivo final a troca e a colaboração entre todos, de forma que todos possam contribuir com seus conhecimentos e experiências prévios na construção do conhecimento coletivo.
O aluno, então, passa a ser visto não como um “ser sem luz” – significado muitas vezes atribuído, de forma errônea, à palavra aluno – mas como um partícipe tão importante como qualquer outro e que pode e deve atuar de forma ativa e colaborativa no seu processo de busca/construção de conhecimento. E aqui vale uma ressalva ao real significado da palavra “aluno”, na sua origem latina: aquele que precisa de/busca por alimento – alimento aqui entendido como o saber, o alimento da alma.
Com esta nova estrutura, já não é visto de forma crítica que o aluno saiba mais que o professor em algum aspecto. E, certamente, no que diz respeito ao uso das novas tecnologias, o aluno, ávido pelas novidades, abre-se muito mais facilmente a este mundo computacional – tão assustador para o professor que nunca teve a oportunidade de vivenciá-lo de forma lúdica e leve. Pelo contrário, ao professor este mundo computacional se apresenta como uma exigência da globalização, uma nova necessidade para a qualidade do ensino. E, visto de uma forma tradicional onde o professor “tem que saber tudo”, estas exigências se transformam numa cobrança (inclusive dele mesmo) de dominar um saber para o qual não está preparado.
Não queremos aqui negar a importância das novas tecnologias, nem a clara necessidade de formação continuada do professor nessas novas tecnologias. Afinal, elas estão aí, e podem potencializar esta nova maneira de ver a estrutura do processo ensino-aprendizagem, além da inegável possibilidade de conteúdo aberto e democratizado que podemos vislumbrar através da rede. E sem uma adequada formação do professor, estas possibilidades podem se tornar inviáveis. Queremos apenas enfatizar que o professor, neste novo entender do seu papel, pode se permitir sair do centro e aprender junto com o aluno; e para isso deve buscar dentro de si a humildade de afirmar que não sabe tudo, a humildade de afirmar a sua angústia.
Verdade seja dita: essa angustia não é “privilégio” dos que conhecem pouco, é um sentimento universal diante das mudanças. Se vivemos num mundo de mudanças tecnológicas, o foco vai para elas, e todos os nossos problemas parecem ser causados por estas mudanças que nos cercam por todos os lados. Por esse tempo que parece acelerado e que não nos dá tempo de alcançar cada novidade que surge a cada dia. Por essas novidades que não alcançamos e que colocam nossa auto-estima abaixo dos limites aceitáveis. Alguém pode se pegar ouvindo, ou falando, algo do tipo: “antigamente, nada disso acontecia...”.
Ora, mas aquela avó de uma avó... quando será que ela dizia aquilo? Há 40, 50 anos atrás? Que realidade era aquela onde já existia, a cada dia sua agonia? Essa agonia era gerada por que mudanças? Não importa... as mudanças vêm de todos os lados e a todo tempo (a mudança tecnológica é apenas uma delas). Mas essa angústia é muito mais um sentimento que vem de dentro, gerada pela forma desesperada como queremos abarcar tudo... seja o que for este tudo. Não podemos, nem temos que tentar abarcar tudo. Temos sim, que viver a cada dia, sua agonia... mas sem permitir que esta agonia se torne maior que nós mesmos, e nos impeça de olhar as mudanças com olhos esperançosos.

Programação tem pouco conteúdo educativo, informativo e cultural.

A Constituição Federal estabelece em seu artigo 221 que “a produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão preferencialmente a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas”, além de indicar como princípios a promoção da produção regional e independente. Entretanto, segundo pesquisa sobre o perfil sócio-econômico das rádios comerciais brasileiras divulgada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e TV (Abert), o cumprimento desta diretriz constitucional pelas emissoras é baixo.
Segundo o estudo, nas estações FM os conteúdos jornalísticos e de utilidade pública ocupam, respectivamente, 9,3% e 4,8% do tempo. Do total de tempo gasto com utilidade pública, 60% é de mensagens de origem governamental de veiculação obrigatória. Em termos comparativos, os programas de variedades ocupam mais tempo do que os dois gêneros citados somados, representando 20% da grade. No levantamento, conteúdos educativos sequer são tratados como um gênero, dada sua baixíssima ocorrência nas grades das emissoras.
o caso do AM, a presença do jornalismo e de mensagens de utilidade pública aumentam, respectivamente, para 17,5% e 7,8%. Mas a soma total dos conteúdos artísticos, culturais, informativos e educativos, considerando as horas ocupadas com música nacional e estrangeira - 21% e 3,3% -, chegam apenas a 49,6% das horas transmitidas. Destacam-se entre os itens fora das preferências constitucionais no AM os gêneros variedades (24,2%), religioso (14,4%) e esporte (9,3%). Também nesta faixa de freqüência não aparece qualquer menção ao gênero educativo.

Questionado pelo Observatório do Direito à Comunicação sobre o fato, o presidente da Abert, Daniel Slaviero, considerou o patamar de conteúdos de utilidade pública e jornalismo “razoável”. Ele anunciou que a pesquisa servirá como subsídio para combater no Congresso Nacional projetos de lei que prevêem a obrigatoriedade de veiculação de determinados tipos de conteúdos, como programas de caráter ambiental ou informações sobre repasses dos governos federal e estadual aos municípios.
Faturamento maior
Outra disputa para a qual os radiodifusores usarão os subsídios da pesquisa será a da regulação da publicidade. “Os dados vão subsidiar trabalho da Abert no Legislativo e no Executivo com relação aos projetos que restringem a publicidade”, disse Slaviero. O estudo confirmou que esta é a principal fonte de receitas das emissoras, representando 89,2% das verbas arrecadadas, sendo 58,2% de anúncios vendidos via agência e 31% comercializados diretamente.

Reiterando informação conhecida no setor, a pesquisa revelou que o faturamento das rádios é maior do que se estimava: atingiu R$ 1,67 bilhão em 2007. A fonte com maior referência na área, o Projeto Intermeios, havia registrado um total de rendimentos de R$ 767 milhões no mesmo ano. “É a primeira vez que vemos o real tamanho do faturamento, surpreendeu pelo volume e pelo crescimento em relação à base do Intermeios.”
O principal anunciante é o comércio varejista, responsável por 45% das receitas das emissoras. O Estado é o segundo maior financiador das estações, originando 17,8% das verbas arrecadadas, sendo 6,7% de governos estaduais, 6,2% de governos municipais e 4,9% do governo federal. Em seguida vêm setores como telecomunicações (8,2%), bancos (6,6%), perfumaria e farmácia (7%) e educação (4,4%).

Os dados foram obtidos a partir da consolidação de questionários respondidos por 917 das 1.556 emissoras contatadas pela equipe da Fundação Getúlio Vargas, que executou a pesquisa. Embora haja 3 mil rádios cadastradas no Sistema de Controle de Radiodifusão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o coordenador do estudo, Márcio Lago Couto considerou a amostra representativa do setor.

Jonas Valente – Observatório do Direito à Comunicação
http://www.direitoacomunicacao.org.br

Mídia mente à toa sobre IBGE.

Eu tenho que rir, não tem jeito. Durante o fim da manhã e o começo da tarde desta quinta-feira (22/09), os portais UOL e G1 davam a mesma “explicação” para os números do IBGE supra mencionados.

O mais ridículo é que eles tenham tido que buscar “explicações” estapafúrdias para um bom indicador econômico que inclusive nem é tão bom assim, conforme está explicado acima.
A ridícula manchete do UOL e do G1 – e ainda por cima é incrível como atuam em conjunto - dizia que o desemprego caiu em dezembro por que as pessoas ficaram “desalentadas” e pararam de buscar trabalho.

Pensem bem: por que é que alguém ficaria desanimado de procurar emprego num momento em que o nível de emprego é tão alto? Desânimo deveria haver quando ninguém consegue emprego, não quando todo mundo consegue...

E se alguém ficou desalentado, foi devido ao noticiário, e, segundo o IBGE, essa pessoa que deu ouvidos ao noticiário se deu muito mal, pois quem não deu ouvidos e saiu para procurar emprego apesar do noticiário... conseguiu (!).

Bastaria dizerem a verdade, conforme você pode ler no primeiro bloco deste post, que já deixariam as pessoas preocupadas. Os números do IBGE escondem possível tendência no mercado de trabalho que, inclusive, já pegou muita gente.
Será divertido assistir o Jornal Nacional, hoje à noite. Ver que ginástica retórica farão para dar essa notícia. Por mais que embromem, muita gente ficará indecisa em seu pânico midiático sobre desemprego.

Agora, divertido mesmo é imaginar o que ocorrerá se – ou quando? – a economia começar a se recuperar daqui a dois meses. Fico imaginando editores e puxa-sacos descabelados tentando encontrar um jeito de “explicar” que o fim do mundo não veio.

Grupos de Fiéis da Renascer tentam impedir cobertura com agressão.

Maria Manso, da Rede Globo; Heloísa Gomide, da Globonews; Sílvia Damasceno, da Record; Daniel Lian e Francisco Palitos, da Jovem Pan. Estes foram alguns dos profissionais agredidos por grupo de fiéis da Igreja Renascer em Cristo que, descontrolados pelo desabamento da sua sede mundial, na Avenida Lins de Vasconcelos, no Cambuci, tentavam impedir a cobertura da mídia.
“Fomos um dos primeiros a chegar (equipe da Rede Globo). Maria (Manso) estava relatando o incidente quando nós (repórter César Menezes e equipe) estávamos buscando uma casa para narrar, de cima, o desabamento. Fiquei sabendo que estavam batendo, dando soco na Maria e vim correndo. Quatro homens fizeram uma roda e deram socos nela. Gritavam que não queriam a mídia lá”, relata o jornalista da TV Globo.

Maria Manso ficou “chocada”, conta César Menezes. A equipe da Globo ficou tão receosa que começou a fazer as entradas, para o Fantástico, a quatro quarteirões do incidente. Heloísa e Sílvia contam que também foram empurradas.

A população se estendia a sete quarteirões ao redor da Igreja Renascer por volta das 19h, quando a equipe de resgate tentava realizar seu trabalho. Havia muitos populares; os quarteirões estavam lotados; as lojas fechadas. Fiéis da Igreja se dividiam em modos de ação. Alguns clamavam a Jesus para que os "maus-elementos", que não estavam lá na hora do resgate de boa-fé, fossem embora e deixassem a equipe dos Bombeiros e enfermeiros trabalharem. Muitos foram convocados para ajudar, levando água para quem estava trabalhando e consolando fiéis que tinham vítimas no local. Outros, com medo de que a imprensa fizesse um trabalho "contra" a Igreja Renascer, agrediram os jornalistas como método de prevenção. Vira-e-mexe, um grupo de cerca de dez pessoas ultrapassava o cordão de isolamento da Polícia Militar e tentava fazer um cordão humano na frente da igreja como forma de manifestação da fé e, também, numa clara oposição aos jornalistas.

Marcelo Moreira, da TV Bandeirantes, apesar de não ser agredido, bateu boca com os fiéis, buscando defender o seu trabalho. Pedia, insistentemente, para que a polícia retirasse aqueles fiéis e era prontamente atendido. Conta à reportagem que o jornalista free-lancer Paulo Teixeira também foi agredido e teve sua câmera roubada.

Daniel Lian, repórter da Jovem Pan, passou o pão que o diabo amassou. Foi um dos primeiros do veículo rádio a chegar. “Eu tomei tapa. Um fiel desligou meu telefone”, conta Lian. O técnico de áudio e externas Francisco Palitos, ao tentar ultrapassar o cordão de isolamento com os equipamentos de áudio, também levou. “Levei soco, cotovelada, empurrão”.

O que pensa a população sobre a mídia?
O fato é que, no meio de tanta gente, para um seleto grupo de fiéis da Igreja Renascer a imprensa não era bem-vista, era odiada. A repórter do Comunique-se tenta falar com um grupo de fiéis. Uma delas atende prontamente. Um casal, contudo, responde agressivamente. “Por favor, nos deixe em paz”. Ao fundo, ouve-se uma voz: “A mídia só noticia; não ajuda nada”. Os fiéis estavam perplexos com o que aconteceu e não sabiam como agir. Muitos lamentavam, outros oravam, outros agrediam.

Desabamento deixa dez mortos
O desabamento do teto da sede mundial da Igreja Renascer deixou dez mortos e 93 feridos. Na hora do incidente, às 18h50, cerca de 400 fiéis estavam na Renascer. Era intervalo de culto. Em 99, segundo o Estadão, o Contru, órgão que regula o uso de imóveis em São Paulo, havia lacrado a sede da Igreja Renascer por problema no teto, que estava corrompido por cupim. Na época, o fundador da Igreja, Estevam Hernandes, disse que o problema havia sido resolvido. Hernandes está nos Estados Unidos, onde cumpre pena por entrar irregularmente US$ 56 mil naquele país.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Globo ataca Lula e inventa desemprego em massa.

Serei curto e grosso. O programa Fantástico, da Rede Globo, veiculou, neste último domingo, pouco depois das 22 horas, um quadro sobre “como agir diante do desemprego”, no qual fez dois fortes ataques ao presidente Lula, ainda que dissimulados, e promoveu o maior alarmismo social que já assisti em minha vida numa televisão aberta, e num horário que permitiu àquele absurdo atingir dezenas de milhões de famílias brasileiras.
O quadro começa com a apresentadora do programa dizendo que, “O que era para ser marolinha, virou tsunami”. Em seguida, um “especialista” diz que, “ao contrário do que dizem as autoridades, a crise é nossa, também”, insinuando que haveria culpa do governo Lula pela crise. Além disso, a reportagem mostrou cenas tristes de pessoas demitidas, cenas que mesmo nos momentos de maior euforia econômica de um país, sempre serão tristes.
A reportagem apresentou uma redução na criação de vagas em novembro e o aumento de demissões em dezembro como provas da crise de desemprego em massa que teria se abatido sobre o país. Escondeu que o número de 40 mil vagas em novembro não foi perda, mas diminuição na CRIAÇÃO de vagas, e que as 600 mil vagas que mencionou em dezembro não são a diferença entre admissão e demissão de empregados, mas o número total dos que perderam emprego. O saldo de demissões e admissões seria uma fração desse número.
Bem, não há muito mais o que dizer. À esta altura, dezenas de milhões de famílias estão achando que há uma terrível crise de desemprego em massa no Brasil. O mercado de carros novos será o mais afetado. O fantástico recomendou que esse tipo de compra seja postergada e, como se sabe, o que poderia suspender as demissões na indústria automobilística seria o aumento do consumo que começou a ocorrer depois de medidas do governo como suspensão do IPI dos carros novos.
O Fantástico não deu voz a nenhuma das “autoridades” que criticou e ainda escondeu os relatórios animadores de organismos multilaterais como o FMI, o Banco Mundial ou a OCDE que colocam o Brasil como a economia mais preparada do mundo para enfrentar a crise. Enfim, o objetivo foi sonegar informações ao público, gerar desmoralização do governo Lula e pânico entre a população. Tudo pela menor crise de desemprego da história, que inclusive ocorre no momento em que o nível de emprego no Brasil está em seu patamar mais alto.
Nós mesmos, pouco podemos fazer. Estamos falando de um programa da Globo que é campeão de audiência há quase quarenta anos. Nessa noite desse programa nefasto, dezenas de milhões de brasileiros terão ido dormir ansiosos, preocupados e até desesperados, e por muito pouco.
Só há uma pessoa neste país que pode dar uma resposta a esse verdadeiro ato de terrorismo: Luiz Inácio Lula da Silva.
Se Lula, agora, não tomar uma atitude dura, se não mostrar que pretende enfrentar tentativas, não de sabotagem política, mas de literal sabotagem da economia de todo um país, será cúmplice de todos os danos que esse terrorismo de punhos de renda causar. O presidente Lula tem o dever de falar à nação em rede nacional de rádio e tevê e dizer claramente tudo que eu disse aqui, no mínimo. Se não fizer isso, este país estará frito.
do Blog do Eduardo Guimarães:http://edu.guim.blog.uol.com.br/index.html

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Fátima Oliveira: Os doces e dolorosos mistérios da paixão.

Magia e encanto: os doces e dolorosos mistérios da paixão.

Tem idéia do que é um coração bandoleiro?

Fátima Oliveira
Surtos de ternura, fervor emocional, energia intensa, oscilações de humor: do êxtase ao desespero, dependência emocional, empatia e "pensamento intrusivo" ou meditação obsessiva - aquele estado de letargia em que a gente mergulha e se embriaga do ser amado... Do que estamos falando mesmo?
De sinais e sintomas do "estado de paixão", uma alteração da consciência, velha conhecida de gregos e troianos, que evidencia que nos viciamos e ficamos impregnados de alguém, pois o "estado de paixão" é uma decorrência de reações químicas que envolvem endorfinas, outros neurotransmissores e proteínas NGF (neurotrofinas) em combustões incensadas pelo olhar e/ou pelo olfato. Pessoas apaixonadas têm aumento dos níveis de dopamina - estimulante natural viciante...
A paixão é um vício, em qualquer idade, resultante de um imperativo físico-químico, sob certo controle da racionalidade e de interdições de diferentes ordens, que produz aquele desejo incontido de ansiedade de beijar na boca e de falar bobagens; de querer tocar, pegar, alisar, amassar, lamber, abraçar, sentir o cheiro do corpo e tudo o que nos balança, embriaga, embaraça, entontece, alucina e faz a gente "surtar" deliciosa ou dolorosamente quando a paixão não é correspondida.
A neurobiologia atesta a materialidade da paixão e do amor. Cabe pontuar que atração sexual, decorrente também de um imperativo físico-químico, embora integre a paixão, é uma coisa e paixão é outra. É possível ter atração sexual daquelas "matadeiras" sem que seja uma paixão. C'est la vie...
Os processos de encantamento de uma pessoa por outra tem origem num mesmo caminho químico. Ao "endoidecer" por alguém vivenciamos as mesmas emoções, apenas as pessoas mudam e como elas são diferentes e seus repertórios culturais são outros, sentimos diferentemente. É o que faz cada paixão única. Nem todo mundo entende ou aguenta o "tranco" do empuxo das endorfinas. Há pessoas que desenvolvem fobias à paixão e assim perdem muitos prazeres.
Sou uma "viciada" confessa em "estado de paixão". Amo estar apaixonada, o torpor que a paixão provoca e sentir em meu corpo a força das endorfinas, das altas doses de outros neurotransmissores e o empuxo das proteínas NGF. Tem idéia do que é um coração bandoleiro? É o complexo coração de pessoas viciadas em "estado de paixão".
A antropóloga Helen Fisher, da Universidade Rutgers (New Jersey, EUA), autora de "Porque Amamos", pesquisando 20 jovens universitários recém-apaixonados, submeteu-os à ressonância magnética, que visualiza o cérebro em atividade, em dois momentos: após olhar a foto da pessoa objeto da paixão e depois a de outra pessoa. As conclusões corroboraram outros estudos de imagem: hiperatividade em locais identificados como áreas que compõem o sistema de recompensa e prazer, as mesmíssimas envolvidas com a dependência de drogas psicotrópicas!
Para Fisher, a resposta cerebral na paixão e no consumo de drogas é semelhante. No tocante ao amor romântico, ela não vê mudanças da antiguidade aos dias atuais: "Podemos ver os elementos desse amor expressos em poesias antigas no mundo todo. E esses mesmos elementos continuaram na modernidade. Estamos falando de um sistema que é similar ao do medo. O objeto do seu medo pode mudar, mas o sistema cerebral que desperta essa sensação não. Da mesma maneira, nós nos apaixonamos por diferentes pessoas, mas o sentimento que temos é o mesmo".

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

LULA É MAIS INFLUENTE QUE PAPA E BIN LADEN, DIZ "NEWSWEEK".

A revista "Newsweek" acaba de divulgar a lista dos 50 líderes mais poderosos do mundo.
Lula - aquele que alguns "jornalistas" gostam de chamar de "apedeuta", ignorante, e que parte da classe média (especialmente no Sul e Sudeste) rejeitou em 2002 e 2006, porque "não sabia falar inglês, que vergonha para nosso país!" - é o décimo-oitavo.
Lula -sem falar inglês nem francês (FHC, quando era presidente, chegou a discursar em francês durante visita a Paris - que caipirice, professor!) - é o único político latino-americano na lista. O outro nome da região é o do empresário mexicano Carlos Slim.
Essa posição de Lula me faz pensar num paralelo com a literatura. A melhor forma de ser um escritor universal, dizem, é ser profundamente local, ligado à sua terra, sua cidade, seu chão.
Lula só tem importância no mundo porque é brasileiro, profundamente brasileiro, irremediavelmente brasileiro.
Determinados setores de nossas elites (que gostam de tirar dupla-cidadania, para posar de italianos ou espanhóis na viagem para Paris e Miami) não suportam que Lula seja tão brasileiro.
A "Newsweek" (revista da qual eu nem gosto) não está nem aí. Gosta do Lula brazuca.
Lula aparece na lista na "Newsweek" à frente do Dalai Lama e do papa Bento XVI (que é apenas o trigésimo-sétimo). Ratzinger fala 6 ou 7 idiomas! Mas talvez já não haja tanta gente prestando atenção ao que ele diz, seja em que língua for.
A lista - claro - é "americanóide" (com o perdão do termo "demodé", viu Eliane C!).
Ali aparecem personalidades só conhecidas nos Estados Unidos: como a apresentadora de TV Ophra Winprey, que poderia andar no Largo Treze, em São Paulo, ou na Baixa do Sapateiro, em Salvador, sem que ninguém soubesse quem é ela!
Já Lula é ouvido em todas as partes do mundo. Em maio deste ano, acompanhei a viagem do presidente brasileiro a Praga. Ele quis conhecer a famosa ponte Karlov - principal ponto turístico da linda capital tcheca. E lá foram os pobres jornalistas atrás. Foi inacreditável: o que tinha de turista japonês parando pra tirar foto de Lula! Ele era a atração. Ouvi quando um jovem - que vestia a camisa da seleção da Inglaterra e falava com o típico sotaque inglês - deu uma bronca na namorada, que queria saber "who´s that man?"."Lula da Silva, the brazilian..."Lula, o brasileiro. É assim que nosso presidente é conhecido no mundo.
Aqui, há quem prefira chamá-lo de "apedeuta".
Lula e o governo dele têm - claro - muitos defeitos. Faça-se a crítica pela imprensa. E que a oposição desça o sarrafo, como é seu papel. Mas, a essa altura do campeonato, continuar chamando o presidente de "apedeuta", e dizendo que ele só dá "bolsa-esmola" e sustenta "vagabundo nordestino" é algo inacreditável. Ouvir isso na rua - ou nas festas da classe média paulistana - já é chocante. Mas, pior, é ver isso escrito em sites mantidos por revistas com grande vendagem no Brasil. Revistas muito vendidas, talvez a explicação seja essa, justamente.
Lula não é importante porque a "Newsweek" disse que ele é poderoso.
Ele é importante - na minha humilde opinião - porque:
1) criou mercado interno no Brasil;
2) adotou políticas sociais claramente social-democratas (só nessas terras de Casa Garnde & Senzala que "bolsa-família" pode ser visto como "esmola"; tenha dó!);
3) relacionou-se de forma civilizada com os movimentos sociais;
4) diversificou as exportações brasileiras, abrindo o país para outras partes do mundo;
5) adotou uma política externa independente, e ajudou a redesenhar o mapa do poder nas Américas, enterrando a doutrina Monroe no encontro da última semana na Bahia.
Chamo a atenção para outro detalhe: Nicolas Sarkozy parece mesmo ter relançado a França à condição de potência diplomática. Midiático, hiper-ativo, Sarkozy é um francês que sabe se comunicar com o mundo. Deixando pra trás, na lista da "Newsweek", líderes de países mais importantes economicamente (como Alemanha e Japão) ou militarmente (como a Rússia).
Osama Bin Laden, por outro lado, já teve dias mais gloriosos.
Aparece lá no finzinho da lista.
A essa altura, imagino, os desastrados que dirigem bancos e empresas nos Estados Unidos devem assustar muito mais do que um terrorista escondido nas cavernas do Paquistão.
VEJA A LISTA DOS 50 MAIS PODEROSOS DA NEWSWEEK.
1: Barack Obama
2: Hu Jintao
3: Nicolas Sarkozy
4: Ben Bernanke
5: Jean-Claude Trichet
6: Masaaki Shirakawa
7: Gordon Brown
8: Angela Merkel
9: Vladimir Putin
10: Abdullah bin Abdulaziz Al-Saud
11: Ayatollah Ali Khamenei
12: Kim Jong Il
13-14: Os Clintons
15: Timothy Geithner
16: Gen. David Petraeus
17: Sonia Gandhi
18: Luiz Inácio Lula da Silva
19: Warren Buffett
20: Gen. Ashfaq Parvez Kayani
21: Nuri al-Maliki
22: Bill Gates
23: Melinda Gates
24: Nancy Pelosi
25: Khalifa bin Zayed Al Nahyan
26: Mike Duke
27: Rahm Emanuel
28: Eric Schmidt
9: Jamie Dimon
30-31: Amigos de Obama (David Axelrod e Valerie Jarrett)
32: Dominique Strauss-Kahn
33: Rex Tillerson
34: Steve Jobs
35: John Lasseter
36: Michael Bloomberg
37: Papa Bento XVI
38: Katsuaki Watanabe
39: Rupert Murdoch
40: Jeff Bezos41: Shahrukh Khan
42: Osama bin Laden
43: Hassan Nasrallah
44: Dr. Margaret Chan
45: Carlos Slim Helú
46: The Dalai Lama
47: Oprah Winfrey
48: Amr Khaled
49: E. A. Adeboye
50: Jim Rogers
Do blog do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/

PORTAL DA GLOBO TENTA ESCONDER NOTÍCIA RUIM PARA ISRAEL.

Israel é um Estado fora da lei. Não sou eu que estou dizendo. Quem afirma é Richard Falk, relator especial da ONU para a Situação dos Direitos Humanos nos Territórios Palestinos.
Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira, em São Paulo, Falk acusou Israel de violar a Convenção de Genebra. E disse que não há precedentes, na história moderna das guerras, de um Estado impedir que a população civil se desloque para evitar os combates. Israel impede os palestinos de sair de Gaza.
A declaração de Falk, evidentemente, virou manchete. Terra e UOL deram com destaque. Mas, estranhamente, o G1 “escondeu” a notícia. O portal das Organizações (!) Globo, pouco depois das 20 horas desta quarta-feira, preferia destacar: “ONG judaica acusa PT de anti-semitismo”.
No G1, o texto sobre o relator da ONU aparecia lá embaixo no menu, e com uma manchete estranha: “Lançamento de foguetes do Hamas cria desculpa pra Israel”, diz relator da ONU. A frase de Falk, acusando Israel de atentar contra as leis internacionais, parece não ter agradado muito a turma da Globo. Então, está resolvido: tira da manchete, esconde.
Isso me lembra um outro episódio, que testemunhei há 3 anos: quando era repórter da TV Globo, fui cobrir a coletiva - em São Paulo - de um enviado da ONU para assuntos de racismo. Ele dizia estranhar o discurso de autoridades brasileiras, que ainda defendiam a tese de que no Brasil existia a “democracia racial”. Para o representante da ONU, era evidente que havia racismo no Brasil. Fiz a matéria contando isso, mas os chefes lá na Globo não gostaram muito. Não deixaram a matéria entrar no Jornal Nacional.
Agora, será que o G1 (portal da Globo) quer fazer o mesmo com o caso de Israel?
O G1 acha que engana a quem?
Israel contraria as convenções internacionais. Israel massacra a população civil. Israel é hoje, infelizmente, um Estado fora-da-lei.
Mas, quem constata isso vira logo “anti-semita” – como a ONG judaica afirmou sobre o PT. O Centro Simon Weishental não gostou da nota emitida pelo Partido dos Trabalhadores classificando a invasão de Gaza como um ato nazista. Ficaram ofendidos? Mantenham a calma: no Brasil há grupos de comunicação dispostos a divulgar a versão que interessa a vocês, viu?
Durante anos, a parceria de Israel com os Estados Unidos e a proximidade de Israel com importantes corporações de mídia pareciam garantir coberturas escandalosamente pró-israelenses nos conflitos com os árabes.
Israel ainda tem muitos amigos no Ocidente, gente disposta - na grande mídia - a torcer a verdade em nome da defesa dos interesses israelenses mais canhestros. No Brasil, a turma de Ratzinger está aí pra isso mesmo!
Mas, meus amigos, dessa vez a casa caiu. O massacre é cometido a olhos nus. Crianças palestinas são mortas dentro das escolas. A justificativa dessas ONGs que fazem “lobby” pró-Israel é de que Israel é uma democracia cercada por regimes bárbaros e assassinos. Isso não cola, afinal de que serve uma democracia que massacra crianças na escola?
O G1 e os amigos de Israel pelo mundo podem dizer o que quiserem. Israel, hoje, é um Estado fora-da-lei. Seus dirigentes deviam ser julgados em tribunais internacionais. E, agora, sou eu também que estou dizendo.

Do blog do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Aproveite as liquidações com cuidado.

Evite comprar por impulso e respeite seu orçamento. Pesquise se a compra é realmente necessária e exija o cumprimento das condições anunciadas.

Com o fim do período de euforia do comércio, o consumidor que não gastou tudo no final do ano tem a oportunidade de encontrar boas ofertas no mercado. As liquidações neste período atraem por preços vantajosos. Mais do que isso, todos devem estar atentos para adquirir apenas itens necessários e que correspondam à oferta anunciada.Para tirar proveito das liquidações, a PRO TESTE listou alguns cuidados necessários:

Não tenha pressa. Avalie com cuidado os produtos. No caso de roupas, prefira modelos mais clássicos e cores neutras.

Não compre por impulso, só porque é barato. A mercadoria pode não ter utilidade para você. Compras por impulso são vilãs que podem comprometer o orçamento familiar.

Faça pesquisa de preço para verificar se não se trata de "falsa liquidação". Isso é mais freqüente do que se pode imaginar.

Veja se compensam as promoções do tipo "pegue dois, leve três", ou que dêem brindes, descontos em segunda compra, sorteio de prêmios, etc.

Tenha cuidado redobrado com o estado das mercadorias, principalmente aquelas em exposição. Lembre-se que não poderá trocar, por isso, confira se não há defeitos que comprometam a utilização.

Pesquise os preços em vários estabelecimentos e defina, ainda em casa, o que deve ser comprado. Um bom aliado nesta hora são os anúncios de jornais, revistas e folhetos, que deverão ser guardados para exigir o cumprimento da oferta.

Produtos com pequenos defeitos — roupas com manchas ou descosturadas, eletrodomésticos com partes amassadas ou móveis de mostruário -, devem ter estas características descritas na nota fiscal.

O prazo para reclamar algum defeito é de 30 dias para produtos não duráveis e 90 dias para produtos duráveis.

Do site da:http://www.proteste.org.br/map/src/474221.htm

Força Nacional vai reforçar policiamento em Fórum Social Mundial.

A edição desta quinta-feira do Diário Oficial da União traz publicada a portaria que autoriza o envio de tropas da Força Nacional de Segurança ao estado do Pará, para assegurar a ordem pública Fórum Social Mundial. O evento ocorre em Belém entre os dias 27 de janeiro e 1º de fevereiro e se propõe a discutir propostas contrárias ao neoliberalismo e ao domínio do mundo pelo capital. A Portaria n.º 2, do Ministério da Justiça, prevê a permanência dos policiais por 30 dias no estado. Eles atuarão, entre outras formas, no bloqueio e controle de rodovias e na manutenção da segurança específica do local do fórum.Além disso, o ministério publicou no Diário Oficial desta quinta a prorrogação da permanência da Força Nacional de Segurança na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. De acordo com a Portaria n.º 4, a tropa deve ficar no Estado até 20 de março para evitar casos de conflito referentes à questão fundiária na região. Índios e produtores de arroz disputam a reserva.

TSE determina afastamento de prefeito diplomado em cidade pernambucana.

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Henrique Neves determinou nesta quinta-feira o imediato afastamento do prefeito José Luiz de Sá Sampaio (PSB), diplomado no último dia 1º de janeiro, no município de Caetés, em Pernambuco. Agora, pela orientação do TSE, deverão ser realizadas novas eleições no município. Essa foi a primeira decisão do TSE de mandar afastar prefeito eleito em outubro passado e empossado no primeiro dia de 2009.

Nas eleições de outubro de 2008, o então candidato José Luiz de Sá Sampaio recebeu 54,26% dos votos, mas posteriormente teve seu registro negado, tanto pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PE) quanto pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mesmo assim, a juíza local insistiu em diplomar Sampaio.

Segundo o ministro Neves, houve violação da decisão do TSE de negativa do registro de candidatura a Sampaio. Ele lembrou que a liminar dada pela juíza, para permitir a diplomação e posse de Sampaio, só poderia ser concedida pelo presidente do TSE ou pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Arrendamento de espaço de programação evidencia uso indevido de outorgas de TV.

Ao sintonizar qualquer canal da Rede Bandeirantes no horário nobre, por volta das 21h, será possível ver o "Show da Fé", comandado pelo missionário R. R. Soares. O programa da Igreja Internacional da Graça de Deus não é uma produção própria da emissora, tampouco uma produção independente que o grupo adquire pela sua qualidade, mas sim um dos expoentes de um novo fenômeno que vem se tornando uma prática corrente por parte de várias TVs: o arrendamento de espaços na programação.
Segundo dossiê preparado pelo Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social a partir de denúncias produzidas por diversas entidades da sociedade civil [ver aqui ], este tipo de "negócio" constitui um uso indevido e abusivo das concessões públicas de radiodifusão. "O arrendamento parcial ou total contraria totalmente o espírito da lei", dispara o documento.
A afirmação baseia-se no fato das emissoras estarem tomando para si uma prerrogativa do Estado de conceder a outorga, ou seja, definir quem pode utilizar um canal do espectro eletromagnético (por onde são transmitidos os sinais de rádio e TV) para distribuir uma programação. Com o arrendamento, são as emissoras - e não a União - que decidem quais empresas ou organizações podem acessar parte do tempo do canal cuja exploração foi dada a elas, concessionárias, somente.
Outro problema grave é o fato de uma concessionária fazer uso de um bem público, o espectro eletromagnético, para obter lucros deixando de prover o serviço objeto da concessão, no caso, a programação de TV.
O texto sustenta que o aluguel de espaços na programação deve ser considerado inválido mesmo que não haja uma proibição expressa no arcabouço legal da comunicação social eletrônica. Na avaliação dos signatários d o dossiê, a legislação brasileira relativa à concessão de serviços públicos deve ser utilizada como parâmetro para demonstrar a omissão flagrante nas normas específicas que disciplinam a radiodifusão.
"A comparação com as outras concessões públicas - em que a subconcessão só é permitida se prevista no contrato, autorizada pelo poder concedente e antecedida de concorrência pública - nos permite dizer que o silêncio da lei de radiodifusão sobre a matéria não deve ser entendida como um consentimento, mas como uma não autorização", argumentam os autores do documento.
Para ser coerente com a normatização dos serviços públicos, a prática do aluguel de espaço de programação, conclui o dossiê, só poderia ser admitida caso houvesse autorização do Executivo Federal e os locadores fossem escolhidos por meio de uma concorrência pública com normas e critérios rígidos e objetivos.
Ocupação a serviço de Deus
O principal locador de espaços na programação são os grupos religiosos católicos e evangélicos. De acordo com o dossiê entregue pelas entidades, a Rede Bandeirantes repassa 7 horas e 30 minutos de seu tempo diário para a Assembléia de Deus e à Igreja Internacional da Graça de Deus, sendo 5 horas e 30 minutos para a primeira e 2 horas para a segunda. O Canal 21, também do grupo Bandeirantes, recentemente passou a arrendar 22 horas diárias de sua programação à Igreja Mundial do Poder de Deus.
Segundo nota da coluna do jornalista Daniel Castro na "Folha de S. Paulo" em 18 de setembro deste ano, a "campeã" do aluguel a igrejas é a Rede TV!, que subloca 58 horas semanais a este tipo de organizações.
A Record aluga seis horas da sua programação à Igreja Universal do Reino de Deus. No entanto, a rede deve ser vista de maneira diferenciada das anteriores, uma vez que é o próprio dirigente máximo da igreja, bi spo Edir Macedo, quem decide o que vai ao ar na Record. Ou seja, o arrendamento, neste caso, configura-se como uma trama ainda mais complexa no jogo de burlar a legislação que caracteriza os contratos de aluguel de espaço na TV.
Os retornos obtidos pelas emissoras são bastante altos e contribuem fortemente na cesta de receitas mensais. De acordo com Daniel Castro, o arrendamento do Canal 21 à Igreja Mundial do Poder de Deus deve render R$ 420 milhões nos próximos cinco anos. Já a locação da 5 horas e meia na Band pela Assembléia de Deus custará R$ 336 milhões por quatro anos. Ainda na Band, o espaço alugado por R.R. Soares injeta nos cofres da emissora R$ 5 milhões por mês.
Estado laico, mídia laica?
Para o professor aposentado da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador da área Venício Lima, além do problema do arrendamento, o aluguel de espaços nas programações de redes por grupos religiosos tam bém coloca dúvidas sobre a legitimidade da presença deste tipo de organização na radiodifusão.
"Um serviço público que, por definição, deve estar "a serviço" de toda a população, pode continuar a atender interesses particulares de qualquer natureza - inclusive, ou sobretudo, religiosos? Ou, de forma mais direta: se a radiodifusão é um serviço público cuja exploração é concedida pelo Estado (laico), pode esse serviço ser utilizado para proselitismo religioso?", questiona no artigo "Estado laico e radiodifusão religiosa", publicado no "Observatório da Imprensa" em 23 de setembro de 2008.
Na avaliação de James Görgen, coordenador do projeto Donos da Mídia, a resposta é negativa. "É flagrante o desrespeito das empresas que loteiam sua grade de programação para a transmissão de programas religiosos ou de televendas em relação ao Regulamento dos Serviços de Radiodifusão (Decreto 52.795/63) e à Constituição Federal de 1 988, que prevêem finalidades informativas, educativas, artísticas e culturais para os canais de rádio e TV", diz o pesquisador. E completa: "Portanto, não há previsão de uma finalidade religiosa - seja católica, evangélica ou neopentecostal - para a programação de ambos os serviços. É quase surrealista o fato de existirem vedações a esse conteúdo e mesmo assim termos pelo menos dez redes nacionais de televisão no país dedicadas exclusivamente à transmissão de conteúdo religioso."
Ocupação a serviço das vendas
Outro ente que vem ocupando as grades de programações das emissoras são os grupos que vendem produtos pela televisão. Segundo levantamento realizado pelo Intervozes coordenado por Diogo Moyses, São Paulo é um dos espaços onde isso ocorre de maneira intensa. A Bandeirantes aluga, aos sábados pela manhã, 3 horas para uma das empresas que realizam este tipo de negócio. Já a TV Gazeta veicula, mediante locação, o programa Best Shop por 2 horas e 30 minutos todas as manhãs e 5 horas e 30 minutos durante as madrugadas.
Mas a emissora com maior incidência é a Mix TV, que ocupa sua grande com os chamados "infomerciais" durante 20h. Em seguida vem a RBI, que arrenda 15 horas para shows de televendas. Na avaliação das entidades signatárias do dossiê, apresentado na audiência sobre renovação das concessões de rádio e TV realizada na Câmara em novembro, a sublocação de espaços para vendas de produtos deve ser entendida como negociação de espaço publicitário.
Neste caso, ele deve ser considerado ao avaliar o limite máximo de 25% do tempo diário para este tipo de conteúdo presente no Regulamento dos Serviços de Radiodifusão. Caso o Ministério das Comunicações tivesse disposição em realizar de fato este tipo de fiscalização, fica evidente o desrespeito a este limite seja daqueles canais que veiculam mais do que 25% do seu temp o com infomerciais, seja naqueles que ultrapassam o limite somando televendas e anúncios publicitários ordinários.
Na avaliação de Diogo Moyses, os contratos de aluguel de espaços para empresas de televendas incorre em três ilegalidades: sublocam a grade de programação, extrapolam o limite permitido de publicidade e não cumprem a determinação constitucional de dar prioridade às finalidades culturais, educacionais e informativas. "Além de ilegal, é algo absolutamente imoral", afirma.
Para ele, a difusão cada vez maior deste tipo de prática mostra a ausência crônica de regulamentação e fiscalização nas comunicações brasileiras. "O aluguel da grade de programação das emissoras é um dos maiores símbolos do descontrole absoluto do Estado sobre a exploração do serviço", avalia. "O mais grave é que o Ministério das Comunicações, que deveria fiscalizar as emissoras, finge que não é com ele. Com isso, ser concessionário de radiodifusão, além de um negócio lucrativo, tornou-se extremamente fácil: basta ter obter a outorga e lotear os horários da emissora. Quem não gostaria de ter um negócio desses?", questiona.
A espera de providências
O conjunto de denúncias apresentado na audiência foi protocolado na Comissão de Ciência, Tecnologia, Comunicação e Informática (CCTCI) da Câmara dos Deputados, no Ministério das Comunicações e entregue ao representante do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União presentes ao encontro. Resta saber se, com tão flagrantes desrespeitos e ilegalidades, serão tomadas providências por parte destes órgãos.

Do site do:http://www.radialistasp.org.br/

Cruz Vermelha acusa Israel de violação do direito internacional na Faixa de Gaza.

Equipes humanitárias encontraram quatro crianças famintas sentadas ao lado das suas mães mortas e de outros cadáveres em uma casa da Cidade de Gaza bombardeada por forças israelenses, disse o Comitê Internacional da Cruz Vermelha nesta quinta-feira, acusando Israel de violar o direito humanitário internacional na região.
O CICV acusou Israel de impedir o pronto acesso de ambulâncias à área atingida, e exigiu mais segurança para a retirada de feridos por parte do Crescente Vermelho Palestino.
– Trata-se de um incidente chocante – disse Pierre Wettach, diretor do CICV para Israel e os territórios palestinos.
– Os militares israelenses devem estar cientes da situação, mas não assistiram os feridos. Nem possibilitaram que nós ou o Crescente Vermelho Palestino assistamos os feridos – disse.
Em termos mais fortes do que o habitual, a Cruz Vermelha, que é neutra nos conflitos, disse que Israel estaria violando o direito internacional.
– O CICV acredita que, neste caso, os militares israelenses deixaram de cumprir sua obrigação, sob o direito humanitário internacional, de cuidar dos feridos e retirá-los. (O CICV) considera inaceitável a demora em autorizar o acesso dos serviços de resgate – disse.
Em uma resposta escrita, o Exército de Israel disse que realiza um trabalho coordenado com organismos de ajuda internacional para dar assistência aos civis e que "de nenhuma maneira atinge intencionalmente civis".
Uma ofensiva israelense contra o Hamas, iniciada em 27 de dezembro, está atraindo crescentes críticas da comunidade internacional devido ao elevado número de vítimas civis. Israel diz que a ação visa a impedir militantes islâmicos de dispararem foguetes contra o seu território.
Ambulâncias do Crescente Vermelho e funcionários do CICV conseguiram chegar na quarta-feira a várias casas do bairro de Zeitoun, na Cidade de Gaza, depois de solicitarem autorização aos militares desde o fim de semana, segundo a nota do CICV.
A equipe de resgate "encontrou quatro crianças pequenas ao lado das suas mães mortas em uma das casas. Elas estavam fracas demais para se levantarem sozinhas. Um homem também foi achado vivo, fraco demais para se levantar. Ao todo havia pelo menos 12 cadáveres sobre colchões.
"Em outra casa, a equipe encontrou 15 sobreviventes de um bombardeio israelense, sendo vários deles feridos. Três corpos foram achados em outra casa. Soldados israelenses postados a cerca de 80 metros de distância ordenaram que a equipe de resgate deixasse o bairro, o que o grupo se recusou a fazer, segundo a nota.
O CICV disse ter informações também de que há mais feridos abrigados em outras casas destruídas da área.

Hélio Costa Abandona projeto de rádio digital.

A mudança de posição foi radical. Depois de ter defendido abertamente durante quase três anos e meio o padrão de rádio digital norte-americano (Iboc ou HD), apresentando-o como o único aceitável para o Brasil, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, acaba de retirar seu apoio àquela tecnologia, também preferida pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert).
O ministro reconhece agora o que todos os técnicos independentes vinham afirmando desde 2006: em todo o mundo, a tecnologia de rádio digital ainda tem muitos problemas que não permitem sua adoção no Brasil.
O recuo de Hélio Costa, embora tardio, é um fato positivo, pois seria muito pior se o País adotasse o padrão Iboc. O maior prejuízo ficaria com as 5 mil emissoras de rádio brasileiras, que seriam levadas a investir numa tecnologia que ainda funciona precariamente.
O que mais estranhou os observadores nesse episódio foi a posição da Abert, ao defender apaixonadamente o padrão norte-americano, mesmo diante da comprovação de seus problemas.


Marcha a ré


Hélio Costa anunciou sua nova posição no domingo passado, em artigo no jornal O Estado de Minas (leia-o no site Caros Ouvintes), em resposta à jornalista e professora Nair Prata, que havia cobrado do ministro, no início de dezembro, o cumprimento de suas promessas quanto ao rádio digital.
Entre as diversas opiniões citadas no artigo de Hélio Costa, uma das mais convincentes foi a de Sarah McBride, editora de tecnologia do Wall Street Journal.
Na realidade, o jornal norte-americano apenas confirmou a conclusão já conhecida havia muito tempo: depois de quase 5 anos de introdução nos Estados Unidos, a nova tecnologia digital não conta hoje sequer com 10% da adesão das emissoras.
Para se ter idéia da baixa penetração do rádio digital nos Estados Unidos, basta lembrar que, do lado dos ouvintes, mesmo com preços subsidiados, apenas 0,15% da população norte-americana adquiriu seu receptor digital.


Problemas


Uma das características do padrão conhecido pelo nome de In Band on Channel (Iboc) ou HD Radio, criado pela empresa Ibiquity, é utilizar o mesmo canal de freqüência para transmitir um único programa, simultaneamente, tanto no modo analógico quanto no digital. A idéia é excelente, mas, até agora, o sistema não tem funcionado de forma satisfatória.
Nas transmissões em AM e FM, o padrão Iboc apresenta, entre outros, o problema do atraso (delay) de 8 segundos do sinal digital, em relação ao analógico. Como o alcance do sinal digital é menor do que o analógico, nos limites de sua propagação, a sintonia oscila entre um e outro, com grande desconforto para o ouvinte.
Embora pareça ser a grande saída, a idéia de usar o mesmo canal para transmissões analógicas e digitais, adotada pela empresa Ibiquity, não tem tido sucesso na prática. O fato indiscutível é que essa tecnologia ainda não está madura e apresenta diversos problemas sérios, como a impossibilidade de se utilizarem receptores portáteis - pois o consumo de energia é tão elevado que as baterias se descarregam em poucas horas.
Na Europa, outras tecnologias têm sido propostas em faixas de freqüências exclusivas para o rádio digital, o que, no entanto, obrigaria à troca de todos os receptores. Conclusão: ainda temos que esperar que o mundo desenvolva uma solução melhor para a digitalização do rádio.


Anúncios precoces


O ministro Hélio Costa, desde que tomou posse no Ministério das Comunicações, em julho de 2005, tem anunciado numerosos projetos puramente imaginários que nunca se concretizam ou que se revelam inviáveis.
Na abertura do evento internacional Américas Telecom, em outubro de 2005, em Salvador (Bahia), ele anunciou que o Brasil já vivia “a era do rádio digital” (quando apenas algumas emissoras iniciavam os primeiros testes com o padrão norte-americano HD Radio ou Iboc). Na mesma ocasião, anunciou ao auditório que a Grande São Paulo veria as imagens da Copa do Mundo de 2006 com imagens da TV digital, que só entrou no ar em 2 dezembro de 2007.
Entrevistado no programa Roda Viva, da TV Cultura, em 2005, afirmou categoricamente que o Ministério das Comunicações iria investir não apenas o montante de R$ 600 milhões anuais dos recursos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), bem como o saldo acumulado então superior a R$ 4 bilhões.
Até hoje o Brasil não utilizou praticamente nada do Fust. No ano de 2006, o ministro garantiu que o Japão havia concordado em instalar uma indústria de semicondutores (circuitos microeletrônicos) no Brasil, em contrapartida à escolha do padrão de TV digital nipo-brasileiro. Na verdade, o Japão jamais prometeu essa fábrica.


Ethevaldo Siqueira - O Estado de S.Paulo