domingo, 29 de março de 2009

Deputados do PSOL questionam contrato de Serra com a Abril.

O Conversa Afiada recebeu a seguinte informação:

Deputados do PSOL questionam no Ministério Público compra de assinaturas da revista “Nova Escola” pelo governo do Estado de SP.
O deputado federal Ivan Valente, Líder da Bancada do PSOL na Câmara dos Deputados e os deputados estaduais do Carlos Giannazi e Raul Marcelo protocolaram no dia de hoje, uma Representação junto ao Ministério Público Estadual questionando o contrato firmado entre a Secretaria Estadual de Educação (SEE) e a Fundação Victor Civita – do Grupo Abril – para a distribuição da Revista Nova Escola aos professores da rede.
Só existe essa publicação para professores ?

A Secretaria de Educação comprou 220 mil assinaturas anuais da publicação, sem nenhuma consulta aos professores. Também não realizou licitação, pois considera que esta revista é a única na área da educação, desconsiderando a existência de outras do mesmo gênero que atuam no mercado, demonstrando preferência deliberada pela editora contratada.
Não bastasse essa ação arbitrária, a Secretaria de Educação passou para esta Fundação privada os endereços pessoais dos professores, sem qualquer comunicado ou pedido de autorização dos mesmos, infringindo a lei e permitindo, inclusive, outras destinações comerciais aos dados particulares dos professores.
Ao fazer esta denúncia ao MP os deputados do PSOL expõem as relações entre o Governo Serra e a Editora Abril.
Só este contrato representa quase 25% da tiragem total da revista e garante fartos recursos para o caixa da Fundação Civita, R$ 3,7 milhões. Mas este não é o único compromisso comercial existente entre a Secretaria de Educação e o Grupo Abril, que cada vez mais ocupa espaço nas escolas tendo até mesmo publicações adotadas como material didático, totalizando quase R$ 10 milhões de recursos públicos destinados a esta instituição privada só no segundo semestre de 2008.
Outro absurdo, que merece uma ação urgente, é a “proposta” curricular que reduz o número de aulas de história, geografia e artes do Ensino Médio e obriga a inclusão de aulas baseadas em edições encalhadas do Guia do Estudante, também da Abril, que mais uma vez se favorece os negócios editoriais deste grupo.
As publicações do Grupo Abril não são as únicas existentes, mas, as que têm a preferência do governo, uma preferência que não se explica ao não ser pela prática recorrente de favorecimento. É isto que os deputados do PSOL querem investigar.

Leia também:

BBC mostra São Paulo: Violência, Tráfico, Insegurança.

Assisti ao último capítulo de uma serie de reportagens da BBC sobre o Trópico de Capricórnio.
. Os membros da elite branca e de olhos azuis da Chuíça (*) querem acreditar que São Paulo esteja na latitude de Milão e, na verdade, é uma Milão ampliada.
. Lamentavelmente, a geografia indica que, de fato, São Paulo fica no trópico, no Trópico de Capricórnio.
. Esta ultima etapa do documentário da BBC começa em Antofogasta, no Chile, e termina em Ubatuba, o último ponto do Trópico de Capricórnio em terra, antes de mergulhar no Atlântico.
. E passa por São Paulo.
. Inexplicavelmente, a BBC não entrevistou o presidente da FIE P (**) sobre a crise econômica global, não foi à Daslu, ao Shopping Cidade Jardim, à Oscar Freire ou ao Fasano.
. A BBC também não consultou os números fajutos da segurança pública do Governo de São Paulo.
Jardim Ângela na BBC: assista, antes que o Serra tire do ar
. A BBC foi direto ao ponto.
. A maior cidade da America do Sul é a mais violenta.
. Tem o maior numero de homicídios.
. A maior rede de segurança privada do mundo.
. E tratou da desigualdade de renda (um abismo !) e do desemprego.
. E foi mostrar tudo isso no Jardim Ângela.
. Quer dizer, sem o filtro do PiG, São Paulo é o que é: uma Chuíça (*).
. A mais completa obra de 14 anos de governos tucanos.
. É bem provável que, ao saber disso, o Zé Pedágio combine com a NET e tire o sinal, da BBC do ar…

Paulo Henrique Amorim

Filha de FHC tem cargo, mas não vai ao Senado.

A notícia está no Portal do "Estadão": o combativo senador Heráclito Fortes - do Democratas - não quer comentar o caso envolvendo a filha de FHC.
Luciana Cardoso ocupa um cargo no gabinete de Heráclito, mas não costuma aparecer no Congresso. Vejam só...
FHC é - de fato - mestre em esconder os filhos. Luiz Carlos Azenha publicou a reportagem da revista "Caros Amigos", contando a história do filho misterioso do ex-presidente. História que a chamada "grande mídia" sempre escondeu.
http://www.viomundo.com.br/buraco-negro/o-filho-de-fhc-com-a-reporter-da-globo/
Mas, dessa vez , a verdade apareceu. Leia o texto do "Estadão" sobre a filha de FHC que trabalha no Congresso sem ir ao Congresso...
Senador se nega a falar sobre cargo de filha de FHC no gabinete
Rosa Costa, de O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - A filha do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Luciana Cardoso, ocupa um cargo de confiança do Senado desde abril de 2003. Ela foi nomeada secretaria parlamentar, com salário de R$7,6 mil, pelo senador e atual primeiro-secretário da Casa, Heráclito Fortes (DEM-PI). Luciana foi secretária particular de seu pai nos dois mandatos, de 1995 a 2003. Seu contrato com o Senado só se tornou público agora, já que ela não frequenta o gabinete de Heráclito. Luciana não foi localizada pelo Estado.

Em entrevista à Folha de S.Paulo, Luciana afirmou que prefere trabalhar em casa, cuidando das "coisas pessoais do senador" porque o gabinete de Heráclito "é um trem mínimo e a bagunça, eterna". Nesta sexta-feira, 27, o senador se recusou a comentar o assunto. A divulgação do fato ocorre no momento em que o primeiro-secretário se diz empenhado em moralizar a distribuição dos cargos de confiança do Senado.

Chama (sic) a atenção dois outros casos de comissionados do Senado, igualmente relacionados com autoridades, que não dão expediente na Casa. É o caso da neta mais nova do ex-presidente Juscelino Kubitschek, Alejandra Kubitschek Bujones e da primeira-dama de Sergipe, Eliane Aquino. Alejandra recebe salário de R$ 4,9 mil e está lotada na terceira secretaria. Ela é cunhada do ex-senador e atual vice-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio, que ao confirmar sua permanência no cargo, destacou sua "enorme competência". Seu contrato começou em 2006, quando Octávio era o terceiro-secretário do Senado. Alejandra disse ao Estado que faz "trabalho de pesquisas", mas jamais foi vista no Senado.

Já a mulher do governador de Sergipe, Marcelo Déda, do PT, foi contratada em março de 2002 pelo gabinete do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), com salário de R$ 6,4 mil. O parlamentar afirma que ela o assessorava em Aracaju, mas ontem, por meio da sua assessoria, informou que enviou um ofício pedindo ao diretor-geral o desligamento da funcionária. Até ontem o boletim do Senado não havia publicado a exoneração da primeira-dama.

O senador afirmou - por intermédio da assessoria - que "lamenta o preconceito contra as esposas dos governadores, que devem ficar congeladas e servirem apenas como organizadoras de chás para primeiras-damas de prefeito e não podem exercer os direitos de cidadania, inclusive os de um trabalho construtivo em qualquer atividade pública ou privada, porque são deterioradas por quem alimenta a inveja, o desrespeito ou o preconceito".

Médico

Além de pagar assistência médica vitalícia para ex-senadores, o Senado estendeu o benefício aos ex-secretários-geral e ex-diretores-gerais. De acordo com o site Congresso em Foco, a medida consta de ato da Mesa Diretora de 2000, encabeçado pelo então presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA). A medida vai beneficiar o ex-diretor Agaciel Maia, exonerado em fevereiro. E já favorece o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Raimundo Carreiro. Agaciel não foi localizado. Já o ministro, disse que não há irregularidade na medida. Segundo ele, o ato levou em conta que secretários e diretores da Casa padecem do mesmo desgaste dos senadores. Ele disse que continuou pagando o plano de saúde disponível para os servidores do Senado.

Do site do Rodrigo Viana:http://www.rodrigovianna.com.br/plenos-poderes/filha-de-fhc-tem-cargo-mas-nao-vai-ao-senado

quarta-feira, 25 de março de 2009

FENAJ se pronuncia sobre censura da TV Câmara.

O Conversa Afiada reproduz o ofício de resposta encaminhado ao presidente da Câmara Michel Temer, ao jornalista Sérgio Chacon e ao diretor da TV Câmara Manuel Roberto Seabra Pereira pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ):
Brasília, 23 de março de 2009.Ofício Nº 008/2009 – FENAJ

Ao jornalista Sérgio ChaconSecretário de Comunicação Social
C/c Manuel Roberto Seabra PereiraDiretor da TV Câmara
e Michel TemerPresidente da Câmara dos Deputados

Senhor Secretário,
A FENAJ recebeu, no último dia 19, cópia de carta aberta distribuída pelo jornalista Leandro Fortes denunciando ação de censura com a suspensão da veiculação do programa “Comitê de Imprensa”, produzido pela TV Câmara e gravado no dia 11 de março.
O jornalista também informa que o link para o citado programa foi retirado da página da TV Câmara na internet e que tais atitudes teriam sido tomadas em função de solicitação do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes.
Preocupados com as implicações destas denúncias, caso sejam confirmadas, solicitamos desta Secretaria esclarecimentos sobre os fatos relatados.
A liberdade de imprensa e o direito à livre manifestação são conquistas inalienáveis da sociedade brasileira e têm na Câmara dos Deputados um aliado imprescindível na proteção e defesa desses direitos sociais.
Atitudes de cerceamento e censura se de fato forem confirmadas, são antagônicas com a função e o papel que se espera de integrantes da Suprema Corte do País e de funcionários e parlamentares da Câmara Federal.
Nesse sentido, na expectativa de receber as informações solicitadas, que com certeza irão esclarecer e repelir as supostas ações de censura renovamos votos de elevadas estima.
Cordialmente,

Sérgio Murillo de Andrade
Presidente da FENAJ

Mais uma vitória da blogosfera: Programa censurado por Mendes volta ao ar.

Mais uma vez fica comprovada a força da blogosfera, que sempre é tratada em papo da boca pra fora por jornalistas empregados na chamada grande imprensa, como uma alternativa “menor" de informação.

Voltou ao ar o programa Comitê de Imprensa, que havia sido retirado, segundo o repórter Leandro Fortes, por pedido do ministro Gilmar Mendes, atendido pelo presidente da Câmara, Michel Temer.

Gilkmar Mendes não gostou das críticas que Leandro Fortes reiterou no programa, e que o ministro não conseguiu rebater na sabatina da Folha hoje pela manhã. Mendes gaguejou, rodeou, tergiversou, mas não conseguiu explicar as acusações contra o instituto de sua propriedade, IDP.

A vitória foi única e exclusivamente da blogosfera, porque somente nós cobramos, protestamos, reclamamos da censura. A imprensalona, seus jornalistas, a ABI, OAB, ninguém deu um pio ou tocou no assunto. Nem mesmo deputados protestaram contra a arbitrariedade cometida na Casa que deveria ser o centro de defesa da cidadania.

Não adianta agora quererem fingir que tudo não passou de um engano, o programa em verdade nunca havia sido retirado etc., para inventar desculpas, porque o assessor de imprensa do presidente da Câmara afirmou o seguinte ao Paulo Henrique Amorim, no dia 20 de março:

“O programa foi exibido seis vezes e saiu do ar por causa da grade de programação. É normal que isso aconteça. Sai um programa e entra outro. Não foi submissão do presidente a nenhuma ordem do presidente do Supremo”.

Se essa fosse a verdade, por que o programa voltou agora?

Gilmar na Folha de S.Paulo:Fascista!! Nazista!!

Nem mesmo a repórter Renata Lo Prete, que moderou o debate, conseguiu conter a avalanche de questões da platéia, dirigidas em voz alta ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. Depois de abordar questões polêmicas, Gilmar deixou o auditório da Folha, onde ocorreu a sabatina, sob gritos de fascista e nazista.
Gilmar respondeu inicialmente a questões selecionadas pelos repórteres e depois as da platéia. Seu papel ali foi defender a supremacia do STF. Segundo suas próprias palavras, “uma corte constitucional que decide desde extradição, ações de massas até justiça criminal”.
A operação Satiagraha abriu as discussões e foi naquele momento que Gilmar disparou a frase mais contundente da entrevista: “De Sanctis, ao mandar prender Daniel Dantas, quis desmoralizar a decisão do STF. Um quadro de anarquismo deu muito poder para gente irresponsável”, justificou.
Acompanhado de seu advogado Alberto Zacharias Toron, o presidente do Supremo abordou algumas das opiniões polêmicas que emitiu recentemente. Falou sobre o MST, Cesare Battisti e não pestanejou em dizer que colocou ordem “em um quadro de espetacularização nas ações policiais”, quando questionado sobre a súmula das algemas.

O Conversa Afiada acompanhou a sabatina do início ao fim e abaixo publica algumas das principais frases de Gilmar”:
Sobre a Satiagraha e o privilégio a ricos nas decisões:. “Estou andando Brasil afora, em campanha pela defensoria voluntária. Para defender pobres, não para defender ricos. Enfrentando OAB e Defensorias Públicas”
Sobre Cesare Battisti. “Uma corte constitucional decide sobre extradição, ações de massa e justiça criminal”
Sobre a corrupção dos governadores. “O Supremo vai se pronunciar em breve sobre a corrupção dos governos dos Estados”
Sobre as algemas. “Colocamos ordem neste quadro de espetacularização nas ações policiais”
Sobre o que será depois de sair do STF. “Não cogito sair do STF. Quando sair vejo o que faço…nunca tive problemas com empregos..”
Sobre eleições diretas para presidente do STF. “Não cuido, nem descuido. Estou a pensar nas atividades que estou envolvido agora. Senão até os candidatos vão se assanhar à minha vaga”.. “Quiçá não me dão mais dois anos?”. “A constituição decidiu que um juiz não deve se envolver em disputa partidária…o juiz deve saber, mas não se envolver”.

Gilmar, Dantas, Itagiba e Tarso perdem Jornais calam.

O amigo navegante Wladimir Belisário sugeriu ao Conversa Afiada o artigo “O Silêncio dos Jornais”, de Luciano Martins Costa, publicado no site Observatório da Imprensa:


CASO DANIEL DANTAS - O silêncio dos jornais
Luciano Martins Costa


A Folha de S.Paulo e o Globo ignoraram a notícia, mas o Estado de S.Paulo publica na edição de terça-feira (24/3), com destaque, que o Tribunal Regional Federal da 3ª Região impôs ontem uma importante derrota à estratégia de defesa do banqueiro Daniel Dantas.
O controlador do banco Opportunity queria trancar a ação penal nascida da acusação de corrupção ativa, por tentativa de subornar um delegado federal para ser excluído da chamada Operação Satiagraha.
A decisão é fundamental para o prosseguimento das ações judiciais contra Dantas. Por essa razão, os leitores da Folha e do Globo ficarão menos informados sobre o assunto do que os leitores do Estadão.
A defesa de Daniel Dantas queria que a Justiça Federal considerasse irregular a parceria feita entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência - Abin - durante as investigações. Se a Justiça acatasse essa tese, o processo poderia ser abortado, mas os magistrados votaram por unanimidade considerando que a ação conjunta entre a Abin e a Polícia Federal não tem nada de errado.

Muito barulho

Fica, portanto, sobre a mesa, uma questão incômoda para ser respondida pela imprensa. A quem mais, a não ser ao próprio Daniel Dantas, interessaria toda a campanha feita principalmente pelos jornais O Globo e Folha de S.Paulo e pela revista Veja, no sentido de criminalizar as ações da Polícia Federal junto com a Abin?
Fica evidente, até mesmo para o leitor mais distraído com a paisagem, que parte da imprensa brasileira tem dedicado os últimos meses mais energia e espaço à tentativa de desqualificar os investigadores do que a investigar o acusado.
Foi tão desproporcional a concessão de espaço para supostas revelações sobre desmandos atribuídos ao delegado Protógenes Queiroz e ao juiz responsável pelo caso Satiagraha, Fausto de Sanctis, que algum leitor poderia supor que o delegado e o juiz é que eram os principais acusados.
O fato de parte da imprensa omitir na terça-feira (24) de seus leitores que a Justiça Federal considera normal a parceria entre a Polícia Federal e a Abin chega a soprar na brasa da teoria conspiratória segundo a qual o banqueiro contaria com a solidariedade de algumas redações.
Será que foi apenas um “furo” do Estadão? Os outros jornais não têm acesso à agenda da Justiça Federal?
Depois de todo barulho a respeito das ações conjuntas entre as duas instituições, o silêncio da Folha e do Globo chega a ensurdecer.

A disputa pelos leitores

O caso Satiagraha deflagrou uma guerra nos bastidores da imprensa, que só pode ser acompanhada pela internet.
Desde o já clássico confronto entre a revista Veja e o jornalista Luis Nassif, até os vazamentos e contravazamentos de supostas revelações da Polícia Federal, o escândalo envolvendo o banqueiro Daniel Dantas dá uma idéia de outra disputa que marca este começo de século: a disputa entre a imprensa tradicional, de papel, e a nova imprensa, que trafega pelos meios eletrônicos, pela atenção e o tempo dos leitores.
A internet está completando sua segunda década. A configuração gráfica da comunicação entre computadores, inaugurada com o navegador Mosaic, em 1994, cresceu, se espalhou pelo mundo e se miniaturizou, conquistando espaço também nas telinhas dos telefones celulares. O jornalismo infiltrou-se pelos novos meios, e agora o leitor, antigo receptáculo passivo de informações, é também agente e observador da imprensa.

Do site do PHA:http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=7942

terça-feira, 24 de março de 2009

Gilmar Mendes entrevistado na TV Dantas.

Como já sabem a torcida do Corinthians e os leitores do Mello, do Luiz Nassif e do Paulo Henrique Amorim, o Roda Viva, da TV Cultura, vai ao ar nesta segunda com uma entrevista a Gilmar Dantas Mendes, o presidente do Supremo Tribunal Federal. Até mesmo para os padrões do horrendo jornalismo que se pratica no Brasil, é vergonhosa a operação realizada pela TV Cultura com o Roda Viva desta segunda. Os escalados para entrevistar Gilmar Mendes são Eliane “vacinem-se contra a febre amarela!” Cantanhêde, Reinaldo Azevedo, cuja ignorância, truculência e hidrofobia dispensam comentários, Carlos Marchi, do Estadão e Márcio Chaer, editor do site Consultor Jurídico, de conhecidas ligações com Gilmar Dantas Mendes.

O Roda Viva escalou quatro levantadores de fazer inveja a Ricardinho. A TV Cultura realizaria algo mais próximo do jornalismo se escalasse como entrevistadores quatro capangas ou funcionários de Mendes. A obviedade da manobra terminou, pelo que parece, saindo pela culatra.
Uma enxurrada de protestos chegou ao site da TV Cultura.
Mas a coisa ainda piora. O ombudsman – cargo que Houaiss define como jornalista que, de maneira independente, critica o material publicado e responde às queixas dos leitores – resolveu tecer suas próprias teorias sobre a avalanche de protestos que lhe chegaram. Num texto em que abdica completamente da função para a qual foi contratado, Ernesto Rodrigues afirma, sobre os emails, que em todos eles, exatas 10380 palavras, independentemente se eram de remetentes simpáticos ou não à bancada escolhida de entrevistadores, não houve uma única linha com sugestões de perguntas, cobranças ou acusações específicas a serem feitas ao ministro Gilmar Mendes na entrevista. O que só reforça a sensação de que esses telespectadores remetentes, em especial, não pareciam muito interessados no conteúdo da entrevista. Parece brincadeira, mas essas são as palavras de um ombudsman -- um sujeito que é pago para te representar, leitor.

Tendo acompanhado a reação na internet, fica difícil acreditar que nem um único email contivesse sugestões de perguntas a serem feitas a Gilmar Dantas Mendes. No espírito, então, de colaborar com o ombudsman da TV Cultura, enviei-lhe o seguinte email:

Prezado Jornalista Ernesto Rodrigues:

No texto em que Sr. comenta a indignação que tomou conta dos telespectadores da TV Cultura ante a escalação da bancada que entrevistará Gilmar Mendes nesta segunda-feira no Roda Viva, o Sr. afirma que nem um único email continha sugestões de perguntas a serem feitas ao entrevistado. Confesso que não entendi a frase acerca dos emails conterem 10380 palavras, talvez por deficiência minha na decifração de anacolutos. Confio que este email não repetirá o cabalístico número.
No espírito de corrigir o que certamente terá sido uma indesculpável desatenção dos missivistas, incluo aqui 25 perguntas que eu – e, tenho certeza, muita gente mais – gostaria que fossem feitas ao Presidente Gilmar Mendes.
1.O sr. sabe algo sobre o assassinato de Andréa Paula Pedroso Wonsoski, jornalista que denunciou o seu irmão, Chico Mendes, por compra de votos em Diamantino, no Mato Grosso?

2.Qual a natureza da sua participação na campanha eleitoral de Chico Mendes em 2000, quando o sr. era advogado-geral da União?
3.Qual a natureza da sua participação na campanha eleitoral de Chico Mendes em 2004, quando o sr. já era presidente ministro do Supremo Tribunal Federal?

4.Quantas vezes o sr. acompanhou ministros de Fernando Henrique Cardoso a Diamantino, para inauguração de obras?

5.O sr. tem relações com o Grupo Bertin, condenado em novembro de 2007 por formação de cartel? Qual a natureza dessa relação?

6.Quantos contratos sem licitação recebeu o Instituto Brasiliense de Direito Público, do qual o sr. é acionista, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso?

7.O sr. considera ética a sanção, em primeiro de abril de 2002, de lei que autorizava a prefeitura de Diamantino a reverter o dinheiro pago em tributos pela Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas de Diamantino, da qual o sr. é um dos donos, em descontos para os alunos?

8.O sr. tem alguma idéia do porquê das mais de 30 ações impetradas contra o seu irmão ao longo dos anos jamais terem chegado sequer à primeira instância?

9.O sr. tem algo a dizer acerca da afirmação de Daniel Dantas, de que só o preocupavam as primeiras instâncias da justiça, já que no STF ele teria “facilidades”?

10.O segundo habeas corpus que o sr. concedeu a Daniel Dantas foi posterior à apresentação de um vídeo que documentava uma tentativa de suborno a um policial federal. O sr. não considera uma ação continuada de flagrante de suborno uma obstrução de justiça que requer prisão preventiva?

11.Sendo negativa a resposta, para que serve o artigo 312 do Código de Processo Penal segundo a opinião do sr.?

12.Por que o sr. se empenhou no afastamento do Dr. Paulo Lacerda da ABIN?
13.Por que o sr. acusou a ABIN de grampeá-lo e até hoje não apresentou uma única prova? A presunção de inocência só vale em certos casos?

14.Qual a resposta do sr. à objeção de que o seu tratamento do caso Dantas contraria claramente a súmula 691 do próprio STF?

15.O sr. conhece alguma democracia no mundo em que a Suprema Corte legisle sobre o uso de algemas?

16.O sr. conhece alguma Suprema Corte do planeta que haja concedido à mesma pessoa dois habeas corpus em menos de 48 horas?

17.Por que o sr. disse que o deputado Raul Jungmann foi acusado “escandalosamente” antes de que qualquer documentação fosse apresentada?

18.O sr. afirmou que iria chamar Lula “às falas”. O sr. acredita que essa é uma forma adequada de se dirigir ao Presidente da República? O sr. conhece alguma democracia onde o Presidente da Suprema Corte chame o Presidente da República “às falas”?

19.O sr. tem alguma idéia de por que a Desembargadora Suzana Camargo, depois de fazer uma acusação gravíssima – e sem provas – ao Juiz Fausto de Sanctis, pediu que a "esquecessem"?

20.É verdade que o sr., quando era Advogado-Geral da União, depois de derrotado no Judiciário na questão da demarcação das terras indígenas, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem as decisões judiciais?

21.Quais são as suas relações com o site Consultor Jurídico? O sr. tem ciência das relações entre a empresa de consultoria Dublê, de propriedade de Márcio Chaer, com a BrT?

22.É correta a informação publicada pela Revista Época no dia 22/04/2002, na página 40, de que a chefia da então Advocacia Geral da União, ou seja, o sr., pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público - do qual o sr. mesmo é um dos proprietários - para que seus subordinados lá fizessem cursos? O sr. considera isso ético?

23.O sr. mantém a afirmação de que o sistema judiciário brasileiro é um “manicômio”?

24.Por que o sr. se opôs à investigação das contas de Paulo Maluf no exterior?

25.Já apareceu alguma prova do grampo que o sr. e o Senador Demóstenes denunciaram? Não há nenhum áudio, nada?

Se pelo menos duas ou três dessas perguntas forem feitas ao entrevistado nesta segunda-feira, caro jornalista, eu me juntarei a V. Sra. na avaliação de que a revolta que se viu na internet não é representativa do pensamento da maioria dos telespectadores do Roda Viva.

Atenciosamente, me despeço, desejando boa sorte à sua credibilidade,

Idelber Avelar

MP investiga CBF mais uma vez. Agora, R$ 9 milhões.


No último amistoso entre Brasil e Portugal, quando a seleção brasileira deu uma goleada de 6 a 2 num time português pra lá de desmotivado, além da chuva de gols também entrou em campo o mais novo escândalo envolvendo a CBF. Que, pra variar, não vai dar em nada.
A trama, bem de acordo com tudo o que cerca a entidade presidida por Ricardo Teixeira, envolve suspeita de desvio de verbas, superfaturamento, empresa-fantasma, laranja, e agora também a tchurma de Daniel Dantas. É o que li no Blog do Juca, do jornalista Juca Kfouri, e reproduzo a seguir [grifos meus]:

O repórter Gabriel Castro, da CBN-Brasília, revelou ontem que o contrato que resultou no jogo amistoso, em novembro passado, no Distrito Federal, entre Brasil e Portugal, e que terminou com a goleada brasileira por 6 a 2, está sob investigação do Ministério Público.
Um contrato de R$ 9 milhões.
Tudo porque o contrato, assinado pelo governador José Roberto Arruda e por uma tal Vanessa Almeida Preste, além do secretário de Esportes do governo do DF, foi feito com uma empresa aparentemente fantasma, a Ailanto Marketing Ltda, de Vanessa Preste e de Alexandre Rosell.
A Ailanto foi registrada pelo advogado Eduardo Duarte, apontado como laranja do banqueiro Daniel Dantas pela Operação Satiagraha, e não tem nem sequer telefone.
O governador José Roberto Arruda preferiu não se manifestar e a CBF disse desconhecer qualquer intermediação para jogos da Seleção Brasileira, cujos direitos são da empresa ISE, com sede nas Ilhas Cayman.
É interessante lembrar que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira já se viu em maus lençóis por causa de operações semelhantes que redundaram em duas CPIs.
E que um dos membros do Comitê Organizador da Copa do Mundo no Brasil, o advogado Francisco Mussnich, não só advogou para o banco Opportunity de Daniel Dantas como é namorado da irmã do banqueiro.
Alexandre Rosell, citado na reportagem como dono da Ailanto e ligado a ISE, é mais conhecido como Sandro Rosell, ex-presidente da Nike no Brasil quando a empresa passou a patrocinar a Seleção Brasileira, ex-vice-presidente do Barcelona e íntimo amigo de Ricardo Teixeira.
O Brasil já está cansado desses escândalos e sabe que o destino deles é um só: o arquivamento. Porque o envolvimento da CBF com os políticos é total. A ida da seleção aos estados traz prestígio e votos, portanto, os políticos adoram o “doutor” Ricardo Teixeira, que escalou a CBF por ter sido genro do antigo presidente, João Havelange, o que transforma a entidade numa capitania hereditária, em pleno século XXI.
Falo CBF como também poderia estar falando do COB, entidade presidida pelo Nuzman, também envolvida em escândalos e superfaturamentos de toda espécie, que também não dão em nada, naquela tradicional manemolência brasileira, do vamos deixar como é que está pra ver como é que fica.
Ainda outro dia, uma reportagem mostrou que 80% da verba destinada ao COB é gasta com a estrutura burocrático-administrativa da entidade. Os atletas ficam com um quinhãozinho, a ponto de uma atleta como a ginasta Jade Barbosa estar vendendo camisetas em seu site na internet para poder financiar uma cirurgia que precisa fazer no pulso.
Enquanto isso, os dirigentes do COB viajam pelo mundo e preparam projetos caríssimos, de bilhões e bilhões de dólares, para trazer as Olimpíadas para o Brasil.
Há pouco tempo, deputados queriam a abertura de uma nova CPI do Futebol, mas ela foi abortada com a justificativa de que a Fifa não admitiria a Copa do Mundo num país com sua entidade futebolística sob investigação. Logo, o escândalo de agora com a seleção portuguesa, deve ficar por isso mesmo. Ainda mais se ainda conta com o “prestígio” de gente de Daniel Dantas no pedaço.
Mais uma vez, tudo vai ficar guardado em algum lugar recôndito, bem longe do sol da realidade. Porque, como disse Ricardo Teixeira certa vez, ‘Se o relatório for aprovado, nós estamos fodidos’.

Folha muda critério para eleger Serra. Diminui peso do NE e aumenta o do Sul.

Datafolha altera universo de pesquisa e avaliação do governo permanece alta

Mesmo com os efeitos da crise atingindo o Brasil, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua mantendo altos índices de aprovação. Pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira (20), mostra que 65% consideram o governo ótimo ou bom, contra apenas 8% que o vêem como ruim ou péssimo. Para 27%, o governo é regular.
A pesquisa traz um diferencial importante em relação às avaliações anteriores do mesmo Datafolha: nesta rodada, foram entrevistadas11.204 pessoas, três vezes mais do que a média do instituto nos três levantamentos realizados em 2008. Também chama a atenção o peso dado agora à Região Sul, que responde por 27% dos entrevistados. Nas edições anteriores (março, setembro e novembro de 2008), eles eram, respectivamente, 9%, 15% e 11%.
Além disso, o peso do Nordeste desta vez ficou igual ao do Sul: 28%.Nas três edições de 2008, tinha mais ou menos ou o dobro: 18%, 28% e 20%.
Com o universo bastante ampliado e a proporcionalidade regional alterada, os números registraram pequena modificação em relação à pesquisa de novembro de 2008, quando foram ouvidas 3.486 pessoas.Assim, diminuiu o percentual de ótimo e bom (70% para 65%), aumentou o de regular (23% para 27%) e ficou praticamente estável o de ruim e péssimo (de 7% para 8%), considerando-se a margem de erro de dois pontos percentuais.
A nota média atribuída ao desempenho do presidente Lula quase não sofreu variação. Era de 7,6 em novembro e está em 7,4 agora.

Conferência de comunicação gera disputas.

Se eles chiam, é bom sinal

Por Altamiro Borges, no Vermelho

A Conferência Nacional de Comunicação nem foi convocada oficialmente e já é alvo de ataques e sabotagens. Ela foi anunciada inesperadamente pelo presidente Lula no Fórum Social Mundial, em Belém, no final de janeiro, sendo motivo de comemoração para todos os que lutam contra a ditadura midiática no país. Na sequência, foram feitas varias reuniões em Brasília para definir o temário e a comissão organizadora, mas a decreto oficial de convocação ainda não foi publicado. Esta demora preocupante se deve a intensa disputa de bastidores sobre os rumos da conferência.
No próprio governo, as divergências são visíveis. O ministro Franklin Martins, da Secretaria de Comunicação Social, defende que a conferência discuta as concessões públicas, a propriedade cruzada e a concentração da mídia, num processo que sirva para democratizar este setor. Já o ministro das Comunicações, Hélio Costa, afirmou em recente palestra que "a democratização da comunicação sempre existiu no governo Lula. Não precisa de uma conferência nacional para fazer a democratização de nada", polemizou, contrapondo-se ao próprio presidente.

Guerra no meio empresarial

As divergências também estão acirradas nos meios empresariais. Os barões da mídia temem que a convergência digital acelere a invasão das multinacionais da telefonia no setor. Eles fazem um discurso em defesa da produção cultural brasileira, mas não aceitam tocar nos seus privilégios - no monopólio midiático que manipula corações e mentes. Paulo Tonet, da Associação Nacional de Jornais, expressou bem esta contradição, ao criticar o debate sobre a concentração do setor e ao defender que a conferência discuta apenas "o conteúdo nacional da produção". Nesta guerra entre as teles e os barões da radiodifusão, a sociedade brasileira está totalmente excluída, alijada.

Mesmo com suas diferenças, os dois segmentos do capital se unem para evitar que a conferência se empenhe em democratizar, de fato, os meios de comunicação. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP), que expressa os interesses de ambos, recentemente atacou o presidente Lula por suas "críticas desmedidas" à mídia e manifestou temor com o evento. Já os jornalões e emissoras de televisão destilam veneno contra a participação da sociedade. A Folha de S.Paulo, por exemplo, publicou reportagem marota sobre os gastos públicos com o evento, previstos em R$ 8,2 milhões. Quanto menor a estrutura, mais difícil será o acesso e a participação das organizações da sociedade civil.

Limites ao poder incontrolado

Como alerta o professor Laurindo Leal, a gritaria indica que "a campanha contra já começou. E a ordem veio de cima, bem de cima: da associação internacional dos donos da mídia no continente, conhecida pela sigla SIP. Ela se diz preocupada ‘porque os debates serão conduzidos por ONGs e movimentos sociais que pretendem interferir no funcionamento da imprensa'. A expressão pode ser traduzida pelo temor diante da possibilidade de um debate mais sério e aprofundado sobre o pensamento único imposto pelos grandes meios de comunicação. Afinal, debates como o proposto podem conduzir a ações práticas, capazes de impor limites a esse poder incontrolado".

Profundo conhecedor do poder da ditadura midiática, Laurindo adverte que será preciso intensa pressão da sociedade para garantir uma conferência democrática. Do contrário, ela poderá ser manietada. Ele lembra que a divisão entre as teles e a radiodifusão pode servir como brecha aos movimentos sociais. Mas não alimenta ilusões. "Do lado patronal, dificilmente sairia posição diferente, afinal estão defendendo interesses de classe seculares... Daí a importância da mobilização, necessária para impedir que os interesses empresariais da mídia se sobreponham aos da sociedade".

Ilusões e avanços do governo Lula

Estas disputas explicam a demora na convocação da conferência. Apesar da guerra de bastidores, tudo indica que ela será oficializada. O governo Lula sofreria enorme desgaste se recuasse agora. A realização de um debate democrático, com ampla participação da sociedade, é anseio e demanda dos movimentos sociais brasileiros. A proposta da conferência fez parte da plataforma de Lula nas eleições de 2002, mas o governo preferiu conciliar com a oligarquia midiática, num misto de ilusão de classe e de tentativa pragmática de neutralizar os veículos privados.

A manipulação da mídia na eleição presidencial de 2006 fez com que o governo Lula acordasse, parcialmente, para este desafio estratégico. Uma iniciativa positiva foi a da criação da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), responsável pela TV Brasil. O presidente também passou a polemizar mais com mídia privada, o que irritou a SIP. O anúncio da conferência em Belém foi outra iniciativa positiva. A questão agora é garantir que o processo seja realmente democrático, garantindo a ampla participação da sociedade num debate cada vez mais candente.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Gilmar Mendes ameaçou jornalista e ficou por isso mesmo.

Até o momento, nenhum órgão da nossa grande imprensa, aquela que o Kamel diz que é independente e que sempre defende a liberdade de imprensa, manifestou sua indignação com a ameaça que o presidente do STF fez ao jornalista Altino Machado. Nem ABI, OAB, Sindicatos e órgão de classe. Ninguém deu um pio.
Repito: Já imaginaram se fosse o presidente Lula que houvesse dito a um jornalista o que Gilmar disse?
- O senhor tome cuidado ao fazer esse tipo de pergunta.

Era chamada em todos os jornais, inclusive no JN:
Bonner: - Presidente Lula atenta contra a liberdade de imprensa...Fátima: - Usando o poder de seu cargo, o presidente ameaçou um jornalista.

Será que vamos continuar aqui como Diógenes com sua lanterna à procura de um jornal, um órgão de classe qualquer que se manifeste contra a atitude do ministro, assim como já estamos à procura de um jornalista que pergunte a Serra o que ele acha do termo ditabranda?
Felizmente – podem anotar aí – o destino de Gilmar Mendes, que se acha a legalidade em pessoa, vai ser o mesmo de Simão Bacamarte, do Alienista de Machado de Assis.

Dilma segue em alta junto aos eleitores, mas crise prejudica Lula.


Enquanto o governador do Estado de São Paulo, José Serra (PSDB), sustenta sua liderança em todos os cenários previstos para as eleições de 2010, segundo a pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira, com taxas que variam de 41% a 47%, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), mantém uma curva ascendente e constante, com crescimento entre 3% e 4%, conforme a variante pesquisada. O agravamento da crise econômica mundial, no entanto, causou uma queda no nível de aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em cinco pontos percentuais, levando-a de 70% para 65%. Trata-se da primeira queda desde o início do segundo mandato, segundo o instituto.
Os números, publicados na edição desta sexta-feira do diário paulista Folha de S. Paulo, assinalam que o desempenho de Lula vinha percorrendo uma trajetória ascendente até a última pesquisa, em novembro do ano passado, que apontou um índice de 70 % de aprovação, inédito entre os presidentes brasileiros pós-redemocratização. Segundo o Datafolha, a nota média atribuída ao governo Lula (de 0 a 10) também caiu de 7,6 pontos em novembro para 7,4 pontos na pesquisa concluída na quinta-feira pelo Datafolha.
Lula permanece mais popular na região Nordeste do país, com 77 % de aprovação. Nas Regiões Norte e Centro-Oeste, em conjunto, o índice ficou em 64 %, contra 60 % no Sudeste e 57 % no Sul. Entre eleitores com escolaridade fundamental, 68 % consideraram o governo Lula ótimo ou bom, contra 72 % na pesquisa anterior. Entre aqueles com escolaridade superior, o índice permaneceu estável em 64 %.
Segundo o Datafolha, a fatia da população brasileira que tomou conhecimento da crise aumentou de 72 % para 81 %. E o percentual dos que acreditam que o Brasil será muito prejudicado pela crise financeira subiu de 20 % para 31 %. Outros 43 % aprovam a condução de Lula diante da crise, contra 49 % no levantamento anterior.
A pesquisa apontou ainda que subiu de 44 para 59 % o índice daqueles que acreditam que o nível do desemprego vai crescer no país. O percentual de brasileiros que não deixou de comprar algum produto ou bem por causa da crise financeira caiu de 71 % no levantamento anterior para 65 %, segundo o levantamento.

Cenário político

O Datafolha também consultou os eleitores sobre a intenção de voto para a sucessão presidencial, em 2010. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), manteve-se estável com 41 % na liderança, enquanto Ciro Gomes (PSB) obteve 16 %, um ponto a mais em relação ao levantamento de novembro. A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), subiu de 8 para 11 pontos e agora está empatada com Heloísa Helena (PSOL).
No cenário em que o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), concorre ao Planalto no lugar de Serra, a liderança na corrida presidencial passa para Ciro Gomes (25 %). Heloísa Helena e Aécio vêm em seguida, com 17 % cada um. Dilma fica com 12 %.
Em outro cenário, com Aécio concorrendo juntamente com Serra, o governador paulista mantém a liderança, com 35 %. Heloísa Helena aparece com 14 %, contra 12 % do governador de Minas Gerais e 11 % de Dilma.
A pesquisa Datafolha foi realizada entre 16 e 19 de março e ouviu 11.204 eleitores em 371 municípios em 25 Estados. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Do site do Jornal Correio do Brasil: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=150797

Petrobras fecha contratos de US$ 630 milhões para perfurar poços no Mar Negro.

Por Redação, com Reuters - do Rio de Janeiro

A DryShips Inc disse que sua unidade Ocean Rig ASA ganhou um contrato de perfuração de US$ 630 milhões da Petrobras, elevando suas ações em 28%. A companhia de embarcações grega DryShips disse que o contrato envolve exploração no Mar Negro e mobilização, montagem e desmontagem da estrutura para transitar pelo estreito de Bósforo.
A Ocean Rig, que foi comprada pela DryShips no último ano, fornece unidades de perfuração marítima."Isto vai aumentar o fluxo de caixa e a estabilidade e visibilidade para nossa unidade de perfuração em águas profundas", disse o chefe-executivo George Economou em comunicado.
A Petrobras tem um bloco em águas profundas e participação em um outro campo no Mar Negro turco, onde atua desde 2005. As atividades de exploração, em parceria com a estatal turca Turkish Petroleum Company (Tpao), no Mar Negro, foram antecipadas de 2011 para 2009.

Do site do Jornal Correio do Brasil: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=150781

Censura de Gilmar Mendes à TV Câmara: Nem deputados protestam.

O jornalista Leandro Fortes me confirmou por e-mail que não recebeu manifestação de qualquer um dos nossos 513 deputados contra a censura, que o ministro e presidente do STF Gilmar Mendes solicitou ao presidente da Câmara, Michel Temer, do programa “Comitê de Imprensa”, com os jornalistas Leandro Fortes, de Carta Capital, e Jailton de Carvalho, de O Globo. O pedido do ministro foi prontamente atendido por Temer e o programa retirado do ar.

Também não se manifestou um único senador sequer.

Também não se manifestaram ABI, OAB, órgãos de classe e nenhum dos chamados grandes grupos de mídia, com seus jornalões e estações de rádio e TV.

Esta é para os que não acreditam na existência do PIG: Se fosse o presidente Lula a ameaçar um jornalista (como fez Gilmar Mendes com o jornalista Altino Machado) e censurar um programa, haveria esse silêncio?

Pra segurar assinante, "Folha" oferece três meses de jornal de graça: ditabranda dói no bolso!

Adiei por algumas semanas o momento de tomar essa decisão: cancelar a assinatura da "Folha". Tentava justificar pra mim mesmo: sou jornalista, preciso saber o que diz a "Folha". Na verdade, era uma desculpa.
Há pelo menos 4 anos, eu já vinha ensaiando o rompimento!
Em 2005 e 2006, durante a cobertura do "mensalão" e da eleição presidencial, havia ficado ressabiado com o jornal. Em 2007, veio a cobertura canhestra do acidente da TAM, quando a "Folha" botou chamada de primeira página pra um artigo absurdo de um tal Daudt, acusando o governo federal de ter matado quase 200 pessoas. Na época, fui convencido por um amigo (que trabalha na "Folha") sobre o caráter dúbio do jornal: "comete esses absurdos, é vberdade; mas ainda mantém colunistas como Janio de Freitas, gente crítica, aposta em boas reportagens; dê um voto de confiança."
Ok, adiei a decisão. Mas, a "ditabranda" foi demais pra mim.
Liguei pro seviço de atendimento ao assinante semana passada. A moça lá parece ter sido treinada para atender leitores chateados com o epsiódio. "É, foi desagradável, mas a "Foilha" admitiu o erro, senhor", ela me disse. E eu: "admitiu, mas seguiu ofendendo os professores que escreveram para protestar, chamando os dois de democratas de fachada".
Ela se engasgou. Fiquei com pena, fraquejei. A moça deve ter farejado que tinha uma chance, e mandou a oferta: "vamos combinar o seguinte, o senhor segue recebendo o jornal - de graça - por três meses; e nos dá mais uma chance, faz uma reavaliação".
Vejam a que ponto a família Frias se curva. Otavinho ficou ofendido quando o jurista Fabío Comparato disse que ele devia ajoelhar e pedir desculpas pelo editorial em que chamou ditadura de "diatabranda". Mas, pra segurar o dinheirinho em caixa, aí ele se ajoelha de bom grado.
Pedi que a moça me envie a oferta por escrito. Quero tudo documentado!
Precedida de intensa mobilização de internautas, e de um abaixo-assinado eletrônico contra o jornal, a manifestação em frente à "Folha de S. Paulo", contra o uso do termo "ditabranda", ocorreu em 7 de março de 2009. No dia seguinte, o Diretor da "Folha" reconheceu - em nota oficial publicada no jornal - que chamar a ditadura de "ditabranda" tinha sido "um erro".
Otavinho provou o poder da guerrilha na rede. Acostumado às estruturas hierarquizadas das velhas redações, achou que podia insultar a memória dos brasileiros e a honra de dois professores, sem provocar qualquer reação.
Arrogância ou ignorância?
Do site do Rodrigo Viana: http://www.rodrigovianna.com.br/

Gasolina é cara devido aos atravessadores.

Por Redação - do Rio de Janeiro

A Petrobras considera que ainda há muita volatilidade no mercado de petróleo e não avalia reduzir o preço dos seus derivados no curto prazo no país, observando que se os valores no Brasil estão mais elevados em comparação a outras nações isso se deve a impostos e aos intermediários do setor. De acordo com o diretor de Abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, são inverídicas as acusações de que a empresa estaria praticando preços abusivos em relação a outros países.
A estatal, que reajustou seus preços em maio do ano passado, em meio à disparada das cotações do petróleo, vem sendo questionada sobre o fato de manter os valores, depois que os futuros em Nova York e Londres caíram a mais da metade em relação aos recordes de meados de 2008.
– O preço da gasolina na porta da refinaria custa R$ 1 o litro, o resto são impostos e margens dos comerciantes – disse Costa, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters.
Ele explicou que mesmo que a Petrobras reduza o valor da gasolina e do diesel, derivados não reajustados por fórmula como os demais da empresa, a queda incidiria apenas no preço da porta da refinaria e não no que é cobrado na bomba no posto.
O reajuste de preços dos derivados no ano passado foi um dos fatores que influenciou positivamente o lucro da empresa em 2008. O preço dos derivados também motivou comentários nesta semana do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse que uma eventual queda depende de "conversas" com a Petrobras para evitar que a companhia tenha perdas e prejudique sua contribuição para o superávit primário do Brasil.
A Petrobras afirma ter uma política de longo prazo para estabelecer o preço de combustíveis, visando evitar o repasse da volatilidade internacional para o mercado interno. O diretor lembrou que na quinta-feira o petróleo disparou 7% na bolsa de Nova York e que, segundo ele, a gasolina nos Estados Unidos entre janeiro e fevereiro já subiu 8% - o preço dos combustíveis nos EUA acompanha mais de perto os movimentos dos futuros.
– O que não posso baixar são os impostos, que eu não tenho o domínio, o que eu reduziria é na porta da refinaria – acrescentou Costa.
Costa comentou também que a Petrobras não tem contrato de exclusividade com a trading japonesa Marubeni, interessada em participar da construção de uma refinaria de US$ 20 bilhões em parceria com a estatal, no Maranhão. Segundo o diretor, a Petrobras, que assinou um memorando de intenções para avaliar o projeto com a Marubeni, tem prazo de três meses para considerar se vai ser ou não parceira da trading na refinaria do Maranhão, prevista para ter capacidade de processar 600 mil barris de petróleo por dia.
– Não tem exclusividade, mas hoje estamos conversando só com eles – disse.
Ainda falando sobre projetos de refinarias, Costa disse que a Petrobras e a PDVSA têm até o dia 25 de maio para resolver se a estatal brasileira fará uma parceria com a venezuelana na refinaria Abreu Lima, em Pernambuco. A Petrobras, que já afirmou que construirá a refinaria mesmo se não houver acordo com a PDVSA, discute o preço do petróleo que será pago à empresa venezuelana e a possível entrada da estatal do país governado por Hugo Chávez no mercado de distribuição do Nordeste.
Do site do Jornal Correio do Brasil: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=150803

Evaporação na Amazônia, chuva no Sudeste.

Foto: Margi Moss

Cristiane Prizibisczki

O aviador Gérard Moss, que passou um ano e sete meses sobrevoando o céu do país atrás dos “rios voadores” da Amazônia, nuvens com potencial de precipitação que influenciam nas chuvas do sudeste e sul do Brasil, terminou sua viagem.
O resultado, apresentado hoje (18), em São Paulo, confirmou o que ele suspeitava: a Floresta Amazônica exerce grande influência nos ciclos pluviais das principais regiões que movimentam a economia do país.
Segundo os dados coletados pelo aviador, a vazão deste “rio imaginário” pode chegar a 3.200 metros cúbicos por segundo (m³/s), mais que a vazão do Rio São Francisco, de 2.800 m³/s, e 27 vezes mais potente que a do Rio Tietê, de 116 m³/s. “Isso dá uma idéia da potência do rio voador. Tal vazão equivale a 115 dias de consumo médio da cidade de São Paulo”, explica.
Os números referem-se apenas à medição realizada entre os dias 10 e 11 de fevereiro deste ano e, segundo Pedro Dias, da Universidade de São Paulo, parceira no projeto, ainda não dá para saber em quantos dias do ano o fenômeno acontece.
No entanto, ele é de extrema importância, pois demonstra mais um serviço ambiental gerado pela Amazônia às demais regiões do país. As mais de mil amostras coletadas por Moss em 12 vôos, entre agosto de 2007 e março deste ano, mostram a quantidade de “água precipitável” que sai da Amazônia e que depende de vários fatores para se tornar chuva.
Mas isto é apenas uma questão de nomenclatura, pois, o que o trabalho deixa claro é que, segundo Dias, todas as vezes que o “rio” passou por cima de alguma cidade, a média no aumento de vapor d´água ficou entre 10% e 15%.
Em Ribeirão Preto (SP), por exemplo, a passagem das nuvens que vêm da Amazônia aumentaram em 60% a precipitação. Segundo o aviador, o objetivo do trabalho é, além de validar modelos científicos já existentes, mostrar a importância da mata em pé – considerando que, diariamente, são evaporados cerca de 20 bilhões de m³ de água na floresta Amazônica e que, cada árvore, contribui transpirando 300 litros de água diariamente. “A precipitação total do Brasil não é só oriunda da Amazônia, mas ela é uma fonte importante e está definitivamente ameaçada”, disse.
Por enquanto, apenas o estado do Amazonas procurou o aviador para conversar sobre este serviço prestado pela floresta. As discussões sobre o pagamento por tal oferta continuam somente no nível das idéias.

Desperdício de água no Brasil é recorde

Por Redação, com ABr - de Brasília
O consumo diário médio de água por pessoa nos grandes centros urbanos brasileiros oscila entre 250 a 400 litros do recurso natural. O volume é mais que o dobro do considerado ideal pela Organização das Nações Unidas (ONU) fixado em 110 litros/dia. O Brasil também detém o recorde negativo de desperdício de água por habitante em termos globais. Ele foi detectado na região do Lago Sul, em Brasília, onde o gasto médio diário de água por pessoa atinge mil litros. Enquanto isso, em países da Àfrica, como a Namíbia, por exemplo, as pessoas têm menos de um litro de água por dia.
As informações são do engenheiro Paulo Costa, da consultoria paulista H2C, especialista em programas de racionalização do uso de água jque já desenvolveu mais mil projetos em empresas, hospitais e condomínios comerciais e residenciais.
Segundo ele, só cinco países no mundo apresentam um nível de consumo de água per capita previsto pela ONU: Alemanha, Bélgica, República Tcheca, Hungria e Portugal. O especialista explicou que os resultados alcançados por esses países são fruto da conjugação de tecnologia com informação, educação ambiental e re-educação da população adulta. De acordo com o engenheiro, esse também deve ser caminho a ser seguido pelo Brasil para reverter o alto nível de desperdício de água no país.
Em primeiro lugar, ele destacou a necessidade de os brasileiros adotarem uma nova postura diante do consumo de água:
– Isso diz respeito à re-educação ambiental, que deve ser difundida entre os adultos.
Em relação às crianças, Costa indicou a necessidade de que a disciplina de educação ambiental passe a fazer parte da grade curricular das escolas de ensino fundamental.
– Isso possibilita uma vantagem em termos de atitude em relação ao consumo – afirmou.
Para reduzir o desperdício, o especialista lembrou uma série de dicas, como os banhos mais curtos, uma vez que o chuveiro responde por 46% do consumo de água dentro de uma casa. Ele recomendou também que, ao fazer a limpeza de utensílios de cozinha, deve-se usar pouca água e muito sabão e bucha, lembrando que as torneiras e misturadores respondem por 14% do consumo domiciliar. Outra dica é escovar os dentes com a torneira fechada.
– São cuidados básicos em relação ao que nós já temos quanto ao consumo – disse.
Costa criticou a preocupação geral da sociedade e dos governos com a ampliação da produção de água, ao invés de buscar reduzir o consumo.
– O que nós tínhamos de água disponível em 1950 é o mesmo que temos hoje, mas temos alguns bilhões a mais de seres humanos. Então, se não pensarmos em controlar a demanda, estamos completamente errados, porque o trabalho que as concessionárias de água e a população como um todo vêm fazendo é de apressar o término dos estoques. A água é a mesma, precisamos é controlar a forma como usá-la – advertiu.
Dados da ONU apontam que mais de 4 bilhões de pessoas vão ter problemas com escassez de água em 2050. Segundo o engenheiro, existe tecnologia de sobra no Brasil para gerir a demanda da água, que é um bem finito, não renovável e tem um custo elevado de tratamento.
– É a atitude que nos falta –, afirmou.
De acordo com Costa, a conjugação de tecnologia e educação ambiental pode levar condomínios residenciais a terem 30% a 40% de economia por mês em seus gastos com água. Já nos condomínios comerciais, empresas e indústrias, a redução do gasto mensal com água pode chegar a 60%.
– Ou seja, o que nós vemos como despesa no balanço de uma empresa pode se transformar em receita, por meio da adoção de programas de racionalização de consumo de água – disse o engenheiro.

So site do Jornal Correio do Brasil: http://www.correiodobrasil.com.br/noticia.asp?c=150824

segunda-feira, 16 de março de 2009

Sugestão para a campanha de Paulo Skaf à presidência.

Todo mundo sabe que existe um movimento muito forte em favor da candidatura do presidente da Fiesp, Paulo Skaf, à corrida presidencial de 2010.
Claro que esse “todo mundo” e esse “movimento muito forte” deve ser relativizado. É um todo mundo, é um movimento do mesmo pessoal do “Cansei”. Só que agora parece que eles descansaram e resolveram lançar o nome de Skaf (não confundir com Estafa, que é coisa do antigo Cansei), na base do “se colar, colou”. É só um motivo a mais para fumar charutos, tomar uns uísques.
Mas eu levo a sério essa candidatura. Como acho que Skaf é um excelente candidato para atrapalhar o tucano José Serra (o político mais perigoso do Brasil) dou aqui minha modesta contribuição para a pré-campanha.
Para tornar seu nome mais palatável para o povão, Skaf deveria se apresentar como um igual a quaisquer de nós, que somos sem-indústria. Porque isso é absolutamente verdadeiro. O presidente da Federação das Indústrias do estado mais industrializado do Brasil é um sem-indústria. A que teve (há muito tempo) faliu e deixou um espeto violento em dívidas no INSS, dinheiro que recolheu de seus funcionários e não repassou ao Instituto, conforme reportagem que você pode ler aqui. Eis um trecho:

Mergulhando mais fundo nos anais do INSS, descobre-se que, ao tempo em que mantinha quadro regular de funcionários, a Skaf têxtil acumulou dívidas com a Previdência. Em abril de 1999, quando o débito somava R$ 918,6 mil, o governo, então sob FHC, decidiu bater à porta dos tribunais.
Em agosto de 2000, a Justiça expediu mandado de penhora dos bens da indústria Skaf. Era tarde. Cinco meses antes, a empresa aderira ao Refis, o programa de parcelamento de débitos fiscais. Além da dívida com o INSS, Paulo Skaf reconheceu um passivo com a Receita. Tudo somado, o total parcelado foi a R$ 1,074 milhão.
Sancionada por FHC em abril de 2000, a lei do Refis abriu uma janela de oportunidades. O pagamento dos tributos em atraso foi atrelado a um percentual do faturamento (1,5% no caso da indústria Skaf). Sem prazo para a quitação.
Entre março e dezembro de 2000, a Skaf têxtil recolheu ao fisco R$ 360 mensais. A partir de janeiro de 2001, passou a pagar R$ 12 por mês.
Ou seja, com o pagamento de R$ 12 por mês, Skaf vai precisar de quase 90 mil anos para pagar o que deve ao INSS.

Está endividado pela próximas gerações.
Como nós.
Ou seja, é gente igual à gente.
Não é uma boa ideia?

Do blog do Melo:www.blogdomelo.blogspot.com

sábado, 14 de março de 2009

O estrago que Dantas já fez no Brasil: Simon, um homem de coragem.

Em homenagem aos leitores navegantes do Conversa Afiada, seleciono três comentários enviados quinta feira:

PHA: Eis aí, finalmente, uma voz de peso dentro do Congresso e que pode marcar posição em favor dos que prezam a justiça como um bem inalienável. De Fernando Cury

SIMON,DEPOIS DO DESAPARECIMENTO DE JEFFERSON PEREZ,TUA VOZ É COMO UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL…ÉS UM DOS ÚLTIMOS HOMENS DE BEM DO CONGRESSO…COMPLETE TUA OBRA …AJUDE A MORALIZAR O JUDICIÁRIO…TEMOS POUCAS ARMAS…De Zequinha

Enfim alguém com coragem pra defender o Juiz Fausto De Sanctis e o Delegado Protógenes, homens dignos. Alguém do Senado com moral suficiente pra chamar o presidente do STF às falas e mandá-lo calar a boca … Cuide-se Gilmar, Pedro Simon tem moral. De Carlos Jatai

. Eles se referem à entrevista que o senador Pedro Simon deu ontem à noite ao Conversa Afiada.. Simon diz aí o que está na cabeça de muita gente: se tivessem prendido um ladrão de galinha e, não, Daniel Dantas, Protógenes Queiroz e Fausto De Sanctis não corriam o risco de ir em cana – enquanto Daniel Dantas está solto.. Registre-se que Pedro Simon é o ÚNICO congressista brasileiro que ousou enfrentar essa sinistra associação de Daniel Dantas com o Supremo Presidente do Supremo, Gilmar Mendes, segundo Ricardo Noblat.. Leia sobre a indagação do Conversa Afiada – que sinistra ligação é essa entre Daniel e Gilmar ?.

Mino Carta, o primeiro a perceber que Daniel Dantas ia disseminar o câncer no Brasil, publicou uma capa com o título Daniel Dantas, “o dono do Brasil”, depois de Gilmar Dantas, segundo Noblat, conceder o segundo HC a Dantas, num espaço de 48 horas !. Clique aqui para ir à Carta Capital, nessa edição histórica . Senão, vejamos, caros amigos navegantes, o estrago quem Dantas já fez no Brasil:.

Desmoralizou o Supremo Tribunal Federal..

Por extensão, desmoralizou a Justiça brasileira, que só prende ladrão de galinha, como diz o Senador Pedro Simon..

Desmoralizou o Conselho Nacional de Justiça, que se tornou uma extensão do arbítrio do Presidente Supremo do Supremo.. Leia “quem precisa de controle externo é o Gilmar”.

Fechou a Abin..

Desmoralizou a Polícia Federal..

Desmoralizou o BNDES..

Desmoralizou a CVM..

Desmoralizou a Anatel..

Desmoralizou o Congresso, onde só Pedro Simon se levanta para pôr a mão no câncer..

Desmoralizou o Congresso, que monta CPIs de fancaria para desqualificar e humilhar os investigadores e beneficiar o investigado..

Desmoralizou o PiG, que se tornou cúmplice do Golpe de Estado de Direita, desfechado quando Dantas entrou em cana..

Desmoralizou o Presidente da República, que se deixou chamar às falas pelo Supremo Presidente do Supremo; assinou a patranha da BrOi, na esperança (vã) de calar a boca de Daniel Dantas com US$ 1 bilhão; demitiu pessoalmente dois servidores públicos íntegros – Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda; e mantém como Ministro da Justiça um subserviente que ratifica, sempre que pode, a tese da defesa de Daniel Dantas: a Operação Satiagraha não presta.. Por que Dantas tem tanto poder, amigo navegante ?.
Porque ele comprou o Brasil..

O recibo está nos 12 HDs que a equipe do ínclito delegado Protógenes Queiroz apreendeu atrás da parede falsa do apartamento de Dantas.

Paulo Henrique Amorim
Em tempo: ao denunciar a privatização de Fernando Henrique – aquela em que Daniel Dantas foi tratado com especial deferência. Clique aqui para ler “Lula absolve privatizações de FHC” – Pedro Simon também fez um discurso memorável. É muito provável que esse discurso tenha sido responsável pela demissão de Luiz Carlos Mendonça de Barros e André Lara Resende do sacrossanto Governo de FHC.

Estado policial dos tucanos? Ex-funcionário acusa Yeda de espionar.


As notícias que chegam do sul dão conta de que governo tucano está próximo da desintegração.

Os escândalos de corrupção que envolvem a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, já produziram um morto. Marcelo Cavalcanti (foto) apareceu boiand no lago Paranoá, em Brasilia, pouco antes de depor ao Ministerio Público Federal. Ele tinha sido afastdo do governo e teria muito a contar.
Imagine se o morto fosse um ex-funcionário do governo do PT na Bahia? A "Veja" já teria dado capa. Gilmar Mendes já teria convocado a imprensa pra falar em risco para a institucionalidade. Mas, o morto tucano sumiu do noticiário, porque ninguém quer atrapalhar a vida de Serra ano que vem.

Só que, mesmo com boa vontade da mídia, o buraco de Ieda parece não ter fim. Agora, é o ex-ouvidor de Segurança Pública do governo, Adão Paiani, que ameaça abrir novo foco de crise.
Escândalo tucano já produziu um morto.
Demitido, Adão Paiani diz ter provas de escutas ilegais, supostamente feitas por membros da Secretaria de Segurança, a pedido de integrantes do governo.
— É preciso estancar esse serviço, que pode ser usado até para chantagem. Queremos viver num Estado seguro, não num Estado policialesco.
Não é a Luciana Genro, do PSOL. Não é o Raul Pont, do PT. Quem acusa Yeda de montar um estado policial no Rio Grande é um ex-funcionário.

Veja o que diz Marco Weissheimer, no RS Urgente http://www.rsurgente.net/:
"O ex-ouvidor da Secretaria de Segurança Pública entregou, hoje à tarde, um CD com gravações de escutas telefônicas à direção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). As gravações, que teriam sido realizadas sem autorização judicial, envolvem integrantes do próprio governo e prefeituras. Paiani disse que elas trazem elementos que podem configurar crime contra a administração pública, favorecimento, tráfico de influência, crime eleitoral e violação do sistema de consultas da Secretaria de Segurança. A OAB anunciou que analisará o material neste final de semana e se pronunciará na segunda-feira"
E os blogueiros gaúchos já imaginam a capa de "Veja", sempre ciosa diante dos riscos para a democracia: