domingo, 5 de abril de 2009

Jornalistas do Globo agora batem ponto. Jornalão chia.


No dia 1° de abril, jornalistas de O Globo passaram a assinar o ponto, uma antiga reivindicação da categoria, que o jornalão das Organizações Globo teve que atender, muito a contragosto, como se pode ver pelo texto aí acima, que é uma reprodução de parte da coluna Por dentro do Globo do dia 2 de abril.
“Uma longa tradição do jornalismo foi rompida”. Imagino que usineiros devam ter escrito algo semelhante no dia 14 de maio de 1888, um dia após a Lei Áurea: “Uma longa tradição no cultivo da cana de açúcar foi rompida”.
Sim, O Globo, às vezes as tradições devem ser rompidas. Ainda mais quando o fim dessa tradição era reivindicada há mais de dez anos pelos jornalistas de O Globo, segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro (SJPMRJ).
Mas, se O Globo começa mal, termina pior:
“Outra novidade é a jornada: em vez de sete horas, os jornalistas vão ficar oito horas na empresa – uma hora será dedicada, como determina a lei, para almoço ou descanso remunerado”.
Se não é pura chantagem, se o Globo quer mesmo que seus jornalistas descansem bem ou papem o papá todinho, tenho uma sugestão a dar: que tal considerar as sete horas como oito e liberá-los para que comam ou desfrutem do descanso remunerado onde quiserem?
Felizmente, o Sindicato não se rendeu ao Globo e deu uma reposta à altura, desmascarando as intenções patronais e também as de outros colegas jornalistas, que, em posição de chefia, são premiados “com altos valores, que dependem da redução de custos, muitas vezes em detrimento do investimento em reportagem”.


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