quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Corrupção é a marca registrada do DEMO:Censo do Interlegis contratou sobrinha de Heráclito Cururu Fortes.



Tem jeito não, onde existe safadeza, corrupção os demos estão no meio.Será que Ronaldo UDR Caiado vai pedir a expulsão dos DEMOS Heráclito Fortes e Efrain Morais?
Além de Agaciel e Efraim, o primeiro-secretário do Senado foi outro que se valeu do levantamento para beneficiar parentesLúcio Lambranho
Maria Inês Mendes Fortes, sobrinha do primeiro-secretário do Senado, senador Heráclito Fortes (DEM-PI), também foi uma das indicadas para trabalhar no I Censo do Legislativo realizado pelo Interlegis em 2005. A turismóloga é filha de Jayme Fortes, irmão do senador do DEM e que comanda o gabinete do senador do Piauí em Teresina. Jayme confirmou a contratação da filha pelo Interlegis, mas informa que ocupa a função mesmo sem ser contratado como funcionário comissionado pela Casa.
O curioso perfil exigido pelo Interlegis para a contratação de recenseadores levava em conta se o candidato tinha boas relações políticas. Nisso, a parenta de Heráclito Fortes se encaixava, assim como os parentes do ex-diretor-geral do Senado, Agaciel Maia, e do então primeiro secretário e colega de partido de seu tio, o senador Efraim Morais (DEM-PB). Foi o que revelou com exclusividade o Congresso em Foco nas duas primeiras reportagens sobre o Censo do Legislativo.
Mas a então estudante do ensino médio não tinha um dos requisitos considerados importantes pelo programa do Senado, que era possuir curso superior. A sobrinha de Heráclito também disse ao site que não se recorda quanto recebeu para fazer as pesquisas em 25 câmaras municipais em cidades do Piauí, principalmente no sul do estado e mais 15 municípios no Oeste da Bahia. Maria Inês garante que fez uma inscrição para participar do censo. "Fiz uma inscrição, mas agora não me lembro onde era", diz.
"Amargas lembranças"
Por meio de sua assessoria, Heráclito Fortes também confirma a indicação da sobrinha para o trabalho e a versão de que ela soube sozinha da oportunidade de trabalho temporário. "Foi a própria Maria Inês quem descobriu, por um colega, que o recrutamento estava sendo feito e se inscreveu. Somente depois disso, ela comunicou o fato ao senador Heráclito, que endossou a indicação junto ao senador Efraim", diz a nota de sua assessoria. O primeiro secretário também lembrou que tem "amargas lembranças" da participação de sua sobrinha no censo, pois, segundo o senador, "nas andanças da Maria Inês pelo interior, ela bateu o carro e ele acabou ajudando-a a pagar o conserto.
"O senador do Piauí defende na mesma nota a escolha de Maria Inês pelo Interlegis apesar de não possuir na época cursos superior, como informa o Interlegis em documento em que detalha como foi feito o recrutamento. "Maria Inês preenchia todos os requisitos, inclusive por ter trabalhado no cerimonial do Governo do Estado, ocasião em que teve contato com políticos de todos os partidos e municípios. Era, portanto, capacitada para o trabalho, que foi feito com todo o rigor."
"Não respondeu"
O primeiro secretário do Senado também acredita na qualidade do censo dizendo que "o trabalho foi auditado e aprovado”. Mas apesar das declarações do senador do DEM, que também é o atual presidente do Interlegis, o Congresso em Foco encontrou várias evidências que contradizem as informações prestadas pelo Senado na última quarta-feira (10).
Nos dados do censo aos quais o site teve acesso aparecem 129 cidades onde no lugar do pesquisador o campo do arquivo contém a expressão "não respondeu". Outras 32 cidades tiveram questionários aplicados em novembro de 2006, sete meses após o anúncio feito oficialmente pelo Senado de que o censo fora concluído. Dessas cidades, 21 delas tiveram os próprios funcionários das câmaras figurando como pesquisadores e responsáveis pelas informações contidas nos questionários.
"De certeza eu não recebi ninguém aqui. Recebi o questionário por e-mail e devolvi respondido no mesmo dia", disse ao site funcionária da Secretaria Legislativa da Câmara Municipal de Piranguçu (MG). A informação da funcionária pode ser confirmada com os dados aos quais a reportagem teve acesso e que mostram que o questionário foi enviado e respondido no mesmo dia: 27 de novembro de 2007. O Senado informou que todas as mais de 5 mil câmaras municipais foram visitados pessoalmente pelos recenseadores.
"Fiquei no prejuízo"
O ex-vereador do município gaúcho de Jóia, Peri da Silva Escobar, informou ao site que recebeu R$ 21 mil para fazer o censo em 18 cidades da região das Missões no Rio Grande do Sul. Esse valor, segundo ele, seria apenas metade do prometido pelo Interlegis. Peri disse que foi obrigado a refazer o levantamento em todas as cidades, pois o Interlegis considerou que ele tinha induzido respostas nos questionários.
"Fiquei no prejuízo e, além de não pagar a segunda parte do pagamento, eles me ameaçaram dizendo que teria que devolver dinheiro e que, se não fizesse, entraria na dívida da União. Tive que arrumar advogado e fazer um recurso. Depois que mandei o documento em 2007, nunca mais fui procurado pelo Interlegis", reclama o ex-vereador.
O valor total prometido ao pesquisador do Rio Grande do Sul, de R$ 42 mil, contradiz a informação do Senado de que as 231 pessoas recrutadas receberam em média R$ 2,3 mil durante o treinamento em Brasília e mais cerca de R$ 9 mil para o trabalho de campo.
Além disso, os pagamentos às pessoas físicas não fazem parte do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (Siafi) já que o parceiro do Senado no Interlegis, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), disse que não colocou recursos no censo.
"Inviável economicamente"
Nelson Emilio Michel, estatístico e que foi professor titular do Departamento de Estatística do Instituto de Matemática da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), diz que o método usado pelo Interlegis foge dos padrões do mercado e dos levantamentos censitários realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)"Deveria ter sido feita uma amostragem de acordo com a população dos municípios ou com o número de vereadores, e não um censo em todos os municípios. O custo de um censo em mais de 5 mil municípios é inviável economicamente. E quanto mais pessoas contratadas, como foi feito com mais de 200 pessoas, maior será a quantidade de erros que a pesquisa conterá", diz o pesquisador que trabalha para a NRM Consultoria Estatística, em Porto Alegre.
"Eles deveriam estar com muita pressa para buscar esse perfil de pesquisadores relacionados com as câmaras legislativas. Mas a pressa não pode gerar qualidade e fidelidade das informações, que podem acabar sendo direcionadas de acordo com os interesses políticos locaisl. Como um único pesquisador foi contratado para ir a vários municípios, ele pode até nem ter ido a todas essas cidades", afirma Nelson Emilio.
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