segunda-feira, 15 de junho de 2009

Por que o PIG encolheu.


Suponho que a maioria dos que lêem sobre estes assuntos já sabe de números divulgados recentemente pelo Instituto de Verificação de Circulação (IVC) que revelaram persistente queda na tiragem dos três meios de comunicação que hoje são tidos e havidos como cabeças de um setor da imprensa qualificado até por grande parte da classe jornalística como político-partidarizado e golpista.

Refiro-me, sobretudo, aos três diários de maior tiragem no país, que, pela ordem, ainda são a Folha de São Paulo, O Globo e O Estado de São Paulo, mesmo que a queda, conforme a notícia abaixo, tenha atingido a maioria dos jornais de menor porte que, em boa parte, limita-se a repercutir os grandes jornais, sobretudo em termos de viés político-ideológico.

Vejam a notícia.

Não é difícil entender por que essas quedas vêm ocorrendo. O aumento das tiragens de veículos menores e mais independentes da imprensa escrita revela que o fenômeno de encolhimento dos maiores jornais se deve a que se tornaram conhecidos por atuarem como braços parajornalísticos de partidos políticos.

Recentes pesquisas de opinião (Sensus, Datafolha e ibope) mostraram que o governo Lula e seu titular são aprovados por larga maioria até entre a elite do Sul e Sudeste. E aviso que nem discutirei esse assunto com quem antes não tiver lido essas pesquisas... na íntegra.

Como se não fosse bastante, ainda temos um trabalho que vem minando semanalmente a credibilidade da Folha, do Globo e do Estadão. O ombudsman do primeiro veículo, o jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, vem tendo que se render ao baixo nível de práticas jornalísticas do veículo em que atua.

O nível político-partidarizado da Folha, aliás, nos dois principais “concorrentes” é ainda mais baixo, em alguma medida, por mais que, às vezes, tais conteúdos sejam mais honestos, já que Globo e Estadão se empenham menos em mostrar uma inverossímil “isenção”.

Neste domingo, por exemplo, Lins da Silva teve que se render à gigantesca estupidez que foi a celeuma armada pela mídia em torno da criação do blog da Petrobrás e da prática daquele blog de antecipar na internet entrevistas que a empresa concedesse à imprensa.

O titubeante (por querer fazer omeletes sem quebrar ovos) ombudsman teve que pegar mais pesado desta vez, pois essa histeria toda em torno da conduta da Petrobrás teve uma característica que até agora poucos tinham percebido: a maior parte do conteúdo dos jornais impressos já “vaza” para internet no mínimo um dia antes de sua publicação em papel-jornal.

do blog do Edu Guimarães.
http://edu.guim.blog.uol.com.br/

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