segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Folha afirma que indústria da moda é ameaçada pelas roupas da Dilma


Jornais do mundo todo dão ótimas manchetes a respeito da eleição de Dilma Rousseff, do PT, como a primeira presidente do Brasil.
A Folha como sempre seguiu na contra mão das notícias, e partiu para a futilidade, representada por seu editor, Alcinio Leite. O jornal de apoio a ditadura está preocupado com a decisão que a presidente Dilma tomou ao vestir na posse uma roupa feita por uma costureira particular pouco conhecida...

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ANÁLISE

Look da presidente põe em xeque projeto de prêt-à-porter brasileiro de prestígio

ALCINO LEITE NETO

EDITOR DA PUBLIFOLHA

Ter uma mulher na Presidência da República é uma espécie de revolução para um país cujo passado patriarcal é dos mais pesados.
Dessa perspectiva, parece fútil tratar da relação de Dilma Roussef com a moda. No entanto, eis um pequeno tema que deverá estar presente nos quatro anos de governo.

Antes que me acusem de sexista, gostaria de deixar claro que não estou preocupado com o estilo da presidente. O que me interessa é a decisão que tomou de vestir na posse uma roupa feita por uma costureira particular pouco conhecida, e não um modelo criado por algum dos principais criadores ou grifes brasileiros.

A escolha de Dilma representa um baque para as marcas nacionais de moda. Há décadas, estilistas e empresários vêm se empenhando em criar um prêt-à-porter brasileiro de prestígio, nos moldes do que ocorreu na França, na Itália e nos EUA.

Naqueles países, a indústria de moda é bastante forte, uma empregadora de peso e uma poderosa fonte de riqueza. Não é à toa que Michelle Obama elege cautelosamente a grife americana que vai vesti-la em eventos expressivos. O mesmo faz Carla Bruni, ao selecionar seus trajes entre as famosas "maisons" francesas.

Nas escolhas dessas primeiras-damas, está em jogo não apenas a elegância, mas também o compromisso com um extrato da economia de seus países.

É certo que Dilma optou por uma roupa brasileira, feita com toda dignidade pela gaúcha Luisa Stadtlander. Agindo assim, entretanto, acabou por colocar em xeque a relevância das grifes nacionais de prêt-à-porter e de luxo, bem como o projeto que elas mantêm de modernizar o design, a produção e o consumo no Brasil.

A decisão da presidente demonstra outras três coisas: que os celebrados estilistas nacionais não estão aptos a agradar mulheres "reais" como ela; que a política de afirmação do prestígio das grifes está muito longe de se efetivar no país; e que a indústria de moda brasileira, enfim, parece não ser um assunto significativo para a Presidência da República.


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