segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

PSDB e o 1º escândalo de 2011; Carro de cunhado do Alckmin doado a coveiro levanta suspeita.


O Ministério Público suspeita que o lobista Paulo César Ribeiro, o Paulão, cunhado do governador Geraldo Alckmin (PSDB), tentou "lavar" seu patrimônio pessoal doando bens a terceiros, inclusive a um coveiro de Pindamonhangaba, Vale do Paraíba.


Documentos de posse de promotores de Justiça que investigam suposto envolvimento de Ribeiro em contratos fraudulentos para fornecimento de merenda escolar a administrações municipais indicam que o lobista transferiu para o nome de um seu funcionário, Lourival, uma Ford Ranger. Terrenos foram "doados" a outros empregados.


O próprio Paulão admitiu o expediente aos promotores de Justiça Leonardo Rezek Pereira e Paula Gizzi de Almeida Pedroso, a quem prestou declarações em 20 de outubro de 2007 e em 18 de junho de 2010 nos autos do inquérito civil 34/07. "Dei uma caminhonete para o senhor Lourival em razão de dívida de gratidão. Outros funcionários, há um tempo atrás, receberam como doações alguns terrenos pelo mesmo motivo."


O inquérito fez emergir detalhes sobre licitações que teriam sido dirigidas em troca de doações para campanhas eleitorais e enriquecimento ilícito de políticos e empresários. Paulão é sócio do Cemitério Memorial da Paz, em Pindamonhangaba. "Não foi imposta nenhuma condição para a doação", declarou o lobista, irmão de Lu Alckmin, mulher do governador. "A caminhonete foi paga em dinheiro."


Ele acrescentou que, "em regra", o veículo - depois vendido - era dirigido por ele, "uma vez que Lourival sequer possui CNH, apesar de saber dirigir". O lobista afirmou que a venda da Ranger só ocorreria com a anuência de Lourival. Os promotores constataram que ele tomou providência em cartório de notas para não perder o controle sobre o patrimônio. Em escritura pública, Lourival outorgou a Paulão direitos de venda da Ranger. Paulão foi evasivo quanto ao local onde ficava estacionado o carro. "Às vezes fica na casa do declarante, às vezes no Memorial e outras na casa de Lourival."


Os promotores trabalham com a hipótese de que o lobista construiu seu legado com propinas que teria angariado de prefeituras. A Folha não lembrou de publicar essa matéria. Porque será? Está no Estadão


E o caso Alstom?

Também na virada do ano, uma juíza da 13ª Vara da Fazenda paulista determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), Robson Marinho e de mais 10 pessoas investigadas por suspeita de terem recebido propina da Alstom em troca de contratos com estatais do governo tucano paulista, entre as quais as companhias do Metrô e Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).


Robson, figura de destaque da nata do tucanato, ex-chefe da Casa Civil da administração Mário Covas, já teve conta bancária secreta que lhe é atribuída bloqueada na Suíça. Ele nega irregularidades e afirma que seu patrimônio é compatível com sua renda.


A Alstom, vocês se lembram, é aquela conhecida multinacional investigada nos últimos dois anos pela Justiça européia – da Suíça e da França – sob a acusação de ter azeitado corrupção pagando desde os anos 90 gordas propinas a políticos do PSDB e a integrantes dos governos tucanos de São Paulo para obter milionários contratos com empresas do Estado, muitos destes vencidos ou renovados ilicitamente.


É investigada na Europa, mas aqui, desde que o escândalo eclodiu há mais de dois anos, os governos tucanos do Estado colocaram uma pedra em cima. Não instauraram nenhuma apuração nas empresas alvo das denúncias, impedem que a Justiça apure o caso e derrubam os pedidos de CPI na Assembléia Legislativa – prática adotada, aliás, em relação a mais de 60 pedidos de investigação de irregularidades nos últimos 16 anos em que governam o Estado.


http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/2011/01/carro-de-cunhado-do-alkmin-doado.html

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