segunda-feira, 19 de abril de 2010

Eu quero ser o pior.


Garamblog
futebol & cultura & vice e Versa


por Garambone
Desde janeiro, as folhas caídas das amendoeiras cariocas têm uma certeza: O Botafogo é o pior dos quatro grandes do Rio. Nas tertúlias animadas com as pedras portuguesas, as folhas acompanhavam passo a passo o Estadual e garantiam para os fradinhos das calçadas.
O Botafogo é o pior.
A goleada de 6 x 0 para o Vasco, no próprio lar, cristalizou ainda mais esta verdade. Mas como os times pequenos da cidade são mais que pequenos, lá foi o pior dos grandes para a semifinal da Taça Guanabara contra o campeão brasileiro. Ganhou.
Os paralelepípedos do Alto Leblon levaram um susto. Mas o pior dos grandes não resistiria ao Vasco na final. O mesmo Vasco dos seis gols que ficaram para a história do Engenhão.
Ficaram nada.
O pior foi campeão.
Veio o segundo turno e o pior insistindo em ganhar dos melhores. Mais uma semifinal, desta vez com o Fluminense, o tal time de guerreiros que, no papel, rivaliza com o elenco do Flamengo. Mas papel é coisa do passado. O Botafogo passou um e-mail curto e grosso. E foi para mais uma final de turno. Enfrentando o campeão brasileiro e o trauma de derrotas seguidas para o adversário. E o pior venceu.

Os tais piores foram os melhores na tática, melhores no comprometimento, melhores na raça, melhores na entrega, melhores na pontaria, melhores na comunhão com a torcida.
Podem até ter sido piores na Copa do Brasil. Porém, foram imensamente melhores no quintal de casa.

Eu quero mais é ser pior.


Dizem que, em Londres, os cabs e os ônibus de dois andares acham Jenson Button pior que Hamilton. Na Alemanha, chucrutes garantem que Schumacher é melhor que Rosberg. E o Coritiba, que caiu para a Segunda Divisão? E o Osasco, que nunca vence o Rio no vôlei? E o Ipatinga?

Eu quero é ser pior.




O domingo foi do Botafogo. Dos Botafogos. Buttonfogo! Osascofogo! Ipatinfogo!
E o Santos?


Muita gente já esqueceu… mas por não estar na Libertadores como São Paulo e Corinthians, por ter terminado o Brasileirão longe do Palmeiras e quase fora da Sul-Americana, foi chamado de pior por muita gente no início do ano…
E, além do mais, o Santos é alvinegro também. E comunga com o primo carioca uma afeição atávica pela magia. Seja dentro de campo, ou fora, no banco.

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