sexta-feira, 16 de abril de 2010

O futebol e os bastidores de uma batalha de R$ 3 bi.



Nos cadernos de Esporte dos jornais, e nos sites e blogs especializados em futebol, duas notícias ganharam destaque essa semana:
- a possibilidade de a FIFA vetar o estádio do Morumbi como sede para a Copa de 2014 (foi um "furo" do "Estadão", depois desmentido - em parte - por outros jornais);

- a (re) eleição de Fabio Koff para dirigir o Clube dos 13 (que reúne os maiores clubes de futebol do Brasil).
Quem não acompanha futebol de perto, a essa altura, já deve ter aberto um sonolento bocejo: "ah, isso é papo pra mesa redonda, domingo à noite".
Engano.
As duas notícias estão ligadas, e são a face aparente de uma batalha - milionária e silenciosa - travada nos bastidores do esporte mais popular do Brasil.
Acompanhar essa batalha é tão importante quanto - por exemplo - saber detalhes sobre a fusão do Pão de Açúcar com as Casas Bahia. Ou discutir se o governo vai dar (mais) dinheiro para gigantes da telefonia.
Vamos por partes.
O Clube dos 13 é quem negocia os direitos de transmissão dos jogos na TV. Atualmente, a Globo é a dona do futebol no Brasil. Pagou, aproximadamente, R$ 1,5 bilhão de reais por 3 anos de exclusividade na transmissão (e repassou à Band parte dos direitos).
Vários clubes acham que o valor é baixo. Mas outros tantos clubes estão de joelhos: endividados, vivem dos adiantamentos (pelos direitos de transmissão) que a Globo oferece.
Quem conhece de perto esse mercado, concorda: a Globo paga pouco para ser a dona do futebol no Brasil.
Um grupo de dirigentes resolveu peitar a Globo e sua aliada CBF. O confronto não é aberto. É uma guerra de bastidores. Esse grupo (liderado, entre outros, pela diretoria do São Paulo F. C.) decidiu apoiar Fabio Koff para mais um mandato na presidência do Clube dos 13.
Essa turma calcula que, no próximo triênio (2012/2013/2014), o "pacote do futebol" deveria ser vendida pelo dobro: 3 bilhões de reais!

A Globo e a CBF não gostaram disso. Pra enfrentar Koff, lançaram o ex-presidente do Flamengo Kleber Leite - para enfrentar Koff.
Nessa história, claro, ninguém é bonzinho, e nem é possível ser muito esquemático - mas as forças estão assim divididas: Globo/CBF/Kleber Leite x Fabio Koff/principais lideranças do Clube dos 13.

A Globo e a a CBF perderam.

Acredita-se que isso abre a chance de negociações mais amplas para transmissão do futebol. A Globo pode perder o monopólio. Há pelo menos uma chance. A Record já lançou um comunicado sobre o fato, confiram aqui - http://esportes.r7.com/futebol/noticias/vamos-entrar-na-briga-pelo-futebol-diz-record-20100413.html.

E o que isso tudo tem a ver com a notícia de que o Morumbi não vai mais ser a sede paulista da Copa?

Clique em "Leia Mais" e confira a análise completa...

P.S.: a CBF tomou hoje uma decisão favorável ao São Paulo (entregou a "Taça das Bolinhas" ao clube paulista, desconhecendo o "penta" do Flamengo).
P.S. 2: como ressaltam alguns leitores nos comentários abaixo, a decisão pode ser lida, tmbém, como uma vingança contra o Flamengo, já que a presidenta do clube Patricia Amorim votou em Koff; por último, ao desconhecer o "penta" do Fla, a CBF reconhece que o título de 1987 é do Sport Recife.
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