quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Uma parada para seguir a caminhada.

Passadas o segundo turno eleições, este Tijolaço teve de parar.
Em primeiro lugar, porque todos somos humanos e, durante um ano e meio o trabalho aqui foi, como sabem os que o acompanhavam, de madrugada à madrugada, escrevendo. E, antes e depois, lendo, lendo muito – e nas entrelinhas – tudo que era ou poderia ser tema importante para nossa conversa. Da mesma forma, a necessidade de adequar os custos do blog, que subiram com a necessidade de fazer frente a quase 50 mil acessos diários e a mais de 500 comentários com que os leitores me honraram.
Isso, é claro, justificaria alguns dias de descanso.
Mas, certamente, não tantos.
Havia, porém, meu problema de saúde ocular, que no final desta maratona partilhei com vocês.
Não apenas sério como agravado pela minha desídia em cuidá-lo durante estes meses de combate, o que havia levado meus olhos a situação a um ponto muito sério, com gravíssimo prejuízo para minha visão o que, com tratamento adequado, já teve uma melhora animadora.
Parto, agora, para as cirurgias que são necessárias e, como acontece nestas intervenções oftalmológicas, necessitam de preparo e são feitas num olho, depois em outro.
E isso, claro, me tira de combate temporariamente.
Tanto que tive de me licenciar na Câmara dos Deputados e deixar a liderança da bancada do PDT.
Só muito de longe venho acompanhando a montagem do novo Governo, aplaudindo algumas escolhas e a outras, nem tanto.
Mas absolutamente certo que Dilma Rousseff tem a solidez política e ideológica para coordenar o Governo da República, porque tem uma vida a testemunhar os seus sentimentos de brasilidade e de humanidade.
Nossa Presidente é alguém que sabe que desenvolvimento e justiça social são as duas faces reais e inseparáveis de um nação que se afirma, como a nossa.
E não apenas viveu como foi parte dirigente destes anos que mostraram que não se divide o bolo que cresceu, mas ao dividir-se o bolo é que ele crescerá.
Sobretudo, é alguém que carrega dentro de si a convicção de que é na força de um povo – um povo que recuperou sua autoestima e sua fé no Brasil – que se encontra a sustentação política necessária a este projeto. Porque ele precisa, indispensavelmente, desta força, e as eleições mostraram a que ponto as elites que se associam a um projeto de neocolonização e exclusão são capazes de ir para combatê-lo.
Embora o que mais se veja na imprensa sejam intrigas – e o que vemos ainda não é nada perto do que virá – este Governo contará também com a identidade, o simbolismo e a força de comunicação atávica que representa Luís Inácio Lula da Silva. Um Lula mais maduro e que, nas suas próprias palavras, descobriu-se um elo na história de lutas sociais que atravessa séculos e que, nos últimos 100 anos, tem no povo trabalhador a espinha dorsal de um movimento de afirmação e e projeção da independência brasileira.
Uma caminhada que envolve nossos antepassados, que nos envolve e na qual quero e vou fazer minha pequenina parte.
Não sei de que forma seguirei. Se retornarei à Câmara, se colaborarei exercendo alguma responsabilidade pública ou se como militante político que sou ao longo de minha vida adulta.
Esta condição, a de militante, porém, não depende de circunstâncias.
E o Tijolaço foi e será uma ferramenta desta militância.
Peço, portanto, que não o creiam terminado o Tijolaço.
Ele retornará, ainda não lhes poso dizer como e quando.
Mas posso dizer, sim e já, o para quê.
Para ser um instrumento de debate, de escalarecimento e de luta desta causa – que faz parte do nome que carrego – de fazer do Brasil o grande país que ele pode aspirar a ser e dar ao povo brasileiro a dignidade e a felicidade que ele merece alcançar.
Até breve, meus amigos e obrigado por tudo o que cada um de vocês me fez aprender e acreditar mais.

Postado por Brizola Neto


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