sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Amianto: Médicos brasileiros passam a perna em canadenses.



por Conceição Lemes

Em setembro de 2008, as revistas Veja, Época e IstoÉ veicularam o informe publicitário “Amianto brasileiro reage às pressões internacionais”. Anunciante, o Instituto Brasileiro do Crisotila (IBC), instituição que patrocina e promove o lobby da indústria do amianto; é seu principal porta-voz.

O anúncio de duas páginas propagandeia, entre outras coisas, que:

“... as doenças relacionadas ao amianto já foram extintas no Brasil, assim como sarampo e demais endemias.
...
Existem diversos estudos científicos que demonstram que o amianto crisotila, extraído e manipulado com os cuidados necessários, não oferece qualquer risco à saúde no processo de produção nem pelo uso dos seus produtos.
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...a SAMA Minerações Associadas, com sede em Minaçu, foi avaliada por um grupo de universidades que incluem a USP, a Unicamp e a Unifesp, além de três instituições do Canadá. Ao serem examinados trabalhadores e ex-trabalhadores desde o início das atividades, em 1967, até 1995, ficou demonstrado que, como resultado dos rígidos controles adotados, não houve nenhum registro de doentes entre os admitidos a partir dos anos 80”.
As instituições do Canadá são as prestigiosas universidades McGill e Montreal, em Montreal, e British Columbia, em Vancouver.

Os nomes constam da apresentação do projeto “Exposição ambiental ao asbesto: avaliação dos riscos e efeitos na saúde” , mais conhecido como “Asbesto Ambiental”. Figuram também os nomes de três pesquisadores:

* A médica Margaret Becklake, professora do Departamento de Epidemiologia, Bioestatística e Saúde Ocupacional da McGill University.

* O médico Michel Camus, do Ministério da Saúde do Canadá e professor da University of Montreal.

* O médico Nestor Müller, professor do Departamento de Radiologia da University of of British Columbia (UBC).

Asbesto é sinônimo de amianto. Esse projeto foi apresentado a várias platéias e instituições. Entre elas, a Comissão de Ética para Análise de Projetos de Pesquisa (CAPPesq) da Diretoria Clínica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Os autores são os médicos Mário Terra Filho, Ericson Bagatin e Luiz Eduardo Nery, respectivamente, professores da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Na reportagem Médicos disseram que Manoel estava bem de saúde. Mas ele tinha câncer no pulmão, publicada em 14 de julho de 2008, o Viomundo denunciou que:

1) A indústria brasileira do amianto, por intermédio do IBC, financiou e financia boa parte das pesquisas do amianto dos médicos Mário Terra Filho, Ericson Bagatin e Luiz Eduardo Nery. É deles o estudo, iniciado em 1996 e divulgado em 2000, que concluiu que nenhum trabalhador brasileiro que começou a trabalhar com amianto após 1980 adoeceu. O que não é verdade.
Leia Mais Aqui:
http://www.viomundo.com.br/denuncias/amianto-medicos-brasileiros-passam-a-perna-em-canadenses/

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