Na ânsia de ser mais demotucano do que Aécio Neves (PSDB-MG), o
governador Eduardo Campos (PSB-PE) cometeu um ato falho que soou como
confissão de incompetência, desconhecimento e despreparo.
Campos
disse "Entregamos o Ministério das Minas e Energia a São Pedro", crítica
que nem o mais urubólogo dos colunistas do PIG (Partido da Imprensa
Golpista) chegou a esse ponto (muitos levantam "suspeitas" sobre a
robustez do setor elétrico, mas nunca chegam a ser peremptórios).
Ora,
é uma enorme mentira o que disse Campos. O Brasil tem sim uma matriz
hidrelétrica importantíssima, mas hoje tem energia de reserva nas
termoelétricas e a Petrobras extrai gás suficiente para supri-las, sem o
menor problema. Além disso, hoje o sistema elétrico nacional está muito
mais integrado com linhas de transmissão que permitem o transferência
de energia das hidrelétricas de uma região para outra, quando os
reservatórios de uma região estão baixos. Como o Brasil tem dimensões
continentais, o período de seca no sul/sudeste é período de chuvas no
nordeste e norte. Mesmo com a pior estiagem das últimas décadas não há
risco de racionamento em 2014 e nem nos anos seguintes, pois em 2015
estaremos com um parque instalado das usinas de Rondônia em plena
operação, o que deixa a situação bem mais confortável, e depois vem Belo
Monte, além de parque eólicos e os outras fontes de energia em
construção.
Veja o que diz o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim
Essa declaração de Eduardo Campos além de tudo ainda é cínica, porque sua pretensa vice, Marina Silva, foi ferrenha opositora da construção de hidrelétricas com reservatórios de água maiores. Uma decisão por vezes ambientalmente burra, porque acaba obrigando a gerar energia menos limpa ao ter que ativar termoelétricas durante mais tempo ao longo do ano.
E o pior é que Eduardo Campos chegou a ser ministro da Ciência e Tecnologia por um breve período durante o primeiro governo Lula, por isso deveria demonstrar algum conhecimento sobre o assunto, em vez de falar besteiras. Neste tempo a presidenta Dilma era ministra das Minas e Energia, e já estamos há 11 anos sem problemas de racionamento. A competência e garra de Dilma, comparado à gestão apagada de Campos na Ciência e Tecnologia, levou o presidente Lula a escolhê-la como sua sucessora. Se Campos fosse mais competente e mais preparado, talvez pudesse ser escolhido.
Para piorar, ao ficar ressentido e com inveja da presidenta Dilma, Campos traiu Lula e cometeu o maior retrocesso que um político do campo lulista poderia cometer: virou demotucano, a ponto de declarar que apoiará Aécio Neves no segundo turno (se houver). Note bem: Campos, no segundo turno, apoiará o candidato de FHC em vez de apoiar a candidata do presidente Lula. Haja retrocesso.
Em tempo: Os jornalistas do PIG já anunciaram desde o governo Lula uns dez "riscos de racionamento" e nenhum deles aconteceu, porque a notícia sempre foi furada, mera exploração política, sem base na realidade.
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com.br/2014/02/eduardo-campos-confessa-ser.html
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