domingo, 26 de setembro de 2010

É que a elite acha feio o que não é espelho.


Certos tipos que gostam de se pavonear acabam sendo muito, muito mais sinceros quando falam com a imprensa estrangeira do que aqui, com os jornalistas brasileiros.
É o que parece ser o caso do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, na entrevista que o Financial Times publica e que a BBC Brasil reproduz em parte, em português.
Vejam este trecho:

“Quando a entrevista se encaminha para as eleições de 3 de outubro, relata o FT, o ex-presidente revela “frustração” em seu tom de voz.
“A oposição errou”, diz. “Permitimos a mistificação de Lula. Mas Lula não é nenhum revolucionário.
Ele saiu da classe trabalhadora e se comporta como se fosse parte da velha elite conservadora.”“Eu sugiro que nós já sabemos quem vai ganhar as eleições”, escreve o repórter do jornal. “‘Sim’, admite FHC – Dilma Rousseff, a candidata do Partido Trabalhista de Lula.
”Toda a entrevista gira em torno da tese de que Lula deu certo por ter seguido os “fundamentos feagacianos” , embora ninguém consiga entender porque o “fundador” só desperte boas memórias nos meios financeiros internacional, pelo muito que lhes deu do patrimônio brasileiro, enquanto Lula os assombra por não estarem acostumados a ver um brasileiro que desempene a coluna cervical diante deles.
Questionado sobre como crê que Lula será lembrado pela história, FHC responde: “Acho que será lembrado pelo crescimento e pela continuidade, e por colocar mais ênfase no gasto social”.

Pelo crescimento e pelo gasto social, certamente. Mas não pela continuidade do que era estagnação e entrega do país, que estão marcados na testa de FHC como o estigma de Caim.

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