segunda-feira, 2 de setembro de 2013

PIB desmente os "sabichões" da mídia





Por José Carlos Ruy, no sítio Vermelho:

A torcida e as pajelanças (como diz Luiz Gonzaga Belluzzo) dos sabichões da mídia e da especulação financeira não foram capazes de deter a economia brasileira, que decepcionou a todos os pessimistas de plantão e cresceu 1,5% no segundo trimestre. No ano, o crescimento do PIB já supera os 2% e desmente todos os pessimistas que torciam para um recuo na economia que pudesse pavimentar, no plano político, o caminho para a volta do PSDB e dos neoliberais ao governo federal.

Não deu. O receituário aplicado pela presidenta Dilma Rousseff e pelo ministro Guido Mantega, que destoa da pregação neoliberal dos sabichões da mídia e do mercado financeiro, desmente o pessimismo e as pajelanças e aponta para a retomada do crescimento a um nível que surpreendeu aqueles que, olhando apenas para suas contas bancárias, esquecem que o Brasil mudou.

Ao apresentar, nesta sexta-feira (30) os resultados do segundo trimestre, Guido Mantega comparou o desempenho brasileiro e os dos demais países (veja ilustração), mostrando que o Brasil está no rumo certo. E tinha motivos para comemorar. No computo geral, o Brasil só ficou atrás da China, cujo crescimento foi de 1,7% sobre o período anterior. Os EUA, por sua vez, cresceram só 0,6%, marca semelhante à da Inglaterra (0,7%) e da Alemanha (0,8%), enquanto Itália e Espanha recuaram (– 0,2% e – 0,1%, respectivamente).

O resultado apresentado pelo Brasil é efeito das políticas anticíclicas praticadas por aqui num momento em que o mundo ainda se contorce na pior crise econômica desde a década de 1930.

Quando a presidente Dilma Rousseff defendeu, em viagem à Europa, que o enfrentamento da crise pelo crescimento, e não pelo receituário neoliberal que leva a economia a andar para trás, muita gente por aqui - comentaristas nos jornalões e consultores ligados à especulação financeira - torceu o nariz. Agora, o teste da realidade mostra como erraram e feio!

Os números desmentem as pajelanças do crescimento baixo:


O ministro Guido Mantega acredita que o Brasil pode voltar a crescer a uma taxa média anual de 4%, a partir de 2014, impulsionado pelas exportações previsíveis com uma possível retomada do crescimento da economia mundial.

Na análise que fez do crescimento do PIB no segundo trimestre, em entrevista na sede regional do Banco do Brasil, em São Paulo, afirmou que esse “crescimento, anualizando, representa como se a economia tivesse crescendo a uma velocidade de 6%”. Ele pensa que o país terá, em 2013, um crescimento moderado. “Nossa trajetória é de um crescimento moderado até o final do ano, mas 2014 tende a ser mais promissor”, disse, apoiando-se novamente em sinais de retomada que a economia mundial apresenta. Um exemplo que citou foi a volta do crescimento nos EUA, na União Europeia e outros mercados consumidores de produtos brasileiros, sobretudo os parceiros do Brasil no grupo dos Brics, como Índia, Rússia e China. “Estamos na rota da recuperação econômica, com redução da taxa de juros se traduzindo e um dinamismo melhor” ressaltou. “Mesmo com desafios, estamos mantendo e até acelerando o crescimento, mostrando que o Brasil está preparado para atravessar momentos difíceis na economia internacional”, disse o ministro. “Com o resultado do segundo trimestre, podemos ter recomposição da confiança na economia brasileira”.

Mas os torcedores pelo fracasso não desistem. Repetindo argumentos que não se realizaram, falam em volta da inflação, fraco crescimento da atividade e dúvidas sobre as políticas fiscal e econômica, para justificar análises segundo as quais o crescimento revelado nesta sexta-feira não vai se manter. Segundo eles, os “agentes econômicos e investidores” (isto é, os que ganham com a especulação financeira) terão “uma menor confiança no Brasil”.

Mantega tem opinião diversa. Segundo ele, o pior momento da economia devido à crise global já passou - para o mundo e para o Brasil. Ele citou as incertezas sobre a continuidade do programa de estímulo monetário pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, com reflexos negativos nos chamados países emergentes. Mas, segundo o ministro, tem havido ingresso de capitais no Brasil e o governo possui instrumentos para moderar movimentos bruscos no câmbio. Como disse na semana passada a presidenta Dilma Rousseff, o Brasil tem bala na agulha!

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