terça-feira, 9 de novembro de 2010

A choradeira de Reinaldo Azevedo em seu blog tucano

Parece que o ABESTALHADO da revista de esgoto VEJA já começou a chorar pela possível derrota em 2014. O Blog da Dilma publica o trauma da tucanada do PIG. Haja LEXOTAN. E também muita diarréia.

Matéria do abestalhado: A continuar assim, o PSDB começou a perder a eleição de 2014 na segunda-feira passada Sou tomado pela chamada “vergonha alheia” ao ler certas coisas que se escrevem por aí sobre o ex-governador José Serra. Pelo visto, querem condená-lo a um segundo exílio.
Tudo indica que há gente interessada em cassar novamente seus direitos políticos.
Até parece que ele saiu humilhado dessas eleições. E basta olhar o mapa eleitoral do país e o número de votos que teve para constatar que isso não aconteceu. Que haja curiosidade sobre seu destino político, bem, isso é razoável e sensato.
Que se tente arrancar dele uma declaração de aposentadoria precoce, isso é de uma estupidez sem tamanho. De onde vem tanto ódio? De onde vem tanto rancor? Por que, afinal de contas, ele incomoda tanto? Ou por outra: quem anda, assim, tão incomodado?
Parece-me que ele tem o direito de decidir que atuação terá na conversa com seus pares do PSDB, não é mesmo? Uma coisa é certa: se é preciso assassiná-lo politicamente para que outra liderança possa emergir, então não emerge exatamente uma liderança.
Nunca sou oblíquo quando escrevo.
Ao contrário: é evidente que Aécio Neves, senador eleito (PSDB-MG), desponta como figura fortalecida nesse processo. O noticiário já espelha isso. Mas poderá o PSDB — e um Aécio realmente líder, o que ainda precisa ser construído — abrir mão de São Paulo?

“Ah, mas ninguém quer isso, Reinaldo!” É claro que não! O partido caminha para 20 anos de poder no estado que representa um terço do PIB. E, se ninguém quer isso, então respeita Januário”, como naquela música de Luiz Gonzaga.
O PSDB paulista também elegeu seu governador no primeiro turno e fez o senador mais votado do Brasil. Quem sai das urnas com 44 milhões de votos, nas condições em que se deu a campanha — FEITA MAIS PELO CANDIDATO E PELA SOCIEDADE DO QUE PELO PSDB, QUE ISSO FIQUE MUITO CLARO —, merece um tantinho mais de respeito de alguns plantadores de notícias e de seus hortelões.
Digam claramente o que querem — “Eu acho que Serra tem de se aposentar, de se exilar, de ter os direitos políticos cassados” — ou parem com essa história de tentar eliminar precocemente as pessoas da vida política. Quem teve 44 milhões de votos tem o direito político e constitucional de pleitear o cargo que bem entender, segundo as regras da democracia e do seu partido, inclusive, ou me provem que não, a Presidência da República. “Ah, isso seria improvável”. Pode até ser. Mas acho que já deveríamos todos estar vacinados contra a tentação de fazer história antes da história.
Tomar Serra como a encarnação das irresoluções do PSDB ou é estupidez ou má fé. Diria até que, em certo sentido, ele é mais resolvido do que a média do partido. Não se trata com essa ligeireza estúpida alguém com a sua trajetória política.
Ora vejam: e se tivesse vencido a eleição? Ah, então seria o homem mais forte da República, por definição. Como perdeu — e essa derrota poderia ter sido por um único voto —, então se deve cobrar dele o suicídio político.
Não existe essa pessoa que, por um único voto, ou é mendigo ou é rei.
Isso nunca deu em nada. Como eu não creio que algum tribunal obrigará Sócrates a beber cicuta, é bom uma parte do tucanato controlar a sua vocação carnívora. Essa tática nunca deu em coisa boa. É o tipo de excesso de esperteza que acaba devorando o dono.
Estou entre aqueles que consideram que a eleição de 2002 era mesmo invencível — pertencia a Lula; pertencia ao PT. As de 2006 e 2010, isto é claríssimo para mim, o PSDB as perdeu para si mesmo.
Não há refundação do partido, seja lá o que isso queira dizer, que resista a certos métodos. A continuar assim, os tucanos começaram a perder a eleição de 2014 na segunda-feira passada.
Por Reinaldo Azevedo.

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