Além dos quatro integrantes da quadrilha que já foram presos, vários
auditores e fiscais da prefeitura de São Paulo estão sendo investigados
por terem patrimônio incompatível com seus rendimentos; prefeito
Fernando Haddad fala em "acerto de contas" com o passado e pode estar
começando a desmontar uma das mais sedimentadas máquinas de corrupção do
País, que seus antecessores, Gilberto Kassab e José Serra, deixaram
intocada
247 - O estouro de
uma quadrilha na cúpula da máquina de arrecadação da prefeitura de São
Paulo, que culminou com a prisão de quatro técnicos da receita
municipal, pode ter sido apenas o começo do desmonte de uma das maiores
máquinas de corrupção do País. A gestão do prefeito Fernando Haddad
investiga outros 42 auditores fiscais da maior cidade do País, que
também acumularam patrimônio incompatível com seus rendimentos.
Todas as investigações vêm sendo
conduzidas pela controladoria-geral do município, comandada por Mário
Vinícius Spinelli, e podem redundar em novas prisões. Contra três
auditores há indícios de corrupção ativa e passiva, além de improbidade
administrativa (leia aqui
reportagem a respeito do tema na Folha). Vários deles têm patrimônio
superior a R$ 3 milhões e um é até dono de uma mineradora no Piauí.
Vários prosperaram ao longo de décadas, ocupando posições estratégicas
na máquina municipal, seja nas gestões dos antecessores Gilberto Kassab
ou José Serra.
Haddad, que se empenhou pessoalmente
nas investigações, e chegou a alugar uma sala próxima ao "ninho" da
corrupção para dar apoio à controladoria do município, diz estar fazendo
um "acerto de contas" com o passado. Além da construtora Brookfield,
que já admitiu o pagamento de R$ 4,1 milhões em propinas aos servidores,
outras 15 incorporadoras estão sendo investigadas. A chamada "máfia do
ISS" pode ter desviado R$ 500 milhões de São Paulo.
Ao agir para fechar o ralo da
corrupção em São Paulo, Haddad busca retomar popularidade, num momento
delicado, em que tenta elevar o IPTU da cidade, numa iniciativa
contestada pelo Ministério Público, e também renegociar as dívidas de
São Paulo com a União. Segundo ele, a investigação não busca efeitos
políticos nem a criação de factoides, mas apenas extirpar a corrupção.
Nessa nova fase das investigações,
um dos investigados é Mário Apolaro Júnior, diretor na Secretaria
Municipal de Finanças. Ele comanda a Divisão de Imunidades, Isenções,
Incentivos Fiscais e Regimes Especiais e é também primeiro
vice-presidente do sindicato dos auditores do município.
http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/119830/Gest%C3%A3o-Haddad-investiga-mais-42-fiscais-maraj%C3%A1s.htm
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