domingo, 23 de maio de 2010

Datafolha diz que Dilma cresceu com TV. E Serra?


O argumento, sustentado hoje por analistas da Folha, de que Dilma retirou “magicamente” a diferença de 10 pontos que o Datafolha dava a Serra há apenas um mês graças às inserções de televisão do PT e que, daqui a menos de um mês, com o programa do PSDB, Serra poderá “dar o troco”, esbarra em alguns fatos concretos, que o jornal seguer menciona.

O primeiro, do qual todos tomaram conhecimento aqui – uma vez que há silêncio quase total da mídia a respeito, é que Serra teve, durante a realização da pesquisa, enorme exposição graças aos “comerciais” do Dem, que lhe foram totalmente entregues na maioria dos Estados, nas barbas da Justiça Eleitoral. A pesquisa foi realizada quinta e sexta-feiras desta semana, segundo o registro feito pelo Datafolha no TSE. E as inserções foram veiculadas na terça e na quinta, no horario nobre. Ou seja, a exposição de Serra estava mais que recente, estava presente durante a coleta dos dados.

Portanto, não pode haver vantagem, ou pelo menos vantagem significativa, nisso.
O segundo fato é o de que é óbvio que Dilma se ressente de conhecimento da população. E que a exposição na televisão aumenta este conhecimento. Mas Serra, ao se expor, pode ter tantos benefícios quanto Dilma? Vejamos o que diz o próprio Datafolha. Usarei os dados da pesquisa de abri, pois os atuais ainda não foram publicados em detalhes.
Na população com renda de até cinco salários mínimos - que representa 82,5% da amostra – Dilma é conhecida “só de ouvir falar” ou desconhecida por 47,3 % dos entrevistados. Serra, por 34,2%.A diferença de conhecimento, exposta em números absolutos, fica mais evidente. Vejam: Dos 2600 entrevistados, 2145 pertenciam a esta faixa de renda. Deles, 1024 não conheciam ou conheciam só de ouvir falar, Dilma Roussef. E 733 disseram o mesmo de Serra.

Portanto, por mais malabarismos que faça para parecer “lulista”, Serra não tem o mesmo espaço para crescer. Fora o que perde, agora como os números do Datafolha, por deixar de ser favorito.

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