sexta-feira, 1 de abril de 2011

O destino de Agnelli



Um leitor me pergunta o que vai acontecer a Roger Agnelli agora que vai perder a boca rica de um salário de 1.3 milhão por mês. Não sei, mas que ninguém se preocupe, ele não vai ter dificuldades.


Imagino que o Bradesco, – desde sempre a casa de Agnelli, que sempre foi ali uma espécie de menino de ouro do presidente Lazaro Brandão, que vai mexer os pauzinhos para que ele seja absorvido por alguma empresa amiga. Porque, duvido que depois das manobras temerárias do futuro ex presidente da Vale para se segurar no cargo é claro que o bancão não vai coloca -lo na sua própria diretoria.



É provavel que Agnelli possa também contar com uma aposentadoria da Valia – Fundo de Pensão da Empresa que permite que seus diretores, depois de cinco anos de contribuição (com o dobro do valor complementado pelos cofres da vale) se aposentem a partir dos 45 anos ( que maravilha não é? Coitado daqueles a quem o padrinho de Agnelli, Fernando Henrique Cardoso, chamava de vagabundos!)



Ele agora está dizendo que quer ter um trabalho “social” ligado ao terceiro setor. Pelo menos é o que disse ao site “Máquina News“:



“O senhor pensa em voltar ao setor financeiro algum dia? _Não penso. não. Penso no que estou fazendo hoje. Minha cabeça está em 2020. quando eu gostaria de estar em Angra dos Reis. olhando meus filhos. dando gás para os dois. Eles estão indo bem. Mas eu os cobro. É meritocracia em casa. Outro dia falei para meu filho [João. 21 anos]: ” lsso não está bom. tem de melhorar’: Ele está montando uma empresa. e estou dizendo que está devagar. Já devia estar produzindo. É assim que eu me vejo Sem trabalhar? _Sem trabalhar. a minha mulher não agüenta. né? Quero fazer algo ligado a planejamento. estratégia Se puder Integrar ISSO com o terceiro setor. alguma fundação. será maravilhoso. Me dedico muito á fundação da Vale. Estamos fazendo uma revolução social. E não é apenas dinheiro. Dinheiro não falta no mundo. o que falta é Inteligência em projetos sociais.”



A menção a Angra dos Reis é porque lá, numa das paradisíacas ilhas do litoral, fica a casa de férias de Agnelli. Aliás, uma das casas porque a outra, no município é a Casa de Abrigo Roger Agnelli, construida com o dinheiro da Ferrovia Centro Atlântico, uma das empresas do grupo Vale, e Prefeitura de Angra dos Reis. Note -se o rasgo de modéstia ao batizar a instituição com seu próprio nome. Culto à personalidade é isso aí.



Pode ser também que Agnelli enverede pela política, como diz hoje a colunista Hildegard Angel.



Ele pode ser candidato a prefeito de Angra dos Reis, onde participa de um conselho de “desenvolvimento sustentável” ao lado outros empresários peso-pesado – João Roberto Marinho, Armando Klabin, o empreiteiro Antonio Carlos Lobato e José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni – proprietários de ilhas no município. Seu principal aliado político, o prefeito Tuca Jordão, ainda no cargo, é ficha-suja e está inelegível por três anos, por decisão do TRE-RJ, por abuso de poder econômico.


Nenhum comentário: