domingo, 24 de abril de 2011

Telebras é o PAC da internet




Uma matéria hoje na Folha mostra o que todo mundo já sabe: a internet está prisioneira das teles, que servem mal e caro a todos. Mas revela que, ao contrário do que se poderia pensar, os pequenos provedores estão crescendofrente às gigantes, mesmo dependendo delas – e de seus preços absurdos – para sua interconexão com a web.


Eles já representam 9% dos serviços de conexão à rede – sem contar os “piratas”, que distribuem sinal sem licença – mesmo tendo de pagar preços extorsivos. Segundo a matéria, o dobro de há cinco anos.


Isso, sendo obrigados a pagar de R$ 800 a R$ 3500 por acesso no atacado, contra os R$ 230 previstos como preço pela Telebras.


Ou seja, na hora em que se eliminar o gargalo da conexão, a internet no Brasil desempaca.

A matéria é clara: as operadoras de telefonia não querem que a Telebras entre no mercado e promova a baixa dos preços. E conta com a falta de recursos do Estado para investir como garantia de seu oligopólio.


O que este oligopólio faz – talvez seja mais adequado dizer “não faz” – com a internet no Brasil fica claro no gráfico que classifica as conexões domiciliares à rede por velocidade. Só oito por cento das conexões se enquadram no que mundialmente é classificado como “banda-larga”, as de velocidade igual ou superior a 2 Megabits por segundo. Se formos generosos, reduzindo o conceito até a taxa de 1Mbps, menos de um quarto das conexões.


A Presidenta Dilma Roussef já deixou claro que aceitar propostas de redução de preço pelas teles não anula a intenção de investir na Telebras. Ótimo. Precisa também mandar os sinais para alguns burocratas da Petrobras que ainda dificultam o acerto para que a rede de fibras opticas da empresa saja utilizada, como já está acertado com a Eletrobras.


Porque certos projetos – e como Dilma sabe disso, pessoalmente – só andam se a vontade política e a consciência dos dirigentes públicos os empurrarem para a frente.
Do contrário ficam igual à conexão das teses: se arrastando.




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