AmoralNato
Aqui o pau come
Conselho Nacional do Ministério Público vê em engavetamento do caso de
caixa 2 do DEM prevaricação do ex-procurador-geral da República, Roberto
Gurgel; denúncia contra a governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba
Ciarlini, e o presidente do DEM, Agripino Maia, de financiamento ilegal
de campanha, chegou à PGR em 2009, mas foi solenemente ignorada por
Gurgel; “Este é um exemplo da controvertida gestão de Roberto Gurgel.
Trata-se de uma falta de clareza de critérios, que faz com que se pense
que ele atuava com parcialidade”, afirma o conselheiro do CNMP Luiz
Moreira
247 - Hoje
ex-procurador-geral da República, Roberto Gurgel ganhou notoriedade,
durante sua passagem pelo cargo, por sua ávida atuação contra petistas
no episódio do "mensalão". No entanto, quando as denúncias que chegavam
até ele eram contra figuras de outros partidos, notadamente, os de
oposição ao PT, não se percebia a mesma disposição para investigar. O
caso que envolve a denúncia de caixa 2 do DEM no Rio Grande do Norte é
mais um exemplo dessa indignação seletiva de Gurgel.
Denunciado na semana passada pela revista Istoé, o esquema envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini (DEM) e o presidente do partido, senador José Agripino Maia,
no financiamento ilegal de campanha, foi ignorado por Gurgel em 2009,
ano em que o caso chegou à Procuradoria-Geral da República. Ciarlini e
Agripino Maia estão sendo investigados pelo Ministério Público Federal
por caixa 2 durante a campanha eleitoral de 2006. Em umas das escutas
telefônicas captadas pela Polícia Federal, Maia surge questionando a um
interlocutor se a parcela de R$ 20 mil – em um total de R$ 60 mil
prometidos a determinado aliado – foi repassada. A sequência das
ligações revela que não era uma transição convencional. Segundo a
investigação do MP, contas pessoais de assessores da campanha eram
utilizadas para receber e transferir depósitos não declarados de
doadores. Mas tudo isso foi ignorado por Gurgel, numa clara atitude de
prevaricação.
Diante disso, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) quer
saber por que o ex-procurador-geral Roberto Gurgel não investigou a
denúncia. À Istoé, o conselheiro do CNMP Luiz Moreira questionou os
motivos que levaram ao arquivamento dos grampos. “Este é um exemplo da
controvertida gestão de Roberto Gurgel”, diz. “Trata-se de uma falta de
clareza de critérios, que faz com que se pense que ele atuava com
parcialidade”, complementa. Não é a primeira vez que um parlamentar do
DEM se beneficia da vista grossa de Gurgel. O ex-senador Demóstenes
Torres, flagrado em escutas da operação Vegas da Polícia Federal, deixou
de ser investigado pela Procuradoria Geral da República até a
deflagração de outra ação da PF, a Operação Monte Carlo, que confirmou a
ligação do parlamentar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, lembra
reportagem da revista que chega esta semana às bancas.
http://amoralnato.blogspot.com.br/2013/12/cnmp-quer-saber-por-que-gurgel-protegeu.html
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