sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A Vale não falava mais português. Ia virar “Valley”




Deu hoje no Valor:


“Privatizada há menos de 15 anos, a Vale já não fala mais português quando apresenta seus resultados trimestrais. A companhia, que possui a matriz no país e é uma das mais negociadas na BM&FBovespa, compondo a maior fatia do principal índice da bolsa, mantém como rotina, quando divulga balanço, apenas uma conferência para analistas de bancos e consultorias, na qual só se fala inglês.Entre os acionistas da Vale estão representantes do governo brasileiro, via BNDESPar, a empresa de participações do BNDES, que detém 6,7% do capital votante da companhia. “
Agora, segundo a matéria, o novo presidente da empresa , Murilo Ferreira, mandou mudar isso nas próximas divulgações.
“Ao tomar posse, em maio, o diretor-presidente, Murilo Ferreira, solicitou que fosse revista a conveniência de a conferência com os analistas, na divulgação de resultados, passar a ser feita também em português”. “Em função do pouco tempo até a divulgação do resultado do segundo trimestre, a conferência foi mantida em inglês. Mas o assunto será rediscutido.”
Como assim, rediscutido? Se o presidente da empresa de fato pediu, qual é a dificuldade de seguir esta ordem simples? A Vale não tem acionistas brasileiros, não é sediada no Brasil, não tem como maior acionista do grupo controlador o próprio Governo brasileiro, através do BNDES e dos fundos de pensão? É óbvio que ela, ou qualquer empresa de projeção e negócios internacionais tem de apresentar balanços, relatórios e fazer conferências também em inglês.
Mas quando só considera os acionistas que falam inglês, deixa de pensar em português. E, com isso, de ser brasileira.



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