quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Investigação aponta lentidão e desvios na Promotoria de SP




Inspeção realizada no Ministério Público de São Paulo pelo conselho nacional da categoria constatou uma série de problemas no trabalho de promotores e procuradores de Justiça do Estado.
Desperdício de dinheiro, irregularidades em licitação, furtos, extravio de processos e morosidade nas investigações foram alguns dos casos encontrados na instituição, que tem como tarefa defender a ordem jurídica, o regime democrático e os interesses sociais e individuais.
As irregularidades constam de relatório do Conselho Nacional do Ministério Público aprovado em julho, que tem como base inspeção realizada em setembro de 2010.

Na vistoria, a equipe detectou que 63 procuradores, de 240 pesquisados, estavam com serviço atrasado.
Juntos, eles acumulavam 1.553 processos com prazos acima do previsto em norma, segundo o relatório.

Um exemplo: na área criminal, cada procurador recebe semanalmente, em média, 20 processos e tem até um mês para se manifestar.
O procurador Luiz Antônio Castro de Miranda, por exemplo, segundo o documento, tinha em seu nome 132 processos com prazo acima de 30 dias, sendo 23 deles parados havia mais de três meses.
A Corregedoria-Nacional do conselho determinou que a situação fosse regularizada. O prazo dado para isso venceu no final de setembro.

O relatório também informa que o Ministério Público fracionou uma licitação para compra de alimentos, expediente normalmente utilizado para escapar das regras mais rígidas previstas para as concorrências públicas.
A divisão da licitação é apontado em diversas ações movidas pelo próprio Ministério Público como indício de direcionamento de contrato.

Os corregedores do conselho federal registraram que nem entrariam no mérito da necessidade dos alimentos adquiridos, como água de coco, iogurte, peito de peru, cereais e cappuccino.
A inspeção também constatou que a Promotoria paulista comprou duas mesas aparentemente iguais, mas pagou em uma delas um valor 36% superior ao da outra.

A justificativa seria o "design diferenciado". A única diferença encontrada pela corregedoria, segundo o relatório, foi o tamanho entre as duas: uma era 0,7 centímetros menor.
Para os corregedores, foram desperdiçados R$ 88 mil só em três compras inspecionadas, de um valor total de R$ 589 mil.

O relatório também revela que ocorreram vários furtos em sedes do Ministério Público que acabaram não sendo solucionados. Peças de impressoras, computadores, furadeiras e serras teriam sumido. Há o relato de furtos de três automóveis, sem que tenha havido punições por essas ocorrências.

Processos que tinham de estar na Procuradoria-Geral também não foram encontrados pela inspeção.
Por fim, o relatório diz que os fiscais não localizaram nos dias de inspeção o promotor Lycurgo de Castro Santos, que na época deveria estar trabalhando na Promotoria de Mandados de Segurança. Na Folha

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