“Houve pressões explícitas, e o Banco Central cedeu. Tentou convencer que a decisão (de baixar os juros) foi tomada de forma técnica. Não convenceu. A deterioração do quadro externo justificaria manter os juros para esperar para ver. Até porque, mesmo reduzindo o ritmo de crescimento do mundo, a inflação não está cedendo.”
O comentário aí, da simpática Miriam Leitão, tem apenas seis meses.
É só olhar o gráfico aí de cima e se verá que não somente a inflação cedeu como, naquele início de setembro, logo após a decisão do BC de começar a reduzir os juros, já vinha cedendo.
Hoje, se algum exagero houve, certamente não foi o de baixar os juros, mas o ter exagerado na alta que vinha desde o final de 2010.
A inflação acumulada no primeiro bimestre do ano (0,19%) – 0,25% em janeiro e – 0,06% em fevereiro – só perde, em toda a história brasileira, para a de janeiro/fevereiro de 2009, quando o Brasil vivia a ressaca da crise do final de 2008 e nossa economia, ao contrário de agora, encolhia.
As previsões de estagnação feitas para a economia brasileira este ano têm o mesmo valor que tinham as de explosão inflacionária naquele momento de 2011. Podem ser mau-agouro, análise da economia é que não são.
Mas essa gente continua pontificando, proferindo suas verdades como se não tivessem de dar conta de seus erros crassos em fazer previsões.
“Será que o BC aceitará mais inflação? Isso vai bater mais no nosso bolso? É isso que nos interessa. O BC, hoje, parece mais tolerante. O IPCA em 12 meses está caindo, o que é bom. Não podemos nos preocupar com a inflação, porque esse desafio foi vencido. Temos de enfrentar os demais que existem em outras áreas.”
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