segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PSDB paga laudo para anular Lista de Furnas



Um laudo de 56 páginas, encomendado pelo PSDB ao perito americano Larry F. Stewart, ex-integrante do serviço secreto dos Estados Unidos foi pago a peso de ouro para desqualificar a Lista de Furnas – uma relação de 156 políticos de oposição, a maioria tucanos,beneficiados com doação de caixa 2 na eleição de 2002.


A lista tras nomes dos ex-governadores José Serra (São Paulo), Eduardo Azeredo e Aécio Neves (Minas). http://caixadoistucanodefurnas.blogspot.com/



A direção do PSDB afirmou ter pago R$ 200 mil. Fala-se em valor muito maior


Embora o laudo do perito americano não faça parte dos autos do processo sobre o chamado mensalão mineiro do PSDB, que corre na 2.ª Vara Criminal da Justiça Federal do Rio, o PSDB o usará como argumento técnico e de convencimento da Justiça, por ocasião das alegações finais.
Com a expectativa de julgamento próximo do mensalão no Supremo Tribunal Federal (STF),o laudo do perito americano será usado também como blindagem á tucanos


Para o advogado William dos Santos, defensor de Monteiro e do deputado Correia, o laudo de Stewart” foi comprado” pela parte interessada e, por isso, não tem credibilidade. “Ele (Stewart) foi contratado para dizer o que o PSDB queria”, afirmou.


Novo laudo da PF indica que lista de Furnas é autêntica
16/06/2006 -


RUBENS VALENTE da Folha de S.Paulo


A Polícia Federal confirmou ontem a autenticidade da chamada “lista de Furnas”, documento de cinco páginas que registra supostas contribuições de campanha, num esquema de caixa dois, a 156 políticos durante a disputa eleitoral de 2002. No total, eles teriam recebido R$ 40 milhões.


Segundo a assessoria da direção geral da PF, em Brasília, perícia do INC (Instituto Nacional de Criminalística) concluiu que a lista não foi montada e que é autêntica a assinatura que aparece no documento, de Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas, empresa estatal de energia elétrica. A PF informou, contudo, que não tem como atestar a veracidade do conteúdo da lista. Os papéis citam empresas que teriam colaborado para um caixa dois administrado por Dimas Toledo.
Entre as campanhas eleitorais supostamente abastecidas pelo esquema estão as do então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, hoje candidato à Presidência pelo PSDB, do ex-prefeito de São Paulo José Serra (PSDB), atual pré-candidato ao governo paulista, e do atual governador mineiro, Aécio Neves (PSDB). As campanhas em 2002 teriam recebido, respectivamente, R$ 9,3 milhões, R$ 7 milhões e R$ 5,5 milhões. Tucanos negam.


Lobista


A perícia foi feita em papéis originais entregues à PF pelo lobista mineiro Nilton Monteiro, 49, que diz tê-los recebido das mãos de Dimas, no início de 2005, quando o então diretor de Furnas tentava convencer políticos de vários partidos a mantê-lo no cargo.


Acusado de calúnia por 11 deputados estaduais de Minas Gerais, Nilton Monteiro decidiu entregar em 5 de maio os originais aos delegados da PF de Brasília Luiz Flávio Zampronha, Pedro Alves Ribeiro e Praxíteles Praxedes, que conduzem as investigações.


Até então, a PF tinha em seu poder apenas uma cópia autenticada. A perícia na cópia, também feita pelo INC, apontou indícios de montagem e fraude.


Dimas Toledo, que exerceu a diretoria entre 1995 e 2005, até a denúncia de caixa dois feita à Folha pelo ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), sempre negou ter assinado os papéis.

“Ele assinou [a lista] na minha frente. Ele me usou até um determinado momento, depois me abandonou”, disse ontem Monteiro. O lobista afirma ter se aproximado de Dimas em 2004 por ser, à época, procurador da empreiteira JP Engenharia. A empresa estava interessada em assinar um contrato com Furnas em torno de um projeto de infra-estrutura que havia sido suspenso pela diretoria de engenharia.


Segundo o lobista, Dimas contou que havia uma ação nos bastidores para tirá-lo do cargo e, por isso, pediu-lhe ajuda para fazer um trabalho de lobby com políticos de vários partidos.


O lobista afirmou que, no início de 2005, Dimas fez quatro cópias da lista. Os supostos destinatários das cópias, sempre segundo Monteiro, seriam Aécio Neves, Roberto Jefferson, o presidente do PMDB, Michel Temer, e o então presidente do PSDB, Eduardo Azeredo.


Mas as cópias não chegaram a ser entregues, segundo Monteiro. Ele diz que o original ficou com uma pessoa ligada a um escritório de advocacia do Rio. “Ela ficou como guardiã dos documentos até agora.” http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u79588.shtml
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