terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Serra do bem contra o PT da maldade


Por Renato Rovai, no SpressoSP


O acordo já foi selado no PSDB para que a candidatura de Serra possa vir a ser anunciada mais para frente, entre abril e maio.


O partido realizaria as prévias, mas apenas duas candidaturas teriam chances reais de vitória: a de Bruno Covas, apoiado por Alckmin, e a de Andrea Matarazzo, por Serra. Trípoli e José Aníbal, mesmo com história no partido, não contariam com “aquele apoio” necessário para derrotarem os candidatos dos caciques.


O vencedor poderia sair posando de candidato e, se de repente decolasse, Serra até poderia ficar na sua. E se preservar para 2014.

Principalmente se o vencedor das prévias viesse a ser Matarazzo, seu aliado incondicional.


Sem a tal decolagem (o que é mais provável, até porque não haveria tempo de campanha), o ex-governador diria o “sim” e o vencedor das prévias ficaria com a vaga de vice.

Alckmin quer Covas neste papel.


Serra, Matarazzo.


Os riscos desta operação não são diferentes do que Garrincha vislumbrava no histórico jogo contra a URSS. Depois de ouvir toda a preleção onde tudo dava certo para a Seleção, Mané perguntou ao técnico Feola: “mas o senhor já combinou com os russos”.


Não se pode desprezar um acordo de última hora entre Trípoli e Anibal para que um deles fique com a vaga de candidato do PSDB. Se isso vier a ocorrer, a candidatura de Serra sairia só a fórceps.

Outra combinação que ainda não foi feita por completo diz respeito ao apoio de Kassab. Há quem ache que o esperto prefeito estaria querendo colocar seus pés em duas canoas nesta eleição.


Kassab já teria dito a Serra que tudo bem em relação ao PSD não indicar o vice, mas ao mesmo tempo disse que não teria como conseguir levar toda a base que construiu na prefeitura para apoiar a candidatura dele.


Ou seja, algumas pessoas com quem conversei consideram que o PSB, por exemplo, pode vir a se aproximar mais do PT municipal a partir de um movimento combinado entre Lula, Kassab e o governador Eduardo Campos.


Neste caso, Campos seria o operador aparente. E o vice de Haddad sairia do PSB.


A fusão PSD e PSB pode vir a ocorrer muito antes do que os analistas políticos estão prevendo. No carnaval, o prefeito paulistano foi a Recife tratar disso.


Acha que se o acordo vier a sair já em 2013, o novo partido consegue tirar Temer da jogada e indicar Campos como vice da presidenta.


E, na disputa para o governo de São Paulo, Kassab não teria problemas em sair de vice de Marinho, que, caso venha se reeleger prefeito em São Bernardo, deve ser o nome do PT para 2014.
Tem muita água passando por debaixo da ponte, mas uma coisa é quase certa, o vencedor das prévias do PSDB está disputando a candidatura de vice.


Porque dificilmente Serra não será candidato.


Se tem uma coisa que o ex-governador não é, definitivamente, é tonto.


Ele venceu Dilma em São Paulo por 53,5% a 46,5%. Ou seja, se a eleição de 2010 para presidente fosse na capital paulista, seria ele o chefe do Estado.


E fazendo contas já viu que se candidato for, deve disputar o segundo turno contra o PT. Neste caso, construirá um enredo do Serra democrata contra o partido que quer dominar o mundo.



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