Gravações telefônicas divulgadas ontem pelo "Jornal Nacional", da TV Globo, sugerem que o líder da greve da PM baiana, o ex-policial Marco Prisco, incentivou atos de vandalismo no Estado.
Numa escuta que segundo o telejornal foi autorizada pela Justiça, um interlocutor de Prisco identificado como David Salomão diz que vai "queimar viatura" e "duas carretas" na rodovia Rio-Bahia.
O líder da greve responde: "fecha a BR aí meu irmão, fecha a BR".
Em outra gravação, um bombeiro do Rio fala em inviabilizar tanto o Carnaval baiano quanto o fluminense -ele foi preso ainda ontem.
"O material demonstra a vinculação de lideranças com a prática de atos de vandalismo para aterrorizar a população", disse o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo.
Cerca de 300 grevistas estão amotinados na Assembleia Legislativa, em Salvador. O prédio está cercado pelo Exército, que voltou a cortar luz e água, deixando o clima tenso.
Os PMs baianos estão em greve desde 31 de janeiro, data a partir da qual foram registrados casos de vandalismo e aumento da violência no Estado -foram 136 homicídios, aumento de 238% em relação ao mesmo período de 2011.
Investigações da Polícia Civil apontam indícios da ação de grupos de extermínio. Em entrevista, o governador Jaques Wagner (PT) ligou grevistas a mortes de sem-teto.
Em nota, o governo baiano conclamou ontem grevistas a retornar ao trabalho, alegando que sua proposta eleva salários em até 38%. O Estado propôs parcelar gratificações.
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