APOSENTADO INVOCADO
Guerra da tarifa
Avaliação do transporte é a pior desde 87, diz Datafolha
Sistema, que inclui ônibus, metrô e trem, é reprovado por 55% dos ouvidos
Antes da pesquisa, realizada anteontem, o mais alto índice de reprovação era de 51%, registrado em 2007
DE SÃO PAULO
A série de protestos contra o aumento da tarifa ocorre no momento de
maior insatisfação com o transporte público na cidade de São Paulo já
captada pelo Datafolha desde a primeira pesquisa realizada pelo
instituto sobre o serviço, em 1987. Foram feitas 15 rodadas de pesquisa
desde então.
A pesquisa ouviu 815 pessoas, com 16 anos ou mais, anteontem. A margem de erro é de quatro pontos percentuais, para mais ou para menos.
O sistema de transporte, que inclui ônibus, metrô e trem, é considerado ruim ou péssimo por 55% das pessoas, ante 42% da última pesquisa, de setembro de 2011.
No levantamento atual, 15% disseram que o sistema é ótimo ou bom e 29%, regular.
Antes da pesquisa, o mais alto índice de reprovação era de 51%, registrado em 2007.
Pessoas com idade entre 25 e 34 anos (64% de ruim ou péssimo) e com ensino superior (63%) são as mais críticas.
PIOR AVALIAÇÃO
O ônibus é o meio com pior avaliação --recebe 54% de ruim ou péssimo.
Ele é também o meio de transporte utilizado com maior frequência na
cidade de São Paulo: 73% das pessoas ouvidas.
Apenas 16% dos entrevistados avaliam o sistema de ônibus como ótimo ou bom. Ele é regular para 27%. A avaliação mais favorável aos coletivos, com 27% de ótimo ou bom, é dada pelas pessoas com 60 anos ou mais, faixa etária que não paga tarifa.
Mesmo o trem, sistema parcialmente paralisado por uma greve anteontem, é apontado como uma alternativa melhor. Recebeu 40% de ruim ou péssimo, 23% de regular e 15% de ótimo ou bom.
É do metrô a melhor avaliação: 32% de ótimo ou bom e 34% de ruim ou péssimo.
No país, ao menos dez grandes cidades já tiveram protestos de rua ou embates por causa do aumento das tarifas neste ano.
Em Goiânia e em Porto Alegre, a Justiça acabou determinando que as tarifas voltassem ao valor pré-reajuste.
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