Imaginem se o PP (Partido Popular) usasse dinheiro do fundo partidário para tomar as dores de seu deputado Paulo Maluf na justiça contra reportagens sobre propinas e lavagem de dinheiro em paraísos fiscais. No mínimo perderia o fundo partidário, cuja finalidade não é defender os interesses particulares de seus quadros quando se metem em falcatruas.
Pois é isso que o PSDB está fazendo, ao dizer que processará Amaury Ribeiro Júnior pelo livro "A Privataria Tucana".
Que sentido tem o PSDB ingressar na justiça como partido para defender Ricardo Sérgio de Oliveira, Gregório Preciado, Verônica Serra, e José Serra, usando os recursos do partido, financiado com dinheiro público?
Não se trata de um processo na justiça eleitoral (o que seria justificável). O caso é da alçada criminal e civil, o livro aponta corrupção pessoal dos envolvidos, a não ser que... o PSDB esteja admitindo que Ricardo Sérgio de Oliveira, Gregório Preciado, Verônica Serra, e José Serra agiram a serviço do próprio partido. Aí o PSDB e seus dirigentes terão que responder juntos pelos supostos crimes.
Do ponto de vista político, se o PSDB fosse um partido normal e sem rabo-preso, a decisão natural a tomar seria:
1) Exigir explicações sem enrolação e com documentação convincente de José Serra, para apresentar ao público;
2) Na falta de explicação convincente, deveria expulsar José Serra do partido, ou pelo menos afastá-lo enquanto não conseguir se explicar;
3) Se alguém tivesse que processar o autor do livro-reportagem seria os citados: José Serra, Verônica, Ricardo Sérgio e Preciado.
Mas o PSDB não é um partido normal e resolveu ir para o brejo afundar junto com José Serra.
Independente destas considerações políticas, o Procurador Geral da República, Dr. Gurgel, que também é Procurador Geral Eleitoral, deverá sair do silêncio, e tomar as providências legais cabíveis caso os Tucanos "privatizem" o dinheiro público do fundo partidário para defender os interesse privados dos rôlos de José Serra, sua filha e seus compadres.
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