segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O DISCURSO QUE NÃO FOI FEITO ESTA NOITE, ÀS 22 HORAS



AO POVO DO PARÁ!


(Versão 1)


Meus queridos concidadãos, mulheres e homens deste grande Pará.

Como governador de todos os paraenses venho, neste momento ímpar da nossa história, dirigir-me a todas as pessoas de boa vontade que habitam esta terra abençoada por Deus. Como a sinceridade é a marca do meu caráter, não titubeio em declarar que este é o discurso que eu jamais gostaria de fazer, porém o faço por obrigação e dever de governante e guardião do bem comum.


Como todos vimos, vivemos neste dia 11 de dezembro um momento jamais vividos por qualquer outro Estado da Federação Brasileira. Ainda bem que o plebiscito transcorreu em paz, sem perturbações da ordem pública graças às medidas de segurança que determinei às Polícias Civil e Militar, com a ajuda da Polícia Federal e das Forças Armadas.


Apuradas já, até este momento, 95% das urnas de todos os quadrantes do Estado, devo reconhecer que a maioria dos eleitores paraenses votou pela divisão do nosso Pará. Isso nunca foi, nem é, a minha vontade, pois, desde criança, sempre sonhei com um Pará grande e grandioso, no qual cada um e todos encontrem a felicidade presente e um futuro digno para os seus filhos.


Não guardo ressentimento ou ódio contra aqueles que lideraram esta campanha contra o Pará, no entanto, esta noite, recuso-me a felicitá-los, pois isso seria trair o compromisso que assumi publicamente no dia de minha posse como governador, de defender a Constituição estadual e, assim sendo, defender todas as suas instituições, aí incluído o seu território que é o chão sagrado que palmilham todos os paraenses que verdadeiramente amam este Estado.


O processo, no entanto, não termina esta noite. Embora os promotores da campanha não tenham explicado isso aos eleitores, um plebiscito é apenas uma medida consultiva, portanto, não decisória. A decisão final será do Congresso Nacional e, por fim, da presidente da República que poderá sancionar ou não a lei criando novos Estados. Por isso quero deixar claro que o meu governo, e eu pessoalmente, nos empenharemos ao máximo, com todos os meios legais, para convencer senadores e deputados de que a medida acertada é a rejeição pura e simples dos resultados deste plebiscito. Empenharei o máximo dos meus esforços para, agindo dessa forma, harmonizar todos os paraenses sob a Bandeira do NÃO.


Quero deixar claro que jamais aceitarei passar para a História como o governador do Pará em cujo governo o Estado foi retalhado. Não levarei para a sepultura a pecha de pusilânime nem a mancha vergonhosa, política e moral, de haver permitido semelhante ataque ao bem comum essencial que é o território sobre o qual vivemos e somos felizes. Sou o governador de todos os paraenses, dos que votaram Sim e dos votaram Não. E assim espero continuar a sê-lo até o último dia do meu mandato. E tudo farei, até com o sacrifício de minha vida, para defender a integridade territorial do Pará.


Que esta disposição, no entanto, não seja entendida por ninguém como declaração de guerra às forças políticas que lideraram a campanha pela divisão. Tudo que desejo afirmar nesta noite é a necessidade de paz social, a necessidade da união de que tanto falaram, nos programas de televisão e rádio, os deputados Zenaldo Coutinho e Celso Sabino. Vamos permanecer unidos para continuarmos a caminha acelerada rumo ao desenvolvimento.


Sei que me criticaram – e até um assessor me advertiu – pelo fato de eu haver permitido, e até incentivado, a utilização da Bandeira e do Hino do Pará na campanha do “NÃO”. Dizem que a partir de agora a nossa sagrada Bandeira e o nosso Hino não mais pertencem ao povo do Pará, mas a uma facção, a do “não”, inclusive aqui na área metropolitana, tamanha foi a associação desta palavra com a Bandeira e o Hino de todos os paraenses.


A Bandeira e o Hino do Pará não pertencem apenas a uma facção, estes símbolos sagrados continuam a ser de todos e assim continuarão. Amanhã mesmo assinarei um decreto obrigando todas as escolas estaduais a hastearem a Bandeira e cantarem o Hino do Pará todos os dias, antes das aulas, a começar pelo Colégio Álvaro Adolfo da Silveira, de Santarém, onde os alunos nunca viram hasteada a nossa Bandeira ou cantaram o nosso Hino.


Meus concidadãos, nesta hora grave da nossa história quero lhes assegurar que, custe o que custar, nosso Pará continuará unido e que as regiões a que chamam generalizadamente de Tapajós e Carajás jamais sairão dos nossos limites territoriais, a despeito de o resultado do plebiscito deste dia ter sido favorável à criação de dois outros Estados.
Paraenses, a derrota é passageira!


Viva o NÃO para sempre!


Que a partir de hoje esta palavra tão bela e estimulante, o NÃO, seja a alma de todos os nossos ideais presentes e futuros. Mandarei um projeto à Assembléia Legislativa incluindo a palavra NÃO no pavilhão estadual, assim como também a inclusão de um sonoro NÃO no Hino do Pará. E com este símbolo, tão marcante na nossa história, construiremos o presente da forma como estamos construindo e assim, cantando e venerando o NÃO, partiremos rumo ao o futuro!


NÃO para sempre a todos os paraenses!


Palácio do governo, 11 de dezembro de 2011


Governador do Estado


Versão 2


O DISCURSO QUE NÃO FOI FEITO ESTA NOITE, ÀS 22 HORAS.


Meus queridos concidadãos, mulheres e homens deste grande Pará.


Como governador de todos os paraenses, venho, neste momento ímpar da nossa história, dirigir-me a todas as pessoas de boa vontade que habitam esta terra abençoada por Deus. Como a sinceridade é a marca do meu caráter, não titubeio em declarar que este é o discurso que eu sonhei fazer desde o dia fatídico em que o Congresso aprovou este plebiscito.


Como todos vimos, vivemos neste dia 11 de dezembro um momento jamais vividos por qualquer outro Estado da Federação Brasileira. Ainda bem que o plebiscito transcorreu em paz, sem perturbações da ordem pública graças às medidas de segurança que determinei às Polícias Civil e Militar, com a ajuda da Polícia Federal e das Forças Armadas.


Apuradas já, até este momento, 95% das urnas de todos os quadrantes do Estado, alegro-me e regozijo-me com todos os paraenses, pelo fato de a maioria dos eleitores haver rejeitado a divisão do nosso Pará. Desde criança, sempre sonhei com um Pará grande e grandioso, no qual cada um e todos encontrem a felicidade presente e um futuro digno para seus filhos.

Não guardo ressentimento ou ódio contra aqueles que lideraram a campanha contra o Pará. Porém, como governador, devo felicitá-los por haverem-se comportado de modo democrático. Sinto-me feliz com este resultado até porque, no dia de minha posse, assumi publicamente o compromisso sagrado de defender a Constituição estadual e, assim sendo, defender todas as suas instituições, aí incluído o seu território.


Estou, agora, seguro de que não passarei para a História como o governador do Pará em cujo governo o Estado foi retalhado. Não levarei para a sepultura a pecha de pusilânime nem a mancha vergonhosa, política e moral, de haver permitido semelhante ataque ao bem comum essencial que é o território sobre o qual vivemos e somos felizes. Sou o governador de todos os paraenses, dos que votaram Sim e dos votaram Não. E assim espero continuar a sê-lo até o último dia do meu mandato.


Que esta disposição, no entanto, não seja entendida por ninguém como declaração de guerra às forças políticas que lideraram a campanha pela divisão. Tudo que desejo afirmar nesta noite é a necessidade de paz social, a necessidade da união de que tanto falaram, nos programas de televisão e rádio, os deputados Zenaldo Coutinho e Celso Sabino. Conclamo os deputados Lira Maia e João Salame a que, a partir de amanhã, junto comigo, lideremos a harmonização dos paraenses para que, unidos, continuemos a caminha acelerada rumo ao desenvolvimento.

Sei que me criticaram – e até um assessor me advertiu – pelo fato de eu haver permitido, e até incentivado, a utilização da Bandeira e do Hino do Pará na campanha do “NÃO”. Dizem que a partir de agora a nossa sagrada Bandeira e o nosso Hino não pertencem mais a todo o povo paraense, mas a uma facção, inclusive aqui na área metropolitana, tamanha foi a associação da campanha do NÃO com a Bandeira e o Hino de todos os paraenses.


A Bandeira e o Hino do Pará não pertencem apenas a uma facção, estes símbolos sagrados continuam e continuarão a pertencer a todos. Amanhã mesmo assinarei um decreto obrigando todas as escolas estaduais a hastearem a Bandeira e cantarem o Hino do Pará todos os dias, antes das aulas, a começar pelo Colégio Álvaro Adolfo da Silveira, de Santarém, onde os alunos nunca viram hasteada a nossa Bandeira ou cantaram o nosso Hino.


E que não retomem, os separatistas, esta luta inglória, para eles. Que não venham, pelo menos ainda durante o meu mandato, a reapresentar no Congresso os projetos malfadados do SIM. Dirijo-me àqueles que levaram ao Congresso Nacional o abaixo-assinado com mais de 500 mil assinaturas, pedindo a realização deste plebiscito, sonhando que assim conseguiriam retalhar o Pará. Não retomem iniciativa tão depreciativa.


Igualmente não retomem as mentiras segundo as quais quase 70% dos recursos públicos do Estado do Pará são aplicados na Região Metropolitana de Belém, ficando muito pouco ou quase nada para investir nas regiões Oeste e Sul/Sudeste do Estado. Vocês se convenceram, durante a campanha, do que eu disse: que a partir de agora vou investir mais de 1 bilhão no que chamam de Tapajós e outro tanto no que chamam de Carajás. Assim, unidos, como sempre estivemos, caminharemos para retirar o Pará do rabo da fila entre os Estados mais pobres deste País. Não fizemos isso antes? Ora, ora, faremos agora, unidos para sempre!


Esqueçam também aquelas justificativas de que, ao menos no caso do Tapajós, a demanda por autonomia é antiga de século e meio. Isso é lorota! Isso é conversa de meia dúzia de aventureiros, a despeito daquelas mais de 500 mil assinaturas dos eleitores do Tapajós e Carajás remetidas ao Congresso em 2007.

Meus concidadãos, nesta hora grave da nossa história quero lhes assegurar que o nosso Pará continuará unido e que as regiões a que chamam generalizadamente de Tapajós e Carajás jamais sairão dos nossos limites territoriais, e isso foi explicitado hoje pela maioria dos disseram um solene NÃO aos outros milhões de paraenses que disseram SIM.
Paraenses, a vitória está assegurada!


Viva o NÃO para sempre!


Que a partir de hoje esta palavra tão bela e estimulante, o NÃO, seja a alma de todos os nossos ideais presentes e futuros. Mandarei um projeto à Assembléia Legislativa incluindo a palavra NÃO no pavilhão estadual, assim como também a inclusão de um sonoro NÃO no Hino do Pará. E com este símbolo, tão marcante na nossa história, construiremos o presente da forma como estamos construindo e assim, cantando e venerando o NÃO, partiremos rumo ao futuro! O NÃO agora pertence a todos os paraenses!


NÃO para sempre!


Palácio do governo, 11 de dezembro de 2011
Governador do Estado


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