sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Pilotos e comissários cancelam greve e aceitam aumento de 6,5%



Pessoal de terra nos aeroportos ainda discute paralisação em assembleia



São Paulo – A greve de aeronautas foi cancelada em todo o país, conforme decisão tomada em assembleias dos trabalhadores da categoria nesta quinta-feira (22). Eles aceitaram proposta de reajuste de 6,5%, apresentada pelas empresas aéreas na véspera. A paralisação estava prometida para começar às 23h desta quinta. No caso dos aeroviários, funcionários que atuam em terminais de passageiros, a assembleia não foi encerrada e a mobilização pode ser mantida.

A proposta aceita por pilotos e comissários de bordo é ligeiramente superior à inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ficou acumulada em 6,17%, em 12 meses, até novembro. Os sindicalistas afirmam que a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) de exigir que 80% dos trabalhadores permanecessem a postos reduziria o poder de pressão da greve. Na quarta, o ministro João Oreste Dalazen, presidente do TST, ainda fixou em R$ 100 mil por dia a multa em caso de descumprimento da determinação.


Gelson Fochesato, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, disse que a categoria não considera a proposta plenamente satisfatória, mas considera importante o avanço na correção do piso salarial e de direitos como auxílios refeição e alimentação (10% de reajuste).


Os trabalhadores, com data-base em 1º de dezembro, reivindicavam reajuste salarial de 10% e de 14% para os pisos. As negociações começaram mais cedo neste ano, em setembro, para tentar alcançar um acordo antes das festas de Natal e ano Novo. As empresas, até a semana passada, insistiam em propor reajuste de apenas 3%, menos da metade da inflação.

"Foram as empresas aéreas que nos empurraram para um negociação próxima do Natal, para nos culpar pelo (risco de) caos aéreo", protestou Fochesato. Para ele, as empresas tinham plenas condições de dar aumento maior, em função dos patamares de lucro obtidos. Para o próximo ano, o sindicalista promete buscar alternativas para evitar esse tipo de situação.


Movimentação em Congonhas


Na tarde desta quinta, havia fila para checkin em todas as empresas aéreas em Congonhas, exceto na Avianca. Apesar dos protestos das categorias e iminência de greve, a Infraero considera o movimento "normal" para o período de Natal.


A greve divide opiniões. A Rede Brasil Atual entrevistou três passageiros que estavam nas filas no aeroporto, e dois deles mostraram impaciência com a possibilidade de uma paralisação. "Ainda bem que não viajo mais tarde", ironizou Pedro Amadeu, de 33 anos de idade. "Só acho que eles poderiam não escolher datas festivas para parar os aeroportos", disse outra passageira, Rosa de Oliveira dos Santos, de 47, que embarcava para o Rio de Janeiro.

Somente Célia Aparecida, 37, foi solidária à causa dos aeronautas e aeroviários. Segundo ela, que diz acompanhar as notícias sobre o caso, as empresas têm sido "mesquinhas" com os funcionários. "A população não está por dentro da situação", disse.


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