Denúncias de fraude em privatizações contidas no livro despertam ira nos tucanos
São Paulo – O PSDB sinaliza que irá adotar a prática de que a melhor defesa é o ataque, e é com esse espírito que a cúpula do partido promete enfrentar as denúncias de corrupção presentes no livro A privataria Tucana, de Amaury Ribeiro Júnior, que revelam um bilionário esquema fraudulento presente no processo de privatização comandadas em 1998 pelo então ministro do Planejamento, José Serra, e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
O diretório nacional do PSDB divulgou nesta segunda-feira (12) nota disparando contra o que os tucanos chamam de “vergonhosa a indefensável e criminosa associação ocorrida entre deputados do PT e o falsário Nilton Monteiro com o objetivo de produzir e divulgar documentos falsos”. A denúncia referente à investida tucana foi publicada pela revista Veja, no sábado (10).
Se a artilharia peessedebista está preparada para o ataque, o mesmo parece não acontecer quando as acusações se voltam contra o partido. Até agora quase nenhuma figura tucana se pronunciou em defesa da legenda, à exceção do senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que qualificou o conteúdo do livro como “café requentado”, em entrevista à Terra Magazine.
Desde sexta-feira (9), quando o livro foi lançado, a reportagem procura em vão a assessoria de imprensa do PSDB para receber alguma explicação. Nesta segunda, o partido não soube informar se irá ou não se pronunciar sobre o caso.
Tucanos na mira
O livro que trouxe à tona as denúncias é produto de dez anos de investigação do autor, Amaury Ribeiro Jr. Ele reúne documentos sobre a venda de estatais principalmente durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, com destaque para o das telecomunicações.
Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil de 1995 a 1998 e ex-tesoureiro de campanha do PSDB, o ex-governador paulista e então ministro do Planejamento, José Serra, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, são três dos principais alvos. Pelo menos são os que saem mais maculados.
Ricardo Sérgio é apontado como "artesão" dos consórcios para a privatização – com suposto direito a bilionárias propinas por meio de escritórios nos Estados Unidos e em paraísos fiscais para lavar o dinheiro ao trazê-lo ao país. Já Serra tem sua filha, Verônica, e outros parentes elencados também como destino de dinheiro desviado, ainda segundo as conclusões do autor.
As informações também explicam a lavagem de dinheiro por meio do Banestado, banco público do Paraná, de 1996 a 2000. A obra também traz acusações contra o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, e a versão do jornalista sobre as acusações contra ele no caso dos supostos dossiês contra lideranças tucanas na eleição de 2010.
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