quinta-feira, 19 de abril de 2012

A Veja logo será O Cruzeiro




Houve um tempo em que O Cruzeiro era a flor do império de Assis Chateaubriand.


Terminou, como se sabe, reduzida a uma circulação pífia, vendido o título a um ex-colaborador do regime militar, Alexandre Von Baumgarten, e usada para obter vantagens do Governo.


Baumgarten, o coveiro da revista, terminaria ele próprio assassinado em circunstâncias obscuras, no que parece ter sido uma queima de arquivo dos anos finais da ditadura.


A Veja parece querer seguir o mesmo caminho, que começa muito antes da decadência das vendas e do faturamento.


Inicia-se da demolição do patrimônio maior de qualquer publicação: na demolição de sua credibilidade.


Ainda imperará, por bom tempo, dividindo com a Caras as salas de espera dos consultórios médicos e dentários.


Mas sua capacidade de pautar a mídia se foi.


A isnstalação da CPI do Cachoeira, sabe-se hoje um misto de fonte e editor de pauta da revista, exporá inevistavelmente as vísceras de uma ligação espúria.


Não haverá corporativismo midiático que possa omitir a revelação das cumplicidades entre ela e o esquema mafioso montado pelo bicheiro pelas TVs da Câmara e do Senado.


Puderam “segurar” a nota do presidente da Câmara, Marco Maia, denunciando os métodos totalitários da revista. Não publicarão nada sobre o fato de o tópico #Vejabandida ter sido o mais presente no Twitter durante o dia de ontem no Brasil e, aliás, em toda a rede mundial de computadores, como você vê na imagem.


Esse corporativismo não é mais capaz , nos tempos de internet de massa, de baixar uma cortina de silêncio sobre os fatos.


Não vão poder segurar o que surgirá na CPI, associando dezenas de matérias – inclusive a que iniciou a temporada de ministros no Governo Dilma – revelando que o esquema de arapongagem de Cachoeira vivia em simbiose com a pauta da revista, que se prestava à demolição dos esquemas que obstavam os apetites de Cachoeira e seus aliados.


É certo que a revista ainda fará muito barulho.


Quem é da roça sabe que certos bichos berram desesperadamente quando sentem que vão morrer.


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