Ao comentar a morte de um índio terena, num conflito com ruralistas,
blogueiro neocon lamenta que não seja mais possível produzir alimentos
"tendo de enfrentar os peles-verdes, os peles-vermelhas e os caras de
pau"; será apenas uma ameaça ou ele irá seguir o exemplo de Diogo
Mainardi, que foi para Veneza?
247 - O blogueiro Reinaldo Azevedo está cansado. Não
aguenta mais viver no Brasil, que ele chama de "Banânia". E ameaça
fugir. A gota d'água foi a morte de um índio terena. Mas não pela morte
em si. O blogueiro neocon lamenta que não seja possível produzir
alimentos no Brasil sem enfrentar os peles-vermelhas. Leia abaixo:
Reportagem publicada no Estadão deste sábado sobre o conflito entre
índios e forças policiais no Mato Grosso do Sul dá conta do surrealismo
legal, político e até moral em que se encontra a questão. Não! Não há
nada de errado com a reportagem de Daiene Cardoso e João Naves de
Oliveira. Está tudo tecnicamente no lugar. O que está desarrumado é o
Brasil. Reproduzo e comento alguns trechos. Acompanhem.
Muito bem! Agora que há um morto, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar uma reunião de emergência. Sábia decisão. Os cadáveres, no Brasil, têm o dom de apressar as autoridades. Desde que foi vaiada numa solenidade no Mato Grosso do Sul, a presidente percebeu que algo não ia bem por ali. E convocou a ministra Gleisi Hoffmann para pensar uma alternativa. Ela fez o seu trabalho e concluiu o óbvio.
A Funai, sozinha, não tem como cuidar da questão indígena. O problema de Mato Grosso do Sul é, aliás, uma criação do órgão, subordinado ao Ministério da Justiça. Em 2010, com o poder olímpico que lhe é conferido, a Funai decidiu ampliar a área considerada reserva indígena. E terras que não viam um penacho há mais de século passaram a ser revindicadas por índios de calça jeans e cocares comprados em camelôs, já que a maioria não caça nem pesca há muitas décadas.
Muito bem! Agora que há um morto, a presidente Dilma Rousseff decidiu convocar uma reunião de emergência. Sábia decisão. Os cadáveres, no Brasil, têm o dom de apressar as autoridades. Desde que foi vaiada numa solenidade no Mato Grosso do Sul, a presidente percebeu que algo não ia bem por ali. E convocou a ministra Gleisi Hoffmann para pensar uma alternativa. Ela fez o seu trabalho e concluiu o óbvio.
A Funai, sozinha, não tem como cuidar da questão indígena. O problema de Mato Grosso do Sul é, aliás, uma criação do órgão, subordinado ao Ministério da Justiça. Em 2010, com o poder olímpico que lhe é conferido, a Funai decidiu ampliar a área considerada reserva indígena. E terras que não viam um penacho há mais de século passaram a ser revindicadas por índios de calça jeans e cocares comprados em camelôs, já que a maioria não caça nem pesca há muitas décadas.
Releiam o trecho. Com orientação do Planalto, informa-se, a Funai
decidiu lastimar o decisão judicial, que garantiu a reintegração de
posse. Vai ver a Justiça fez isso porque, segundo a lei em vigor, a
fazenda Buriti tem dono. A Funai resolveu declarar a terra área
indígena, mas, por enquanto, a lei diz que ela pertence à família Bacha,
que está lá há quase… NOVENTA ANOS!
Atenção! Tão logo a Funai e os padres de tacape do Cimi (Conselho
Indigenista Missionário) perceberam que a mamata poderia acabar e que
outros setores do governo passariam a acompanhar a questão, as invasões
começaram a se acelerar, num claro trabalho de sabotagem. É bom lembrar
que um dos responsáveis por incentivar a guerra de índios contra
proprietários é Paulo Maldos, assessor de Gilberto Carvalho e ex-marido
da atual presidente da Funai. Esse tal é o encarregado do “diálogo” com
movimentos sociais. Há quem já o tenha ouvido dizer que não descansa
enquanto as reservas indígenas não ocuparem pelo menos 25% do território
brasileiro. Hoje, pouco mais de 300 mil índios já se adonam de 13% do
Brasil. Em 27,7%, estepaiz, como diria aquele, produz a carne e os
alimentos que engordam os nossos pobres e salvam o país da bancarrota.
Agora leiam isto.
É mesmo o fim do mundo. Notem como o legal e o ilegal se estreitam
num abraço insano, e parece já não haver mais a diferença entre uma
coisa e outra. Então os índios querem saber se a bala pertence à polícia
ou a um dos seus, numa admissão clara, que já não é mais nem tácita, de
que estavam armados mesmo e de que atiraram. Ou por outra: eles
decidiram invadir uma área que a Justiça diz que ainda não lhes pertence
de trabuco na mão. Muito bem! Digamos que a bala pertença à Polícia
Federal ou à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul. E daí? Que se faça a
devida apuração, mas o fato é as duas integram o sistema de segurança
que tem o direito legal ao uso da força. E se a bala tiver partido da
arma de algum índio? Aí acontece o quê? Nada! Sigamos, que os absurdos
vão se adensar.
Há um monte de coisas sendo informado acima, embora vocês são estejam
lendo. Então desentranho o que ali vai. De saída, pode-se dizer que,
evidentemente, empregou-se um número de homens insuficiente para cumprir
a ordem judicial. Como se nota, o confronto produziu um morto, mas a
ação foi ineficaz. Os índios desocuparam a área e a reocuparam em
seguida, numa tática que o MST costuma usar, embora prefira, no mais das
vezes, evitar o choque armado. Invade, vem a decisão judicial, eles
saem, mas voltam — e aí é preciso haver uma nova ordem de reintegração
de posse.
Atenção! Os índios não foram desarmados, nem os que participaram do conflito nem os que não participaram. Isso quer dizer que se estabelece, assim, um novo limiar para os conflitos nessa natureza: passarão a ser exercidos a bala mesmo. Coletes dos policiais foram atingidos por tiros. Não fosse a proteção especial, poderia ter morrido mais gente.
Cardozo, o Garboso, a cuja pasta está subordinada a Funai, participou da reunião. Também a Polícia Federal é sua subordinada. E é ele quem decide quando é necessário o uso da Força Nacional de Segurança, que pode oferecer ao governo do estado. A questão indígena é de competência federal, e o ministro não precisaria nem mesmo da concordância do governador para apelar a esse recurso.
Associo o ministro, pela pose, àqueles cavalos de parada de solenidades cívicas — que não servem para corrida, tração, montaria, nada mesmo; só desfile. Apareceu no Jornal Nacional, mas para falar sobre a segurança do Maracanã, a Copa das Confederações, esses assuntos mais alegres. Os proprietários rurais, que estão sendo esbulhados, e índios, que estão sendo manipulados por lideranças suspeitas, de cara pálida ou não, que se danem! Por enquanto, só a ministra Gleisi Hoffmann parece ter percebido o tamanho do problema. Tentou atuar. Isto afirmo eu: foi sabotada pela Funai, pela Secretaria-Geral da Presidência (por intermédio de Paulo Maldos, homem de Gilberto Carvalho) e, como sempre, pelos padres de tacape, que substituíram o Cristo na Cruz pelo trovão. No momento, está em curso uma luta armada no país!
Como a lei não se cumpre mesmo e como a Funai e os padres pintados de urucum fazem o que bem entendem, então resta invadir outras fazendas, criando as situações de fato. Atenção! O Brasil é um dos poucos países do mundo em que uma invasão ilegal de propriedade não pode ser resolvida pela força policial. Por aqui, é necessário que a Justiça determine a reintegração de posse. Os ditos “progressistas” acham pouco. Eles querem que, antes dessa decisão do juiz, haja ainda uma outra instância de negociação, que reúna representantes dos invasores e dos invadidos, que então se igualariam, ambos como partes legítimas da contenda. É… No país em que o uso legítimo e o ilegítimo de armas letais se misturam, faz sentido não distinguir proprietário de invasor, certo?
Vamos fechar Banânia! Os brancos voltamos para a Europa; os amarelos, para a Ásia, os negros, para a África. Os mestiços podem tentar negociar — talvez servir de mão de obra escrava aos “racialmente puros”, sei lá… Vamos devolver ao Brasil aos índios, deixando as vastas solidões para menos de um milhão de pessoas e para os sapos, as pererecas e os bagres da Marina Silva. A propósito: por que os ambientalistas fazem questão de ignorar a óbvia degradação do meio ambiente nas reservas indígenas? Já sei: ambientalista bom é aquele que briga com o agronegócio — ou não aparece nenhuma ONG estrangeira, geralmente ligada a produtores rurais americanos ou europeus, para financiá-los, né? Como, em regra, os índios não produzem nada e não precisam competir com ninguém — vivem de cesta básica, Bolsa Família e extração ilegal de madeira e minérios —, por que mexer com eles?
Chega de Banânia! Vamos embora deste lugar, gente! Não é que não haja por aqui um povo empreendedor. Mas é chato esse negócio de tentar produzir comida tendo de enfrentar os peles-verdes, os peles-vermelhas e os caras de pau.
Atenção! Os índios não foram desarmados, nem os que participaram do conflito nem os que não participaram. Isso quer dizer que se estabelece, assim, um novo limiar para os conflitos nessa natureza: passarão a ser exercidos a bala mesmo. Coletes dos policiais foram atingidos por tiros. Não fosse a proteção especial, poderia ter morrido mais gente.
Cardozo, o Garboso, a cuja pasta está subordinada a Funai, participou da reunião. Também a Polícia Federal é sua subordinada. E é ele quem decide quando é necessário o uso da Força Nacional de Segurança, que pode oferecer ao governo do estado. A questão indígena é de competência federal, e o ministro não precisaria nem mesmo da concordância do governador para apelar a esse recurso.
Associo o ministro, pela pose, àqueles cavalos de parada de solenidades cívicas — que não servem para corrida, tração, montaria, nada mesmo; só desfile. Apareceu no Jornal Nacional, mas para falar sobre a segurança do Maracanã, a Copa das Confederações, esses assuntos mais alegres. Os proprietários rurais, que estão sendo esbulhados, e índios, que estão sendo manipulados por lideranças suspeitas, de cara pálida ou não, que se danem! Por enquanto, só a ministra Gleisi Hoffmann parece ter percebido o tamanho do problema. Tentou atuar. Isto afirmo eu: foi sabotada pela Funai, pela Secretaria-Geral da Presidência (por intermédio de Paulo Maldos, homem de Gilberto Carvalho) e, como sempre, pelos padres de tacape, que substituíram o Cristo na Cruz pelo trovão. No momento, está em curso uma luta armada no país!
Como a lei não se cumpre mesmo e como a Funai e os padres pintados de urucum fazem o que bem entendem, então resta invadir outras fazendas, criando as situações de fato. Atenção! O Brasil é um dos poucos países do mundo em que uma invasão ilegal de propriedade não pode ser resolvida pela força policial. Por aqui, é necessário que a Justiça determine a reintegração de posse. Os ditos “progressistas” acham pouco. Eles querem que, antes dessa decisão do juiz, haja ainda uma outra instância de negociação, que reúna representantes dos invasores e dos invadidos, que então se igualariam, ambos como partes legítimas da contenda. É… No país em que o uso legítimo e o ilegítimo de armas letais se misturam, faz sentido não distinguir proprietário de invasor, certo?
Em outro texto do Estadão, de Roldão Arruda, desta feita
francamente favorável aos índios e hostil aos proprietários rurais,
postos no mesmo saco de gatos de madeireiros e posseiros e tratados como
sabotadores do nobre trabalho da Funai, informa-se que há 359
territórios indígenas completamente definidos e que 45 outros já foram
homologados pela Presidência. O conflito de Sidrolândia pertence a um
outro grupo de 212 territórios onde as demarcações estão sendo
discutidas. Para por aí? Não! Há mais 339 pedidos de demarcação. Vejm
bem, leitor amigo: aquelas 359 áreas já resolvidas correspondem a 13% do
território brasileiro. Caso se façam todas as vontades, a elas se
acrescentariam, por enquanto, outras… 596!!! Depois falta resolver o
problema dos quilombolas…
As reivindicações todas, claro!, miram terras produtivas. Relembro
um número que já dei aqui: descontadas as áreas de preservação
permanente — sim, também será preciso contemplar a fúria demarcatória
dos ambientalistas —, toda a pecuária e toda a agricultura brasileira
são produzidas em 27,5% do território brasileiro — pouco mais do dobro
do que se destina hoje às reservas indígenas, onde não se produz um pé
de mandioca. Quem frequenta praias do Litoral Norte, em São Paulo, passa
à beira de uma reserva indígena, às margens da rodovia Rio-Santos. Os
guerreiros estão com suas barraquinhas armadas à beira da estrada,
vendendo palmito, ilegalmente extraído, e bromélias… É o que a Funai
entende por preservação dos povos tradicionais…
Vamos fechar Banânia! Os brancos voltamos para a Europa; os amarelos, para a Ásia, os negros, para a África. Os mestiços podem tentar negociar — talvez servir de mão de obra escrava aos “racialmente puros”, sei lá… Vamos devolver ao Brasil aos índios, deixando as vastas solidões para menos de um milhão de pessoas e para os sapos, as pererecas e os bagres da Marina Silva. A propósito: por que os ambientalistas fazem questão de ignorar a óbvia degradação do meio ambiente nas reservas indígenas? Já sei: ambientalista bom é aquele que briga com o agronegócio — ou não aparece nenhuma ONG estrangeira, geralmente ligada a produtores rurais americanos ou europeus, para financiá-los, né? Como, em regra, os índios não produzem nada e não precisam competir com ninguém — vivem de cesta básica, Bolsa Família e extração ilegal de madeira e minérios —, por que mexer com eles?
Chega de Banânia! Vamos embora deste lugar, gente! Não é que não haja por aqui um povo empreendedor. Mas é chato esse negócio de tentar produzir comida tendo de enfrentar os peles-verdes, os peles-vermelhas e os caras de pau.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/103838/Reinaldo-anuncia-vai-fugir-de-Ban%C3%A2nia.htm
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