Presidente do PT fez um balanço positivo das reações da presidente da
Republica após a onda de protestos que ganhou o país. Além disso, após
divulgação de documento no último sábado, em reunião do Diretório
Nacional, petista pediu alteração da parte em que partido prevê disputa
presidencial em 2014 em segundo turno. Segundo ele, a redação não era
"prenúncio", mas a constatação de que "toda eleição majoritária tem dois
turnos"
247 – O presidente do PT, Rui Falcão, disse que após
as manifestações de rua que ganharam o país, a presidente Dilma
Rousseff mudou de atitude. Segundo ele, ela passou a ouvir mais a
sociedade e a base aliada, e do PT, que se aproximou dos movimentos
sociais e brecou as negociações em torno das alianças nos Estados para a
eleição de 2014.
Em entrevista ao Valor, Falcão afirma também que a presidente Dilma
terá palanque em todas as unidades da Federação, num movimento que põe
sob pressão os seis Estados governados pelo PSB, cujo presidenciável é o
governador de Pernambuco Eduardo Campos. Ou seja, nestes Estados, se o
PSB lançar um candidato a governador, ele deverá apoiar Dilma ou ficar
neutro.
No último sábado, o partido se reuniu no Diretório Nacional para
declarar apoio ao projeto de reeleição da petista, mas também para
elaborar um texto em que pede reformas no governo. Na segunda-feira, no
entanto, Falcão pediu alterações no documento.
"Sabemos ter pela frente um período de intensa luta política e
ideológica, incluindo aí dois turnos de eleições presidenciais, para
governo, Senado, deputados federais e estaduais", dizia o texto.
Por orientação de Falcão, a expressão será retirada. Segundo ele, a
redação não era "prenúncio de que haverá dois turnos", mas a constatação
de que "toda eleição majoritária tem dois turnos".
Leia trechos da entrevista concedida ao Valor:
Eduardo Campos candidato
Primeiro esta possibilidade não está posta ainda, mas o que nós vamos
estabelecer - e já estabelecemos - é que em todos os Estados haverá
pelo menos um palanque para a candidatura da Dilma. Pelo menos um. Em
outros lugares, pode ter dois, três. Nunca um Estado sem palanque.
A Dilma terá palanque em todos os Estados. Tire suas conclusões...
Renato Casagrande
O governador do Espírito Santo [Renato Casagrande] me procurou para
dizer que, mesmo que Eduardo Campos seja candidato - não fui eu que o
procurei, foi ele que me procurou - vai ter palanque para a Dilma lá.
Não disse que vai apoiar a Dilma, mas que a Dilma vai ter palanque. O
vice-governador hoje é do PT. E não disse que vai ter palanque do
Eduardo Campos. Ele não fará palanque para ninguém. Porque ele vai estar
comprometido com o PT, com o PMDB e tal.
Alexandre Padilha
O diretório estadual quer ter uma definição de candidaturas até 10 de
agosto. Vai realizar inclusive encontro em Bauru, nos dias 8 e 9. Acho
que eles gostariam, neste prazo, de ter uma solução. Tudo estava
encaminhando para que o ministro Padilha fosse o nosso candidato, pela
qualidade dele e pelo tipo de adesão que ele já conquistou em São Paulo.
Com as manifestações, houve uma espécie de interrupção, não só da
definição de São Paulo mas também do movimento de consolidação de
alianças em outros Estados.
Lindbergh Farias
Não estamos retomando com outras candidaturas. Por exemplo: o pessoal
parou de falar da candidatura do [senador] Lindbergh [Farias], se vai
retirá-la, se não vai retirá-la... Nós sempre falamos que é uma
candidatura para valer. Irreversível. O que as manifestações afetaram a
candidatura Lindbergh? Afetaram positivamente. No caso do Padilha, nem
positivamente, nem negativamente.
Dilma Rousseff após protestos
Depois das manifestações, ela iniciou uma série de contatos e
audiências, com vários setores da sociedade, com os partidos políticos e
com o próprio PT também. Se reclamação pudesse haver, seria ao período
anterior. Não agora, que os contatos têm sido diários. Na sexta-feira
mesmo, ela esteve com o movimento negro, com setores empresariais, mas
já havia recebido o pessoal do campo, dos movimentos dos sem-terra, de
moradia, de juventude, da comunidade LGBT, a coordenação da bancada do
PT, os presidentes dos partidos.
Eu acho que ela, como sempre ouviu, passou a ouvir mais ainda. E nos
disse, agora na carta ao diretório nacional, que além de ouvir é preciso
fazer.
Plebiscito
Não considero a questão liquidada. Temos a possibilidade do decreto
legislativo, com 171 assinaturas, os prazos são viáveis, e você pode
colocar, seja pelo Congresso, seja por iniciativa popular, que o
plebiscito consulte a população se ela quer ou não a Constituinte
exclusiva.
Na nossa proposta de emenda [à Constituição] por projeto de
iniciativa popular, que está na praça desde 1º de maio, um dos itens é a
convocação de uma Constituinte exclusiva. O [ex-presidente] Fernando
Henrique, em 1998, propôs uma Constituinte exclusiva - depois foi
dissuadido - para as reformas tributária, política e do Judiciário.
Itamar propôs também. Então, você não convoca Constituinte só em
momentos de ruptura.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/109320/Falc%C3%A3o-do-PT-diz-que-Dilma-passou-a-ouvir-mais.htm
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