O senador Demóstenes Torres, perversa e dissimuladamente, fez o ingênuo e esperançoso eleitorado acreditar que ele era um "médico" capaz de prescrever eficientes remédios contra a corrupção. Entretanto, escutas da Polícia Federal - que flagraram nebulosos e estarrecedores diálogos entre Demóstenes e o bicheiro Carlinhos Cachoeira - mostraram que o "médico" é tão somente um "monstro" devorador da ética e do decoro. Vale para o enlameado senador uma das enérgicas falas do capitão Nascimento, no filme Tropa de Elite: "Pede pra sair!"
Quando o tucano Marconi Perillo vai ser investigado?
De acordo com o jornal O Globo, o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o bicheiro Carlinhos Cachoeira tiveram pelo menos três encontros, dois deles intermediados pelo senador Demóstenes Torres (de Goiás, sem partido), como admitiu ontem o próprio governador.
O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), e o bicheiro Carlinhos Cachoeira tiveram pelo menos três encontros, dois deles intermediados pelo senador Demóstenes Torres , como admitiu ontem o próprio governador. Os tentáculos da rede do contraventor chegaram ao gabinete de Perillo, onde uma assessora direta recebia de Cachoeira informações sobre operações da Polícia Federal. A chefe de gabinete do governador, Eliane Gonçalves Pinheiro, flagrada por escutas da Operação Monte Carlo da PF, que levou Cachoeira à cadeia, pediu ontem demissão do cargo.
Marconi Perillo admitiu conhecer o bicheiro e ter se encontrado com ele por três vezes em "reuniões festivas" - uma delas na casa de Demóstenes Torres . O governador disse que confia na agora ex-chefe de gabinete, Eliane Gonçalves Pinheiro, mas aceitou ontem a demissão dela. As afirmações foram feitas ontem, em entrevista à TV Anhanguera, de Goiás.
A chefe de gabinete do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), pediu demissão na noite de anteontem, depois de ter sido procurada pela imprensa para dar explicações sobre conversas telefônicas dela com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Na carta em que anunciou sua saída do governo de Perillo, Eliane Gonçalves Pinheiro alega ser vítima de um equívoco e se diz injustiçada pela imprensa. Segundo ela, a Eliane que troca torpedos pelo celular com Cachoeira e que conversa como velhos conhecidos com o bicheiro seria outra pessoa, mas a Polícia Federal a identifica pelo número do CPF e também pelos celulares e pelo rádio Nextel utilizados nas conversas
Também ontem, o presidente do Detran, Edvaldo Cardoso, pediu demissão. Ele foi indicado para o cargo pelo grupo do senador Demóstenes Torres (sem partido). Cardoso é genro do ex-prefeito da Cidade de Goiás Boadyr Veloso, ex-sócio de Cachoeira, assassinado em 2008 quando deixava uma casa de jogos irregular.
Nas interceptações telefônicas feitas com autorização judicial, Eliane Gonçalves Pinheiro é avisada pelo bicheiro sobre uma ação da Polícia Federal que seria desencadeada em 13 de maio do ano passado e que tinha como objetivo combater um esquema de fraudes contra a Receita Federal em diversos estados, incluindo Goiás. Cachoeira informa Eliane sobre prefeituras que estariam na lista da PF. Em determinado momento, Cachoeira pergunta se ela falou para o "maior"-- (Uma referencia a Marconi Perillo?). Eliane confirma que avisou a pessoa citada, e informa, inclusive, que estava ao lado dela.
Na nota divulgada sobre sua demissão, Eliane confirma que conhece o bicheiro, mas diz que se trata de "vínculos de amizade que considero exclusivamente pessoais". Ela trabalhava com Perillo desde 2003.
Em Brasília, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) decidiu afastar dois servidores que teriam participado do processo de reconhecimento da demarcação da fazenda Gama, localizada ao lado do aeroporto da cidade, em abril do ano passado. Gravações da Polícia Federal durante investigação sobre Carlinhos Cachoeira apontam que ele teria pagado propina a servidores do Incra para conseguir a liberação das terras, segundo noticiou o jornal "Folha de S.Paulo".
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