Por Altamiro Borges
Nesta semana, o PT sinalizou que reagiria à ofensiva da
direita midiática e partidária contra o ex-presidente Lula. O líder da sigla na
Câmara Federal, Jilmar Tatto, conseguiu aprovar na Comissão Mista de Controle
das Atividades de Inteligência um “convite” para que o chefão dos tucanos, FHC,
preste esclarecimentos sobre a temida “Lista de Furnas” – documento que revela
o desvio de recursos da estatal mineira para candidatos do PSDB. Ele também
anunciou que o partido investiria na criação da CPI da Privataria Tucana.
conversa com o blog, Walter Pinheiro (BA) censurou: ‘A comissão traz a inteligência no nome, mas agiu com burrice’. Pinheiro se articula com outros líderes governistas – à frente Renan Calheiros, do PMDB— para ‘repor as coisas nos seus lugares’. Como assim? ‘Esse ato tem que ser revogado’”, relata Josias.
Ausência de estratégia das esquerdas
A informação, se confirmada, evidencia a ausência de uma
estratégia para fazer frente à nova investida da oposição demotucana e de sua
mídia para desconstruir a imagem do ex-presidente Lula – e, na sequência, para
fragilizar o governo de Dilma Rousseff. Enquanto o PSDB, o DEM e o PPS requerem
a abertura de investigações contra o líder petista, com base nas denúncias
requentadas do publicitário Marcos Valério, as forças de esquerda, em especial
o PT, mostram-se acuadas e confusas. Cada um dá tiro para um lado.
Alguns setores pregam que é preciso reagir à altura,
desmascarando o falso moralismo udenista da direita. Eles avaliam que está em
curso uma onda denuncista para derrotar o projeto político inaugurado por Lula.
Ela teve início com o midiático julgamento no STF do “mensalão petista”;
prosseguiu com a tentativa de vincular o ex-presidente a Rosemary Noronha,
ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo; e agora ganhou
novo fôlego com as acusações sem provas do condenado Marcos Valério.
"Birra inconsequente" de quem?
Já outros setores querem evitar o confronto político e defendem
a busca da conciliação e da paz universal. “Não podemos permitir que fique a
impressão de que a atividade política virou uma birra inconsequente”, teria dito
Walter Pinheiro ao blogueiro da Folha. Mas de quem é a “birra inconsequente”? Dos
setores que apoiam Lula e Dilma ou das forças de direita que perderam as três
últimas eleições presidenciais e não abandonaram as suas táticas agressivas?
Afinal, quem está agindo com “burrice”?
A direita midiática e partidária já deixou explícito que não
abandonará sua estratégia demolidora, sua “birra inconsequente”. Ela não tem
outra saída, é uma questão de vida ou morte. Sem programa e sem nomes fortes –
o cambaleante Aécio Neves não convence nem os tucanos –, ela só tem o discurso
moralista como arma. Como no passado, a direita mais suja do que pau de
galinheiro vai insistir no falso discurso ético. Ela também apostará no quanto
pior, melhor – no caos econômico. Mas não tem segurança sobre esta hipótese.
Já as forças de sustentação do governo estão
na defensiva. Durante o julgamento do “mensalão”, a visão pragmática, que se
exacerba em períodos eleitorais, acabou vingando e a reação à politização do
processo foi tímida – para não dizer inexistente. Agora, com o tiroteio
deflagrado a partir do caso Rosemary e das acusações do chefe do valerioduto,
até se esboçou uma reação. Mas ainda há muita gente que vacila e teme o
confronto, que prefere os conchavos de bastidores à politização da sociedade.
Lamentável!
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/12/fhc-lula-o-pt-e-burrice.html
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