Ao citar ditadura em discurso, Aécio fala em ‘revolução de 64′
DOS ENVIADOS A SANTOS, da Folha de S. Paulo
Em discurso no Congresso Paulista de municípios nesta quinta-feira,
em Santos (SP), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tratou o golpe que
instalou a ditadura militar no Brasil como ‘revolução de 64′.
O termo é normalmente utilizado por militares que negam ter havido ditadura militar no país de 1964 a 1985.
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) fala com prefeitos sobre a Federação
Brasileira, durante o 57º Congresso Paulista de Municípios, em Santos,
Aécio fez a referência ao recapitular períodos históricos do país,
quando falava sobre concentração de poder no governo federal.
Na sequência de seu discurso, o tucano criticou a atual administração
nacional. “Hoje vivemos quase um Estado unitário, todas as medidas que
têm buscado recuperar a receita para Estados e municípios não têm
encontrado acolhida no governo federal”, afirmou.
O senador afirmou ainda que o modelo centralizado de gestão da União “favorece desvios”.
“Quanto mais descentralizado, mais bem gasto é o dinheiro. Quanto
mais centralizado, maior o desperdício, para não dizer os desvios.”
O mineiro foi tratado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) “exemplo
de estadista para São Paulo e para o Brasil”. “É um dois homens
públicos que eu diria vocacionado para servir o nosso país.”
Principal nome hoje do PSDB para concorrer ao Planalto, Aécio ganhou
recentemente apoio da ala paulista da sigla para seguir com sua
pré-candidatura.
Aécio é neto de Tancredo Neves, eleito indiretamente para ser o
primeiro presidente pós-ditadura, em um período de transição para a
democracia no país. Tancredo, no entanto, morreu antes de assumir o
cargo.
Questionado após o evento sobre o motivo de escolher o termo
revolução para se referir ao golpe, Aécio adotou um discurso crítico ao
período.
“Ditadura, revolução, como quiserem [chamar]. É um regime autoritário
que lutamos muito para que fosse vencido. Eu tenho muito orgulho de
pelo menos participar do finalzinho da luta para a reconquista da
democracia no Brasil. Uma ditadura que nós não queremos que se repita.”
USP
Caso semelhante ocorreu há dois anos em uma obra na USP (Univesidade
de São Paulo). Uma placa que indicava a construção de um monumento em
homenagem aos mortos e desaparecidos da ditadura chamava o golpe militar
de “revolução de 1964″.
A construção era uma parceria entre a universidade e Secretaria de
Direitos Humanos da Presidência. Após a polêmica, a placa foi retirada.
(PAULO GAMA E LUIZA BANDEIRA)
http://www.viomundo.com.br/politica/aecio-trata-como-revolucao-de-64-o-golpe-que-instalou-a-ditadura-no-brasil.html
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