Nota à imprensa
O Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República repudia veementemente matéria publicada hoje no Estado de S.Paulo insinuando que o governo faça vigilância sobre movimentos sindicais dos portuários no estado de Pernambuco.
É mentirosa a afirmação de que o GSI/Abin tenha montado qualquer
operação para monitorar o movimento sindical no Porto de Suape ou em
qualquer outra instituição do país. O GSI lamenta ainda a utilização
política do tema, questionando a quem interessa tal tipo de
interpretação neste momento.
Todo o trabalho do GSI e da Abin está amparado pelas Leis 9.883, de
1999, que criou o Sistema Brasileiro de Inteligência e a Abin como seu
órgão central, e 10.683, de 2003, que estabelece ser do GSI a
coordenação da inteligência federal. Sua atuação vem se pautando por uma
ação institucional e padronizada, como ocorre em todos os sistemas
democráticos.
Em nenhum momento o governo determinou ao GSI/Abin qualquer ação
relativa ao tema referido na irresponsável reportagem do jornal.
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República
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Abin monitora movimento sindical no Porto de Suape
O Palácio do Planalto montou uma operação para monitorar a
movimentação sindical no Porto de Suape, em Pernambuco, principal ponto
de tensão entre a presidente Dilma Rousseff e o governador Eduardo
Campos (PSB). Coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e
executada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), a ação teve
início há cerca de um mês.
Possível candidato à Presidência da República no ano que vem, Campos
lidera o movimento opositor à medida provisória dos Portos, que, entre
outras mudanças, retira a autonomia dos Estados de licitar novos
terminais de carga. O governador pernambucano tem realizado uma série de
reuniões com sindicalistas. Na pauta dos trabalhadores está, inclusive,
a possibilidade de uma greve geral contra a medida.
A operação classificada como “Gerenciamento de Risco” foi
desencadeada no Sistema Brasileiro de Inteligência (Sisbin) e tem como
foco justamente essa possível greve geral. Por isso, o governo disparou a
operação para monitorar mais de perto os passos dos estivadores e a sua
capacidade de irradiar, a partir de Pernambuco, paralisações nos portos
brasileiros, algo que poderá trazer alto desgaste político.
A ação envolve uma equipe de infiltrados no Porto de Suape e a
produção de relatórios de inteligência repassados ao general José Elito
Carvalho Siqueira, que tem a atribuição de compartilhar informações
“sensíveis” com a Presidência da República. A prioridade dada ao caso
repercutiu na rotina do trabalho da Abin: os agentes envolvidos passaram
a ocupar uma sala separada na agência de inteligência.
Simultâneo
A cronologia da operação é simétrica à movimentação política de
Campos contra a MP dos Portos. No início de março, o governador se
encontrou com a direção da Força Sindical. Na semana anterior, já tinha
se reunido com a Intersindical Portuária de Pernambuco, composta pelos
sindicatos dos Estivadores nos Portos; dos Trabalhadores Portuários; dos
Arrumadores Portuários; e dos Conferentes de Carga e Descarga. Um
governador do PSB, aliado de Campos também na oposição à MP, tem dito
nos bastidores que o colega “pode parar o Brasil e o governo sabe bem
disso”.
Um mês antes de deflagrada a operação em Suape, portuários de Santos
chegaram a invadir um navio chinês para protestar contra a MP. O
episódio, porém, não alterou a rotina do GSI. O maior porto brasileiro
continuou a ser monitorado superficialmente pela inteligência do
governo, “etiquetado” junto com os movimentos sociais na operação
Mosaico – um painel eletrônico e atualizado diariamente com 700
cenários. As informações da Mosaico não são sigilosas e servem apenas
para orientar a presidente e alguns ministros. As informações são do
jornal O Estado de S. Paulo.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/dilma-diz-que-materia-do-estadao-e-mentirosa-e-irresponsavel.html
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