Por Altamiro
Borges
A revista CartaCapital desta semana não coloca em suspeição apenas o ministro Gilmar Mendes, do STF. Ela envolve outros figurões como beneficiários do esquema de caixa dois montado pelo publicitário Marcos Valério para a campanha da releição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais, em 1998. Segundo a matéria, o tucano declarou na época ter gasto R$ 8 milhões. Documentos indicam, porém, que o valor superou R$ 104,3 milhões. "Há um abismo entre a contabilidade oficial e a paralela", conclui a revista.
A revista CartaCapital desta semana não coloca em suspeição apenas o ministro Gilmar Mendes, do STF. Ela envolve outros figurões como beneficiários do esquema de caixa dois montado pelo publicitário Marcos Valério para a campanha da releição de Eduardo Azeredo (PSDB) ao governo de Minas Gerais, em 1998. Segundo a matéria, o tucano declarou na época ter gasto R$ 8 milhões. Documentos indicam, porém, que o valor superou R$ 104,3 milhões. "Há um abismo entre a contabilidade oficial e a paralela", conclui a revista.
Deste montante, R$ 185 mil teriam ido parar nas mãos de Gilmar Mendes. Um
pacote com os documentos de quase 30 páginas, que contam com a lista em ordem
alfabética e os comprovantes bancários, foi entregue na última quinta-feira à
Polícia Federal de Minas Gerais, à delegada Josélia Braga da Cruz. Os pagamentos
teriam sido feitos pela empresa SMP&B Comunicação, de Marcos Valério, por
meio do Banco de Crédito Nacional e do Banco Rural, cujos diretores são réus do
chamado "mensalão do PT", processo que começa a ser julgado em 2 de agosto no
Supremo Tribunal Federal, inclusive por Gilmar Mendes.
Abril recebeu recursos do valerioduto?
Mas o "relatório de movimentação
financeira da campanha à reeleição do governador Eduardo Brandão de Azeredo",
publicado pela CartaCapital, vai além ao listar outros nomes. Nele se encontra
uma declaração de Marcos Valério, que se coloca, no papel registrado em
cartório, como principal coordenador financeiro do caixa dois de Eduardo
Azeredo. A lista do famoso "valerioduto" inclui a Editora Abril, com
destinatária de R$ 49,3 mil, e o Grupo Abril, que teria abocanhado outros R$
49,5 mil.
Ambas são do empresário Roberto
Civita, o chefão da Veja. Será por este motivo que a revista faz tanto
estardalhaço sobre o "mensalão do PT", mas evita tratar do "mensalão
tucano"?
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