Será que esse cara é normal? Custo muito a acreditar.
Por isso mesmo, ao receber de Andressa Mendonça
a insinuação de que o jornalista Policarpo Júnior, chefe de Veja em Brasília,
preparara um dossiê contra ele, o juiz Alderico determinou a prisão de Andressa
– e ela só foi libertada após garantir o pagamento de uma fiança de R$ 100
mil.
No entanto, segundo o blogueiro Reinaldo
Azevedo, primeiro personagem da Abril a se pronunciar sobre o caso, tudo não
passa de uma tramoia para colocar a revista no banco dos réus – como seria o
desejo da “máfia mensaleira”. Seu texto, publicado há poucos instantes, permite
duas leituras. Ou o juiz Alderico Santos faz parte dessa conspiração contra Veja
ou Andressa teria bolado uma jogada para envolver a revista no escândalo e,
assim, aliviar a situação do seu marido. Um estranho acordo
em que ela perderia R$ 100 mil. Leia, abaixo, o texto de Reinaldo:
Faz dois dias, veio a público aquilo que deveria ser uma “bomba” contra Gilmar Mendes: uma suposta lista de gente que teria recebido propina de Marcos Valério. A estrovenga teria sido elaborada em março de 1999 e, pasmem!, assinada por Marcos Valério. Vale dizer: o empresário não só admitiria o crime — no caso, corrupção ativa — como ainda assinaria embaixo. Gilmar aparece ali, em março de 1999, como titular da AGU. Ele só foi indicado para o cargo em janeiro do ano seguinte. Na lista, também está o agora senador Delcídio Amaral (MS), um petista. Mas não um petista qualquer: foi presidente da CPMI dos Correios, que apurou uma boa parte da lambança dos mensaleiros. Em 99, ele nem havia se candidatado ainda a cargo eletivo. Por que alguém se interessaria em, digamos, comprá-lo? Isso fala sobre a seriedade da lista. A “bomba” falhou. Armada por ineptos.Já expliquei isso aqui:Mendes, antes de ser ministro da AGU, prestou relevantes serviços ao governo Itamar e FHC.Delcidio, antes de se filiar ao PT, desempenhou cargos relevantes no governo FHC.Portanto, esse argumento tosco do comedor de bola de Cahoeira não cola.
O artefato explosivo desta segunda envolve
Andressa, a mulher de Carlinhos Cachoeira, e o juiz federal
Alderico Rocha Santos. A história que veio a público, se verdadeira fosse,
atingiria em cheio a imagem da VEJA e do jornalista Policarpo Júnior. Mas se
trata, evidentemente, de uma armação estúpida. Quem está por trás e com quais
propósitos, é algo que terá de ser apurado na instância adequada. Vamos ver. A
história já começa toda errada.
Segundo Rocha Santos, Andressa insistiu em
falar com ele mesmo sem a presença dos seus (dela) advogados. Tanto ela fez,
diz, que ele acabou concordando. Já aí, dados os antecedentes da turma, não é
doutor?, está dando um primeiro mau passo. Mas ele se precaveu. Só aceitou
receber Andressa na presença de uma assessora sua. Tá. Digamos. No curso do
bate-papo, ela alega que tem questões pessoais a tratar, que dizia respeito à
sua vida pessoal. Solicitou que a assessora saísse, com o que o doutor Rocha
Santos concedeu.
O segundo mau passo — este, então, impensável.
Se não me engano, e não me engano, este juiz substitui um outro, que se disse
ameaçado pela quadrilha de Cachoeira. Considerando que o doutor Rocha Santos não
é consultor sentimental, não é conselheiro matrimonial nem pertence à Vara da
Família, o que Andressa teria a lhe dizer ou informar que não devesse ser feito
pelos trâmites normais? Àquela altura, tudo ali era anormal. Ele tem fama de
rigoroso, e nada sei que o desabone. Nesse caso, o procedimento não foi o
melhor, certo?
Segundo a versão do juiz, ela então lhe disse que Cachoeira teria contratado Policarpo, da VEJA, para fazer um dossiê contra ele. Caso seu marido não fosse beneficiado por um habeas corpus, o dossiê seria tornado público. É mesmo, é?
Vamos
ver…
Numa história que começou toda errada e
continuou no erro, o desfecho não poderia mesmo ser grande coisa. O juiz
oferece, como evidência de que Andressa esteve com ele e fez a chantagem,
imagens de sua presença no prédio da Justiça Federal e um papel em que ela
escreveu três nomes que o implicariam em coisas suspeitas. Encaminhou na
quinta-feira um relato do que teria acontecido ao Ministério Público. A mulher
de Cachoeira prestou depoimento à PF e terá de pagar fiança de R$ 100 mil; caso
contrário, pode ter a prisão preventiva decretada.
O papel dos safados é mesmo tentar manchar a reputação das pessoas honradas. Acompanhamos, desde o início da CPI do Cachoeira, as sem-vergonhices que se tentaram contra VEJA, em particular contra Policarpo. Quem não se lembra das supostas 200 ligações havidas entre o jornalista e o bicheiro? Eram duas… Ainda que fossem 2 mil, elas provariam o quê? Provado está, dada a transcrição das gravações, que lá estava um jornalista em busca de informação.
Digo, pois, com alguma ironia, que os
vagabundos cumprem o seu papel ao acusar a revista e seu jornalista de
conspirações dessa natureza, mas abusam da estupidez dos que lhes dão crédito ao
inferir, então, que ambos são idiotas. Por óbvio, nem um nem outro se dariam a
tal desfrute. Mas digamos que sim; digamos que essa fosse a ética vigente por
aqui. Só tomados por rematada imbecilidade VEJA e Policarpo correriam esse
risco, dado o ambiente intoxicado.
Não, não! Eles sabem que revista e profissional
são decentes e não fazem esse tipo de jogo sujo. Sabem também que não estão
lidando com idiotas. Mas apostam, sim, tudo na ignorância daqueles que lhes dão
crédito. VEJA já deu início aos devidos procedimentos legais. O chiqueiro
financiado por dinheiro público, no entanto, faz a festa e se encarrega de
tratar a história como se verdade fosse.
Quem e o quê estão por trás disso? Qual
é a hipótese?
Começo pelo “quê”. É evidente que se trata de
mais um passo na inútil tentativa da canalha de atacar a VEJA. O resultado tem
sido contraproducente. Mais eles batem e rosnam ,mais a revista e produtos
jornalísticos a ela associados se consolidam como referência de milhões de
pessoas. Não se conformam.
Não posso dizer com certeza de “quem” é a mão
que balança o berço. Posso, no máximo, estabelecer alguns caminhos lógicos.
Descarto, por exemplo, que Dona Andressa tenha tido só uma ideia infeliz: “Vou
lá, chantageio o juiz, uso o nome da VEJA, ele fica com medo e faz o que eu
quero. E vou fazer isso sozinha”. Não, acho que não! Até porque a moça é formada
em direito. Pode não ser uma “jurista”, mas idiota não é.
Vamos cuidar aqui de uma hipótese, e tenho o direito de levantar algumas. Tudo tendo ocorrido como relata o juiz, não estaria querendo Andressa provocar justamente o efeito que provocou? Poderia alguém, com pleno conhecimento da parte pantanosa da Justiça e da Polícia, ter convencido o senhor Cachoeira de que o preço de uma aliviada na situação é botar VEJA na linha de tiro? Não sei se foi assim; não estou dizendo que tenha sido assim, mas sustento que se trata de algo absolutamente plausível. Afinal, como diz a canalha mensaleira (sim, ela mesma!), “VEJA tem de ir para o banco dos réus”. A revista incomoda os candidatos a tiranetes do Brasil.
Sou lógico
Sou uma pessoa lógica. Tenho claro que nada
disso estaria acontecendo sem os dois maus passos dados pelo juiz Rocha Santos.
Na presença de seus advogados, certamente Andressa não faria o que fez. Acho que
o doutor Márcio Thomaz Bastos, que defende Cachoeira, não endossa esses
procedimentos. Ou estou enganado? Também não teria acontecido se a assessora do
meritíssimo tivesse testemunhado toda a conversa. Se tudo aconteceu como o
relatado, foi a conveniência de um encontro privado que permitiu o assédio e a
divulgação de uma mentira asquerosa.
VEJA vai cobrar na Justiça o agravo. É o que
lhe cabe fazer. E vai continuar a noticiar o que tem de ser noticiado. No
sábado, houve a tentativa de intimidar um ministro do Supremo; na segunda, um
ataque à revista. Comecei a contagem regressiva para que surja uma “bomba”
contra o procurador-geral. E assim vai.
O país está sendo assombrado por uma máfia.
Denunciá-la, combatê-la e condená-la — viram, senhores ministros do Supremo? — é
um dever moral, ético e legal.Que força
tem esse vagabundo para influenciar os votos dos ministros do STF?
Da redação, com informações do Brasil 247 e do Facebook
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