terça-feira, 31 de julho de 2012

Policarpo, Andressa e a Veja na CPI





Por Altamiro Borges
O portal G1, da insuspeita Organizações Globo, publicou hoje uma notícia que pode alterar os rumos das investigações da  CPI do Cachoeira. Caso a informação seja confirmada, os parlamentares não terão mais como escapar da obrigatória convocação de Roberto Civita, dono do Grupo Abril, para depor sobre os vínculos da revista Veja com o crime organizado. Reproduzo abaixo os principais trechos da notícia:

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Juiz afirma que mulher de Cachoeira tentou chantagem para soltar bicheiro

Versanna Carvalho, do G1 - GO

O juiz federal Alderico Rocha Santos afirmou ao G1 nesta segunda-feira (30) ter sido chantageado por Andressa Mendonça, mulher do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Santos é responsável pelo processo da Operação Monte Carlo na Justiça Federal, que culminou na prisão do bicheiro em fevereiro.

Segundo o magistrado, Andressa o procurou na quinta-feira (26) afirmando que teria um dossiê contra ele e, em troca da não-publicação, teria pedido um alvará de soltura para Cachoeira.

O juiz diz ter encaminhado ao Ministério Público um papel com nomes escritos por Andressa e imagens de sua entrada e saída no prédio da Justiça Federal.

(...)

Conforme relatou o juiz ao G1, na versão de Andressa, o dossiê teria sido produzido a pedido de Cachoeira pelo jornalista Policarpo Júnior, repórter da sucursal da revista "Veja", em Brasília...

Ainda segundo Santos, Andressa teria pedido para falar com ele mesmo sem a presença do seu advogado. Como ela insistiu em ser atendida, o juiz diz que concordou em recebê-la e chamou uma de suas assessoras para acompanhar a reunião.

Depois de cerca de 20 minutos, diz ainda o magistrado, Andressa teria dito para que a assistente fosse retirada sala. Depois de mais 25 minutos, teria insistido. “Ela disse: ‘Quero falar com o senhor a respeito das minhas visitas ao Carlos e vou falar de questões pessoais. Não queria que questões da minha intimidade fossem reportadas a terceiros’. Então concordei com a saída da minha assessora”, relatou.

Conforme o juiz, Andressa teria dito: "Doutor, tenho algo muito bom para o senhor. O senhor conhece o Policarpo Júnior? O Carlos contratou o Policarpo para fazer um dossiê contra o senhor. Se o senhor soltar o Carlos, não vamos soltar o dossiê".


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"Padrões éticos" dos mafiosos
O relato do juiz federal Alderico Rocha Santos é gravíssimo. Ele garante não temer o tal "dossiê" escrito por capangas do mafioso Carlinhos Cachoeira. Já a direção da revista Veja, procurada pelo G1, tentou se safar da denúncia, mas não convenceu. Ela afirmou que seu departamento jurídico "está tomando as providências para processar o autor da calúnia que tenta envolver de maneira criminosa a revista e seu jornalista com uma acusação absurda, falsa e agressivamente contrária aos nossos padrões éticos".
Quanto aos tais "padrões éticos" da Veja, ninguém bota um pingo de fé. O argumento é risível. Já sobre as relações do editor da revista com o mafioso Carlinhos Cachoeira, as escutas telefônicas da PF na Operação Monte Carlo não deixam sombra dúvida. Segundo fontes seguras, além dos grampos existem ainda outros documentos e até vídeos que comprovam as sinistras ligações. O caso, porém, complica-se ainda mais com a tentativa de chantagear um juiz com base num "dossiê" redigido pelo editor da Veja a pedido do mafioso.
Responsabilidade moral da CPI
Os deputados e senadores que integram a CPI do Cachoeira não têm mais como fugir da responsabilidade de convocar imediatamente Policarpo Júnior e Bob Civita para prestarem depoimentos. A não ser que eles queiram agradar os barões da mídia ou temam algum tipo de "dossiê" forjado pela revista sensacionalista de direita. A batata quente agora está nas mãos dos nobres parlamentares!
 
 http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/07/policarpo-andressa-e-veja-na-cpi.html

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