Por Altamiro Borges
Duas notinhas na coluna Painel da Folha, uma de ontem e
outra de 12 de julho, explicam o desespero do tucano José Serra com a convocação
do seu ex-tesoureiro de campanha, Paulo Preto, para depor na CPI do Cachoeira:
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A primeira:
O PSDB aproveita o recesso para tentar desarmar a bomba que
atende pelo nome de "Paulo Preto" na CPI do Cachoeira. O partido
negocia com a base aliada o cancelamento do depoimento em troca da anulação das
convocações de Fernando Cavendish, da Delta, e Luiz Pagot, ex-Dnit. Outra
hipótese avaliada é que o ex-diretor da Dersa encaminhe esclarecimentos por
escrito. Tudo para evitar justamente o que o PT deseja: que a oitiva prejudique
a campanha de José Serra.
A segunda:
Torpedo
Paulo Vieira da Souza, o Paulo Preto, tem enviado mensagens
de texto em tom de ameaça a empresários e políticos afirmando que seu
depoimento à CPI do Cachoeira será bom momento para esclarecer os "fatos
verdadeiros'', em letras garrafais. A ação tem sido interpretada como pedido de
proteção.
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PGR acionado para apurar denúncias
O que Paulo Preto, responsável por bilionários negócios
entre a Dersa e a Delta – a empresa de fachada de Carlinhos Cachoeira – e um
dos “operadores” de campanha do eterno candidato do PSDB, tem a revelar aos integrantes
da CPI? Por que a simples menção do seu nome apavora tanto José Serra? Na campanha
presidencial de 2010, quando Dilma Rousseff citou o seu nome no debate da Band, o tucano perdeu o
rebolado. Disse que não o conhecia. Depois, ameaçado a “não abandonar um amigo”,
voltou atrás.
Para solucionar estas dúvidas, deputados do PT e do PDT
decidiram ontem solicitar à Procuradoria Geral da República que apure as
denúncias. Segundo o jornal O Globo, os parlamentares protocolaram dois pedidos
na PGR. Ambos exigem esclarecimentos do ex-diretor da Dersa, a estatal paulista
responsável por obras viárias como a do Rodoanel, e também do ex-governador
tucano. A ação assinada pelo deputado Paulinho da Força (PDT) ainda inclui o
senador Aloysio Nunes (PSDB), amigo íntimo de Paulo Preto.
Caixa dois e enriquecimento ilícito
Os pedidos protocolados têm com base várias denúncias –
inclusive a de tucanos que acusaram Paulo Preto de ter desviado R$ 4 milhões do
caixa do PSDB. Segundo a representação, “os fatos narrados caracterizam a
prática de caixa dois na campanha de José Serra”. Ela também levanta a suspeita
de conivência do ex-governador, o que constitui “atos de improbidade
administrativa, pois importaram enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário,
como atentaram contra os princípios da administração pública”.
“As denúncias são graves, há indícios de desvio no Rodoanel.
É preciso deixar claro o que aconteceu. Exigimos que seja apurado. É dinheiro
do trabalhador”, ataca do deputado do PDT. “O Paulo Vieira de Souza, conhecido
como Paulo Preto, é réu confesso. Em entrevista, ele disse que ninguém deu mais
condições do que ele para que as empresas apoiassem financeiramente a campanha.
Além disso, há sinais claros de enriquecimento ilícito”, acrescenta o deputado
Candido Vaccarezza (PT-SP).
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2012/07/paulo-preto-na-cpi-serra-apavorado.html
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