Parece mesmo que quem deu partida à campanha eleitoral em Santarém
foi o Tribunal Regional Eleitoral, o TRE. A questão que dá sustentação a este
ponto de vista é: por que um processo que rola desde 2008 levou quatro anos
engavetado, para ser julgado exatamente neste momento? E mais, um julgamento
que ocorre imediatamente após as convenções partidárias e o início efetivo da
campanha.
Isso faz lembrar o agendamento do “mensalão” do PT, no STF, justamente
no período eleitoral. Os demais mensalões do DEM e do PSDB não estão
em pauta.
No caso da prefeita de Santarém, essa condenação que não a
impede de continuar no cargo e que ainda depende de decisão de instância superior, e o agendamento do “mensalão” petista, dão a
quase inequívoca impressão de funcionar com um apelo propagandístico em favor das
forças de direita ou contrárias às políticas sociais que, bem ou mal, vêm sendo
implementadas pelo governo de Maria, no nível local, e por outra mulher, a
Dilma, no âmbito nacional.
Míngua
Míngua
O judiciário paraense deu de bandeja e de propósito um argumento a uma oposição que, caso vença, fará um governo desastroso, apoiado por um governo estadual sem dinheiro, comandado pelo mesmo grupo que vendeu a Celpa e mantém o município de Santarém e a região Oeste à míngua, ressentido pela campanha localmente vitoriosa do Plebiscito, onde mais de 95% dos eleitores disseram "não" a Jatene. E também com o apoio de forças políticas sem penetração nos altos escalões das verbas federais, cujo representante, o deputado Lira Maia, virá a ser, caso vença o PSDB, o mentor do prefeito tucano.
Mesmo que, na prática da administração isso pouco interfira,
no aspecto político pode ser devastador, pois na campanha os adversários de
Maria e de seus candidatos, o PSDB de Alexandre Von e demais “oposicionistas”
já têm em mãos algo concreto a “denunciar”: a prefeita foi cassada por “crime”
eleitoral.
Depois, o judiciário reclama que está sendo alvo de ataques
e que isso “compromete a democracia”. O que compromete a democracia é a demora
proposital no encaminhamento de processos, ou a protelação no seu encaminhamento
normal, para retirá-los da gaveta no momento em que isso interessa às forças
reacionárias e antipopulares.
Separatismo
Além do mais, Maria do Carmo pode estar sendo castigada em
decorrência de sua decidida participação na campanha do Plebiscito para criação
do Estado do Tapajós. O mesmo nem de longe se pode dizer do candidato Alexandre Von, do PSDB, que se manteve omisso durante a
campanha, só aparecendo ao lado dos separatistas à undécima hora.
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Agora leia este pequeno trecho de pesquisa jornalística
publicada no blog Perereca da Vizinha, a respeito da proximidade, ou da promiscuidade
de membros do judiciário paraense com o PSDB de Simão Jatene, o governador.
“...As desembargadoras Vera Araújo de Souza e Maria de
Nazaré da Silva Gouveia dos Santos, corregedora do Interior do Tribunal de
Justiça do Estado do Pará, também possuiriam parentes empregados na Assessoria
Especial do governador do Pará, Simão Jatene, do PSDB.
Com isso, já são oito os desembargadores paraenses da ativa
que teriam parentes diretos na Assessoria do governador.
Além de Vera Araújo e Maria de Nazaré, a lista inclui os
desembargadores João José da Silva Maroja, Ricardo Nunes (presidente do
Tribunal Regional Eleitoral-TRE), Romulo Nunes (ex-presidente do TJE), Constantino
Guerreiro, Vânia Lúcia Silveira Azevedo e Silva e Cláudio Montalvão das Neves.
Mas há indícios de que também a desembargadora aposentada
Sônia Parente possuiria um familiar na assessoria de Jatene.
Os oito desembargadores da ativa representam mais de 20% do
Desembargo do Estado do Pará, que possui 30 integrantes”.
http://blogmanueldutra.blogspot.com.br/2012/07/cassacao-de-maria-do-carmo-e-inicio-de.html
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