A taxa de crescimento da China desacelerou pelo sexto
trimestre consecutivo, para o ritmo mais lento em mais de três anos,
destacando a necessidade de mais vigilância na política monetária por
parte de Pequim, apesar de sinais de que as medidas adotadas até agora
estão começando a estabilizar a economia.
O crescimento de 7,6% no segundo trimestre na comparação com o mesmo
período do ano passado ficou pouco acima da meta oficial do governo de
7,5% para o ano todo e reduziu a média do primeiro semestre para 7,8%
-abaixo do nível de 8% que em desacelerações anteriores provocou uma
forte resposta das autoridades.
O número do PIB, divulgado com uma série de outros dados chineses, ficou em linha com as expectativas dos investidores.
A trajetória da expansão chinesa é crucial para gestores de recursos que enfrentam uma desaceleração não apenas na China,
segunda maior economia do mundo, mas crescimento anêmico em todo o
grupo de principais emergentes conhecido como Brics –Brasil, Rússia,
Índia e China.
- Eu diria que provavelmente o pior acabou e veremos alguma
estabilização e mesmo melhora no crescimento do próximo trimestre –
disse o economista do HSBC Sun Junwei, citando melhora no crescimento na
comparação trimestral e ampla estabilidade nos dados de junho para
investimento em ativos fixos, produção industrial e vendas no varejo.
- Depende bastante de qual será a força de mais um afrouxamento, mas
acho que as chances são boas de que as autoridades estejam dispostas a
responder a essa desaceleração do crescimento.
A resposta de Pequim à desaceleração até agora, mantendo o mantra de
ajustes e uma série de adaptações nas políticas monetária e fiscal nos
últimos oito meses, deixou a economia no caminho de registrar seu
crescimento anual mais lento desde 1999.
- No momento, meu foco não é quanto foi o recuo no crescimento da
economia no segundo trimestre, mas por quanto tempo isso durará como um
todo – disse o economista do Credit Suisse Dong Tao. “Minha opinião é de
que a economia chinesa ficará em uma trajetória no formato de ‘L’ por
um tempo.”
Dois cortes nas taxas de juros no espaço de um mês -a última na
semana passada- e medidas de liberalização que permitem reduções nos
custos de empréstimos de até 30%, são sinais de que as autoridades farão
tudo que puderem para assegurar o crescimento.
Sheng Laiyun, porta-voz da agência de estatísticas da China, disse
que os dados sinalizam que a economia estava se estabilizando no segundo
trimestre e que o crescimento no primeiro semestre ficou em linha com
as expectativas. A expectativa para o crescimento no segundo trimestre
era de 7,6%, segundo a pesquisa realizada pela agência de notícias
inglesa Reuters.
Outros dados divulgados juntos com o PIB mostraram que o crescimento
do investimento em ativos fixos foi de 20,4% no ano até junho, ante
previsão de 20,1% em pesquisa da Reuters.
Já as vendas no varejo em junho subiram 13,7% na comparação com o ano
anterior, ante 13,8% em maio. Por sua vez, a produção industrial
cresceu 9,5% ante expectativa de 9,8%.
http://correiodobrasil.com.br/crescimento-da-china-desacelera-e-obtem-menor-indice-em-3-anos/485462/
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