Lavagem de dinheiro ? Na Satiagraha tem um monte.
O Conversa Afiada se
propõe a discutir esse tema central na República: o poder do PiG (*)
sobre a Justiça, enunciado, por exemplo, com a inacreditável decisão de
um Juiz de São Paulo de permitir a transmissão ao vivo do um juri
popular – clique aqui para ler e aqui também:
Juiz corta transmissão de júri após bate-boca
Foi no que deu a TV Justiça, que pôs o PiG (*) dentro e acima do julgamento do mensalão (o do PT).
Isso é uma ameaça à imparcialidade, sentenciou Justiniano, sempre sábio.
Nesta terça-feira, no Estadão, pág. A4, há duas declarações que levam a tratar dessa questão: o PiG (*) e a Justiça:
1) O Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa volta às páginas do Estadão para denunciar o que chama de leniência dos bancos com a lavagem de dinheiro.
Imediatamente antes, ele tinha sido personagem de reportagem do Estadão ao chamar um de seus repórteres de “palhaço” que “chafurda no lixo”.
2) Roberto Gurgel, que o senador Collor chama de “Prevaricador”, diz na mesma página que “… as pessoas condenadas a penas privativas de liberdade tenham mandados de prisão expedidos e sejam recolhidas à prisão”.
No mesmo dia, no lançamento do livro “Um salto para o futuro”, de Luiz Dulci, José Dirceu disse se considerar um “vitorioso” e que “não perde”, ao ser perguntado se temia perder o campeonato no Supremo Tribunal Federal.
O “Prevaricador”, segundo Collor, acaba de sofrer contundente derrota.
É o que diz Mauricio Dias, na “Rosa dos Ventos”, da Carta Capital:
“Sem a proteção de José Sarney (leia “em tempo”) … o castelo do procurador geral (que Collor chama de “Prevaricador” – PHA) começa a ruir. O Senado aprovou a recondução do advogado Luiz Moreira ao Conselho do Nacional do Ministério Público”.
O Procurador Geral lutou obstinadamente para impedir a volta de Moreira ao CNMP.
Agora, ele está mais vulnerável a uma investigação do CNMP sobre a denúncia de Collor de que agiu como um prevaricador.
Clique aqui para ler “Senado manda TCU investigar compra dos tablets”.
Gurgel quer mandar Dirceu para a cadeia antes do julgamento dos embargos.
Com a mesma linha de raciocínio que impede a devolução dos bens ao absolvido Duda Mendonça.
E se a condenação por “formação de quadrilha” for revista e Dirceu não tiver que ir para a cadeia ?
Mas Gurgel quer.
O brindeiro Gurgel precisa desesperadamente de PiG (*) para “ganhar o campeonato” e escolher um sucessor de sua linha política.
Com a rapidez com que se negou a usar para apurar as ligações
edificantes entre o senador Demóstenes Torres e o “empresário” Carlinhos
Cachoeira.
O “Prevaricador”, segundo Collor, precisa do PiG (*) pois, em julho, entrará no esquecimento, seguido de opróbrio.
Enquanto Dirceu, dentro e fora da cadeia, vai continuar a jogar o campeonato.
O presidente Barbosa parece movido do sentimento de contrabalançar os
efeitos devastadores da declaração contra imprensa que se “chafurda no
lixo”.
Bater nos bancos é um velho alvo.
Ainda mais que a decisão apertada do Supremo no mensalão (o do PT)
sobre “lavagem de dinheiro” pode se transformar num dos mais
devastadores equívocos de um julgamento sob medida para pegar o PT: como
o equívoco do “domínio do fato”, do BV que não vale para a Globo, da
formação de quadrilha etc etc.
A decisão sobre lavagem de dinheiro incrimina sem prova, sem dolo, sem conhecimento, sem participação.
Um advogado, por exemplo, que receber proventos de um empresario pode
ir em cana, se ficar provado que o empresário lavou dinheiro em 1932.
Além do mais, a declaração do presidente do Supremo denota uma rejeição inesperada ao lucro dos bancos.
Senão, vejamos:
“Enquanto (os bancos) não visualizarem a possibilidade de serem
punidos por servirem de meio à ocultação da origem ilícita de valores
sob sua responsabilidade persistirá o estímulo à busca do lucro, visto
como combustível ao controle leniente que fazem sobre a abertura de
contas e transferências.”
Modestamente, o ansioso blog faz uma sugestão ao Presidente Barbosa: por que não acelerar a legitimação da Operação Satiagraha ?
Ali, sim, tem lavagem de dinheiro, entre outros crimes.
O presidente Barbosa poderia mandar o “Prevaricador”, segundo Collor, investigar a Privataria Tucana.
Ali, com licença da má palavra, abunda a lavagem de dinheiro.
Ou a indignação contra o lucro leniente não se aplica às atividades
que envolvem os tucanos e a Casa Grande (no sentido do Mino Carta) ?
Em tempo: como se sabe, o brindeiro Gurgel não investiga as denúncias da Privataria Tucana, contra Aécio Never e Roseana Sarney.
Clique aqui para ler “‘G’ de Globo, ‘G’ de Golpe !”.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.
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