Foto: AFP Photo/Rodrigo Buendia |
O pessoal que arrisca uma fezinha nas bolsas de apostas em Londres
pode anotar uma dica que não tem erro: toda vez que houver eleição na
América Latina, é só jogar no candidato que a grande mídia brasileira,
autodenominada "imprensa independente", está combatendo.
É incrível como este pessoal gosta de perder eleição. Desta vez, foi
no Equador, onde o "inimigo" Rafael Correa se reelegeu no domingo com 40
pontos de vantagem sobre o adversário mais próximo, o ex-banqueiro
Guillermo Lasso.
Em eleições anteriores no Brasil, na Argentina, na Venezuela, na
Bolívia, no Paraguai, no Uruguai, por todo canto, não deu outra. São os
colunistas e blogueiros "independentes" de um lado, e a maioria dos
eleitores do outro. O neoliberalismo praticamente foi varrido do mapa da
América do Sul nos últimos dez anos e só sobrevive em setores da velha
imprensa.
Até os termos empregados para qualificar os candidatos que eles
querem derrotar, achando-se ainda capazes de definir uma eleição, são os
mesmos: "populistas", "assistencialistas" e "autoritários".
Na festa da vitória em Quito, com uma multidão comemorando na Plaza
Grande, em frente ao Palácio do Governo, o vitorioso Rafael Correa foi à
forra: "Aqui já não mandam mais os países poderosos, os meios de
comunicação. Aqui manda o povo equatoriano".
Lá como cá, a situação é bem semelhante, como o presidente reeleito
fez questão de destacar em seu discurso, antecipando uma prioridade do
novo mandato.
"A imprensa mercantilista, ligada a grandes grupos de interesse, que
se dedicou a conspirar, é uma das grandes derrotadas desta
eleição.Queremos uma verdadeira comunicação social, e não ser
manipulados por meia dúzia de famílias. Vamos lutar agora, com a maioria
do Congresso Nacional, por uma lei de comunicação que permita uma
imprensa mais decente no Equador".
Vamos ver em quem os porta-vozes da nossa grande imprensa vão apostar
nas eleições no Vaticano para escolher o sucessor de Bento 16, um dos
seus gurus.
Qualquer um que ganhar, eles poderão se considerar vitoriosos.
Afinal, ao contrário do que acontece na América Latina _ onde, por
sinal,vive quase a metade dos católicos do mundo _ no conclave formam
maioria absolutíssima os cardeais conservadores, todos eles nomeados por
Bento 16 e João Paulo 2º.
http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2013/02/18/no-equador-a-midia-grande-perde-mais-uma/
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